segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Enfermerdades Futboleras 5

Spurs contra Blues 

 
 Apesar do "fim da amizade", Villas-Boas cumprimentou Mourinho antes e depois da partida (Getty Images)

Além da rivalidade natural entre os dois times de Londres e da proximidade de ambos na tabela, o jogo deste domingo na capital inglesa teve um outro ingrediente especial: André Villas-Boas iniciou a carreira como auxiliar de José Mourinho e, nesta semana, afirmou que não tinha mais amizade com o antigo mestre, o comandante dos blues preferiu não polemizar. 

Em campo, os portugueses armaram os times de forma semelhante, no 4-2-3-1. As grandes novidades ficaram por conta do Chelsea, que tinha Ramires jogando mais à frente, como meia-externo pela direita. Porém, a alternativa, que já funcionou bem em outras ocasiões, desta vez, não deu certo e, no 1°T, o Tottenham mandou na partida. Saiu na frente com Sigurdsson, com assistência de Soldado, e podia ter feito mais, Paulinho, muito bem no jogo, acertou a trave. 

Mourinho mexeu no intervalo, colocando Mata no lugar de Mikel e recuando Ramires para a volância ao lado de Lampard. Com isso, os blues tomaram conta da partida e ameaçaram bastante Lloris. O ótimo goleiro francês só foi vencido por Terry de cabeça, após lançamento de Mata, em cobrança de falta. O espanhol que vem sendo deixado no banco, mostrou valor, participou muito do jogo e, segundo o técnico, será titular no meio de semana pela Liga dos Campeões, contra o Steaua Bucaresti. Portanto, o Chelsea deverá alinhar com a linha de três meias que julgo ideal: Hazard, Mata e Oscar.

Outro espanhol, que está em baixa, Fernando Torres fez bom segundo tempo. Em todo o jogo, se mexeu muito, buscou a bola e, por isso, recebeu 36 passes e acertou 17 das 22 bolas que tentou passar para os companheiros. Faltou chutar mais, pois finalizou apenas uma vez na partida. De qualquer forma, a boa exibição deve coloca-lo à frente de Eto’o e Demba Ba na briga pela titularidade no ataque do Chelsea. 

Roma segue 100%

Garcia e Gervinho comemoram o título da Ligue 1 2010-11, na Roma, retomam a boa parceria (AFP/Philippe Huguen)

Seis jogos e seis vitórias, com 17 gols marcados e apenas um sofrido, esta é a Roma na Serie A 2013-14. Neste final de semana, a equipe capitolina goleou, por 5 a 0, o Bologna, que tem o selecionável italiano, Diamanti. Um dos principais responsáveis pela boa campanha é o técnico Rudi Garcia, que foi contratado para esta temporada. Com ele, a Roma atua de forma semelhante ao Lille campeão da Ligue 1, em 2010-11, também sob o comando do treinador francês.

O esquema é o mesmo 4-3-3, mas que, muitas vezes, se torna um 4-1-4-1, com o avanço de Strootman e Pjanic, deixando De Rossi como único volante. A grande diferença é que, na França, Garcia contava com um centroavante clássico no centro do ataque (Sow), nos giallorossi, é Totti o dono desta função, alternativa que tem funcionado bem. No 5 a 0 deste domingo, “Il Capitano” não marcou, mas cedeu duas assistências.

Quem ganha jogando como Rudi Garcia é Gervinho, recém-contratado junto ao Arsenal, onde foi muito mal. O costa-marfinense conhece o treinador desde os tempos de Le Mans (2007-08), depois, atuou – com muito destaque – sob o comando do francês no Lille e, agora, voltam a estar juntos na Roma. Nos últimos dois jogos, o camisa 27 dos giallorossi marcou três gols e, ao final da partida, o treinador falou: “Gervinho é um jogador que precisava receber confiança”. A julgar pela declaração, o costa-marfinense deverá estar entre os 11 titulares do time que promete brigar pelas primeiras posições nesta Serie A.

El derbi madrileño

Os protagonistas do gol da vitória frente ao Real, Diego Costa e Koke, também são destaques na temporada colchonera (AFP)
 
A Roma não é a única equipe 100% neste início de temporada na Europa. Na Espanha, estão outros dois times que seguem vencendo todos os jogos no começo de La Liga. Um deles é o Barcelona, mas a largada do Atlético de Madrid no Campeonato é o que se destaca mais. Os colchoneros venceram sete partidas na liga e, neste final de semana, conquistaram os três pontos contra o rival Real Madrid, no Santiago Bernabéu. 

