domingo, 20 de setembro de 2015

“Eu não consigo jogar”

Cena cotidiana: Jack Wilshere caído após lesão (Getty Images)

A frase é resultado de uma viagem de ficção deste que vos escreve, mas não surpreenderia se fosse atribuída a Jack Wilshere. O meia-central do Arsenal e da Inglaterra acumula a 12ª lesão na carreira, sendo que as seis últimas – incluindo a atual – roubaram/roubarão 379 dias de futebol das temporadas de 2013-14, 2014-15 e 2015-16 do jogador. 

A mais recente lesão não é nova, é a mesma na fíbula da perna esquerda, que apareceu em agosto de 2015. Porém, na época, a primeira opção do jogador e do departamento médico gunner foi tentar a recuperação sem uma intervenção cirúrgica. Agora, depois de seis semanas, com a não evolução do quadro, a decisão foi partir para a operação, que o deixará fora até o final de 2015. 

Com lesões seguidas, aquele que, por muito tempo, foi considerado pela imprensa inglesa “o jogador mais talentoso surgido na Inglaterra desde Wayne Rooney” não consegue atingir este nível imaginado para ele. Mas não há como negar que Wilshere alcançou um patamar importante no futebol mundial. Afinal, quando tem condições, é titular em um dos gigantes ingleses e no English Team

Se as lesões o impedem de dar um passo à frente, por outro lado, um dos grandes especialistas em Arsenal, John Croos, do Daily Mirror, enxerga algo positivo nisso. O jornalista, que está muito próximo do dia a dia gunner, vê Wilshere mais forte a cada recuperação. Ele, inclusive, acha que, se não tivesse passado por tantos momentos ruins, o camisa dez do Arsenal não estaria no nível que está hoje. 

Talvez, outro jogador utilizasse a frase título deste post como justificativa para uma queda de patamar futebolístico ou até para uma desistência do esporte. Mas Wilshere não. Apesar de seu corpo parecer incapaz de suportar a exigência do futebol de alto nível, o camisa dez gunner mostra uma força mental, praticamente, inatingível. É com isso e com muito apoio da comunidade futebolística que ele conta para se recuperar. 

O capitão do Arsenal, Mikel Arteta, é um daqueles que confia em Wilshere e tem certeza que o meia-central terá “uma carreira maravilhosa pela frente”. Ao que tudo indica, a mente do dez gunner está apta para superar cada obstáculo, que o corpo insiste em colocar pelo caminho.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Douglas Costa: moderno e antigo

No início na Alemanha, Douglas tem ignorado os marcadores e recebido diversos elogios (AFP)

Ironizado por muitos e desconhecido por tantos outros no Brasil, Douglas Costa chegou ao Bayern de Munique nesta temporada e já chama atenção. O brasileiro não sente o peso da responsabilidade dos 30 milhões de euros investidos em seu futebol e joga o quanto precisa para afastar as desconfianças. 

Douglas Costa é canhoto, extremamente veloz, habilidoso e não tem medo de confrontos um contra um. O brasileiro foi contratado como alternativa ao famoso dueto bávaro, Robery (Robben e Ribéry), principalmente para substituir o francês, que vem sofrendo com constantes lesões. Neste início de 2015-16, o gaúcho já apareceu na ponta direita e na ponta esquerda, mas se destacou mesmo por atuar como um ponta antigo pelo lado canhoto do ataque bávaro. 

Ponta à moda antiga? Sim, pois, ao contrário das atuais referências na posição – Robben, Hazard, Neymar –, Douglas Costa não atua com pé invertido. O canhoto tem chamado mais a atenção jogando pela esquerda e indo ao fundo para cruzar. Uma característica pouco comum ao futebol moderno, mas que dá muito certo no atualizadíssimo Bayern de Munique de Pep Guardiola. Os números refletem esse sucesso: nos primeiros três jogos da Bundesliga, o camisa 11 soma quatro assistência e um gol – lidera a Liga Alemã no primeiro quesito. 

Com cinco participações em gols do Bayern, o gaúcho é responsável direto por 50% dos tentos anotados pela equipe de Munique, nas três partidas iniciais do campeonato. Apenas Thomas Müller, com os cinco gols anotados – três deles marcados após passe de Douglas Costa –, tem importância igual a do brasileiro no ataque bávaro. 

O bom desempenho inicial tem dois motivos óbvios: a qualidade do jogador e a confiança de Pep Guardiola no futebol dele. Dentro das diversas variações do catalão, neste começo de temporada, Douglas Costa como titular é uma das certezas. Isso somado aos ótimos números e ao bom nível de futebol apresentado, garantiram o prêmio de melhor jogador da Bundesliga no mês de agosto. 

