domingo, 10 de fevereiro de 2013

Alô, United

Cristiano Ronaldo vem em estado de graça e reencontrará o clube pelo o qual marcou 118 vezes, o United na quarta-feira pela Liga dos Campeões (Ag. Reuters)


Cercado de problemas, mas ainda dono de plantel qualificado e, com um dos melhores jogadores do mundo no time, o Real Madrid atropelou o Sevilla no Santiago Bernabéu. Os rojiblancos pouco fizeram na capital do país e voltam para a Andaluzia. Para os brasileiros, a boa notícia foi a atuação de Kaká, nada espetacular, mas um jogo bom, algo que deve ser comemorado, principalmente, para um jogador que mal estava atuando na temporada.

Mourinho não inventou, porém, rodou o elenco, pensando no Manchester United, adversário da quarta-feira pelas oitavas da Liga dos Campeões. No 4-2-3-1 merengue, os volantes foram Essien e Modric e, na linha de meias, Ronaldo à esquerda, Kaká no centro e Benzema bem espetado à direita. O centroavante foi Higuaín. Desde o princípio o Sevilla pareceu acuado e viu CR7 tomar o comando das ações do jogo.

O craque luso se movimentou muito durante toda a partida e dificultou o trabalho de seus marcadores. A dupla de volantes combinou muito bem: Essien marcava mais e Modric tinha liberdade para ajudar na criação de jogadas. O que não funcionou foi a escalação de Higuaín e Benzema – deslocado pela esquerda – juntos. Nenhum dos dois centroavantes rendeu bem. O francês até fez gol, mas pouco participou do restante das ações. Por outro lado, o compatriota, que optou por defender a seleção argentina, foi ainda pior e corou sua péssima atuação com uma expulsão no segundo tempo. O goleiro Diego López, contratado para suprir a ausência do Casillas, também atuou muito e dá sinais de que o problema na baliza blanca acabou.

Ronaldo, de fato, se comportou como um dos melhores do mundo. Fez toda a jogada do primeiro gol, marcou um golaço e ainda fez mais dois, completando um triplete. Agora, CR7 tem 24 gols na Liga e fez seu terceiro triplete em 2013. Ferguson já deve estar pensando: “mesmo com tantos problemas, eles golearam na Liga e o craque deles jogou muito, será duro”. As razões para se preocupar existem nos dois lados. Pois o futebol apresentado neste sábado pelos merengues merece atenção, porém, o United também vem mostrando um jogo constante e conta com, talvez, a melhor dupla de ataque do mundo, Van Persie e Rooney.

Quarta-feira não dá para não assistir a disputa entre merengues e red devils. O momento é do United, mas este ambiente pró-ingleses já foi mais favorável, portanto, o confronto, que parecia ser equilibrado na hora do sorteio, deve ser ainda mais duro neste momento, exatamente pelo o que Ronaldo está jogando em 2013 e pela recuperação do futebol madrilheno.

Kaká

Depois da exibição ruim do Brasil na quarta-feira frente à Inglaterra em Wembley, o nome de Kaká voltou a ser especulado por várias pessoas como possível referência de experiência do elenco da seleção. Neste sábado, o camisa oito blanco deu alguma razão aos pedidos. Esta foi apenas a quinta partida que ele atuou como titular em 2012-13, número muito baixo para quem postula vaga no grupo verde e amarelo.

O brasileiro jogou como meia-armador central do 4-2-3-1 do Real Madrid e se comportou bem. Claro, ele foi mais um a se beneficiar do mau jogo executado pelo Sevilla. O camisa oito merengue não marcou, mas foi bem ativo na partida: deu, ao menos, três arremates perigosos. No primeiro gol de Cristiano Ronaldo foi o brasileiro que rolou a bola para ele realizar o drible e marcar o 2 a 0. Além disso, Kaká se dedicou ao jogo e executou bem a função de um meia-atacante no 4-2-3-1: também esteve atento à marcação e combateu os adversários – inclusive, acabou a partida amarelado.

Claro, é pouco, porém, voltar a jogar e realizar uma partida boa junto com o restante do time já é um primeiro passo. A partida contra o Sevilla mostra para José Mourinho que Kaká tem condição de fazer parte da rotação do Real Madrid. E voltar aos planos do técnico luso é o primeiro passo para o camisa oito merengue retornar à seleção brasileira, agora, comandada por Luiz Felipe Scolari.