O jogo não foi dos melhores do final de semana, porém, o vencedor Atléti não tem nada a ver com isso. Ancelotti e Simeone montaram os times no 4-4-2, mas, a diferença é que os colchoneros já estão acostumados ao estilo do técnico e mudaram poucas peças do elenco. Por outro lado, o Real começou a jogar desta forma neste ano e um personagem central do time, Özil, foi embora e outro, Xabi Alonso, está machucado. Sem eles, o treinador italiano sofre para escalar e ainda conta com a dificuldade de ter a “obrigação” (pelos valores desembolsados nas compras) de colocar Bale e Isco em campo. 

Neste contexto, o Atlético foi melhor no estádio rival, longe de ser um massacre, nem exercer um amplo domínio, mas foi superior. No início, um momento de pressão na saída de bola do Real deu grande chance aos visitantes. Filipe Luís roubou a redonda de Di María, no campo de ataque, e passou para Koke, que fez assistência genial para Diego Costa. O centroavante colchonero não perdoou frente a frente com Diego López e marcou o oitavo dele em La Liga, o que o coloca ao lado de Messi na artilharia do campeonato. 

O Real Madrid após o gol até tentou algumas vezes, assumiu o controle da posse de bola, mas criavam poucas chances claras. As melhores oportunidades vieram em bolas alçadas na área por Di María. No segundo tempo, mais uma vez, as grandes chances foram do Atléti. Uma delas, um lance em que novamente Diego Costa ficou frente a frente com Diego López, mas, desta vez, melhor para o goleiro merengue. Em outro lance, Koke, meia-esquerda no esquema de Simeone e que está muito bem, acertou a trave. Bem no final da partida, o Real quase empatou em ótimo voleio de Morata, defendido com muito reflexo por Courtois. 

A segurança do Atlético na vitória contra o rival mostra que a temporada deve ser interessante e gol de Diego Costa deve aumentar o interesse de Del Bosque de tê-lo na seleção. Enquanto os colchoneros vão bem, o Real já mira o retorno de Xabi Alonso, porém, até lá (não tem data marcada para voltar), os merengues têm obrigação de se acertarem. Minha sugestão é abrir mão do 4-4-2 e voltar ao 4-2-3-1, com Khedira e Modric de volantes; Di María meia-direita, Isco meia-atacante e Bale meia-esquerda, com Ronaldo de centroavante, pois Benzema faz temporada mediana e, nos últimos jogos, vem perdendo gols incríveis.  

Craque inesperado na Bundesliga

 Kruse é o destaque, mas Raffael também largou bem a temporada no Mönchengladbach (Imago)

Nem Ribéry, nem Reus, muito menos Götze ou Schweinsteiger, até aqui, o destaque da Bundesliga é Max Kruse, do Borussia Mönchengladbach. O jogador de 25 anos tem, em sete jogos, quatro gols e cinco assistências. No 4-4-2, armado por Max Eberl, atua como atacante ao lado de Raffael – também bem neste começo de Liga, com três gols e uma assistência. Mas apesar do bom início do camisa dez, os potros não vão tão bem e estão na sétima colocação do campeonato.

A liderança é dividida por Borussia Dortmund e Bayern de Munique, com 19 pontos e, portanto, em sete jogos, seis vitórias e apenas um empate. O que coloca os aurinegros na ponta é o incrível ataque, que já anotou 21 gols. Segundo o site Who Scored, os comandados de Klopp são os que mais chutam na Europa, uma média de 23,3 finalizações por partida. Muitos dos gols e dos arremates tem um grande responsável: Lewandowski, que balançou as redes seis vezes e assistiu os companheiros em quatro oportunidade.

A liderença é do Zenit 

Na Premier League Russa os olhos estavam voltados ao Estádio Petrovsky, em São Petersburgo, onde se enfrentaram os dois líderes da competição, Zenit e Spartak Moscou, que estavam empatados na ponta, com 23 pontos. Além da igualdade na disputa, os dois times tinham a semelhança da utilização do 4-2-3-1, mas os donos da casa executavam melhor o esquema, com bastante movimentação dos meias-atcantes – principalmente, Hulk – e pressão na saída de bola moscovita. 

O grande destaque na partida foi mesmo o brasileiro Hulk, que participou muito bem, se movimentando e buscando sempre ter a bola no pé. O camisa sete do Zenit foi o jogador que mais tentou no 1 a 1 do primeiro tempo, sendo premiado com a assistência para o gol de Kerzhakov. Jurado (4 gols e 1 assistência na Liga), um dos destaques moscovitas na temporada, não foi bem e, no ataque, o artilheiro do time na Premier League Russa, com quatro gols, Movsisvan participava pouco do jogo. 

