segunda-feira, 25 de julho de 2011

Uruguai 3x0 Paraguai

O renascimento está completo

Diego Forlán estava apagado no torneio e foi crescendo, o auge apareceu na final, com dois gols e exibição de gala (AP Photo)

Após 16 anos sem títulos, a celeste olímpica voltou a vencer. A última taça havia sido justamente a da Copa América, em 1995, quando Enzo Francescoli era a principal estrela da companhia. Faltava apenas um título, pois com Oscar Tábarez no comando, a reestruturação do trabalho de base charrúa já trazia resultados. O quarto lugar na Copa do Mundo de 2010 veio depois de 40 anos sem aparecer nas semifinais de um Mundial, a bi-campeã olímpica está de volta à Olimpíada após 84 anos de ausência e o Uruguai joga os Mundias sub-20 e sub-17 – este já finalizado, com título charrúa no México.

Aproximadamente 45 mil pessoas foram ao Monumental de Nuñez e viram o Uruguai ser dono do jogo, quase durante os 90 minutos. O técnico Oscar Tábarez colocou a sua equipe para jogar no 4-4-2, hoje bem definido, com a dupla Forlán e Suárez no ataque. O jogador do Liverpool esteve muito ativo desde o início.
Gerardo Martino deu claras impressões de seu interesse na escalação da equipe. Um 4-1-3-2 bastante defensivo, sem Lucas Barrios, que não tinha 100% de suas condições físicas. Zeballos formava a dupla ofensiva com Valdez, mas não conseguiu realizar boa partida. Uma das grandes novidades foi a presença de Víctor Cáceres como volante mais fixo, atrás da linha de marcadores do meio-campo.

Logo no início da partida, após a primeira “blitz” uruguaia um lance poderia ter mudado a história do jogo. Lugano cabeceou, Villar defendeu e, no rebote, Coates mandou para o gol. A bola não entrou, pois Ortigoza usou a mão para evitar o 1 a 0. Além do pênalti, o camisa 20 da albirroja deveria ser expulso, pois a bola ia em direção a rede. Com a pressão que já se ensaiava ali, um jogador a mais seria uma grande vantagem para os uruguaios, mas o árbitro brasileiro Sálvio Spínola Fangundes não viu o lance e o jogo seguiu 0 a 0 e 11 contra 11.

Porém, a celeste olímpica não deixou de atacar e, aos 11 minutos, em lance de extrema persistência, a bola sobrou para Suárez, que cortou Verón e marcou. O gol não relaxou o Uruguai, que não deixou de pressionar os guaraníes. O resultado deste trabalho veio aos 41 minutos, quando Forlán recebeu de Arévalo e bateu de canhota para encerrar o jejum de 12 jogos sem marcar pela seleção.

No intervalo, o Paraguai poderia ter apostado em Estigarribia e Lucas Barrios, mas Gerardo Martino preferiu manter seus 11 iniciais. O que mudou na albirroja foi a postura, agora muito mais ofensiva e incomodando o goleiro Muslera, que chegou a ver um chute de Haedo Valdez explodir em seu travessão. Logo, aos 19 minutos, nos guaraníes entraram Estigarribia e Hernán Pérez. Cada um abriu de um lado no meio-campo para apoiar a dupla de ataque.

Mas a celeste olímpica seguia muito bem defensivamente, a dupla de volantes Arévalo Rios e Diego Pérez era incansável e vivia ótima jornada. Além disso, com o placar já construído, Álvaro Pereira e González passaram a ficar mais atentos à defesa do que ao ataque. Por fim, Tábarez mexeu colocando Cavani e Eguren em campo. O camisa 21, grande esperança antes do torneio, entrou para jogar no flanco canhoto, mas não como um atacante e, quase, como mais um meia.

Gerardo Martino ainda tentou mais uma jogada: colocar Lucas Barrios em campo, aos 31 minutos, mas ele pouco fez, pois logo sentiu a lesão muscular e teve que deixar o campo. Ali o Paraguai já estava entregue. Mas o Uruguai ainda aplicaria um último golpe e um dos mais bonitos da Copa América 2011. Confira a descrição do belo gol: González afastou o perigo da área uruguaia com muito estilo, chapelou Pérez e abriu o jogo com Cavani à esquerda. O atacante avançou ainda do campo defensivo celeste, mas nem precisou dominar a bola e pouco depois da linha média, de primeira, ele invertou o lance para Suárez na direita. O camisa nove também foi rápido e se abaixou para, de cabeça, descobrir Forlán livre na cara do gol. O camisa dez foi outro a usar um toque só e esperou a saída de Villar, para de canhota acertar o canto esquerdo da baliza paraguaia.

