segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Enfermedades Futboleras 11

Mesmo com dificuldade de tempo e pouco retorno, sigo destacando algumas coisas do final de semana do futebol europeu. Nesta rodada, sobraram bons jogos. 

Massacre incontestável 

 Em ótima exibição, Jesús Navas marcou o primeiro doblete da carreira, após 443 partidas oficiais (Manchester City)

Algumas exibições do Manchester City em 2013-14 fazem, sem dúvida nenhuma, parte do grupo das melhores partidas da temporada. O 6 a 0 frente ao Tottenham deste domingo foi uma delas. No 4-4-2, os citzens contaram com a dupla Agüero e Negredo se mexendo muito no ataque e com as constantes chegadas dos meias, Nasri, que cresceu muito com Pellegrini, e Jesús Navas, quase um ponta pela direita. Além disso, a dupla de volantes Fernandinho e Yaya Toure novamente combinou bem: atacando e defendendo. Como é costume quando jogam em casa, os sky blues jogaram muito avançados e sempre marcando pressão a saída de bola dos rivais. 

Aos 13 segundos de jogo, Jesús Navas abriu o placar para o City, em jogada que ficou clara a importância da marcação no ataque do time – oito bolas ganhas no campo ofensivo durante o jogo. A partir daí, o massacre só foi se concretizando, pois os spurs não reagiam ao massacre ofensivo imposto pelos citzens. Uma ótima finalização de Negredo provocou um gol contra de Sandro e Navas fez assistência para Agüero marcar, 3 a 0 no primeiro tempo. O Tottenham teve mais posse de bola, mas produziu pouco e só acertou uma vez a baliza defendida por Pantilimon. 

Como dito acima, os volantes participaram bem do jogo e os dois primeiros gols da segunda etapa tiveram a participação deles. Primeiro, Yaya Toure começou a jogada no campo defensivo e só terminou fazendo a assistência dentro da área para Agüero marcar. Foi o décimo gol do argentino que se tornou o artilheiro da Premier League. Depois, um passe de Fernandinho proporcionou o quinto de Negredo na competição, um golaço que contou com drible impressionante em Dawson (gols no primeiro vídeo deste link). Já nos acréscimos, Navas fez o segundo dele na partida e o sexto do City, decretando o desmoralizante 6 a 0.

 Mais uma goleada em casa mostra a dualidade da campanha dos citzens, pois, no Etihad Stadium, são seis jogos, seis vitória, 26 gols marcados e apenas dois sofridos. Longe de casa, o desempenho é completamente diferente: uma vitória, um empate, quatro derrotas, oito gols marcados e dez sofridos. Conseguir um nível de futebol semelhante ao apresentado em Manchester colocará o City ainda mais próximo da liderança da Premier League. Hoje, o clube ocupa a quarta colocação a seis pontos do líder Arsenal. 

O jogo do personagem 

 Götze parece estar se acertando no Bayern e aproveitou o jogo frente ao Dortmund para brilhar, mas, apesar do recebimento hostil, ele não comemorou o gol que marcou (Agência Reuters)

Sem o habitual protagonista, Ribéry, o Bayern manteve o 4-1-4-1, com Lahm de volante, Thomas Müller ocupando a ponta-direita e Robben na função de Ribéry pelo lado esquerdo. Mas o verdadeiro protagonista do jogo viu do banco os primeiros 55 minutos da partida. Götze, que, pela primeira vez, enfrentava o ex-clube e logo no Signal Iduna Park, viu o Bayern dominando o jogo, com mais posse de bola, domínio territorial e mais chegadas com perigo. Porém, os bávaros não foram absolutos e sofreram com ataques dos aurinegros, que paravam em Neuer. O goleiro era outro grande personagem da partida, afinal, é cria do maior rival do Dortmund, o Schalke e, por isso, nunca deixa de receber vaias quando encontra o antigo adversário. 

Como dito acima, Götze assistiu a 55 minutos do jogo no banco, nos outros 35 minutos, o camisa 19 bávaro esteve em campo como falso nove e atuou sempre sob vaias. Porém, houve um grande momento em que as vaias cessaram em direção ao ex-ídolo, onze minutos após ele entrar em campo. Neste instante, Lahm abriu o jogo na ponta-direita com Müller, que cruzou rasteiro para a entrada da área, onde Götze apareceu, dominou de esquerda, por décimos de segundo ouvi vaias e, de três dedos, finalizou com a perna direita no canto esquerdo de Weidenfeller, que até tocou na bola, mas não conseguiu evitar o gol. O ex-borussiano não comemorou, mas nem precisava, pois já havia ferido de morte o ex-clube. O silêncio aumentou quando, em contra-ataque iniciado por Götze e Tiago, Robben fez o segundo dos bávaros. Müller ainda fechou o placar em assistência de Lahm. 

Ao final do jogo, o protagonista Götze cumprimentou todos os ex-companheiros e membros da comissão técnica do Borussia. Com certeza, o camisa 19 bávaro terá sempre boas recordações deste reencontro com o Signal Iduna Park. Por outro lado, os aurinegros não vão querer recordar: placar elástico para o rival, sofrer gol do ex-craque e em casa. O golpe foi duro para o Borussia Dortmund, que agora está a sete pontos do líder Bayern, e ainda tem jogo decisivo pela Liga dos Campeões na Itália, contra o Napoli, na terça-feira. O apoio da muralha amarela ao final da partida pode ser o diferencial para a reação aurinegra na LC.