Depois do intervalo, o protagonista não mudou. Aos 68, Hulk marcou um golaço em chute de direita da entrada da área, após jogada individual. O Spartak logo empatou com o quinto de Movsisvan no campeonato. Porém a vitória ficaria mesmo com os Zenitchiki, pois Danny resolveu aparecer na partida e assistiu Shatov e, depois, recebeu o passe de Hulk e colocou números finais na partida: 4 a 2. Mais uma vez, chama a atenção a inoperância ofensiva de Arshavin pelo Zenit.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

A Inter de Mazzarri

 Gol de Cambiasso abriu o caminho para a virada da Inter, que, com isso, segue na perseguição da Roma na Serie A (Inter.it)

Acostumado a jogar com três zagueiros no Napoli, Walter Mazzari chegou à Inter e encontrou um time que já atuava desta forma, porém, sem o mesmo sucesso na execução do esquema. Com o técnico da Toscana, os nerazzurri vem atuando bem no 3-5-1-1, com Álvarez flutuando atrás do único centroavante. O resultado é um ótimo início de temporada: seis jogos, cinco vitórias, um empate, 19 gols marcados e apenas dois sofridos. Por isso, a Inter já está na quarta da fase da Coppa Italia e é a vice-líder da Serie A. 

A campanha no Campeonato Italiano é especial, pois, a Beneamata é dona do melhor ataque (15 gols), da segunda melhor defesa (2 gols sofridos) e está a apenas dois pontos da líder Roma. O curioso é que a dupla de líderes da Serie A 2013-14 é formada, justamente, por equipes que não se classificaram às competições europeias no ano passado. Para a Inter, é interessante observar que a boa largada acontece mesmo já tendo enfrentado a toda poderosa Juventus (1 a 1, no Giuseppe Meazza). 

 Posicionamento inicial das equipes, com um pequeno erro no número da camisa, ele é oito e não o nove (Clique na imagem para ampliar)

Na tarde desta quinta-feira, os nerazzurri passaram por mais um grande desafio, a Fiorentina, mais um grande jogo dentro de casa. Os viola também vinham de bom início de campeonato, mas com a derrota frente à Inter, já ficaram um pouco para trás. No Giuseppe Meazza, a Inter iniciou o jogo como está acostumada nesta temporada: deixa a bola com o rival, se defende muito bem e é muito forte no contra-ataque. Na fase defensiva do jogo vale destacar a ótima contratação de Campagnaro, o zagueiro direito do time e que parece passar tranquilidade aos companheiros mais jovens, Ranocchia e Juan Jesus, este último mal frente à Fiorentina, mas bem na temporada. Porém, ofensivamente, o time não funcionou tão bem – Guarín, ao contrário do ano passado, vai mal. 

Por isso, no primeiro tempo, a Fiorentina no 4-3-2-1 foi mais perigosa. Chutou mais vezes no gol, exigiu algumas boas defesas do ótimo Handanovic e dominou a posse de bola (41% a 59%). Os contra-ataques dos nerazzurri vieram através dos 17 desarmes (ótimo número), o que fizeram com que muitos ataques interistas fossem iniciados pelos zagueiros – Campagnaro foi muito ativo pela direita, na primeira metade do primeiro tempo. 

O gol não saiu, mas, na volta do intervalo, em pênalti bobo de Juan em Joaquín, Rossi abriu o placar. O ítalo-americano, que, nos últimos anos, sofreu com muitas lesões dá bons sinais de recuperação neste ano. Hoje, Rossi é artilheiro da Serie A 2013-14, ao lado de Cerci, do Torino. A Fiorentina apostou no jogador, quando ele estava em baixa na segunda divisão espanhola com o Villarreal, e vai colhendo resultados em campo. 

 A Inter, com dois atacantes, após sofrer o 1 a 0 (Clique na imagem para ampliar)

Após o gol, a Fiorentina recuou e passou a jogar no 4-1-4-1, Ambrosini era o volante e, durante toda a partida, tentou acompanhar Álvarez. A Inter também mexeu, Taider deu espaço à Kovacic e, Guarín, saiu vaiado para a entrada de Icardi, ficando muito irritado com a torcida. Com isso, os nerazzurri foram para o 3-4-1-2, esquema que acredito que deve ser o ideal para o restante da temporada, portanto, Taider perderia espaço e Milito ganharia vaga no ataque. As mudanças deram resultado para a Inter, que passou a dominar a posse de bola e ficar mais no ataque. A partir daí, foram oito finalizações interistas. A Fiorentina finalizou na mesma quantidade, porém, quatro arremates foram dados, após os 83 minutos de partida, ou seja, quando os nerazzurri já estavam à frente do placar e sofreram o famoso “abafa” na reta final do jogo. 

Os gols da Inter vieram em cruzamentos. O primeiro, após bola da esquerda e muita confusão na área, Cambiasso matou a redonda no peito e fez de voleio. O gol da vitória veio com Jonathan, o lateral, que começou bem a temporada, não vinha bem na partida, porém, apagou a má atuação com a jogada decisiva. A assistência para o 2 a 1 veio com Álvarez – terceira do argentino na Serie A 2013-14 –, em cruzamento da esquerda. 