Pronto. O Uruguai fechava a sua campanha com chave de ouro e garantia a primeira taça oficialmente sob a batuta de Oscar Tábarez. Oficialmente porque a conquista da sub-17 muito tem relação com o comando dele. O título impulsiona e mostra que os charrúas estão no caminho certo. Mas para as Eliminatórias que iniciam no final de 2011 algumas reformulações devem ser feitas. Nada de uma reformulação completa e, sim, ir aos poucos colocando mais jovens no elenco principal. Nesta Copa América 2011 a equipe já contou com Coates e Abel Hernández, dois jogadores que têm idade para estar na Olimpíada de Londres, em 2012.
A final mostrou a clara diferença entre Uruguai e Paraguai, que já havia sido mostrada durante toda a competição, que foi muito grande.

Seleção da Copa América 2011: Villar; Maxi Pereira, Diego Lugano, Vizcarrondo, Cichero; Arévalo Rios, Guarín, Álvaro Pereira; Diego Forlán, Suárez e Guerrero. Téc. Oscar Tábarez.

Craque: Luis Suárez.

Artilheiro: Paolo Guerrero (5 gols)

Melhor goleiro: Justo Villar

Líderes em assistência: Paulo Henrique Ganso e Lionel Messi (3 passes)


*No Twitter, mais cedo, havia citado César Farías como melhor técnico, mas preferi eleger Tábarez mesmo, mas não desconhecendo os méritos do comandante venezuelano.

*Paulo Da Silva, Coates, Pablo Armero, Arango e Agüero estiveram muito próximos da vaga nos 11 perfeito.

sábado, 23 de julho de 2011

Peru 4x1 Venezuela

Guerrero, o artilheiro 

Paolo Guerrero anota o hat-trick, ajuda na redenção peruana e, por enquanto, é o artilheiro da Copa América 2011 (Miguel Ángel Bustamante/Terra)

Redenção. É a palavra que define o Peru nesta Copa América. Depois de uma péssima participação nas Eliminatórias, na qual ficaram em último lugar. Além disso, a seleção veio à Argentina sem Farfán, Pizarro e Zambrano, destaques da blanquirroja que atuam na Europa e fizeram falta. A forte vinotinto era a adversária na briga pelo terceiro posto da competição.


César Farías, mais uma vez, mexeu na sua dupla ofensiva, sem alterar a configuração tática da equipe: 4-4-2, com Maldonado e Nicolás Fedor formando o ataque. Já Sergio Markarián optou por três zagueiros, com a proteção de Balbín, em um 3-1-4-2. Corzo era o ala-direita e Yotún fazia este papel pela direita.

O homem do lado destro blaquirrojo era quem tinha mais obrigações na marcação, pois Orozco, meia-esquerda da Venezuela, jogava melhor que César González, muito apagado na partida de hoje. A vinotinto chegou a tomar conta do jogo em La Plata, mas sofreu com um erro em seu ataque. Seijas perdeu a bola para Cruzado e Chiroque, o útlimo passou para Guerrero e finazilou o lance dentro da área.

Os contra-ataques foram a tendência do jogo peruano. Os três gols de Guerrero também vieram desta forma, sempre pegando a retaguarda vinotinto desprotegida. A expulsão do bom volante Rincón, aos 13 minutos do segundo tempo, contribuiu muito para que os contra-golpes peruanos encaixassem com mais facilidade.

O maior beneficiado do buraco defensivo venezuelano foi Guerrero, que com os três gols marcados hoje, assumiu a artilharia isolada da Copa América 2011, com cinco gols, dois a mais que Suárez e Agüero. O centroavante mostrou ótimo repertório na partida de hoje, pois usou a habilidade para se livrar dos marcadores e precisão nos arremates nas três vezes em que marcou.

O 4 a 1 não mostra o que foi o jogo, a Venezuela merecia mais sorte. Porém, a expulsão de Rincón potencializou a eficiência dos contra-ataques blaquirrojos, que contaram com Guerrero iluminado na frente para transformá-los em gols – uma assistência e três gols.