Rodada representativa 

Ultimamente na Espanha além de Barcelona e Real Madrid, o Atlético de Madrid também está alguns patamares acima dos demais clubes em La Liga. Neste final de semana, a rodada deixou isso muito claro e, o detalhe, os principais jogadores de cada time não jogaram o tempo todo: Messi segue lesionado no Barça, Ronaldo marcou um gol, mas saiu lesionado aos 54 minutos pelo Real e Diego Costa entrou aos 62 minutos e teve tempo de marcar um golaço de bicicleta para o Atlético. Somados os três líderes marcaram 16 gols e não foram vazados. Os blaugranas fizeram 4 a 0 no Granada; os merengues foram mais cruéis com o Almería, 5 a 0; e os colchoneros aplicaram uma goleada ainda maior, 7 a 0 no Getafe. Na tabela, Barcelona é o primeiro com 40 pontos, o Atlético de Madrid vem em segundo com 37 e o Real Madrid é o terceiro com 34 pontos. O próximo na classificação é o Villarreal que está a sete pontos dos blancos, portanto, já há uma grande diferença no campeonato.

Clássico de Liverpool 

 Lukaku vem deixando a marca dele com a camisa do Everton: são sete gols, em 12 rodadas (Premier League)

Não faltou emoção ao dérbi de Liverpool. O jogo dos jovens técnicos, que gostam de ter a bola com os seus times, Roberto Martínez e Brendan Rodgers, foi uma partida das bolas paradas: dos seis gols da partida, apenas um veio em jogada trabalhada. No empate em 3 a 3, o Everton foi melhor na maior parte do tempo. Os toffees apostaram na marcação pressão e, por isso, conseguiram nove desarmes no campo ofensivo – Pienaar o ponta-esquerda no 4-2-3-1 da equipe foi destaque neste trabalho. Apesar de jogar melhor, o Everton saiu atrás, logo empatou, mas também rapidamente voltou a ver o Liverpool na frente, com o nono gol de Suárez na Premier League, em bela cobrança de falta. 

O 2 a 1 era injusto pelo o que havia produzido o time do Goodison Park e Martínez aproveitou a lesão do ótimo lateral-esquerdo Baines para mudar o jogo. O técnico optou por Deulofeu que foi jogar na ponta-direita, assim, Mirallas passou a ser o meia-central, Pienaar seguiu à esquerda, Barkley foi recuado para volância e Barry foi ocupar a lateral. O resultado? Domínio maior dos toffees que pararam várias vezes em Mignolet. Mas, em uma jogada de Mirallas pela esquerda, a bola sobrou com Lukaku, que, desta vez, não perdoou. O atacante emprestado pelo Chelsea virou o jogo depois, quando, de cabeça, marcou o 3 a 2, após boa cobrança de escanteio realizado pelo outro belga do time. Mas Gerrard conseguiu a segunda assistência em bola parada e Sturridge antecipou a zaga e empatou de cabeça. Agora o inglês, assim como o companheiro Luis Suárez, tem nove gols na Premier League 2013-14. O empate mantém o Liverpool em segundo, a quatro pontos do líder Arsenal, que bateu o Southampton na rodada.

Moscou contra São Petersburgo 

 Doumbia decidiu o dérbi frente ao Spartak e colocou o CSKA de volta na briga pelo título na Rússia (CSKA Moscou)

Sem vencer a três rodadas – com duas derrotas seguidas –, o outrora líder tranquilo da Premier League Russa, Zenit (1°, 36) já não tem mais toda esta tranquilidade, pois os moscovitas chegaram. O Lokomotiv (2°, 36) venceu o Dinamo de Moscou (7°, 29) e se igualou na ponta. O CSKA (3°, 33) também enfrentou um rival local, o Spartak (4°, 33), para se aproximar do time de São Petersburgo. Os vermelhos e azuis dominaram toda a partida na Arena Khimki e impediram que o time do povo tivesse boas chances para marcar. Porém, as oportunidades para o atual campeão russo, também foram raras, por isso, o time precisou contar muito com a inteligência de Doumbia para vencer a partida por 1 a 0. O marfinense aproveitou falha do defensor Makeyev e da inexplicável saída do gol de Rebrov, após chutão de Wernbloom. No lance, com um toquinho, o camisa 88 chapelou o goleiro e ficou sozinho para empurrar a bola para a baliza vazia. O erro possibilitou que mais um moscovita encostasse no Zenit, porém, também impediu que o Spartak empatasse na ponta. Mas, caso os Zenitchiki continuem vacilando, os clubes de Moscou mostram que assumirão o controle da Liga Russa.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Olho nelas: Costa do Marfim

Anteriormente, neste ano, destaquei a Bélgica (goo.gl/ksXKAM) e a Colômbia (goo.gl/nN2Gow) como candidatas a incomodar as maiores seleções no Mundial. Tinha prometido uma seleção africana também para este especial “Olho Nelas” e, com a confirmação das classificadas no continente, decidi escrever sobre a Costa do Marfim.