Logo após a estreia do brasileiro, Pep Guardiola declarou estar muito feliz com desempenhos do novo camisa 11 dos bávaros. “O Bayern fez uma ótima aquisição com o jovem Douglas Costa. Ele pode jogar tanto pela ponta direita, quanto pela esquerda. Ele tem a visão necessária para ter sucesso jogando centralizado também. Nos próximos dias, ele vai receber um monte de elogios pelo seu desempenho, mas é o nosso trabalho ajudá-lo a permanecer com os pés no chão”. 

A largada em grande estilo na Alemanha mostra ao Brasil que Douglas Costa é excelente opção aos canarinhos. Além disso, com os constantes problemas físicos de Ribéry e Robben (ambos estão fora das próximas partidas), a possibilidade é muito grande de que o bom início se concretize em uma temporada sendo muito relevante no elenco bávaro. A seleção brasileira e Pep Guardiola apostam nisso.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Passaporte Sportv: a minha experiência

O blog não é direcionado a relatos pessoais de seu autor, mas, neste caso, abro uma exceção, pois queria dividir a experiência com todos, sendo que alguns até já sabem. Nos últimos meses, participei do programa Passaporte Sportv. Aquele em que o canal de esporte seleciona alguns jovens, para fazer parte da equipe, visando grandes eventos – no meu caso, projeto Olímpiada 2016.

Quem me conhece sabe que, quando escolhi o jornalismo no Ensino Médio, foi justamente para ir em busca de algo assim. Sempre almejei trabalhar com esportes e, principalmente, com o futebol. É algo inerente à minha personalidade, sou fanático.

Por isso, enquanto avançava no programa, ia me animando. Análise de currículo, provas online de inglês e português e, por fim, o vídeo-matéria relacionado ao mundo olímpico. Sabia pouco de edição e tinha horário apertado para realizar o trabalho. Apostei naquilo que conheço tão bem: o ciclismo de estrada e meu ídolo na modalidade, Alberto Contador.

O Pistolero foi um tiro certo e me classificou para a primeira etapa presencial do Passaporte Sportv – a quarta das seis previstas. Havia razões para eu animar. Em conversa rápida, meus chefes me liberaram para participar da dinâmica, que seria realizada em Curitiba, e fui com muita vontade de mostrar o que sou – um fanático por esportes – para os selecionadores.

Na capital paranaense, encontrei grandes concorrentes e considero ter deixado boas impressões. Obviamente, um minuto para falar de mim é muito pouco e, para falar sobre um tema aleatório em inglês, é tempo demais. Ou seja, dava para ser melhor, mas penso que deixei algo bom para os concorrentes e responsáveis pelo processo de seleção.

Lá recebi a notícia que me proporcionou um mix de emoções. Saber que eu estava entre os 200-250 selecionados, após de mais de 4 mil inscritos, foi uma alegria. Mas ser informado que apenas 36 passariam a penúltima fase gerou preocupação. Afinal, o sarrafo estava muito alto, seria muito difícil alcançar este patamar.

Hoje abri minha caixa de e-mail e recebi a resposta: infelizmente, não sigo no processo. Paro entre os 200-250 melhores. Sem dúvida, algo positivo, pois, nos últimos tempos, tenho ficado cada vez mais descrente em ter um futuro dentro do jornalismo esportivo. Meu desempenho nesse processo seletivo me dá um novo gás e me faz pensar: vá em frente, não desista, você tem potencial. Afinal, quantas vezes já ouvimos histórias de grandes que foram rejeitados em diversas peneiras antes de conseguirem brilhar.


Com esse sentimento, eu sigo em frente e seguirei lutando pelo meu sonho! Indico que todos façam o mesmo, pois tenho certeza que valerá a pena!

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Uma das chaves de Berlim

Andrea Pirlo: mesmo longe dos melhores dias, o camisa 21 será ponto chave na final em Berlim (La Presse)

“Quando ele me disse que estava contratado pela Juventus, a primeira coisa que pensei foi: ‘Deus existe’. Um jogador do seu nível e habilidade e, ainda por cima, sem custos. Foi a contratação do século”. A frase é do goleiro Buffon e o jogador que mereceu tal referência, Andrea Pirlo. Mesmo sem ser aquele dos primeiros anos de Vecchia Signora, o camisa 21 será uma das chaves da final da Liga dos Campeões 2014-15, entre Juventus e Barcelona, que será disputada neste sábado, dia 6 de junho, no Olympiastadion, em Berlim.