A defesa nerazzurra, que já foi elogiada neste texto, mostra eficiência através dos números do site WhoScored, pois lidera a Serie A 2013-14, em desarmes por partida, são 27,4 por jogo. Além disso é o quarto time que menos deixa os rivais finalizarem em seu gol, permitindo apenas 11,2 arremates por partida. E é o sétimo time em interceptações, com uma média de 16,8 a cada 90 minutos. 

Baseado no ótimo sistema defensivo, na força ofensiva dos alas e no ótimo começo de temporada de Álvarez, a Inter promete incomodar na Serie A. Porém, se Guarín crescer de produção e, Mazzarri, optar por colocar alguém ao lado de Palacio, para que ele não fique mais sozinho no ataque, os nerazzurri podem melhorar ainda mais.

Jogo rápido sobre a seleção

 Diego Costa largou bem a temporada 2013-14 e foi a principal ausência da convocação de Luiz Felipe Scolari (AP Photo/Paul White)

Mais uma convocação de Luiz Felipe Scolari, a sétima desde o retorno à seleção. Desta vez, a lista será para os amistosos, que o Brasil disputará frente à Coreia do Sul e Zâmbia, na Ásia. São 21 jogadores, dentre eles três goleiros, que atuam no país, e, portanto, perderão rodadas do Brasileirão 2013, já que o campeonato não é paralisado durante as datas Fifa.

Primeiro a lista, depois os comentários:

Goleiros: Jefferson (Botafogo-BRA) – 30 anos, Victor (Atlético Mineiro- BRA) e Diego Cavalieri (Fluminense-BRA) – 30 anos;
Laterais-direitos: Daniel Alves (Barcelona-ESP) – 30 anos e Maicon (Roma-ITA) – 32 anos;
Zagueiros: David Luiz (Chelsea-ING) – 26 anos, Dante (Bayern de Munique-ALE) – 29 anos, Dedé (Cruzeiro-BRA) – 25 anos e Henrique (Palmeiras-BRA) – 26 anos;
Laterais-esquerdos: Marcelo (Real Madrid-ESP) – 25 anos e Maxwell (Paris Saint-Germain-FRA) – 32 anos;
Volantes: Lucas Leiva (Liverpool-ING) – 26 anos, Paulinho (Tottenham-ING) – 25 anos, Luiz Gustavo (Wolfsburg-ALE) – 26 anos e Ramires (Chelsea-ING) – 26 anos;
Meias: Oscar (Chelsea-ING) – 22 anos, Hernanes (Lazio-ITA) – 28 anos, Lucas (Paris Saint-Germain-FRA) – 21 anos e Bernard (Shakhtar-UCR) – 21 anos;
Atacantes: Neymar (Barcelona-ESP) – 21 anos, Alexandre Pato (Corinthians-BRA) – 24 anos, Hulk (Zenit-RUS) – 27 anos e Jô (Atlético Mineiro-BRA) – 26 anos.

Esta é a convocação com a segunda maior média de idade desde a volta de Felipão à seleção, com 26,434 anos, além disso, é a segunda maior média se também englobarmos o período de Mano Menezes à frente da seleção. Lembrando que, durante a Copa do Mundo de 2010, o elenco verde e amarelo de Dunga era o mais velho da disputa, com média de mais de 29 anos. Mas isto parece longe de ocorrer em 2014.

Outro ponto, três dos titulares na Copa das Confederações, Júlio César, Thiago Silva (capitão) e Fred.

Na baliza, Victor e Diego Cavaleiri, ausentes na última convocação, voltam e devem ser os reservas de Jefferson, que vem bem no Botafogo, e é o primeiro substituto de Júlio César na cabeça de Luiz Felipe Scolari. Neste caso, apoio a decisão do técnico verde e amarelo.

Na defesa, sem o capitão, o comandante segue insistindo com o homem de sua confiança, Herinque, zagueiro que disputa apenas a Série B. Além dele, Dedé volta a ganhar oportunidades com a camisa verde e amarela. Mas, hoje, gostaria que outros dois jogadores para a função. Gil, do Corinthians, que é um dos melhores zagueiros da Série A hoje, e, Miranda, do Atlético de Madrid, que segue sendo um dos destaques do bom início de temporada dos colchoneros na Europa.

Sem Fred, Jô, que parece crescer sempre com a camisa da seleção, segue com moral. O outro nove do elenco é Alexandre Pato, que voltou a ser reserva no Corinthians, portanto, não seria a melhor opção. Principalmente, tendo em vista que, ao contrário de anos anteriores, temos um centroavante brasileiro com ótimo início de temporada na Europa. Diego Costa briga diretamente com Cristiano Ronaldo (6g) e Messi (7g) pela artilharia de La Liga, onde o jogador colchonero tem sete gols (em 17 chutes tentados) e uma assistência, em seis jogos disputados.