Costa do Marfim

 Drogba, Yaya Toure e cia virão ao Brasil como última chance de marcarem os nomes na Copa do Mundo (AP Photo/Armando Franca)

Há anos vemos insucessos consecutivos daquela que é, sem dúvida, a melhor geração de futebolistas da Costa do Marfim. O grupo que tem Drogba e Yaya Toure como grandes destaques não venceu nada na seleção e perdeu as finais da Copa de Nações Africanas em 2006 e 2012. No mesmo período, os elefantes tiveram o que comemorar, pois foram aos últimos dois mundiais, mas também não tiveram sucesso. Nas Copas, caíram em grupos considerados muito difíceis para a classificação e, de fato, não alcançaram a segunda fase da disputa. 

O elenco, que chegará ao Brasil, é muito experiente e deve ser muito semelhante aos grupos que estiveram presentes nas últimas grandes competições disputadas pelos marfinenses. Em 2010, nove dos 23 jogadores que foram à Copa na Alemanha também embarcaram para a África do Sul. Esta continuidade reflete em campo com o bom entrosamento e, fora das quatro linhas, pois, os jogadores mostram bastante integração e não existem grandes notícias de polêmicas ao redor da equipe. O capitão marfinense Drogba explicou o que representa este grupo de jogadores: “todas as etnias do nosso país atualmente estão representadas nesta seleção”. Além disso, o camisa 11 destacou a importância que os elefantes têm hoje para o país: “O futebol é o esporte mais popular e é o esporte que coloca do todo o país”. 

Por outro lado, o técnico é inexperiente. O ex-meia da seleção francesa, Sabri Lamouchi, assumiu o comando da seleção, após o vice-campeonato da Copa Africanas de Nações de 2012. Com o francês, um ano depois na mesma competição, os marfinenses pararam nas quartas de final frente à Nigéria, que, posteriormente, seria campeã. Apesar do revés, a federação do país manteve o treinador, “demitir o técnico, após derrotas, não é uma decisão sábia”. A escolha foi correta, pois, com Lamouchi, a Costa do Marfim alcançou a terceira Copa consecutiva. 

 O 4-2-3-1 tem o claro objetivo de deixar Yaya Toure mais participativo no ataque (clique na imagem para ampliar)

Desde 2012 à frente da seleção, o ex-jogador é um estudioso do futebol. No final do ano de estreia na nova função, visitou José Mourinho no Real Madrid. Com Lamouchi, os elefantes deixaram o 4-3-3 e passaram a jogar no 4-2-3-1 (foi assim na volta contra Senegal). Desta forma, Yaya Toure foi fixado na função de meia-central – às vezes, joga assim na Inglaterra –, o jogador do City não deixa de colaborar com a marcação, porém joga mais à frente, participando mais do jogo ofensivo. Ter o camisa 19 mais participativo no ataque é fundamental para o sucesso marfinense, pois hoje é o melhor jogador tecnicamente do país e jogando nesta função tem mais possibilidades de finalizar de fora da área e de servir os companheiros. 

Além da mudança de esquema, Lamouchi, aos poucos, dá espaço para jogadores mais jovens, que, ao contrário das referências atuais, poderão seguir na seleção por muito tempo. Manter o atual nível é difícil, mas existem bons nomes, como o centroavante gigante (2,3m), Lacina Traoré; o também homem de área Wilfried Bony, que foi artilheiro da Eredivisie 2012-13 jogando com o Vitesse, com 31 gols; e o lateral Serge Aurier, que tem boas chances de ser o titular no Brasil. 

O já histórico elenco dos elefantes, com o acréscimo destes bons jogadores jovens, se concretiza como a melhor seleção africana no ranking Fifa, com a 17ª colocação. Porém, mesmo no topo do continente e com um grupo forte capaz de surpreender no Mundial, Costa do Marfim precisará da sorte, que não teve nos últimos sorteios de Copa do Mundo, para alcançar uma colocação melhor na disputa de 2014.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Enfermedades Futboleras 10

Sob às ordens do comandante Cristiano

 Aqui mando eu, diz Cristiano Ronaldo, pois, afinal, é o craque madridista há algumas temporadas (Real Madrid.com)

O presidente da Fifa Sepp Blatter afirmou que Cristiano Ronaldo parece um comandante em campo e é desta forma mesmo que o português se comporta. Neste final de semana, o português liderou o Real Madrid, que atropelou a Real Sociedad no Santiago Bernabéu. O 5 a 1 ainda ficou barato, pois, claramente, os blancos reduziram o ritmo após alcançarem o 4 a 0. Desde que Ancelotti passou a armar os merengues no 4-3-3, o rendimento da equipe cresceu, e, mais recentemente, com a volta de Xabi Alonso, o onze inicial ganhou a peça que faltava. O basco é o volante mais recuado, mas circula na frente da área madridista para facilitar a saída de bola com os passes precisos (completou 43 dos 47, que tentou, 91% de acerto) e, além disso, contribui na fase defensiva do jogo, com desarmes, recuperações e cortes (ao todo, oito). 

Mas, quem comanda a equipe em campo é mesmo o craque do camisa sete. No 5 a 1 contra os bascos, Ronaldo foi às redes três vezes, o que lhe coloca na artilharia de La Liga, com 16 gols, e deu uma assistência para o gol de Benzema – Khedira e Griezmann fecharam o marcador. Porém, a atuação do português não se resumiu a isso, ele fez mais: ao todo, finalizou oito vezes (cinco no alvo); acertou 88% dos passes que arriscou; fez três desarmes e foi acionado pelos companheiros 41 vezes. O camisa sete é a grande referência merengue em campo e, com o desempenho que ele entrega, não dá para ser diferente. Com Ronaldo comandando o time, Xabi ditando o ritmo, Bale se encontrando vestindo blanco e Ancelotti acertando o esquema tático, o Real cresce na temporada e promete um ano melhor que o anterior, que acabou sem títulos.


