segunda-feira, 27 de maio de 2013

"Olê, olê, olê, olá, vai pra cima deles, Neymar"

 Quem se curva somos nós, Neymar, obrigado e que, daqui para frente, só melhore (Terra.com.br)

Este nome foi o mais falado no Brasil e na América do Sul nos últimos anos. Não foi por acaso que isto ocorreu, o talento dentro e fora de campo, a simpatia, os dribles, os passes, os gols, os prêmios e os títulos foram os responsáveis por tudo isso. Neymar é um craque para o nível sul-americano, mas, há tempos, já era questionado pelo desempenho em jogos com a seleção (mesmo com números espetaculares) e criticado por enfrentar adversários mais fracos do que os que possivelmente encontraria – e agora encontrará – no velho continente – argumento verdadeiro.

Nesses últimos tempos acompanhei muito Neymar e virei fã do jogador e da pessoa, que evoluiu muito. No início, queria ver àquele “filé de borboleta”, que era mais novo que eu, e era muito falado desde cedo. Depois, não podia perder as exibições da dupla Ganso e Neymar, que encantou o Brasil por algum tempo e era dada como certa por todos – inclusive, por mim – como principal esperança da nova geração do futebol verde e amarelo. Por fim, tinha o objetivo de assistir aos lances que, cada vez mais, eram geniais, ou seja, estava vendo a evolução de um craque em potencial.

Não tenho certeza, mas uma forte impressão de que Neymar foi o principal responsável por eu voltar a me interessar pelos jogos da seleção brasileira, mesmo que muitas vezes as partidas não tenham sido tão interessantes na prática. Com certeza, a saída de Dunga, que me incomodava muito com algumas de suas convicções, e a oportunidade de ver o surgimento de uma nova geração do futebol da seleção canarinho, que vem sendo construída desde o final da Copa de 2010, ao redor de Neymar também foram importantes para voltar a ter este interesse. Portanto, o camisa 11 não deixa de ser muito responsável por eu voltar a acompanhar de perto o futebol da equipe nacional.

A relação que tenho com Neymar, mesmo que de longe e sem ele nem saber quem sou eu, é forte. O atacante me fez deixar de ver os jogos do meu time inúmeras vezes para vê-lo em campo pelo Santos. Na campanha do título da Libertadores em 2011 fui “torcedor” alvinegro, afinal, Ganso e, principalmente, Neymar mereciam este título. Em um futebol brasileiro desatualizado, com estádios vazios e futebol fraco, Ney era objeto de desejo da audiência, porque, com ele, a esperança de ver algo marcante não se apagava, mesmo neste contexto.

O que o cercava no Brasil era, claramente, ruim e isso o atrapalhava a evoluir. Mas não foi apenas isso que o fez sair. Na entrevista após a última partida que fez com a camisa do Santos, o 0 a 0 frente ao Flamengo em Brasília, ele chorou durante a execução do hino e, quando a bola parou de rolar, afirmou: “a torcida do Santos é a única que sempre torceu por mim”. Nesta sentença fica claro que a perseguição das torcidas adversárias e as vaias que recebeu no Brasil em jogos pela seleção brasileira também colaboraram para a escolha pela saída.

Mas porque ir ao futebol europeu poderá fazer tanta diferença para Neymar? Fosse para qualquer uma das equipes que tiveram interesse nele, o camisa 11 da seleção brasileira teria possibilidade de enfrentar adversários mais qualificados e com esquemas táticos mais bem estruturados. O futebol no velho continente tem como tendência a redução de espaços e a participação de todo o time no sistema de marcação. Esses dois pontos devem ser muito aprimorados por Neymar no Barcelona, pois sempre que enfrentou times que reduzem o campo teve dificuldade para desempenhar bem e, no quesito marcação, apresenta clara necessidade de evolução.

O Barcelona parece ser a casa ideal para isso, principalmente porque nesta fase, os blaugranas gritavam por alguma mudança e a ponta-esquerda – posição habitual de Neymar – se apresenta vaga, pois David Villa não vive o melhor momento e deve deixar o clube nesta janela. Ou seja, no 4-3-3 barcelonista, o setor ofensivo deve ter Xavi e Iniesta como armadores no meio e Pedro à direita, Messi no centro e Neymar à esquerda. Contexto ideal para Ney brilhar e evoluir, como era necessário. Sobre a questão tática, o blogueiro do Espn.com.br, André Rocha desenvolveu um pouco mais, neste link.