O desempenho chama a atenção da badalada seleção espanhola, que parece disposta a tentar naturaliza-lo para tê-lo no elenco da próxima Copa. Mesmo já tendo jogado amistosos com o Brasil, Diego poderia vestir a roja, pois a Fifa parece ter mudado o entendimento e só pretende impedir que um jogador defenda mais de um país, caso isto ocorra em competições. Portanto, o centroavante do Atlético está liberado para jogar na Espanha. Sem dúvida merecia mais uma chance com a camisa verde e amarela e, mais uma vez, o Brasil poderá perder uma alternativa interessante para o ataque, tendo em vista as poucas opções que existem na função atualmente.

Coutinho (ma, Liverpool) e Willian (ma, Chelsea), que poderiam ser convocados desta vez, mereceram ficar de fora. O jogador dos reds está machucado e o ex-corintiano ainda não se acertou no novo clube.

A boa novidade da lista é a volta de Lucas Leiva, que era titular de Mano Menezes, e, hoje, faz parte dos 11 iniciais do Liverpool. O ex-gremista faz dupla de volantes com Gerrard no 4-4-2, armado por Brendan Rodgers. Sigo querendo ver Fernandinho convocado, o volante vem se acertando ao lado de Yaya Toure no Manchester City e, para liberar o marfinense, o brasileiro faz um trabalho ainda mais defensivo do que está habituado, porém tem cumprido bem o papel. Mereceria uma convocação na próxima vez.

O último ponto é que fica claro que, com a ausência de um armador reserva para Oscar, Felipão pretende utilizar mais a mudança tática que impôs nos últimos amistosos. O 4-3-3, com três volantes que marcam e saem para o jogo, pelo visto, agradou o comandante brasileiro.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Diga a todos que ele fica

 De contrato renovado e com salário ainda maior, Cristiano Ronaldo seguirá no Real Madrid até 2018 (RealMadrid.com)

Durante o mercado de verão na Europa, ao se pensar em Real Madrid, só se falava da eventual contratação de Gareth Bale junto ao Tottenham. Ao final, o galês foi contratado por 100 M €. Mas, com o fim da janela de transferências, os merengues voltaram a chamar a atenção, ao confirmarem a renovação de contrato do craque Cristiano Ronaldo, que seguirá no clube até 2018, recebendo 17 M € por ano – maior salário do futebol mundial.

O camisa sete tinha contrato até 2015 e não havia porque o Real Madrid não renovar. Porém, as negociações se arrastaram por muito tempo, pois o agente de Cristiano Ronaldo, Jorge Mendes não aceitava acertar a renovação se o “Gajo” não se tornasse o jogador mais bem pago do mundo. Além disso, o pouco envolvimento do presidente Florentino Pérez decepcionou um pouco a dupla de portugueses.

Sem o envolvimento direto do presidente blanco, o responsável por negociar diretamente com Jorge Mendes foi o diretor corporativo do Madrid, José Ángel Sanchez, o mesmo que, em 2009, participou, diretamente, na contratação de Cristiano Ronaldo junto ao Manchester United. A ex-equipe do camisa sete era uma das candidatas a ter o craque a partir de 2015. Os red devils teriam oferecido 17 M € de salário mais 50 M € pela assinatura do contrato. Outro concorrente teria oferecido ainda mais, o PSG, que pagaria 20 M € anuais e outros 80 M € pela contratação.

Porém, o dinheiro não foi tudo para Cristiano e ele acabou optando por seguir no Real, porque aprendeu a amar o clube. No evento de assinatura, o camisa sete declarou: “hoje é um dia muito feliz, espero acabar minha carreira no Real Madrid” – terá 33 anos, em 2018. O português também destacou que o ambiente no clube é ótimo e que, entre os merengues, se sente em casa. Portanto, não havia motivo para não permanecer na capital espanhola.

Recorde à vista

Vai demorar um pouco, mas uma substituição no posto de maior artilheiro da história do Real Madrid se anuncia: sairá Raúl e entrará Cristiano Ronaldo (EPA)

No início do ano, o blog apontava que o camisa sete estava jogando cada vez melhor e isto vem se confirmando. Na largada desta temporada também não é diferente, com novos companheiros e um novo comandante, Carlo Ancelotti, Ronaldo segue o mesmo e é o destaque dos blancos.

Com o técnico italiano, o quase imutável 4-2-3-1 de José Mourinho deixou de ser o esquema prioritário da equipe. Atualmente, Ronaldo é mais segundo atacante do que ponta-esquerda, pois, sem a bola, não tem tanta responsabilidade para marcar. O Real Madrid se posiciona muitas vezes no 4-4-2 e o português fica como atacante ao lado de Benzema. A alternância tática não acontece apenas na fase defensiva do jogo e, muitas vezes, é o posicionamento inicial da equipe.

