quarta-feira, 31 de março de 2010

Jogaço no Emirates Stadium

O jogo era em Londres, mas quem se sentiu em casa foi o time comandado por Guardiola. Nos primeiros 20, 30 minutos de jogo só se via o Barcelona em campo, Messi, Alves, Xavi e Ibrahimovic comandavam as ações da partida. E o Arsenal assistia aos movimentos blaugranas, sem saber como marcá-los.
Fàbregas e Messi, o duelo dos ex-companheiros das canteras Blaugranas - AFP

O gol, a posição mais carente do elenco londrino. Porém na etapa inicial, era Almunia o grande nome dos Gunners. Uma de suas melhores participações na partida foi em boa jogada de Lionel Messi, que bateu no contrapé para defesa com o pé do espanhol.

O Arsenal melhorou no final, mas também não conseguiu tirar o zero do placar no Emirates. Um número que representa bem o primeiro tempo, é o 71% de posse de bola para o Barça e 15 finalizações nos primeiros 45 minutos. Um ótimo 0 X 0, promessa de melhora para o segundo tempo. E podem acreditar, a “zica” que paira sobre o Arsenal, também atacou hoje, Arshavin e Gallas saíram de campo machucados.
Ibrahimovic anota o primeirgo gol da partida - AP Photo

A expectativa era grande, e ela foi atendida em campo. Antes de serem completos 30 segundos de jogo, o placar foi aberto. O zagueiro Piqué lançou Ibrahimovic, que correu diagonalmente para o lado direito, mandou por cima de Almunia. Um gol que lembra o primeiro tento anotado contra a Roma recebeu e jogou por cobertura, “matando” o goleiro Doni.

O sueco descobriu o caminho do gol para o Barcelona, lado direito do ataque, onde Clichy marcava. E foi por lá que ele fez o seu segundo na partida e o quarto na UCL (Terceiro na fase mata-mata). O espanhol Xavi colocou bola sensacional para Ibrahimovic, que rematou forte e de forma indefensável para o goleiro dos Gunners.

Parecia tudo definido em Londres e que o barça já estava na semifinal. Porém Arsene Wenger mostrou ser um treinador extraclasse. Mexeu e mudou a partida em favor de seu clube. Colocou Theo Walcott, e este, em sua segunda jogada chegou ao gol. Nasri achou Bendtner que passou ao jovem inlgês, Theo colocou na frente e bateu cruzado. Agora o placar mostrava 1 X 2, e o Arsenal já sabia que não poderia contar com seu principal jogador, Fàbregas para o jogo de volta.

Ao ataque, essa era a alternativa para os Gunners. Mas Guardiola também mudou. Colocou Henry no lugar de Ibrahimovic. A reação da torcida londrina foi sensacional. Seu nome foi entoado pelos adeptos e muitas palmas foram ouvidas. Uma mostra de gratidão pelos 226 gols anotados pelo francês em seus oito anos de Arsenal.

A pressão dos donos da casa deu resultado. Puyol cometeu um pênalti, no mínimo estranho, em Fàbregas e por tal falta, foi expulso. O barcelonista, Fàbregas bateu forte e no meio do gol para decretar o empate. Porém após fazer o gol, passou a sentir sua perna direita, suspeita de que seja algo em sua fíbula o que poderia tirá-lo da Copa do Mundo. Mesmo assim o espanhol seguiu em campo (seu clube já havia feito todas as substituições), mas o placar não se alterou mais.

Agora o confronto está “aberto”, mas a vantagem para o Barcelona é grande. Pois marcou dois gols fora de casa, mas estará sem Piqué e Puyol para a volta, por outro lado o Arsenal não deve ter Arshavin, Fàbregas e Gallas. A única certeza que tenho e que teremos mais um belo jogo no Camp Nou.

Abraço a todos

Inter enrosca na marcação e no paredão

Mais uma tarde em que a Uefa Champions League movimentou o Brasil. E começarei falando da vitória da minha querida Internazionale sobre o CSKA, depois postarei sobre o jogaço do Emirates Stadium.

Quando a Europa viu que a Inter enfrentaria o CSKA pelas oitavas-de-final da UCL, todos apontavam; um semifinalista já estava definido (Inclusive este que vos escreve). Mas a partida em Guiseppe Meazza mostrou que os moscovitas podem estar entre os quatro melhores do velho continente.