O vencedor da rodada

 No primeiro plano, o craque da partida Rooney e, no segundo, o homem dos gols do United. Com eles, o Manchester pode voltar a sonhar com o bicampeonato na Premier League (Getty Images)

O Manchester United entrou na rodada em oitavo lugar a oito pontos da liderança, mas, após o 1 a 0 frente ao Arsenal, avançou três posições na tabela e diminui três pontos na diferença para o primeiro colocado. O retrospecto era todo favorável ao time da casa, pois, nas 12 últimas partidas envolvendo as duas equipes: nove vitórias, dois empates e apenas uma derrota para o United. David Moyes armou o time no 4-2-3-1, com Rooney atrás de Van Persie, no outro lado, o mesmo esquema, mas sem a ótima execução dos jogos recentes: faltavam a pressão na saída de bola do rival e as finalizações de fora da área. 

A dupla Rooney e Van Persie comandou a partida e aproveitou a postura mais defensiva do Arsenal. O gol da vitória veio em cobrança de escanteio do camisa 10, que o holandês antecipou Vermaelen e Giroud e, do primeiro pau, cabeceou para as redes. O camisa 20 que havia prometido nunca comemorar um gol marcado contra o ex-clube, hoje, deixou a promessa de lado e vibrou muito. Após sofrer o 1 a 0, o Arsenal mudou a postura, foi mais à frente e, principalmente depois do intervalo, intensificou o comportamento mais ofensivo. Porém, o domínio do campo (156 passes trocados no último terço) e da bola (60%), resultou em apenas duas finalizações na baliza defendida por De Gea e dois cruzamentos de Sagna, que passaram perigosamente dentro da pequena área sem serem tocados pelo ataque dos gunners. 

A falta de finalizações do Arsenal por ser explicada pelas atuações ruins dos três meias, Cazorla, Ramsey e Özil. Mas o Manchester United também colaborou para que os gunners tivessem poucas chances, pois inflamados pelo espírito de Rooney, que correu a partida inteira, os red devils mal deixaram espaço para que os visitantes pensassem próximos da área. Ao final da partida, Moyes ressaltou a importância dos dois melhores jogadores do United. “Grande jogadores marcam grandes gols e ele é um grande jogador”, sobre Van Persie. O "Shrek" recebeu um elogio ainda maior: “A energia dele foi magnífica”.

Monaco derrapa

Apontando como principal adversário do PSG desde o início da Ligue 1, por conta do investimento e da facilidade de só disputar competições na França, o Monaco derrapou nas duas últimas rodadas. Primeiro, Enyeama parou o time e os dois gols de Roux colocaram fim à invencibilidade monegasca, e, nesta semana, o clube esbarrou na boa defesa do Evian, que, na maior parte do tempo, defendeu com duas linha de quatro, apesar de estar postado no 4-2-3-1. No Monaco, seguiu o 4-2-3-1 de Ranieri, porém, com algumas mudanças, James se tornou o meia-atacante central e Moutinho virou 2° volante. Não deu certo, o time comandou a posse de bola (terminou com 69%), mas criou pouquíssimo. 

A retaguarda dos visitantes se comportou muito bem, porém, merece destaque a participação do meio-campo de Les Roses, que anulou a participação dos meias vermelhos e brancos. Ocampos à direita e Carrasco à esquerda não conseguiram explorar a velocidade pelos flancos e Moutinho e James pelo centro também trabalharam pouco. Em uma das raras chances que teve, o camisa dez colombiano, conseguiu descobrir Falcao às costas da defesa e o compatriota marcou o nono gol na Ligue 1 para empatar a partida (1 a 1, que foi o placar final). O técnico italiano colocou Riviere (seis gols) e reposicionou o time no 4-4-2, tentando atacar mais. O novo centroavante somado à falta de chances para criar com a bola no chão, fez com que a opção pelos cruzamentos fosse ainda mais clara. Porém, o sistema defensivo do Evian conseguiu impedir que a alternativa desse certo e, apesar das 15 finalizações durante todo o jogo, apenas duas chegaram à baliza de Les Roses, provando que a ótima atuação defensiva impediu que oportunidades mais claras fossem criadas pelo Monaco. Os vermelhos e brancos agora vão ficando pra trás na tabela: terceira colocação a cinco pontos do líder PSG.

Na cola

 Llorente, Pirlo e Pogba garantiram a Juventus na cola da Roma (Reuters/Giorgio Perottino)

A Roma tropeçou no Sassuolo e abriu espaço para que o vencedor do confronto entre os perseguidores, Juventus e Napoli ficasse a um ponta da liderança. Jogando em casa, a Vecchia Signora não desperdiçou a oportunidade e colou nos giallorossi. Conte utilizou o 3-1-4-2, com a interessante dupla de ataque, Tévez e Llorente. No Napoli, que poupou alguns jogadores no meio da semana pela Liga dos Campeões, time completo, mas, apesar disso, os azzurri não conseguiram fazer uma grande partida. A Juventus soube se impor muito bem e foi desta forma desde o início. Antes do primeiro minuto, Pogba quase abriu o placar, mas parou em Reina. Porém, no lance seguinte, Isla jogou na área, Tévez desviou e Llorente, em ligeiro impedimento, apareceu para marcar no segundo pau. Para variar, os bianconeri tiveram Pirlo comandando o meio-campo e abusando dos passes longos. Após o susto inicial, os partenopei equilibraram o jogo, mas só Insigne, pelo lado esquerdo, conseguiu assustar Buffon. Por isso, o 1°T só não acabou com uma vitória maior da Juventus, pois Pepe Reina fez ótimas defesas.