*estou sem o meu computador próprio e, por isso, tenho passado por algumas dificuldades na configuração dos textos, peço desculpas.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Paraguai 0x0 Venezuela (Pênaltis: Paraguai 5x3 Venezuela)

Faltou justiça

Em meio a muita gente, o destaque paraguaio mais uma vez foi Justo Villar (Ag. Reuters)

Paraguai e Venezuela protagonizaram mais um jogo fraco na Copa América 2011. Faltou vontade de vencer aos dois lados, ainda mais se levarmos em conta que quem vencesse a partida estaria na final contra o Uruguai. Nem Gerardo Martino, nem César Farías optaram por mudar o esquema tático de suas equipes e ambas entraram em campo no 4-4-2.

Mesmo com o esquema tático habitual, a albirroja veio com algumas modificações, a principal delas era a ausência de Estigarribia entre os 11 iniciais. Na vinotinto, a presença de Moreno ao lado de Rondón no ataque causou surpresas.

A postura pouco corajosa das duas equipes foi constante no jogo. Mesmo sendo dominada no quesito posse de bola, a vinotinto foi quem mais assustou durante os 90 minutos. Mais uma vez, Justo Villar apareceu bem nesta Copa América e fez algumas defesas muito importantes. Quando não deu para o goleiro albirrojo, a trave salvou os paraguaios.

Assim, o jogo foi para a prorrogação e o Paraguai seguiu sem vencer no mata-mata da Copa América 2011. A postura albirroja foi ainda mais covarde e isso ficou acentuado após a expulsão de Santana aos 12 minutos. Com um jogador a mais, a Venezuela tentou muito, mas não conseguiu ter grandes oportunidade contra o gol defendido por Justo Villar, resultado: empate em 0 a 0 e penalidades.

Ao contrário do jogo frente ao Brasil, o a adversário paraguaio foi bem, mas ainda assim falhou. Lucena bateu mal e Villar fez a defesa. Paraguai 5, Venezuela 3 e albirroja na final. Uma pena pela partida que a Venezuela havia feito, mas para a vinotinto há um grande alento. Da forma que jogou na Argentina poderá sim pleitear uma vaga na Copa do Mundo do Brasil. Já o Paraguai chegará à final como zebra, pois o Uruguai apresentou muito mais futebol nesta Copa América – olha que a celeste olímpica nem jogou tanta bola assim.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Uruguai 2x0 Peru

Espantou a zebra

Forlán jogou bem, mas Luis Suárez com dois gols e Álvaro Pereira fazendo de tudo foram os  melhores (Ricardo Matsukawa/Terra)

O medo de ser apontado como favorito antes da partida era justificável, pois nesta Copa América, os favoritos nos mata-matas foram eliminados. Mas era óbvio apontar o Uruguai como aposta certa no jogo em La Plata, mesmo com o gramado em péssimo estado. Desde o início, a celeste olímpica tratou de afastar a zebra e jogou pressionando o adversário quase o tempo todo.

Tábarez utilizou novamente o 4-4-2, mas com uma opção diferente. Sem a bola, Cáceres virava o terceiro pela esquerda e Álvaro Pereira recuava para fechar a lateral-esquerda. O Peru novamente entrou no 4-1-4-1, com Vargas jogando bastante solto pelo lado esquerdo. Yotún tentava apoiá-lo, mas sem sucesso.

Na primeira etapa faltou pouco para sair o gol uruguaio. Porém, os charruas quase foram surpreendidos nos contra-ataques, pois o avanço era tão grande para tentar o gol, que a defesa muitas vezes ficou desprotegida. Mas a blanquirroja não soube aproveitar os espaços. Ir para o intervalo com o 0 a 0 foi um grande lucro para a equipe do técnico Sergio Markarián.

Mas a resistência blanquirroja não durou muito e Suárez marcou duas vezes. Primeiro, aos sete, após rebatida de Raúl Fernández em chute de Forlán. Depois, aos 12, ele recebeu bela enfiada de Álvaro Pereira e limpou o goleiro peruano com extrema tranqüilidade para fazer seu terceiro gol na CA 2011, igualando Agüero na artilharia.

Os peruanos desmoronaram após os dois gols sofridos em cinco minutos. A situação piorou aos 23, quando Vargas foi expulso, acabando com as chances de uma reação blanquirroja.  Com a classifcação à final garantida fica a sensação que o Uruguai poderá voltar a ser campeão após 16 anos – o último título também foi da Copa América, em 1995.