Ou seja, tem tudo para dar certo para ele, para o Barcelona e para a seleção brasileira. Portanto, agora, na Europa e na Seleção, desejo o mesmo que a torcida que esteve sempre ao lado dele desejou: “olê, olê, olê, olá, vai pra cima deles, Neymar”.

terça-feira, 14 de maio de 2013

O Brasil pode dar certo


Felipão durante o anúncio da convocação da seleção brasileira para a Copa do Confederações 2013 (André Durão - Globoesporte.com)

O técnico Luiz Felipe Scolari convocou hoje a seleção brasileira para os amistosos frente Inglaterra e França e para a Copa das Confederações. A lista de 23 nomes não teve grandes surpresas, mas recebeu críticas principalmente pela ausência de Ronaldinho, o craque do melhor time da América do Sul atualmente. Confira os convocados abaixo e depois a análise dos nomes:

Goleiros: Júlio César (Queens Park Rangers-ING) – 33 anos, Jefferson (Botafogo-BRA) – 30 anos e Diego Cavalieri (Fluminense-BRA) – 30 anos;

Laterais-direitos: Daniel Alves (Barcelona-ESP) – 30 anos e Jean (Fluminense-BRA) – 26 anos;

Zagueiros: Thiago Silva (Paris Saint-Germain-FRA) – 28 anos, David Luiz (Chelsea-ING) – 26 anos, Dante (Bayern de Munique-ALE) – 29 anos e Réver (Atlético Mineiro-BRA) – 28 anos;

Laterais-esquerdos: Marcelo (Real Madrid-ESP) – 25 anos e Filipe Luís (Atlético de Madrid-ESP) – 27 anos

Volantes: Fernando (Grêmio-BRA) – 21 anos, Paulinho (Corinthians-BRA) – 24 anos, Luiz Gustavo (Bayern de Munique-ALE) – 25 anos, Hernanes (Lazio-ITA) – 27 anos;

Meias: Oscar (Chelsea-ING) – 21 anos, Jádson (São Paulo-BRA) – 29 anos, Lucas (Paris Saint-Germain-FRA) – 20 anos e Bernard (Atlético Mineiro-BRA) – 20 anos;

Atacantes: Neymar (Santos-BRA) – 21 anos, Hulk (Zenit-RUS) – 26 anos, Fred (Fluminense-BRA) – 29 anos e Leandro Damião (Internacional-BRA) – 23 anos.

Média de idade: 26 anos

Felipão deixou claro nos amistosos de que seu esquema preferido é o 4-2-3-1, porém o 4-4-1-1 também foi utilizado em algumas partidas. Dentro disso, o técnico campeão do mundo em 2002 não abriu mão de ter um volante clássico (aquele mais marcador) e um centroavante. A ideia, que não é exatamente alinhada com o que se faz em todo o mundo, mostra um pouco do fato do Brasil estar atrasado em termos de trabalho.

Com a definição dos 23 convocados, surgiram várias especulações sobre os eventuais 11 titulares e este seria o esboço que mais acredito que possa mesmo ser o time titular brasileiro para jogo contra a Inglaterra: Júlio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz, Marcelo; Fernando, Paulinho; Hulk, Oscar, Neymar; Fred. Não acho um absurdo este provável time titular e também acho a convocação regular, mas com algumas ressalvas.

A ausência que causou mais comentários foi a de Ronaldinho. O camisa dez vem jogando muito no Atlético Mineiro e é o grande maestro do principal time da América do Sul atualmente. O R10 do Galo faria, sem dúvida nenhuma, parte da lista de 23 e deveria ser titular. Porém, o Ronaldinho da seleção brasileira dos últimos tempos, não vai bem e é um rascunho deste jogador que encanta o mundo jogando com a dez alvinegra. Por isso, entendo a não convocação do camisa dez, porém, arriscaria convocá-lo, pois creio que tê-lo no grupo neste período seria importante. Este será o maior tempo que os jogadores estarão juntos e poderão treinar para aprimorar o entendimento do estilo de jogo que Felipão tem o desejo de impor à seleção brasileira. Portanto, como Ronaldinho não tem ido bem com a camisa verde e amarela, o período de treinos poderia servir para encaixá-lo melhor no time brasileiro.