Jogando em casa e com o apoio de grande torcida, a Inter que foi a campo sem Lúcio tratou de pressionar o CSKA desde o início. Porém os comandados de José Mourinho não conseguiam escapar da forte marcação dos russos. E a atenção era especial sobre o “pensante” do meio-campo nerazzurro, Wesley Sneijder e no artilheiro da Inter na temporada, Diego Milito, com 21 gols.

Além da forte marcação, o goleiro Igor Akinfeev não deixava passar as bolas que vinham de longe. Pandev, Maicon, Sneijder, Eto’o e Milito pararam no arqueiro russo. Na frente nem Necid e nem Honda produziam grandes jogadas. Porém os russos arriscavam nos contra-ataques.
Diego Milito comemora o gol que deu a vitória a Internazionale - AP Photo

No segundo tempo os nerazzurri conseguiram aumentar o domínio sobre os moscovitas. Mas o gol não saia de forma alguma, Akinfeev é um bom goleiro, mas hoje esteve em uma de suas melhores formas. O azar do CSKA é que a Inter tem a dupla Milito-Sneijder em fase mágica nessa temporada. E o “El Principe” não tardou a marcar o seu gol, em jogada que o holandês passou para o argentino marcar, dessa vez sem chances para o melhor em campo dos russos.

A Internazionale seguiu forte, mas Akinfeev manteve o seu nível de atuação foram 22 finalizações contra o seu gol. A notícia ruim que chega a Moscou, é que terão de jogar sem seu artilheiro no jogo de volta, Krasic e nem com o volante Aldonin.

Sigo apostando que a Inter passará, mas se o CSKA mantiver a força defensiva que mostrou na Itália e melhorar no ataque, poderá atrapalhar os planos nerazzurri.

Abraço a todos

terça-feira, 30 de março de 2010

Liga dos Campeões é outro nível

Mais uma partida pelo torneio interclubes mais importante mundo. Colocou frente a frente o Bayern, líder da Bundesliga e Manchester United, o primeiro colocado na Premier League. Ribery de um lado e Rooney pelo outro. Times com tradição e craques de nível de Copa do Mundo, a noite em Munique prometia.

A bola mal começou a rolar na Allianz Arena e o Rooney já anotava seu trigésimo quarto na atual temporada. Nani cobrou bola na área, na falha de Demichelis a bola sobrou para o Sherk, que livre marcou. Os bávaros sentiram o gol, e o jogo esfriou. Mas Ribéry já se apresentava como o nome do time alemão.

Os Red Devils passaram a apostar nos contra-ataques, principalmente com Rooney. E o francês seguia criando chances para o Bayern. E em uma delas, achou Altintop, mas o turco não soube aproveitar a boa oportunidade criada. Outro que desperdiçou boa jogada do camisa sete foi Olic, após cruzamento, Van der Saar deu rebote. A bola sobrou para o turco, que bateu mal e a bola passou na frente do croata, que não conseguiu alcança - lá.

O United pulou na frente e “trabalhou” o jogo com essa vantagem. O Bayern sentiu a gol tomado no início. Porém soube se recuperar, com Ribéry jogando bem teve várias chances de alcançar o empate. E com o domínio alemão, Rooney mostrou que pode resolver sozinho e quase deu ao Manchester uma vantagem de dois gols na primeira etapa.

Havia muita emoção reservada para a etapa final em Munique. E o Bayern sabia que se quisesse se classificar para a semifinal, uma vitória na Allianz Arena era imprescindível. Ao ataque era a ordem de Louis Van Gaal, e nos primeiros minutos o Bayern chegou forte três vezes com, Olic, Altintop e Demicheles. Mas fazer o gol é outra coisa, principalmente, quando na meta adversária está Van der Saar. Em especial hoje, o holandês vivia noite inspirada.

Sir Alex Ferguson mexeu mal no time, tirou Carrick e Park para colocar no jogo Valencia e Berbatov. A intenção era colocar os seus comandados mais para frente. Porém em campo, a mexida não resultou no efeito desejado. No lado bávaro, o técnico holandês tirou Thomas Müller, após o jovem fazer boa jogada para mais uma vez Olic desperdiçar. Mario Gómez veio a campo.