Na volta para o segundo tempo, o equilíbrio persistiu, o Napoli tentou aparecer mais no campo ofensivo, porém seguiu sem fazer grande partida. Por outro lado, a defesa bianconera, ao contrário de jogos recentes, se comportou muito bem. Barzagli foi um monstro, com sete cortes, cinco desarmes e duas recuperações. Nesta toada, o jogo tinha tudo para terminar 1 a 0, mas Inler fez falta desnecessária na entrada da área, resultado: cobrança milimétrica de Pirlo e 2 a 0. Depois, mais expostos, os azzurrini sofreram o terceiro gol, anotado por Pogba. Foi um golaço, o camisa seis matou a bola, ela subiu e, antes dela cair no chão, com o pé direito, o francês acertou belo chute no canto direito de Reina. O jovem tem, ao todo, cinco gols e sete assistências na temporada, em 17 partidas e vai se tornando indispensável aos bianconeri atualmente.

Estranhamente tranquilo

Um dos maiores clássicos futebolísticos do mundo ocorreu neste domingo na Turquia. A partida envolveu os asiáticos do Fenerbahçe e os europeus do Galatasaray, os dois maiores campeões da Süper Lig, com 18 e 19 títulos respectivamente e, cada um, de um lado de Istambul. O clima era favorável ao Fener, que, por jogar no Estádio Sukru Saracoglu, era o único a ter torcedores nas arquibancadas. Ao contrário de clássicos recentes na Turquia, o jogo não foi tão disputado e os canários venceram tranquilamente por 2 a 0. O técnico Ersun Yanal armou bem a equipe no 4-3-3 e, no esquema, um dos meias, o brasileiro Cristian – o melhor em campo – foi fundamental, pois era aquele que apoiava mais o ataque. No lado do Cimbom, o 4-1-4-1 (no 2°T, mais cara de 4-3-3) tinha Drogba na frente e, as melhores chances do Galatasaray, vieram quando o marfinense deixou a área para criar, mas foi pouco. 

 Os gols saíram com Emre de pênalti e com Cristian, que marcou, após uma jogada que só ocorreu por conta de uma roubada de bola no campo ofensivo, resultado de uma pressão forte na saída de bola do rival. Felipe Melo teve chance de diminuir e colocar fogo no jogo nos minutos finais, mas o brasileiro cobrou muito mal um pênalti e o goleiro Demirel fez a defesa tranquila. O 2 a 0 mantém o Fenerbahçe na ponta da Süper Lig com quatro pontos de vantagem em relação ao vice-líder Kasimpasa, enquanto o atual bicampeão Galatasaray é apenas o sexto a nove pontos da liderança.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

O que acontece com Carlos Eduardo?

Na Alemanha, Carlos Eduardo fez com que todos se apaixonassem pelo seu futebol, mas hoje, esta fase no Hoffenheim fica como uma lembrança irrecuperável (Ronald Wittek/EFE)

Quem me segue no Twitter sabe que sou um dos poucos defensores do meia-atacante rubro-negro, Carlos Eduardo. Obviamente que o motivo não é pelo o que ele entrega em campo ao Flamengo e, sim, pelo potencial que já vi no futebol dele. Porém, este não é o mesmo jogador que me fez decorar o Grêmio vice-campeão da Libertadores de 2007, que tinha: Saja; Patricío, William, Teco, Lúcio; Gavilán, Sandro Goiano (com Lucas Leiva, no segundo jogo); Tcheco, Diego Souza, Carlos Eduardo; Tuta. 

Eu não sou gremista e também não era um doente por futebol como sou hoje, mas, este time do tricolor imortal está na minha cabeça muito por conta do meia-atacante canhoto, habilidoso e veloz, que era Carlos Eduardo. Desde então, passei a acompanhar a carreira daquele jogador, pois, para mim, se tratava de um prospecto de seleção brasileira. O desempenho em 2007 chamou a atenção do Hoffenheim, que, mesmo estando na Bundesliga 2, tinha um projeto de crescimento. O clube construiu estádio, melhorou a estrutura, investiu em contratações e o brasileiro foi o grande nome do mercado de transferências. Por 7 M € (até hoje maior transferência paga pela equipe), foi jogar na Alemanha. 

Com maior investimento que os demais clubes, o Hoffenheim subiu e Carlos Eduardo foi importante. Apesar de jovem (20 anos), se adaptou bem, marcou cinco gols e cedeu quatro assistências, nos 1626 minutos que ficou em campo. Na primeira divisão, ostentando a camisa dez, Cadu também teve destaque e o clube teve momentos em que pôde desafiar o gigante Bayern de Munique. Jogando como meia-atacante pelo centro, o brasileiro foi destaque ao marcar oito gols e ceder seis assistências, ajudando o Hoffenheim a terminar a Bundesliga 2008-09 em sétimo lugar. 