Jogando ainda mais à frente, Ronaldo se concretiza como goleador, característica mais marcante de sua trajetória na Espanha. Após a renovação, o craque da camisa sete alcançou um recorde. Ao marcar cinco gols na última semana, o Gajo chegou a 210 (em 2013-14, 9g/7j) e se tornou o quinto maior artilheiro da história do clube, deixando para trás o histórico mexicano Hugo Sánchez.

Agora, falta balançar as redes 113 vezes para igualar Raúl na primeira posição deste ranking. Porém, chama a atenção a média de 1,02 gols/jogo (Raúl tem média bem inferior, 0,44 gols/jogo), resultado dos 210 gols, anotados em 206 partidas, disputadas em quatro temporadas e mais o início de 2013-14. O novo vínculo seguirá até 2018, por isso, além de todo o restante desta temporada, Ronaldo jogará mais quatro anos. Portanto, observando a média de gols do craque, é eminente a quebra do recorde do ex-camisa sete. A marca será quebrada pelo atual dono deste número no elenco madridista e, provavelmente, o novo recordista deverá assumir o posto em, no máximo, três temporadas.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Enfermedades Futboleras 4

Intensidade

 Agüero foi mais um dos destaques dos citzens na goleada sobre o Manchester United (Getty Images)

Há uma evidente mudança de postura do Manchester City, com a chegada de Manuel Pellegrini, o time mais defensivo de Roberto Mancini ficou para trás. O chileno transformou os citzens, que, agora, jogam mais no ataque e não seguram tanto a bola, pois, ao controlarem a posse dela, logo visam as finalizações. O retrato desta intensidade foi visto no dérbi de Manchester, no Etihad Stadium, que terminou com vitória dos donos da casa, por 4 a 1.

Logo após o primeiro gol dos Sky Blues, aos 17 minutos, os números refletiam o que era o jogo. Posse de bola, City 68% x 32% United, e, as finalizações, 8 a 0 para o City, sendo cinco chutes bloqueados, um no gol e dois para fora. Era um massacre, que só aumentou. Com cinco minutos da segunda etapa, os comandados de Pellegrini já tinham alcançado o 4 a 0. Era difícil apontar alguém jogando mal com a camisa sky blue, Yaya Toure e Fernandinho combinavam bem na volância, Negredo participava muito como centroavante, e, os três meias, Jesús Navas, Agüero (muitas vezes virava atacante) e Nasri também faziam ótima jornada. 

A vitória tranquila até ali, fez com que o City, naturalmente, diminuísse o ritmo alucinante imposto nos primeiros 50 minutos de partida. Por isso, o United entrou no jogo, melhorou, mas, em momento algum, ameaçou, de fato, a vitória tranquila dos donos da casa. Os red devils se aproximaram no número de finalizações e acabaram, com a desvantagem de 18 a 14, mas longe do intenso início sky blue. O esforço dos visitantes foi recompensado, com o golaço de falta de Rooney – o melhor do United – quase no final do jogo. 

David Moyes tenta repetir a receita vencedora de Ferguson, mexendo pouco no sistema de jogo e, quando o altera, muda dentro daquilo que o antecessor fazia: do 4-4-1-1 para o 4-2-3-1 e vice-versa. Neste domingo, ficou clara a dependência que o United tem na dupla Rooney e Van Persie, tanto para criar quanto para finalizar – problema que já existia com Fergie. Hoje, com a ausência do holandês, os red devils só tiveram o "Shrek", pois os wingers do time seguem sem serem constantes e a dupla de meias centrais também não funciona bem. Agora, o City é o terceiro, dois pontos atrás dos norte-londrinos, Arsenal e Tottenham. Enquanto o time de Moyes, fica em sétimo a cinco pontos dos dois líderes.

Arrasadora

 Milito comemora gol, em seu retorno aos gramados, na vitória, por 7 a 0, frente ao Sassuolo - (Inter.it)

A Inter vem se concretizando entre os primeiros colocados da Serie A 2013-14. Quem acompanha o blog já vem lendo sobre o desempenho dos nerazzurri sob o comando de Walter Mazzarri. Jogando sempre no 3-5-2, com o técnico e com a adição de Campagnaro à zaga, o time ganhou consistência defensiva (em quatro jogos, um gol sofrido), o que também possibilita liberdade à Jonathan e Nagatomo, que sem tanta responsabilidade para marcar, conseguem render muito bem ofensivamente.