Além disso, a presença de Ronaldinho serviria como referência técnica e de experiência no setor ofensivo da seleção brasileira, que hoje conta com jogadores mais jovens que em outros tempos. Como apontado na lista, os jogadores mais experientes se concentram na defesa e, mesmo assim, apenas Júlio César tem experiência em Copa do Mundo como titular. Nem um outro dos 22 convocados foi à um Mundial como integrante dos 11 iniciais. A média de idade de 26 anos esta longe de ser a menor do pós-Copa de 2010, mas os jogadores experientes estão concentrados no setor defensivo. Do meio campo para a frente, o Brasil tem apenas Jádson, Hulk e Fred com mais de 25 anos. Ou seja, esta responsabilidade no setor ofensivo será do centroavante do Fluminense, que cumpre bem este papel no clube.

Outra falta muito sentida foi a do volante Ramires, que tem características bem interessantes para o 4-2-3-1, pois joga com meio-campista defensivo e também pode atuar como meia-externo pela direita. Nas duas funções, o jogador dos blues já mostrou valor jogando pelo Chelsea. Por outro lado, a saída de Ramires do plantel teoricamente abriu espaço para Hernanes, que deverá ser o reserva de Paulinho. O camisa oito laziale está bem há muito tempo na Itália, mas nunca teve a oportunidade de se firmar como parte do grupo da seleção. Em entrevista à Espn Brasil após a convocação, “Il Profeta” afirmou: “eu sempre quis muito representar o Brasil, mas sempre dava algo errado”. Esta parece ser a hora de Hernanes.

A lateral-direita é o ponto que mais tenho desconfianças. Não sou fã do futebol de Daniel Alves, que vive altos e baixos nesta temporada no Barcelona e, na seleção, não consegue ir bem há muito tempo. E o seu reserva é Jean, que, pelo Fluminense, foi um dos melhores volantes do último Brasileirão e, com a camisa verde e amarela, atuará na lateral, função que não é a de origem dele. Sou totalmente contra convocar jogador improvisado, ainda mais que, neste ano, tivemos laterais-direitos brasileiros em boa fase. O primeiro nome que convocaria seria Rafael, titular no Manchester United campeão inglês, e, para a reserva, apostaria em Danilo, titular no provável campeão português, Porto. Esta posição não merece improvisação e nem uma aposta em jogador que não tem ido bem. Como o setor defensivo é composto por jogadores com mais experiência, acho que valeria apostar na renovação na lateral-direita, que pede por isso.

A última contestação seria o atacante para a reserva de Fred. O convocado Leandro Damião forma a dupla ofensiva do campeão gaúcho, Internacional com o uruguaio Forlán, porém não me encanta completamente. A minha escolha seria outra, Diego Costa. O parceiro de Falcao García nos rojiblancos está muito bem na Liga Espanhola e, quando o colombiano não aparece, é o brasileiro que está lá para resolver. Além disso, o camisa 22 do Atlético de Madrid tem características que agradam o treinador da seleção: é alto, forte, consegue brigar bem com os zagueiros e também tem qualidade para criar jogadas para os companheiros definirem o jogo.

O grande ponto é que esta convocação da seleção brasileira deve ser base para a lista da Copa do Mundo de 2014 e a esta estrutura não é ruim, com alguns outros nomes, o grupo poderá dar certo. Muito deste sucesso passa por este plantel ter tempo para trabalhar e os poucos dias que estarão reunidos para a Copa das Confederações poderão fazer a diferença.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Mudar é preciso, Real e Barcelona?


No dia 25 de maio será realizada a final da Liga dos Campeões entre Bayern de Munique e Borussia Dortmund. Os clubes alemães eliminaram os gigantes espanhóis, Barcelona e Real Madrid. Com as desclassificações na semifinal, os jornais da Espanha começaram a especular sobre o futuro dos protagonistas de "El Clásico". O mais curioso é que mesmo o Marca, da capital, falou muito sobre os próximos passos do Barcelona e não foi diferente com os catalães de Mundo Deportivo e Sport, que abordaram o que poderá ocorrer com o Real Madrid.