O gol do time da casa veio em uma jogada infantil do experiente lateral-direito G. Neville. O capitão Red Devil colocou a mão na bola e cometeu a infração, em local perigoso. Além de receber o cartão amarelo, o inglês cavou o empate. Ribéry bateu e, quem diria, contou com desvio em Rooney para fazer o gol.
Olic marca o gol que pode ser decisivo para a classificação dos Bávaros - AFP

Lembram da final da UCL de 1998/99, onde o Manchester bateu o Bayern nos minutos finais. Dessa vez tudo levava a crer que a virada alemã viria antes, mas a bola teimava em não entrar. Mario Gómez perdeu livre e Van der Saar seguia defendendo tudo. Mas o camisa nove dos bávaros se redimiu. Em jogada na qual ele foi passando pelos marcadores na raça, sofreu falta. Mas Olic prosseguiu e aproveitou a vantagem e com tranquilidade marcou a virada.
Rooney fez gol, mas saiu machucado e pode fazer falta ao Manchester na UCL e a Inglaterra na Copa- Ap Photo

No final da partida mais uma má notícia para a torcida Red Devil, Rooney saiu mancando. O problema é em seu tendão de Aquiles, e pode ser sério. Torço para que não seja nada, pois a Copa sem Rooney seria triste.

Emocionante e arrepiou. Por isso que afirmo sem medo, a Champions é diferente, outro nível.

Abraço a todos

segunda-feira, 29 de março de 2010

A odisseia de Ronaldinho Gaúcho no Barcelona


Com Joan Laporta, Ronaldinho recebendo a camisa dez blaugrana (Cesar Rangel – AP Photo)


Ronaldinho Gaúcho chegou ao Barcelona na temporada 2003/2004. O ex-jogador do PSG trocou a França pela Catalunha para ser o “cara” do novo projeto blaugrana. O homem que o atraiu para lá foi Sandro Rosell, ex-diretor da Nike no Brasil, que acabara de ser eleito vice-presidente esportivo barcelonista e que também era amigo do gaúcho. À época, o novo comando do Barça, além de ter Sandro, contava com o presidente Joan Laporta; o vice-presidente de finanças, Ferran Soriano; o vice-presidente de marketing, Marc Ingla; e o diretor esportivo, Txiki Bergiristain, ex-ídolo do clube.

A promessa de campanha de Joan Laporta era trazer David Beckham, mas o inglês acabou saindo do Manchester United para o rival Real Madrid. Porém, o novo presidente blaugrana nunca irá se arrepender de ter contratado o brasileiro. Os 32,25 milhões de euros pagos ao time da capital francesa foram o melhor negócio da nova era barcelonista. Um verdadeiro divisor de águas no mundo do Barça.

O desafio da chegada

O problema para Ronaldinho era o momento de sua chegada. Desde o começo, estava claro que os primeiros companheiros no Camp Nou não permaneceriam muito tempo na Catalunha. Além do craque verde e amarelo, o outro grande nome dessa nova fase seria o técnico. Mais uma vez, um holandês, Frank Rijkaard, ex-volante, com passagens destacadas por Ajax e Milan. O fim da era Louis Van Gaal estava decretado.

Para fazer companhia ao novo camisa dez do Barcelona, chegaram Rafael Marquéz, Quaresma e o goleiro Rüstü. Como todos sabem, os dois últimos tiveram vida curta no Camp Nou. A “Ronaldinhomania” começava a surgir. Logo na apresentação do brasileiros aos culés, 20 mil pessoas foram ao estádio, para darem as boas-vindas ao novo craque do clube. Ronaldinho chegava em um contexto ruim, pois o Barcelona havia ficado em sexto lugar em La Liga 02/03 e, o pior, 22 pontos atrás do campeão Real Madrid.

O primeiro jogo foi realizado longe da Espanha, no estádio Foxboro (Gillette Stadium), em Boston, nos Estados Unidos. O adversário foi a tradicional e forte Juventus, que, na época, era a vice-campeã da Liga dos Caampeões. O resultado: 2 a 2 no tempo normal e 6 a 5 na disputa de pênaltis. A dúvida pairava sobre os culés: o craque traia sorte ao novo clube?