Durante a coletiva de imprensa realizada na terça-feira (02/06), o técnico do Barcelona Luis Enrique teve uma de suas frases destacadas pelos diários catalães. “Tenho interesse que Pirlo não jogue muito”. A fala chama atenção, porque Pirlo tem a sua pior temporada desde que chegou aos bianconeri. Confiram os números abaixo:

Temporada
Partidas
Minutos em campo
Gols
Assistências
2011-12
41
3.675
3
14
2012-13
45
3.922
5
11
2013-14
45
3.706
6
8
2014-15
32
2.571
5
5

Por que Luis Enrique se preocupa tanto com Pirlo? A resposta é simples: no 4-3-1-2 que Allegri costuma escalar a Juventus, o camisa 21 segue sendo peça chave na saída da equipe para o jogo. Ele é o responsável pelo primeiro passe que faz a bola chegar com mais qualidade aos outros meias – Marchisio, Pogba e Vidal – e também ao craque da equipe, Carlos Tévez.

Sem o meia-central na saída de bola, a Juventus mudaria um pouco a sua forma de atuar. Os bianconeri teriam que utilizar mais o passe longo de Bonucci e alternativas pelos flancos: Lichtsteiner e Evra, o que resultaria em menos qualidade. E, claro, além disso, Marchisio, Pogba e Vidal teriam que participar do jogo mais próximo à defesa e a equipe perderia a chegada do trio ao ataque. Portanto, nos dois casos, a Vecchia Signora teria seu poderio ofensivo diminuído.

Pelas declarações, o técnico blaugrana sabe exatamente o risco que corre, caso o camisa 21 adversário tenha a liberdade que deseja para jogar. Mas, para marcá-lo, Luis Enrique terá que fazer escolhas. Trazer um dos meias para acompanhar Pirlo individualmente não parece a melhor alternativa, pois, para qualquer um deles – ou Busquets ou Rakitic ou Iniesta –, ir marcar tão à frente resultará em espaços às costas para Pogba, Marchisio e Vidal jogarem. Essa tranquilidade aos demais meio-campistas da Juventus também não faz parte dos planos de Lucho.

Por isso, a alternativa mais clara é de exigir um esforço defensivo um pouco maior do trio de ataque. Juntos, Messi, Suárez e Neymar, marcaram 120 gols em 59 partidas, números impressionantes. Porém, além de querer que eles balancem as redes defendidas por Buffon, Luis Enrique precisará da participação dos três na defesa. Cada um deles terá que dar um pouco a mais, para atrapalhar a saída de bola bianconera, protagonizada por Pirlo.

Por conta de tudo isso, creio que o resultado da final de sábado passará muito pela produção de Andrea Pirlo.

Podcast – Resenha VAVEL
Falei de outros aspectos da partida decisiva, no podcast do portal VAVEL Brasil. O convite foi feito pelo amigo Felipe Ferreira, e eu participei do programa ao lado do amigo de Quattro Tratti, Murillo Moret, blogueiro da Juventus no ESPN FC, para falar sobre a partida.


Confiram abaixo o podcast que gravamos sobre a decisão:

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Acabou a espera

 Público compareceu e o Londrina conseguiu o que tanto queria, em 2015, tem Paranaense, Copa do Brasil e Série C (Roberto Custódio/Jornal de Londrina)

O sonho do torcedor londrinense chegou, a equipe finalmente voltará a ter um calendário completo no ano que vem. Neste domingo, os alvicelestes confirmaram o retorno à Série C, que disputaram pela última vez em 2005. A volta foi confirmada com bom público no Estádio do Café, após a vitória por 2 a 0 no placar agregado frente à Anapolina. De quebra, em 2014, o Londrina conseguiu o título paranaense e uma boa campanha na Copa do Brasil. 

A grande mudança na história recente do clube começou em 2010 e foi acentuada em 2011, quando o grupo SM Sports, do empresário Sérgio Malucelli, assumiu o comando do LEC. Isso me faz relembrar uma matéria que fiz durante a faculdade e trata exatamente deste momento de reconstrução do clube, que, em 2010, parece ter atingido seus primeiros objetivos. 

O texto e a narração são meus e a edição é do Edyr Pedro, histórico técnico da Faculdade Pitágoras Londrina. Ouçam:



quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Itália na Europa

A Itália vem perdendo relevância no futebol europeu e suas equipes deixaram de ser apontadas como favoritas nas disputas intercontinentais. Por isso, o futebol italiano perdeu uma das vagas que tinha na Liga dos Campeões para a Alemanha e, atualmente no Coeficienta Uefa, o Belpaese é o quinto atrás também de Portgual. Se na LC, parece improvável que os representantes do país cheguem longe, a Liga Europa pode ser uma boa competição para ganhar pontos importantes e voltar a subir no ranking. 