Real Madrid

O abraço de Modric e Bale tende a voltar a acontecer em breve no Santiago Bernabéu. (Getty Images)

O Marca é taxativo quanto ao futuro do Real: são dez intocáveis, cinco transferíveis e Bale é o principal alvo. As informações vão de encontro à tradição dos merengues que é de grandes mudanças após insucessos. O comando também pode ser alterado, tendo em vista a falta de integração de Mourinho com o elenco blanco. Em entrevista, o "Special One" afirmou: "eu ainda não decidi se vou ou se fico", mas, na Inglaterra, se fala que o retorno do português ao Chelsea já está sacramentado. 

Além dos problemas com jogadores, outro indício da troca no banco de reservas é que dos cinco transferíveis, três deles também são agenciados por Jorge Mendes, o empresário de Mourinho. São eles: Coentrão, Pepe e Di María. Kaká e Higuaín também são considerados negociáveis, segundo as informações do jornal Marca. Dos cinco, a grande perda seria Di María, mas, em compensação, a eventual transferência do argentino renderia uma boa quantia para os cofres merengues, tendo em vista o potencial financeiro dos interessados no futebol de "El Fideo", os rivais de Manchester e o PSG. Uma venda do camisa 22 fica mais óbvia se observarmos que Bale, o principal alvo merengue no mercado, faz função semelhante a do argentino e também atua como meia-atacante pelos lados. 

As outras quatro eventuais saídas não fariam tanta falta ao Real. Pepe vem caindo de produção, tem um salário alto e atualmente é reserva. Coentrão é outro jogador que não alinha entre os onze iniciais. Neste ano, o português teve mais espaço por conta das lesões de Marcelo, porém, o brasileiro é a escolha número um para a posição. Kaká nunca emplacou com a camisa branca, mas pode ficar, se Mourinho realmente deixar o cargo de técnico e, principalmente, se o novo treinador for mesmo Carlo Ancelotti, com quem o brasileiro viveu seus melhores anos no Milan. Higuaín alterna a titularidade com Benzema, porém o francês tem mais recursos técnicos que "El Pipita". A eventual saída do centroavante argentino enfraqueceria o elenco merengue, porém parece claro que o Real irá atrás de outro grande camisa nove para revezar com o ex-jogador do Lyon. Os merengues ainda devem liberar jogadores pouco utilizados, como Adán e Ricardo Carvalho. Essien terá o empréstimo finalizado e também não deverá ficar.

Por outro lado, o Marca afirma que dez jogadores não sairão de forma alguma do Real. O titular da seleção espanhola, Casillas e o camisa um de Mourinho nos blancos, Diego López serão os goleiros. A dupla de zaga titular, Varane e Sergio Ramos também permanecerá. Os volantes Xabi Alonso e Khedira são mais dois que seguirão no Santiago Bernabéu. Modric foi contratado para a temporada 2012-13 e ainda não rendeu o máximo, porém, segue como aposta do Real para o próximo ano. Özil joga cada vez melhor e é mais um a fazer parte da lista que o jornal de Madri chama de "dez intocáveis". Mesmo com os problemas de renovação, Cristiano Ronaldo seguirá no clube e Benzema parece ter sido o centroavante escolhido da diretoria para continuar fazendo parte do elenco. 

Com esta estrutura formada pelos "dez intocáveis" e mais alguns jogadores que devem ficar, como Marcelo, Callejón e Morata, muitas contratações deverão ser realizadas. A base seria bastante semelhante a que hoje é utilizada por José Mourinho, mas esta estrutura deverá mesmo ser trabalhada por outro comandante. O preferido de Kaká parece ser o nome mais desejado pela cúpula merengue. Inclusive, na última semana, Ancelotti deu a seguinte declaração: "é difícil falar não para o Real Madrid", mas depois afirmou que ainda não foi procurado pela diretoria dos blancos.

Entre os prováveis reforços, Bale parece ser a grande obsessão madrilenha para 2013-14, mas só a chegada do galês não reconstruirá o elenco, que, pelo o que é sinalizado na Espanha, deverá sofrer muitas baixas. Por isso, vários nomes começam a ser vinculados ao Real para o próximo ano. Dois jovens meias-centrais, Verratti (contratação indicada por Ancelotti ao PSG) e Gündogan, do algoz Dortmund, seriam alvos. O volante italiano do clube da capital francesa parece ser o mais próximo de um acerto com os blancos.