Não era apenas uma fase do camisa dez brasileiro, no ano seguinte, o clube não manteve o nível, mas Cadu seguiu em alta, pois marcou cinco vezes e cedeu nove assistências. Por isso, Carlos Eduardo chegou a ser chamado por Dunga para a seleção e foi cotado para defender o país na Copa de 2010. Inclusive o jogador do Hoffenheim fez da lista de suplentes da lista final do técnico brasileiro, portanto, caso houvesse uma lesão, ele poderia ter feito parte do elenco verde e amarelo no Mundial africano. 

 O Flamengo venceu concorrência com outros clubes brasileiros para ter Carlos Eduardo por empréstimo, mas, até agora, o esforço não deu resultado (VIPCOMM)

O bom futebol apresentado e os investimentos menos agressivos de Dietmar Hopp fizeram com que uma proposta do Rubin Kazan de 20 M € fosse irrecusável para o Hoffenheim. Na Rússia, Carlos Eduardo estreou marcando dois gols, Mano Menezes chegou a convoca-lo e lhe dar a camisa dez da seleção brasileira, mas Cadu não teve continuidade nem vestindo verde e amarelo nem com os tártaros. Por isso, neste começo de ano, o clube russo optou por empresta-lo ao futebol brasileiro até a Copa de 2014. 

Porque então, um jogador que surgiu como estrela, foi bem em um dos melhores campeonatos do futebol mundial, fez algumas boas partidas vestindo o verde e amarelo e voltou ao Brasil falando em seleção brasileira, não consegue ser importante para o Flamengo? Vamos aos três principais motivos:

Lesões  

Depois de largar bem no Rubin Kazan, Carlos Eduardo teve uma série de três lesões, que somadas, o afastaram dos gramados, praticamente, por dois anos. Quem faz algum tipo de esporte, sabe que a volta de qualquer lesão séria é muito complicada, imagine três e no nível profissional. O resultado disso é que, pelos tártaros em quase três anos, foram apenas 13 partidas, os dois gols da estreia e 850 minutos em campo. Na apresentação no Flamengo, Cadu destacou que as lesões refletiriam no pouco tempo em campo: “o treinador do Rubin Kazan tinha medo de me botar pra jogar, pois eu ainda sentia muitas dores. Em 2012, entrei em vários jogos. Mas muita gente não entendia o investimento feito pelo time russo e quase não atuava”. O reflexo do grande período parado é visto ainda hoje, pois, neste ano, Carlos Eduardo não participou da pré-temporada rubro-negra e, ainda hoje, parece esgotado no segundo tempo de todos os jogos, sendo o jogador flamenguista que menos contribui com a marcação. 

Desmotivação 

Além de parecer limitado fisicamente, o meia-atacante também parece não ter o interesse de brigar em campo como os demais colegas de elenco no Flamengo. Isto vai contra àquilo que declarou quando foi apresentado na Gávea. “Sou um cara que gosta de desafios, o ser humano convive com isso. Desafio na carreira de jogador é muito importante e quem tem personalidade cresce com ele”, garantiu. Vaiado jogo após jogo, Cadu não parece conseguir reagir. Apesar das vaias e da perseguição da torcida não diminuir o nível de suas atuações (afinal, já está muito baixo), o camisa 20 rubro-negro também não faz nada diferente para deixar de ser o alvo dos torcedores. Somado a isso, o fato de não ter atingido os próprios objetivos, limita a chance de reação. Quando apresentado, Carlos Eduardo afirmou: “meu objetivo é voltar à Seleção Brasileira”. Longe de voltar a vestir verde e amarelo, o meia-atacante pode ter parado de acreditar na reação do próprio futebol.  

Extra-campo 

Não foi uma vez que, neste ano, surgiu a notícia que o Flamengo tentaria devolver o meia-atacante ao Rubin Kazan, pois o alto investimento não estava trazendo resultados. O empresário sempre rechaçou estas hipóteses. Além disso, em outras ocasiões, o camisa 20 – como todos do elenco – teve problemas para o recebimento dos direitos de imagens. O agente Jorge Machado tentou blindar o jogador a cada novo problema fora das quatro linhas, sobre os assuntos supracitados, quem falava era o empresário. Mas é claro que Cadu ficava sabendo das polêmicas e isto interfere no que apresenta em campo. 


Seguir apostando em Carlos Eduardo parece não ser a melhor opção para os rubro-negros, pois já teve quase 900 minutos em campo, marcou apenas um gol, atuou nas mais diversas posições e pôde ter uma sequência de jogos apesar das apresentações ruins. Portanto, Cadu teve várias chances para dar certo no Flamengo e não. Porém, já que bancará o jogador até o final ano, que ele fique até o final do empréstimo, porque esta nova aposta poderá valer a pena. Tendo em vista que, no próximo ano, o camisa 20 terá condições de participar da pré-temporada normalmente e isto poderá fazer diferença dentro das quatro linhas. 

Números da matéria coletados nos sites: Footstats e Transfermarkt

domingo, 3 de novembro de 2013

Enfermedades Futboleras 9

Nesta semana, os destaques do futebol europeu chegaram antes ao blog.