Uma zebra já ficou para trás e, na final, mesmo sendo o Paraguai o adversário, o favoritismo será charrúa. Portanto a atenção deve permanecer. Na zona mista após a partida, o goleiro Muslera perguntado sobre quem prefere enfrentar na decisão, afirmou: “não podemos escolher adversários, se queremos o títulos, temos que vencer todos”. O clima na celeste olímpica parece muito bom, a taça serviria para coroar o longo trabalho de Óscar Tábarez à frente da seleção uruguaia.

domingo, 17 de julho de 2011

Chile 1x2 Venezuela


Sem medo de sonhar

 A Venezuela mostrou grande conjunto nesta Copa América e é a grande surpresa na Argentina (Ag. Reuters)

O início do jogo entre Chile e Venezuela causou espanto aos espectadores, pois a vinotinto se comportava bem na contenção das jogadas de la roja, jogando no habitual 4-4-2, armado por César Farías nesta Copa América. Os chilenos novamente jogavam no 3-4-1-2, com Jímenez armando para Suazo e Alexis Sánchez – o último com mais liberdade para circular no meio-campo.

O camisa 11 da roja foi uma grande decepção e pouco fez para criar as jogadas. Após segurar o Chile, a Venezuela começou a crescer na partida e incomodar a defesa chilena, ponto negativo da equipe na CA 2011. O gol saiu dos pés de Arango, que jogou bola na área em cobrança de falta e Vizcarrondo apareceu livre na área e marcou o 1 a 0.

Na segunda etapa, ocorreu o esperado: a Venezuela se fechou na defesa e o Chile buscou o empate. A partir dos 19 minutos do segundo tempo, a vinotinto passou a ter apenas um atacante e se fechou no 4-5-1. Já a roja melhorou com a entrada de Valdívia, no intervalo. O Chile começou a pressionar e colecionou gols perdidos. A trave parou a equipe de Claudio Borghi duas vezes, mas o empate apareceu, aos 24, em finalização de Suazo.

A roja continuou em cima da seleção venezuelana e perdeu diversas chances para a virada. Porém, a Venezuela não se entregou e após estar muito mal na segunda etapa, o time se acentou, segurando o ímpeto chileno, mas não conseguia ameaçar o goleiro Bravo. E Vidal colaborou com a vinotinto, dando a oportunidade para o segundo gol: bola para na intermediária, para cobrança de Arango. Desta vez o capitão venezuelano bateu direto, o goleiro chileno deu rebote e Cichero empurrou a bola para as redes, aos 35 minutos. 

Para complicar ainda mais a vida chilena, Medel foi expulso dois minutos depois do segundo gol da vinotinto. Desorganizada e nervosa, la roja não conseguiu nada mais e, realmente, acabou derrotada. Para a Venezuela houve apenas uma notícia ruim, a expulsão no último minuto de bola rolando do fundamental volante Rincón, que deve fazer falta no jogo contra o Paraguai. Mas a vinotinto terá mostrar a mesma organização e disposição para vencer a albirroja na semifinal da CA 2011.

Brasil 0x0 Paraguai (Pênaltis: Brasil 0x2 Paraguai)

O erro se repete: faltou o gol

 Justo Villar: brilhou durante os 120 minutos de bola rolando, pegou um pênalti e contou com a sorte nos outros três (Ricardo Matsukawa/Terra )

O Brasil jogou bem; Robinho mostrou maturidade e chamou a responsabilidade; o meio-campo se movimentou muito e mesmo fazendo sua melhor partida na competição, os canarinhos terão que voltar para casa. Os guaraníes contaram com partida muito boa do goleiro Justo Villar e com a falta de tranquilade nas finalizações brasileiras.

Desde o início, postado no 4-2-3-1 o Brasil teve dificuldade para vencer o 4-4-2 paraguaio, mas em momento algum se desesperou. Os três meias trocavam muito de posição e confundiam a marcação albirroja. Robinho finalmente estava à vontade nesta CA. Alexandre Pato era o pior do setor ofensivo. Mas quem assustou mais o goleiro Villar foi Neymar, que falhou cara à cara.

O Paraguai não chegava muito e Júlio César não teve trabalho durante os 90 minutos. Ao contrário do primeiro encontro entre as seleções na Copa América 2011, Estigarribia não se dava bem na ponta-esquerda, pois Maicon vinha muito bem em sua contenção. No segundo tempo; Neymar, Ganso, Robinho e Pato ou falharam na frente do gol ou tiveram seus chutes defendidos pelo capitão albirrojo.