Apesar disso, nos últimos anos, os clubes do país não têm se dedicado tanto à disputa, preferem a busca pela vaga à Liga dos Campeões via Serie A. Como apenas três equipes conseguem a vaga no torneio mais importante – duas diretamente na fase de grupos, etapa que o Napoli não conseguiu alcançar em 2014-15 –, vencer a Liga Europa, que também garante o acesso à LC, pode ser melhor por vários motivos. Primeiro, a equipe venceria um título; depois, ajudaria o país a recuperar espaço na Uefa; e também conseguiria participar da Liga dos Campeões do ano seguinte. 

Nesta quinta, levando em consideração estes aspectos, os quatro representantes italianos estrearam na Liga Europa. Neste início de competição, dois deles, Inter e Napoli, são apontados como favoritos ao título da competição. Resta saber se a dupla italiana conseguirá confirmar o favoritismo quando a bola rolar. A largada de ambas equipes foi boa, mas nada de encher os olhos. 

Dnipro 0-1 Internazionale 

 D'Ambrosio garantiu a vitória da Inter, que larga Liga Europa entre as favoritas ao título, mas estreou com exibição bastante burocrática (Inter.it)

A Inter viajou à capital ucraniana, onde o time de Dnipropetrovsk manda os jogos enquanto o país está em crise, e não apresentou um futebol fascinante. Mazzarri foi com os três zagueiros e iniciou a partida apenas com Icardi no ataque. O resultado foi pouca criação e um certo domínio do Dnipro, que, apesar disso, não conseguiu assustar verdadeiramente o ótimo goleiro Handanovic. Pelos nerazzurri, Guarín foi escalado bem próximo do ataque para tentar dar o passe final ou surpreender nos chutes de fora da área. Porém, no primeiro tempo, o colombiano acertou apenas 56% dos toques, índice baixíssimo para o nível dele, o que atrapalhou a produção ofensiva interista. 

Por conta do primeiro tempo ruim e pela responsabilidade de ganhar, o técnico nerazzurro não tardou a mexer para a parte final do jogo. Com Osvaldo no lugar de Kuzmanovic, a Inter passou a ter uma dupla ofensiva, no 3-1-4-2. A mexida deu resultado e a pequena melhora da equipe fez com que o domínio mudasse de lado. A Beneamata parecia bem próxima do gol e Rotan tratou de facilitar as coisas. O experiente jogador abusava das faltas e, no início da etapa final, acabou expulso. Logo depois de conseguir a vantagem numérica, a Inter encontrou o gol. D’Ambrosio, que fez algumas vezes a diagonal para o meio da área, desta vez, recebeu o passe, se livrou da marcação e fuzilou. Com o 1 a 0, os italianos controlaram o jogo com mais tranquilidade, mas pouco fizeram. A vitória mínima fora de casa bastou para os nerazzurri, que voltam à Itália na liderança do grupo F da Liga Europa, e, em cinco partidas oficiais na temporada, seguem sem sofrer gols

Napoli 3-1 Sparta Praga

Higuaín e Mertens se abraçam: a dupla comandou a virada napolitana (Tuttosport)

O San Paolo foi o símbolo da decepção napolitana com a desclassificação na última fase preliminar da Liga dos Campeões. Porém, se o estádio teve uma lotação abaixo da média, dentro de campo, os partenopei jogaram com muita vontade e Rafa Benítez optou por uma escalação praticamente titular. O resultado se viu em campo, com um domínio bem claro dos azzurri, mas sem criar chances tão claras de gol. Em uma das raras chegadas ao ataque, o Sparta Praga aproveitou para surpreender e, com Husbauer aproveitando uma rebatida na entrada da área, abriu o placar. Ter o 1 a 0 contra impulsionou o Napoli para o ataque e, com boas participações de Hamsik e Higuaín, o time conseguiu criar oportunidades mais claras. Uma boa jogada da dupla resultou em bola na trave e, na sobra, Nhamoinesu cometeu pênalti. "El Pipita" bateu bem e converteu, se redimindo após a penalidade perdida no final de semana pela Serie A. Apesar da melhora, os napolitanos não conseguiram a virada já no primeiro tempo, a trave impediu um segundo gol.