Aos pés de Verratti

Mesmo com dois na marcação, Verratti segue com a bola. Ninguém parou o italiano no 4 a 0 do PSG (C.Gavelle/PSG)

O PSG enfrentou o Lorient recheado de reservas, pois, nesta semana, joga pela Liga dos Campeões. Ibrahimovic foi um dos poupados, por isso, Cavani foi o centroavante no 4-3-3 parisiense, que atacava o 4-4-2 de Les Merlus. Desde o início, domínio amplo do time de Blanc e, com três minutos, Lucas completou, de primeira, belo cruzamento de Digne. O lateral-esquerdo jogou bem avançado, aproveitando o corredor canhoto, que ficava aberto com a movimentação do ponta-esquerda Ménez. No segundo gol, o camisa sete recebeu a assistência de Verratti no lado direito da área, provando a importância de circular pelo campo. Cavani ainda fez o terceiro no primeiro tempo, em ótimo cruzamento de Lucas pela direita. O brasileiro, após não ser convocado por Felipão, aproveitou a chance e participou bem da partida. 

O que chamou atenção no PSG foi a ótima participação dos jovens no jogo, além de Lucas, Digne e, principalmente, Verratti jogaram muito bem. O italiano deu show, e controlou o meio-campo, com 100 passes completados, entre os 107 tentados. Porém , não foram apenas toques laterais, o camisa 24 arriscou e acertou bons passes longos. O jovem volante comandou o elenco vermelho e azul, que trocou incríveis 672 passes, com índice de 91% de acerto. Por isso, os parisiense tiveram 65% da posse de bola. No final do jogo, Cavani manteve a boa fase e fechou a goleada por 4 a 0 – o uruguaio é um dos artilheiros da Ligue 1, com nove gols.

Ribéry resolve

 Müller e Ribéry comemoram muito o gol que valeu os três pontos (AFP)

O Bayern, finalmente, tinha se acertado sob o comando de Guardiola e se tornaria imparável. Pelo menos, era o que todos imaginavam. Porém, a visita a Rhein-Neckar Arena para enfrentar o Hoffenheim, mostrou que nem tudo está bem para os bávaros. A vitória e o retorno à liderança da Bundesliga vieram, mas o bom futebol passou longe. No 4-1-4-1 e com Götze pela primeira vez de titular, o Bayern teve dificuldades para jogar contra o 4-3-2-1, dos donos da casa, que contavam com o forte trio de ataque formado por Volland, Firmino e Modeste – juntos somavam 18 gols marcados no Alemão. Mas os goleadores não foram bem, exceção à Volland, que assustou algumas vezes o goleiro Neuer. 

Götze, que vinha melhorando, atuou mal como titular, mas o Bayern tinha Ribéry, que, mais uma vez, se destacou. Meia-esquerda no esquema de Guardiola, o francês flutuou pelo campo e apareceu até na ponta-direita. Foi o camisa sete que resolveu o jogo, após Neuer falhar e proporcionar o primeiro gol do Hoffenheim. Primeiro, foi em cobrança de falta do melhor jogador da Europa que a bola bateu em Mandzukic (mal no jogo) e entrou. Depois, no segundo tempo, apesar de mais ofensivo e com mais posse de bola, o Bayern não conseguia criar boas chances até que Javi Martínez roubou dentro da área. Aí a redonda ficou com Ribéry, que, inteligentemente, passou para Müller, livre marcar.

O francês deu importantes três pontos ao Bayern, que segue um ponto à frente do Borussia Dortmund, que será o adversário dos bávaros daqui a duas rodadas. Ribéry segue firme para brigar pelo prêmio de melhor do mundo, nesta temporada, já são oito gols e cinco assistências, que o concretizam como craque do grande time do futebol mundial hoje. Na próxima rodada, liderado pelo francês, o Bayern poderá quebrar o recorde de invencibilidade do Campeonato Alemão, que é do Hamburgo, com 36 partidas, entre as temporadas de 1981-82 e 1982-83 – anos que foi bicampeão alemão. 

Mostrou força

Cazorla e Ramsey marcaram para o Arsenal no 2 a 0 sobre o Liverpool, mas Arteta foi o destaque (Arsenal.com)

Arsenal e Liverpool ganhou ainda mais importância, por conta da derrota do Chelsea para o Newcastle. Portanto, quem vencesse, seria líder. Brendan Rodgers apostou no esquema com três zagueiros, desta vez, um 3-1-4-2, com Sturridge e Suárez soltos na frente. Por outro lado, o Arsenal manteve o 4-2-3-1, com muito muita movimentação dos três meias, que, constantemente, trocavam de posição. Jogando em casa, os gunners comandaram o jogo e só foram ameaçados pelos reds, em eventuais jogadas dos dois homens de frente, pois nem os meias, nem os alas – Cissokho fez péssima partida e saiu no intervalo – conseguiram incomodar a defesa do time de Wenger. 

Apesar de ter pouco de Özil durante toda a partida, o domínio territorial do Arsenal, os 181 passes trocados no último terço do campo e os oito desarmes no ataque fizeram com que boas chances fossem criadas. O primeiro gol dos gunners saiu em cima de Cissokho, Sagna foi ao fundo e cruzou. O pequenino Cazorla cabeceou na trave e aproveitou a sobra para marcar, foi o primeiro gol do espanhol na temporada e, justamente, na melhor exibição dele. Rodgers tentou corrigir a inoperância ofensiva, mudando o esquema. Coutinho entrou, o Liverpool passou a jogar no 4-4-2 e chegou a dominar a partida. Mas o meio-campo de Wenger retomou o domínio do jogo e o panorama voltou a ser: Arsenal afogando a saída de bola dos reds, dominando a redonda e criando chances. Em uma delas, Özil passou para Ramsey marcar um belo gol de fora da área e decretar números finais. 2 a 0. 