O famoso sinal do Ronaldinho: em Barcelona, foi símbolo de sucesso por muitos anos (Getty Images)

A primeira temporada já mostrou que, com o brasileiro no time, o Barcelona voltaria a ser grande. Mas os blaugranas sofreram muito durante a campanha: a reestruturação do clube foi contestada, a cabeça de Rijkaard foi pedida várias vezes e Laporta chegou a ter a vida ameaçada, pelos setores mais radicais dos culés. O ponto mais baixo da trajetória, em 2003-04, foi a derrota por 2 a 1 para o Real Madrid. O revés para o maior rival não vinha há 20 anos, no Camp Nou. Ao final daquela partida, o Barça estava na 11ª colocação na Liga Espanhola. Ronaldinho acompanhou o jogo das tribunas, com o rosto desolado, pois só voltaria aos gramados na outra rodada.

Quando o camisa dez retornou de lesão, o time foi se acertando e, após três jogos alternando altos e baixos, conseguiu a sequência de 17 partidas sem derrotas, que incluíram vitórias importantes frente à Real Madrid, Valencia, Deportivo La Coruña e Real Sociedad. A série invicta levou o time a segunda colocação em La Liga. Frente ao rival basco, no dia de seu aniversário, Ronaldinho teve muito o que comemorar. A vitória por 1 a 0 veio com cobrança de falta genial do brasileiro, aos 43 minutos do segundo tempo. Com isso, a festa de aniversário ocorreu nos bastidores do Camp Nou. Uma curiosidade mostra como o camisa dez era especial para o clube: o presidente Joan Laporta desceu para a festividade, tendo uma aula de como cantar parabéns em português, com Sandro Rosell, para mostrar carinho ao seu jogador especial. 

Pronto, o time voltava a Liga dos Campeões e teria maior poder de investimento para montar o plantel da próxima temporada. Além disso, o ano de estreia dos novos dirigentes já começava a apresentar resultados, reduzindo as dívidas (primeira vez desde 1997), aumentando o número de sócios e iniciando o processo de modernização do clube, que culminaria na troca completa do gramado do Camp Nou ao final de 2003-04.

O feito de Ronaldinho Gaúcho foi enorme, principalmente, se levarmos em conta os seus companheiros de equipe. Valdés; Rüstü, que não jogava tanto por não ter passaporte europeu; Reizeger; Puyol; Márquez; Oleguer; Giovanni van Bronckhorst; Cocu; Xavi; Gabri; Gerard; Luis Enrique; Davids, que chegou por empréstimo da Juventus em janeiro; Luis García; Overmars; Quaresma; Saviola e Kluivert. Bons nomes, mas existem várias coisas para se pontuar. Os holandeses – exceção feita a Gio – já estavam em fim de carreira e, depois do Barça, a maioria se transferiria para times menores. Luis Enrique vivia seus últimos tempos. Valdés, Oleguer, Xavi, Quaresma e Saviola, eram promessas e sabemos que apenas o goleiro e Xavinho deram certo no Barcelona. O grau de aproveitamento dos não tão jovens, como Puyol, Gabri, Gerard e Luis García, também foi baixo: o zagueiro cabeludo deu certo, os outros logo deixaram o Barça.

Foi na temporada de estreia no Campeonato Espanhol, que ele protagonizou um de seus lances mais geniais naquela ponta-esquerda do Camp Nou. Os três chapéus consecutivos sobre os dois marcadores bascos do Athletic de Bilbao foram um dos cartões de visitas de Ronaldinho. O camisa dez ressaltou que seria importante aos blaugranas, terminando a temporada com 22 gols, sendo 15 em La Liga, o que o colocou como artilheiro do time no ano e no Campeonato Espanhol.

O novo esquadrão estava formado

Os investimentos imaginados vieram e, desta forma, Ronaldinho recebeu novos parceiros. Deco e Giuly, campeão e vice da LC no ano anterior chegaram de Porto e Monaco, respectivamente. Para a defesa, foram contratados os brasileiros Belletti, Edmilson e Sylvinho. No ataque, destaques de outros times da Europa: Eto’o, do Mallorca, e Larsson, do Celtic.

Eto'o e Ronaldinho: conexão perfeita e uma dupla que assombrou a Europa e o Mundo por quatro temporadas (AP Photo)


Um novo esquadrão em azul-grená estava formado e, com este time, o Barça voltou a vencer La Liga, após seis anos de jejum. Agora, os blaugranas já tinham um objetivo: voltar ao topo da Europa. O último e único título da Liga dos Campeões havia sido conquistado com o “Dream Team”, comandado por Cruyff, em 1991-92. Em campo, estavam Ronald Koeman (autor do gol único, na prorrogação da final, contra a Sampdoria), Bakero, Guardiola, Hristo Stoichkov e Michael Laudrup.