Higuaín seguiu sendo protagonista e, como de costume, deixou muito a área para criar jogadas para a finalização de companheiros de time. A virada saiu em uma dessas ocasiões, o argentino foi para a ponta-direita, limpou marcadores com extrema facilidade e cruzou rasteiro. Mertens, que ocupava o espaço deixado pela "Pipita", ganhou da zaga e marcou. Com mais uma boa exibição, o belga ganha espaço no time titular de Benítez, deixando o inconstante Insigne relegado à reserva. No final do jogo, quando o ritmo napolitano já havia caído muito, o camisa 14 ainda fez o terceiro, após deixar dois defensores para trás com um drible só. Após o 3 a 1, o Napoli tratou apenas de não correr risco, controlou a posse de bola e garantiu a boa vitória.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Primeiros passos curtos

 Por razões diferentes, Maicon e Neymar foram os protagonistas do Tour norte-americano da seleção brasileira  (Robert Mayer/USA TODAY Sports)

Desde o início da era Mano Menezes, acompanhar a seleção brasileira é uma tradição para mim. Com isso, tenho um arquivo extenso de estatísticas e observações, que renderam vários textos para o Simplificando Futebol. Nesta sexta-feira, se iniciou a segunda era Dunga e, por isso, nesta semana, mesmo um pouco decepcionado, volto a falar dos Samba Boys. Em julho imaginava que, depois do 7 a 1, poderia ver a seleção em um contexto muito diferente, com mudanças na CBF, na estrutura do futebol brasileiro e na forma de pensar futebol ou, pelo menos, sinalizações de que as coisas estariam mudando. Porém, Dunga e Gilmar Rinaldi, com certeza, não representam o que esperava. Mas vamos lá. 

A reestreia de Dunga teve oito jogadores, que estiveram na Copa de 2014, entre os titulares. Por isso, em campo, não houve uma grande mudança em relação ao time que foi goleado pela Alemanha. O novo técnico escalou a equipe de forma muito semelhante àquela que adotava na Copa de 2010, um 4-2-3-1 torto, em que o ponta-direita, Willian, jogava mais recuado em relação aos outros meias. Uma diferença clara foi o centroavante Tardelli, que não jogou preso dentro da área e se movimentou muito.
 
Selecao Brasileira - Amistoso - 5th September 2014 - Football tactics and formations 

Apesar das mudanças, os canarinhos não mostraram nada muito diferente. O problema crônico da Copa do Mundo foi a saída de bola, que, contra a Colômbia, também foi inefetiva. Nem Luiz Gustavo, nem Ramires, se mostraram capazes de dar esta qualidade no primeiro passe. Os dois volantes brasileiros não têm as mesmas características que grandes nomes da posição, como Pirlo, Xabi Alonso e Schweinsteiger. Luiz Gustavo tem capacidade de chegar ao ataque com imposição física e chuta bem de fora da área, porém peca na parte de criação, no primeiro passe. Ramires é um jogador de movimentação e velocidade, ou seja, também não é um grande passador. 

Além disso, os três meias titulares não têm características claras de armação, Willian, Oscar e Neymar são mais meias-atacantes/pontas. O camisa onze da seleção é o mais próximo de ser um amador clássico no time de Dunga, mas não é um meia de criação e, sim, um jogador de boa chegada na área. Philippe Coutinho, que tem realizado este papel no Liverpool, veio do banco, mas jogou pouco e, por isso, não conseguiu ter tanta influência no jogo verde e amarelo. 

Além da repetição dos problemas antigos, há de se destacar a violência das duas equipes. A quantidade de faltas não foi tão grande, mas a agressividade delas mereceu destaque. O gol decisivo veio em bola parada, que foi assinalada por toque de mão bastante duvidoso. Neymar cobrou com maestria e marcou. Novamente, o camisa dez foi decisivo para uma vitória verde e amarela e, mesmo sendo início de trabalho, preocupa ver o Brasil tão dependente da sua principal estrela. 

Apesar do desempenho mediano na estreia, os jogadores brasileiros tiveram uma folga entre os amistosos. Após o período, o coordenador da CBF, Gilmar Rinaldi, foi a público e comunicou o corte de Maicon, mas não explicou o motivo, levantando as mais variadas hipóteses sobre ocorrido. Ao final, jornalistas do Globoesporte.com, que acompanham a seleção in loco, informaram que o motivo do corte foi um atraso de onze horas na reapresentação. Para o lugar dele, Fabinho, que estava com a seleção sub-21 em Doha, foi chamado e, desta forma, os Samba Boys completaram a passagem pelos Estados Unidos com dois jogadores com idade olímpica, Marquinhos e o lateral-direito. 