Se a defesa vai bem, o ataque não fica devendo e foi o setor ofensivo que se destacou neste final de semana, frente ao Sassuolo. A Inter atropelou o clube recém-promovido da Serie B fora de casa, por incríveis 0 a 7. O bom rendimento do ataque teve como destaque Ricky Álvarez, jogador que evoluiu muito com Mazzarri, e a boa presença ofensiva dos laterais. A movimentação de Palacio no ataque também chamou a atenção. A volta de Milito ao time, após sete meses parado, animou, pois, em 35 minutos em campo, o argentino marcou duas vezes. Quem não repete as melhores atuações na Beneamata é Guarín.

O feito da Inter é muito impressionante, principalmente, quando confrontamos a vitória com os números apresentados por Alexis Martín-Tamayo, no Twitter, Mister Chip. A Inter não marcava sete gols ou mais desde 14/04/96, no 8 a 2, frente ao Padova. E uma vitória por sete gols de diferença não vinha desde 13/03/66, no 7 a 0, contra o Brescia.

O óbvio

O novo centroavante da Juventus, Llorente é um grande cabeceador, e o armador central do Arsenal, Özil cria chances de gols como poucos no futebol mundial.  O alemão chegou nesta temporada e foi titular em todas as partidas desde que chegou. Com isso, o camisa 11 gunner tem três assistências, em três jogos – duas delas, neste domingo, frente ao Stoke.

Por outro lado, o centroavante basco ainda não havia tido chances de jogar desde o início pelos bianconeri, porém, neste domingo, foi titular frente ao Hellas Verona. Jogou 69 minutos, finalizou quatros vezes (as quatro na baliza adversária), e marcou o gol da vitória, por 2 a 1, dos atuais bicampeões. O gol veio, de cabeça, após cruzamento de Vidal (sempre ele!).

Massacrado

Vermeer aparece na foto fazendo uma defesa, porém, a atuação, no início desta temporada, é bastante discutível (Voetbal International) 

Haviam dois objetivos claros no início da temporada para o Ajax: conseguir, ao menos, passar da primeira fase na Liga dos Campeões, e alcançar o tetracampeonato, que, a última vez que veio na Holanda, foi do grande rival PSV (2004-05, 2005-06, 2006-07 e 2007-08). Os atuais tricampeões dominaram a Eredivisie recentemente com, praticamente, o mesmo elenco, com perdas e reposições pontuais. 

Porém, neste ano, o ritmo mudou e os Godenzonen perderam dois dos principais jogadores do elenco. O maestro do meio-campo, Eriksen, e o zagueiro capitão, Alderweireld deixaram Amsterdan, mas a reposição não foi do mesmo nível. O resultado é um time sem muita experiência e menos qualidade. Por isso, o Ajax é, hoje, o sétimo – próximo aos líderes, é verdade – na Eredivisie e tem três vitórias, dois empates e duas derrotas. Sem vencer fora de casa, neste domingo, o Ajax visitou o grande rival, PSV. O resultado foi decepcionante, apesar do bom primeiro tempo, os visitantes sucumbiram na segunda etapa e acabaram massacrados, por 4 a 0, com gols marcado em 15 minutos. 

O que acentua o ponto negativo da derrota é que os vermelhos e brancos, mesmo em ano de centenário, também não têm um grande time, portanto, a derrota é muito dura – ver o rival em primeiro na tabela e já com quatro pontos de vantagem também machuca.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Enfermedades Futboleras 3



O primeiro gol de Lucas

 Ameaçado na seleção brasileira, Lucas conseguiu uma boa atuação no 2 a 0 do PSG, porém isso só foi possível, quando ele teve espaço para jogar (Jean Pierre Muller/AFP)

O PSG encarou o Bordeaux fora de casa e conseguiu uma vitória por 2 a 0, mesmo fazendo um primeiro tempo bem ruim. O problema foi o mesmo de sempre: falta de criação. Blanc armou o time no 4-3-3, com três volantes no meio, mas além de marcadores, Thiago Motta, Matuidi e Verratti passam bem a bola e têm boas condições de chegar ao ataque, que era composto por Lucas na direita, Ibrahimovic no centro e o jovem (18 anos) Ongenda na ponta-esquerda.

A alternativa que deu certo foi Ibrahimovic assumir a responsabilidade de criar, muitas vezes, recuando para abrir espaços para a penetração dos volantes. O sueco tem esta característica, pois é muito técnico e tem um bom passe. O dez parisiense recuou e, da entrada da área, descobriu a penetração de Matuidi pelo lado esquerdo da área. O volante aproveitou a chance e marcou.