Em 2005, Ronaldinho ganhou o prêmio Melhor do Mundo FIFA, Eto'o ficou em terceiro e Messi foi coroado Golden Boy (Reuters)

Novamente, meta traçada e alcançada, com um bônus: o bi Espanhol. Nessas conquistas, um nome teve destaque maior que os outros, Ronaldinho, que foi o craque do título da LC 2005-06 e artilheiro do Barça na campanha, com sete gols. Nessas temporadas abençoadas, o camisa dez blaugrana foi condecorado como Melhor do Mundo FIFA 2004 e 2005 e como Bola de Ouro da revista France Football 2005 – diversos outros prêmios menores também foram conquistados.

Atuações memoráveis

O biquinho maravilhoso, contra o Chelsea, em Stanford Bridge (FourFourTwo)


Além dos prêmios individuais, Ronaldinho colecionou atuações memoráveis. Contra o Chelsea, pelas oitavas de final da LC 2004-05, em Stamford Bridge, ele marcou os dois gols blaugranas naquela noite. Um deles de forma mágica: dançando na frente dos marcadores e, com um biquinho, acertando o ângulo da meta. O belo gol anotado contra o Milan, na primeira fase do mesmo ano, coroou outra exibição de gala. Naquele momento, o Gaúcho sabia exatamente o que representava para o Barcelona e a que patamar havia chegado. Após o elástico, no qual deixou para trás Nesta e Gattuso de uma vez só e chute de canhota – sua perna “ruim” –, saiu falando para quem quisesse ver e ouvir, “eu sou foda”. E de fato era.


Ronaldinho e a exibição de gala frente ao Real Madrid no Real Madrid (Miguel Ruiz/FCB)

Para finalizar, a melhor atuação individual que pude presenciar no futebol. O 0 a 3, no Real Madrid, em pleno Santiago Bernabéu, no dia 19 de novembro de 2005. Ronaldinho Gaúcho marcou dois gols muito parecidos no segundo tempo: partindo da esquerda, anotando sem tomar conhecimento de Sergio Ramos, Helguera, Roberto Carlos e Casillas. A diferença entre seus gols foi que, em um cortou para a direita, e, no outro, para a esquerda, sendo que, no segundo, Roberto Carlos não ficou para trás. A atuação mágica na capital espanhola lhe rendeu honraria só repetida duas vezes na história. Ser aplaudido de pé pelos torcedores merengues foi fato raro e apenas Maradona e Messi conseguiram o feito em “território inimigo”.

Despedida com altos e baixos

Mesmo sendo vaiado nos seus últimos tempos de Espanha, chamado de gordo, o brilho não se resumiu a três ótimas temporadas. Ronaldinho, de vez em quando, aprontava das suas: um gol de bicicleta, cobranças de faltas milimétricas e assistências geniais foram os momentos finais de brilho do camisa dez. Na área de lendas do site do Barcelona, Ronaldinho é lembrado e existem dois vídeos de gols do brasileiro com a camisa blaugrana, que merecem ser conferidos. Acessem o primeiro aqui e o segundo aqui.

 Foi de Ronaldinho o passe para o primeiro gol profissional de Messi com a camisa do Barcelona (Getty Images)


Ronaldinho Gaúcho foi muito importante para o Barcelona, tanto dentro ,quanto fora de campo. Hoje, se o Barça chegou onde está, foi muito por conta do craque brasileiro. Se Laporta tivesse contratado Beckham, a história talvez não tivesse o sucesso que acabou aparecendo. Não nego a importância de Messi, mas a base do time e a estrutura do clube vem lá de trás, quando era o brasileiro quem dava as cartas no Barcelona.

Visca el Barça, Visca Ronaldinho, Visca el Fútbol!


Protagonismo na conquista da Liga dos Campeões, em 2005-06 (Getty Images)

Números de Ronaldinho no Barcelona


Temporadas no Clube: 2003-2008

Jogos: 250

Gols: 110 (94 em partidas oficiais)

Assistências: 81 em jogos oficiais.

Títulos: 2 Ligas (2004-05 e 2005-06), Liga dos Campeões (2005/06) e 2 Supercopas da Espanha (2005-06 e 2006-07)