 Com esta mudança, o Brasil enfrentou o segundo rival sul-americano com apenas duas alterações: na vaga do cortado Maicon, entrou Fabinho; e David Luiz, que ficou de fora por conta de uma lesão, foi substituído por Marquinhos. Dunga não abriu mão das ideias apresentadas na reestreia à frente da seleção, o 4-2-3-1 torto com falso nove seguiu. A movimentação dos quatro homens mais ofensivos com o apoio de Ramires se repetiu e, mais uma vez, foi o ponto alto da atuação verde e amarela. 

 As trocas de posição constantes entre os meio-campistas e o atacante confundiam os adversários e davam uma dinâmica muito interessante ao setor ofensivo brasileiro. Porém, parece que ainda falta mais treino para que os movimentos sejam mais integrados e que produzam chances mais claras de gols. Pois, mesmo se mexendo bem, a seleção chutou pouco e não assustou tanto o bom goleiro Domínguez. A defesa, quando exigida, se portou bem e Miranda mostrou o mesmo nível altíssimo que apresenta desde a última temporada no Atlético de Madrid. 

Assim como no jogo frente aos colombianos, o gol brasileiro veio em lance de bola parada, porém, desta vez, não foi apenas a qualidade de Neymar que brilhou. Oscar bateu curto para o dez verde e amarelo, que, de primeira, jogou a bola na área, onde Willian apareceu libre para marcar o 1 a 0. Surpreende a ótima jogada, afinal, atualmente as seleções treinam muito pouco e o trabalho de Dunga foi recém-iniciado. Apresentar uma jogada ensaiada é um ponto bastante positivo, a torcida é para que isso continue nas próximas partidas, com novas jogadas trabalhadas, que podem ser um diferencial interessante desta nova seleção brasileira. 

No segundo tempo, com Ricardo Goulart, Everton Ribeiro e Philippe Coutinho nos lugares de Willian, Oscar e Tardelli, a movimentação foi ainda mais interessante. Neymar assumiu o centro do ataque e foi muito acionado nos contra-ataques. Mas, apesar de mais e melhores oportunidades terem sido criadas, o segundo gol não saiu. O capitão e principal jogador brasileiro perdeu um gol incrível, sob às traves. O Equador também atacou mais e esteve muito perto do empate, Filipe Luís salvou uma bola em cima da linha. 

Portanto, a volta de Dunga trouxe duas vitórias por placar mínimo e futebol, no máximo, nota sete. Alguns problemas se repetiram e, o maior deles, a dificuldade na saída de bola pelo centro do campo, não mudou nada. Mas há de se destacar algumas atuações individuais. A linha defensiva funcionou bem e, nos dois amistosos, Filipe Luís mostrou que está à frente de Marcelo na disputa pela vaga, mas deve se concentrar em ganhar a vaga no clube, onde iniciou como reserva. Outro que brilhou pelo Atlético 2013-14, Miranda, também largou bem na nova fase dos canarinhos. Não para deixar de falar de Neymar, pois segue em nível altíssimo e largou a era Dunga com um gol e uma assistência – na seleção principal já são 36 gols e 24 assistências. 

No lado negativo, existe um jogador que merece ser falado de forma especial. O atacante Diego Tardelli não agradou tanto. O jogador do Atlético Mineiro cumpriu em partes o que se espera de um falso nove, pois se mexeu bastante, abriu espaços e, até, ajudou na recomposição, deixando Neymar muitas vezes mais solto à frente. Mas ficou devendo na participação com a bola e na finalização nas poucas oportunidades que teve. Tardelli pode até melhorar nas partidas que virão, mas imagino que outro nome será testado – poderia ser o Roberto Firmino, do Hoffeheim – nos próximos amistosos. Nos dias 11 e 14 de outubro, os canarinhos enfrentam a Argentina e Japão, na Ásia, quando espero ver melhorias no jogo brasileiro.

sábado, 30 de agosto de 2014

Primeiras impressões Di María

 Apresantado para vestir a histórica camisa sete do United, Di María ainda não fez Louis van Gaal mudar a ideia de escalar a equipe com três zagueiros (Chris Brunskill/Getty Images)

Di María no United Na apresentação de Di María, Van Gaal deixou claro o que já havia especulado antes, o Manchester United precisava muito de um jogador do nível e estilo do argentino. “Eu comprei o Di María, pois ele pode jogar por dentro e pela ponta, o que é muito prático para o treinador”. Na estreia, contra o Burnley, o novo camisa sete dos red devils jogou pelo centro, à frente de Fletcher e ao lado de Mata. O posicionamento é bastante semelhante ao que o “Fideo” ocupava no 4-3-3 madridista, porém, na Espanha, o corredor esquerdo ficava muito para ele, neste início no United, Di María divide o espaço com o ala Young. 