O personagem do jogo parecia estar definido: Justo Villar e, à medida que os pênaltis se aproximavam, o Brasil ficava tenso, pois via que o goleiro rival tinha tarde iluminada e poderia brilhar na disputa de penalidades. Na prorrogação, Lucas (do São Paulo) foi o homem a chamar a responsabilidade, mas não deu. Os canarinhos não conseguiram transformar o domínio da bola em gols – acabaram o jogo com 56% de posse de bola, quesito que foi dominado durantes os 120 minutos.

Porém, o desastre ficou para os pênaltis. O Brasil perdeu as suas quatro cobranças – uma defendida por Villar, o heroi do jogo -, enquanto o Chile marcou duas das três que tentou. A eliminação brasileira, em sua melhor partida na competição, foi vista com calma pelo técnico Mano Menezes. Ele viu como positiva a evolução da seleção durante a CA 2011 e aposta na continuidade do trabalho. Mas a principal falha de hoje foi a mesma da estreia: a falta de precisão e tranquilidade nas finalizações.

O Paraguai chega à semifinal sem ter vencido na competição, mas a vitória nos pênaltis contra o Brasil pode dar a confiança necessária para a reta final da Copa América disputada na Argentina.

sábado, 16 de julho de 2011

Argentina 1x1 Uruguai (Pênaltis: Argentina 4x5 Uruguai)

O jogo de Muslera

 Muslera, nascido em Buenos Aires, o goleiro foi o melhor em campo e definiu o jogo como grande atuação de sua vida (EFE)

Muslera, camisa um do Uruguai e titular negociável da Lazio, não é um goleiro que inspira tanta confiança. Muitas vezes, se destaca mais por erros grosseiros do que por sua segurança sob a baliza. Porém, hoje, o laziale fez exibição fantástica e garantiu a vitória celeste, naquele que foi o melhor jogo desta edição da Copa América. A partida em Santa Fe também pode ser considerada a mais pegada da competição, pois não houve um lance que não fosse disputado com muita intensidade.

Batista armou a Argentina no 4-3-3, com Mascherano mais focado na marcação e Gago e Di María com mais liberdade para apoiar o trio ofensivo. No Uruguai, 4-4-1-1, duas linhas de quatro para segurar a ofensiva albiceleste e Forlán jogando um pouco atrás de Suárez, que infernizou a defesa argentina. Além da velocidade de luisito, as bolas aéreas assustavam. E foi assim que o já amarelado Diego Pérez abriu o placar com cinco minutos de bola rolando.

A forte marcação charrúa ficou ainda mais lógica com o 1 a o no placar, mas a Argentina teve Messi - um dos melhores da albiceleste hoje -, que quebrou a defensiva uruguaia e fez a assistência para Higuaín empatar aos 17. O problema celeste ficaria ainda maior, pois aos 38 minutos da primeira etapa, Diego Pérez finalmente foi expulso. Mas como é tradição uruguaia, o time se superou com um jogador a menos, os três jogadores do meio-campo – Arévalo, González e Álvaro Pereira – tiveram um trabalho imenso, mas conseguiram conter os avanços argentinos.

E com dez o Uruguai assustava em contra-ataques, que forçaram Romero a fazer algumas grandes defesas. A Argentina renasceu na partida com a entrada de Pastore, aos 27 do segundo tempo. Além disso, o final do jogo se aproximava e a torcida crescia junto com a albiceleste. Aí o personagem da noite em Santa Fe passou a aparecer. Muslera cresceu e colecionou defesas que levaram o jogo à prorrogação.

O camisa um celeste seguiu sendo destaque nos 30 minutos decisivos e fez defesas inacreditáveis em finalizações de Pastore, Higuaín, Tévez e Messi. Na prorrogação, o Uruguai pouco conseguiu fazer e, com certeza, comemorou quando o árbitro apitou, deixando a decisão para os penais. Não preciso dizer que Muslera defendeu uma cobrança e garantiu a classificação charrúa, com o 5 a 4. Quem perdeu o pênalti? Tévez, o xódo da torcida albiceleste.

Com a eliminação, Batista deve ter seu trabalho ainda mais questionado no comando da Argentina. Já o Uruguai chega forte à semifinal, onde enfrentará com total favoritismo a grande zebra Peru. A vitória de hoje mostrou a força celeste e que será difícil parar o time, que deve chegar à final.