Uma espécie de "El Clásico" poderá ser disputado no mercado de transferências em duas situações. O jogador que causaria mais impacto a qualquer um dos rivais seria Neymar. O brasileiro tem o nome mais ligado ao Barça, mas, na última semana, a imprensa catalã citou que o número 11 santista segue no radar madrilenho. O zagueiro da Real Sociedad, que faz boa campanha em La Liga, Ínigo Martínez deve ser alvo de disputa entre os rivais. Além de Real e Barça, o Bayern também parece interessado no futebol do defensor. Para os merengues, a contratação do basco de 21 anos seria muito importante, pois o clube tem o objetivo de liberar dois zagueiros portugueses, Ricardo Carvalho e Pepe. 

Além de Bale e de Neymar, os nomes para o setor ofensivo, que também precisa de contratações, não são muito divulgados pela imprensa espanhola. O centroavante poderia ser o algoz Lewandowski ou o impressionante uruguaio Cavani, que deve mesmo deixar o Napoli e é hoje o artilheiro da Serie A 2012-13. O grande nome do rival Atlético de Madrid, Falcao García também seria uma excepcional aquisição para o ataque merengue, mas este nome já foi mais comentado no Santiago Bernabéu. Nos últimos dias, ainda surgiu a informação divulgada pelo "El Confidencial" de que o agente de Ibrahimovic, Mino Raiola ofereceu o centroavante para o Real Madrid. O sueco seria outra grande aquisição para a função. Para o meio-campo ofensivo, outro jogador napolitano, Hamsik seria uma boa opção e Isco, do Málaga, poderia ser outra interessante alternativa. Mas, como dito anteriormente, os nomes que estão no radar do Real Madrid seguem serem divulgados.

Para que a reformulação seja ainda mais válida, o Real poderia olhar mais para sua base e de lá trazer jogadores para a composição do novo elenco principal. 

Barcelona

Será que vou jogar no Barcelona a partir do meio do ano? Esta parece ser a dúvida de Neymar. (Agência Estado)


No clube catalão, as cobranças parecem ser maiores, porque, nos últimos anos, o Barcelona sempre foi o melhor time do mundo, mas vem caindo de produção desde 2011-12. A primeira movimentação da direção para o ano que vem foi afirmar que Tito Vilanova será o treinador em 2013-14, muito pelo ótimo desempenho alcançado em Lá Liga. Com a definição do comandante, o Barça tem uma vantagem em relação ao principal rival: já tem definido o técnico e poderá discutir com ele as contratações.

O primeiro passo dos catalães foi fazer o discurso de que o trabalho não está perdido e que a base deverá ser mantida, recebendo reforços pontuais. O técnico Tito Vilanova afirmou: “Esta equipe não necessita de grandes mudanças. No seu tempo o ‘Dream Team’ (época em que o clube foi comandado pelo ex-ídolo Cruyff e misturou jogadores da base com estrelas mundiais, como Koeman, Laudrup, Stoichkov e Romário) ganhou o Espanhol, mas caiu (por 4 a 0 para o Milan) na final (da Liga dos Campeões 1993-94) em Atenas, mudaram muitas coisas e, os anos seguintes, foram bem piores”. O ex-goleiro e agora diretor esportivo do Barcelona, Andoni Zubizaretta foi de encontro às palavras do treinador e, em entrevista ao Canal +, elogiou o plantel blaugrana, “estou encantado com os jogadores que temos”.

A primeira grande baixa blaugrana deve o goleiro Valdés, que vinha melhorando a cada dia, mas anunciou que não renovará o contrato, que acaba em 2014. Por isso, a saída do campeão mundial já pode ocorre agora. Para a camisa um, vários nomes foram ventilados ao longo do ano, porém, com a eliminação na Liga dos Campeões, os jornais catalães passaram a falar mais claramente dos candidatos. O titular do Manchester United, De Gea, que se firmou na Inglaterra como grande goleiro em 2012-13, é o preferido dos torcedores (segundo enquete no diário Sport) e seria o nome ideal, pois é jovem e poderia ficar sob as traves do Camp Nou por muito tempo. O outro nome também viria da terra da rainha, Pepe Reina, do Liverpool. O goleiro de 30 anos seria uma opção que agradaria o elenco, porque o jogador faz parte e é muito querido na seleção espanhola, que tem muitos barcelonistas. Segundo a imprensa catalã, o Barça pode até contratar dois goleiros neste mercado.