Com o resultado negativo em casa, os girondinos deixaram o time exposto e pareciam convidar o visitante para um contra-ataque, a especialidade de Lucas. Foi, em um lance assim, que o brasileiro recebeu ótima enfiada de Verratti, nas costas da defesa do Bordeaux, e marcou pela primeira vez pelo PSG – um gol e quatro assistências, em 21 partidas. O camisa 29 fez ótimo segundo tempo, aproveitando o espaço cedido pelo rival, mas ainda falta aparecer em jogos onde tiver uma marcação mais apertada. Lucas ainda conseguiu colocar Ibrahimovic – duas vezes – e Rabiot na frente do goleiro adversário, porém ambos não converteram os gols. 


No ritmo do Mágico de Oz

 Özil já mostra que se encaixa muito bem no jogo do Arsenal, 90% de passes completos na partida (FourFourTwo Stats Zone)

No 4-2-3-1 de Arsene Wenger, Özil jogou livre. Prioritariamente, pelo centro, o alemão fez ótima exibição, ao encarrar, um Sunderland sujeito ao domínio do clube de Londres. Na maior parte do tempo, os gunners controlaram a posse, terminando com 69,4% do domínio dela. Além disso, os londrinos conseguiram jogar com a velocidade prometida, mesmo com Walcott em um dia ruim.   

A maior contratação da história dos gunners além de jogar pelo centro, também caiu pela esquerda, abrindo espaço para as chegadas pelo meio de Ramsey e Wilshere, titular pela ponta-esquerda. Mas foi Özil, que chamou a atenção, acostumado a criar chances de gols, o alemão proporcionou, nas últimas cinco temporadas, 382 oportunidades aos companheiros (maior número entre as cinco grandes ligas) e repetiu o desempenho na estreia pelo Arsenal. Foram quatro chances claras – duas para Giroud e duas para Walcott – surgidas através de seus pés e, um destes passes para o centroavante francês, resultou em gol.

O segundo gol veio em jogada de Jenkinson pela direita e belo arremate, de primeira, de Ramsey. Golaço, curiosamente com participação de dois dos cincos jovens, que tiveram os contratos renovados pelo Arsenal no final de 2012 – os outros, Wilshere, Oxlade-Chamberlain e Gibbs. O galês (seis partidas, cinco gols e uma assistência) ainda fez o terceiro (1 a 3, na partida), em jogada tramada por Özil e Giroud, que largou muito bem a temporada, quatro gols, em quatro partidas da Premier League.



Equilíbrio no Derby d’Italia

Pogba e Vida comemoram o empate frente à Inter: na Serie A, bianconeri e nerazzurri vêm empatados atrás de Napoli e Roma, com sete pontos (Ag. Reuters)

O Giuseppe Meazza recebeu o grande jogo da rodada no futebol mundial: o jogo entre Inter e Juventus. Mazzarri e Conte apostaram no mesmo sistema tático, o 3-5-2. Com isso, a partida foi muito estudada e os dois lados não tiveram tantas chances de gol. O resultado disso tudo o empate em 1 a 1. Primeiro os nerazzurri marcaram com Icardi, mas, dois minutos depois, Vidal empatou.

Deve se destacar que, com a chegada de Mazzarri, alguns jogadores que ainda não haviam se dado bem na Inter, conseguir elevar o nível de jogo. São os casos de Juan, Nagatomo, Jonathan e Álvarez (autor da roubada de bola e da assisência no gol nerazzurro), que largaram muito bem na temporada e foram bem no dérbi também. Do outro lado, chama a atenção como Vidal vem evoluindo, o ótimo jogador chileno parece um patamar acima do que já esteve na carreira e, hoje, está à frente de Pirlo na briga pelo protagonismo bianconero e, sem dúvida, é um dos 15 melhores jogadores do mundo. Na ausência de Marchisio (lesionado), Pogba vem compondo muito bem o meio-campo da Vecchia Signora.



O encaixe perfeito de Eto’o

 Eto'o estreou bem, mas com derrota (Getty Images)

Apesar da derrota, por 1 a 0, frente ao Everton, no Goodison Park mostrou que Eto’o é o centroavante ideal para o 4-2-3-1 dos blues. O camaronês interagiu muito bem com os três meias-atacantes, que se mexem muito, e encontraram no camisa 29, um jogador que também tem como característica esta mobilidade. Integração perfeita. A participação de Eto’o no jogo mostra como, em sua primeira partida, ele já se sentiu à vontade com a camisa azul do Chelsea: seis finalizações, três delas no gol; recebeu 30 passes, em vários setores do campo; e roubou duas bolas.

A derrota foi consequência das chances perdidas pelo Chelsea, que viu o Everton ser, praticamente, letal nas poucas oportunidades que construiu na partida. E olho em Ross Barkley, de apenas 19 anos, que foi o meia-atacante pelo centro no 4-2-3-1 de Roberto Martínez, e participou bastante da partida, criando boas oportunidades para o ataque dos toffees. A combinação de técnica e força física do jovem é bem interessante, vale prestar a atenção.