Esta foi a primeira vitória do Arsenal na temporada sem Flamini, que está lesionado. Ele foi muito bem substituído por Arteta, que facilitou a saída de bola dos gunners durante todo o jogo. Ao todo, o espanhol acertou 100 dos 106 passes que tentou (94% de acerto), fez sete desarmes, recuperou duas bolas e fez um corte de cabeça. Provavelmente, sem o francês por mais alguns jogos, o Arsenal precisará de Arteta neste nível para superar os desafios importantíssimos desta semana: na quarta, o Borussia Dortmund, e, no domingo, o Manchester United, ambos fora de casa.

Clássico moscovita

Se você frequenta este espaço, já deve saber que, na Rússia, o Zenit vem muito bem. Porém, nesta rodada, com um empate em casa contra o Amkar, os zenitchiki deram espaço para que times moscovitas encostassem nele na tabela. O CSKA embalou duas vitórias e subiu, mas os adversários mais próximos eram o Spartak e Lokomotiv, que se enfrentaram, com portões fechados, em Moscou. 

Atuando no 4-2-3-1, o Lokomotiv comandou as ações do jogo durante os noventa minutos. Na maior parte do tempo, os parovozy abdicaram da posse de bola (ficaram com ela apenas 36% do tempo) e apostaram em contra-ataques que assustaram a frágil defesa do Spartak, que hoje teve o lateral Makeyev improvisado como zagueiro. O primeiro gol dos vermelhos e verdes veio com falha no centro da zaga do time do povo, o lateral Parshivlyuk até tentou cobrir o buraco, mas Maicon (ótima atuação) foi mais esperto e conseguiu o toque para N'Doye marcar. Para piorar o goleiro Pesjakov falhou em lançamento do zagueiro Durica e a bola sobrou para Samedov empurrar para o gol aberto. O Spartak conseguiu reduzir o prejuízo em falha de Corluka, que Movsisyan aproveitou. 2 a 1. 

Apesar de ter finalizado muito mais que o adversário (18 a 9), faltou pontaria (4 a 5, em tiros no alvo). Além disso, o time do povo não teve criatividade no 4-2-3-1, mesmo tendo um dos volantes ajudando na criação. As mexidas de Valeri Karpin também pouco colaboraram, pois o técnico mudou apenas os nomes, a forma de jogar seguiu a mesma. No final do jogo, N’Doye aproveitou um bom lançamento de Denisov para marcar o 3 a 1. Com a vitória tranquila no confronto direto, o Lokomotiv fica a três pontos do líder Zenit e se credencia como principal adversário do time de Hulk e Danny na briga pela Premier League Russa.

A Roma parou

 Cerci impediu a 11ª vitória da Roma na Serie A 2013-14 (Ansa)

“É uma vergonha, mas não dá para ganhar todas”. A frase do capitão Danielle De Rossi à Sky Sport Italia ao final do empate, em 1 a 1 com o Torino, é importantíssima para a Roma continuar brigando na frente da tabela. A série de dez vitórias consecutivas na largada na Serie A acabou, mas os giallorossi seguem na ponta da disputa e com três pontos de vantagem em relação a Napoli e Juventus, que se enfrentarão na próxima rodada. Portanto, não há motivos para perder a cabeça e é sempre bom lembrar que esta Roma não pensava em título neste ano e, sim, na classificação à Liga dos Campeões. 

 Os giallorossi sofreram na visita ao Torino, pois, com algumas ausências, o time não criou muito. Rudi Garci deixou o esquema com mais forma de 4-1-4-1. Por conta da falta de Gervinho para jogar na ponta-esquerda, Pjanic foi deslocado para o setor. O bósnio por não ser um atacante de lado, não era tão incisivo como o titular do setor. Somado à isso, Florenzi fez partida ruim na ponta-direita e o centroavante Boriello até brigou na frente, mas não consegue colaborar com a criação, algo que a Roma precisaria nesta partida. Ljajic, que entrou bem, pode ser uma opção no centro do ataque, enquanto Totti estiver machucado. 

A falta de criação romanista ficou clara desde o início, pois o time girava a bola no meio e não conseguia finalizar – chegou a ficar com mais de 70% da posse de bola. O gol veio em uma das raras chegadas de Pjanic à linha de fundo. O bósnio cruzou para trás e Strootman marcou. O Torino tentou quando teve a bola, principalmente, com Cerci, que atuava aberto pela direita no 4-2-3-1 da equipe. Embalado pelo seu artilheiro, o Toro deu mais trabalho ao goleiro De Sanctis do que os giallorossi proporcionaram à Padelli. E foi Cerci que garantiu o empate e marcou o segundo gol sofrido pela defesa romanista na Serie A, o que quebrou a marca de 743 minutos da Roma sem sofrer gols. 1 a 1 que não pode derrubar o ânimo da líder da Serie A, o trabalho está sendo bem feito e assim deve continuar.