Mas o grande problema do Barça é a falta de zagueiros no elenco. Mesmo nos títulos, muitas vezes a equipe sentiu a falta de defensores centrais. Neste sentido, Tito Vilanova tem um nome para alinhar ao lado de Piqué: Thiago Silva. Porém, uma troca de Paris por Barcelona não parece ser o movimento mais fácil no mercado, por isso, a direção blaugrana trabalha com outros dois nomes, Hummels e David Luiz. O zagueiro alemão é o preferido do diretor Zubizarreta e seria, de fato, uma opção mais segura.

Ainda na defesa, se fala muito sobre uma eventual saída de Daniel Alves. O lateral verde e amarelo teve ano bem abaixo do nível habitual. A chegada de Alba para a lateral-esquerda, fez com que o brasileiro fosse mais exigido defensivamente, pois, o jogador da seleção espanhola também tem características bem ofensivas, o que tirou a liberdade do camisa dois blaugrana para funcionar quase como um ponta. Com Alba, há um revezamento entre os alas para o apoio e a preferência parece ser do espanhol. Montoya, com estilo mais defensivo, parece ser o nome ideal para ocupar a lateral-direita do Barça no próximo ano.

Se na defesa as mudanças devem vir em grande escala, no meio-campo, a história tende a ser diferente. A estrutura da linha média está formada: Busquets, Xavi e Iniesta. Além disso, todos têm bons reservas. Song teve pouco espaço em seu primeiro ano na Espanha, porém é um grande 1º volante; Thiago tem o estilo bem semelhante ao maestro blaugrana e Fàbregas é um meia-atacante de grande nível. Portanto, uma reformulação no setor não se mostra necessária. 

A grande dúvida entre estes jogadores é Cesc, que foi contratado por cerca de 35 milhões de euros e, desde 2011-12, vem vivendo altos e baixos com a camisa do clube onde foi criado. O camisa quatro não é unanimidade entre os torcedores e já foi vaiado algumas vezes no Camp Nou. Por isso, visando recuperar uma parte do dinheiro investido, o Barcelona poderia negociar o jogador. Porém, com o técnico Tito Vilanova falando que não há necessidade de tantas mudanças, a permanência de Fàbregas parece mais provável.

O ataque também deverá contar com a atenção da diretoria nesta fase dedicada às contratações. Messi e Pedro são unanimidades do setor e devem continuar, mas o elenco precisa de mais opções para o setor ofensivo. Outro fato que reforça isto é que Villa, buscando protagonismo, deverá sair e Alexis Sánchez, que nunca convenceu em blaugrana, também está na lista dos transferíveis do Barcelona. 
Outro ponto é que, com a dupla, Tello teve poucas chances para mostrar o seu futebol, que tende a ser bastante promissor. Por isso, as negociações do chileno e do espanhol parecem inevitáveis. 

Para reforçar o ataque, o alvo número um segue sendo Neymar, que, mesmo tendo Real e Bayern de olho, deverá mesmo ir para Barcelona. Além do interesse ainda maior do futebol europeu, o staff do craque santista parece ver com melhores olhos uma transferência para o velho mundo, pois o camisa 11 da seleção canarinho já não encontra desafios que proporcionem evolução para ele no Brasil.

Como a provável chegada do brasileiro toma conta de todos os noticiários, outro jogador de lado de campo, que seria necessário para melhorar o elenco, não tem seu nome falado pela imprensa catalã, mas deverá sim ser contratado. Porém, o ataque blaugrana carece mesmo é de um centroavante. Desde a saída de Ibrahimovic, no final da temporada 2009-10, não há um homem de área no elenco e isto faz falta. Para esta função, só o nome de Lewandoski é comentado, mas a diretoria do Barça está ciente da necessidade de um jogador com esta característica, por isso, outros jogadores deverão ser consultados para melhorar o plantel dos culés.

Assim que a temporada terminar de fato, as movimentações dos dois gigantes espanhois devem ser bem interessantes e muito coisa do que foi descrito acima deve ocorrer. Mas, como o mercado de transferências é muito variável, pode ser que os alvos da dupla mudem.