A opção pela manutenção do esquema com três zagueiros – hoje um 3-1-4-2 – decepcionou a imprensa, pois muitos esperavam que, com Di María, o United passasse a jogar no 4-2-3-1 ou no 4-3-3. Sobre isso, Van Gaal também falou na apresentação do argentino: “esse é o processo. Eu não posso aclarar isso (a mudança de sistema), pois nós temos que ver no processo o que estamos fazendo. O que estou dizendo exatamente é que você não pode estalar seus dedos e mudar para outro esquema”.

 Manchester United - Football tactics and formations 
 Van Gaal não muda e sempre inicia as partidas com três zagueiros

Mesmo com a importante incorporação, o sistema tático não funcionou. O Burnley, de baixo investimento, atuou no 4-4-1-1 e, muitas vezes, exercia pressão na saída de bola dos red devils. No primeiro tempo, sem ajuda de Mata, Di María era o único que recuava para colaborar com o trio de zagueiros para iniciar a criação de jogadas. O resultado desta dificuldade para construir o jogo é que, no primeiro tempo, o United arriscou 50 lançamentos e completou apenas 23. Além disso, os Clarets assustaram De Gea. 

O técnico holandês manteve o desenho tático, mas Mata passou a auxiliar a saída de bola. A maior participação do espanhol ajudou em algumas jogadas, porém não foi constante, o Burnley seguia conseguindo evitar a melhor construção de ataques do United. Aos 69 minutos, Di María foi substituído e deixou o campo tendo criado as duas melhores oportunidades de gol dos red devils. A estreia do argentino foi boa, mas parece claro que o rendimento dele pode aumentar, principalmente, se puder ser um meia aberto e não um meia-central, como foi hoje. 

A outrora grande promessa, Anderson, entrou no lugar do camisa sete e foi executar a mesma função. O brasileiro até ajudou no início das jogadas, porém, faltando apenas 20 minutos para o final da partida, o United já optava pelo abafa. Os dois zagueiros abertos avançavam muito e os alas jogavam uma bola atrás da outra na área rival. O resultado foi ruim: ou a defesa ou o goleiro Heaton tiveram ampla superioridade nas jogadas e a insistência na alternativa aérea não produziu oportunidades claras de gol. 

As boas impressões deixadas pela estreia de Di María foram o melhor que o United ofereceu. Até aqui, em três partidas, dois pontos conquistados. Além disso, é bom destacar que Van Gaal insiste no esquema com três zagueiros, sem ter um defensor mais experiente e de nível mundial, o que faz falta. Os recém-contratados Rojo e Blind agregam ao clube, mas não são este jogador, ambos também são jovens, como aquilo que o United já tem no elenco. Pela coletiva na apresentação de Di María, o técnico holandês deixa claro que seguirá insistindo nos três zagueiros, porém, com os maus resultados se repetindo, a mudança tática pode ser necessária.

sábado, 23 de agosto de 2014

Um novo Bayern

Robben começou voando a temporada 2014-15, da mesma forma que terminou a Copa do Mundo 2014 (fcbayern.de)

Pep Guardiola é conhecido por ser um técnico bastante inquieto e que, mesmo com vitórias, sempre quer evoluir. Na temporada passada, o Bayern de Munique não repetiu a tríplice coroa e, na Liga dos Campeões, parou nas semifinais, ao perder para o Real Madrid por 5 a 0 no agregado. Além disso, foram raros os momentos em que os melhores jogadores ofensivos do elenco – Ribéry, Robben, Götze, Müller e Mandzukic – ficaram juntos em campo. Por isso, para 2014-15, desde a pré-temporada, o catalão vem desenhando um Bayern jogando no 3-4-3, sendo que um dos zagueiros seria o ótimo lateral-esquerdo Alaba. 

Depois de perder a Supercopa da Alemanha para o Borussia Dortmund, quando Jürgen Klopp superou completamente a ideia de jogo proposta pelos bávaros, o plano para a temporada não mudou. Pep Guardiola, inclusive, afirmou: “nós sofreremos do começo até a parada de inverno”. Na estreia da Bundesliga, o catalão manteve o pensamento inicial e, mesmo jogando no 4-2-3-1, os movimentos da equipe com e sem a bola mostravam claramente os três zagueiros. Na maior parte do tempo, o Bayern conseguiu controlar as ações e só não conseguiu um placar elástico por conta da boa atuação do goleiro Grün e da boa marcação executada pelo Wolfsburg. O jogador mais desequilibrante que estava em campo, Robben fez o que se espera dele: com um drible, venceu Luiz Gustavo e cruzou para Müller marcar de canela. 1 a 0.

  Bayern de Munique - Football tactics and formations 

Na volta do intervalo, Robben fez o dele em contra-ataque muito veloz, em que o holandês fez o desarme, tabelou com Lewandowski e marcou de canhota. Logo depois, em descuido da zaga somado à falha de arbitragem, Olic, ajeitando a bola com a mão, fez um golaço da entrada da área. Os lobos tomaram conta do jogo e ficaram muito próximos de empatar, o jovem e promissor volante belga, Júnior Malanda, perdeu gol incrível, que decretaria o 2 a 2. 

O camisa dez marcou a diferença da partida, com um gol e uma assistência. Na verdade, se não fosse um erro do auxiliar, teria conseguido duas assistências, mas o 3 a 1 marcado por Rode foi anulado. Robben largou a temporada no ritmo de melhor jogador da Copa e fez com que o Bayern atacasse em 42% das vezes pela direita, setor em que o holandês, praticamente, monopolizou as jogadas. O lado destro do ataque não teve tanta a presença de Lahm, que, na primeira etapa, ficou mais como zagueiro do que lateral. Pois, no flanco canhoto, Bernat recompunha sem a bola, porém, na posse dela, se alinhava com Alaba e Guadino, empurrando Götze para o centro e deixando Müller bem próximo ao centroavante Lewandowski.

  Bayern de Munique - Football tactics and formations 

Além da interessante movimentação com a bola, que deixava o time com os três zagueiros imaginados na pré-temporada, foi importante notar a confirmação de Guadino. O jovem fez ótimos amistosos e, assim que as partidas passaram a valer, a relevância do meia-central de 17 anos não mudou. Contra o Wolfsburg, foram 57 passes completados dos 59 tentados, incrível índice de 96,6% de acerto. Com Schweinsteiger e Thiago às voltas com lesões, Guadino pode ter papel importante neste novo Bayern e, até aqui, quando exigido, o jovem não decepcionou.

domingo, 17 de agosto de 2014

O meia-armador da Seleção

Coutinho (à esquerda) e Sterling (à direita) terão papel mais preponderante no Liverpool, sem Suárez (no meio), na primeira partida da EPL, o inglês assumiu sua responsabilidade e decidiu (Alex Livesey/Getty Images)

“Sua habilidade para sair de situações difíceis e sua visão de jogo são incríveis. Ele foi fantástico, é um operário incrível, simplesmente mágico”. Com essas palavras, o técnico do Liverpool, Brendan Rodgers descreveu o seu camisa dez, Philippe Coutinho, após o 4 a 0 aplicado sobre o Borussia Dortmund, em amistoso de pré-temporada. No período de férias o comandante deixou uma missão para o brasileiro: ver DVDs de Valderrama, Valerón, Rui Costa e Francescoli, quatro jogadores da posição e que atuaram em ótimo nível. 

Pelas declarações iniciais do técnico, o jovem cumpriu a tarefa de férias e voltou ainda melhor. Na primeira partida do Liverpool pela Premier League, o camisa dez foi o meia-atacante, no 4-2-3-1 montado por Brendan Rodgers. Porém, o difícil debute frente ao Southampton, não teve o melhor de Philippe Coutinho. O carioca participou pouco, conseguiu apenas dois passes importantes e completou só três dribles, mas segue prestigiado pelo comandante. Sem o melhor do camisa dez, os Reds tiveram muitas dificuldades. 

O Southampton, também em um 4-2-3-1, teve a estréia do ponta-esquerda Tadic, que, com habilidade e velocidade, incomodou muito outro debutante, o lateral-direito Manquillo. O Liverpool saiu na frente com o ótimo Sterling, aproveitando lançamento maravilhoso de Henderson, que, no mesmo lance, recuperou a bola e fez a assistência. Jogando melhor, os Saints só não igualaram a partida rapidamente, porque Mignolet e o Skrtel se comportaram muito bem. Mas a igualdade veio. O melhor da equipe visitante fez passe de letra e deixou o lateral-direito Clyne livre para igualar. 

Brendan Rodgers colocou Lambert no lugar de Coutinho e passou a jogar no 4-3-1-2, com o recém-contratado fazendo dupla de ataque com Sturridge e Sterling atuando na armação. Sem controlar o totalmente as ações da partida, os Reds conseguiram o 2 a 1, após muitas bolas cruzadas na área. De cabeça, o autor do primeiro gol assistiu Sturridge, que, na pequena área, só empurrou às redes. Jogando melhor, faltou muito pouco para o Southampton sair com o empate, novamente, Mignolet evitou. 

Mesmo tendo vendido muitos destaques da última temporada – receberam 119,53 M € por cinco jogadores –, com Ronald Koeman e gastando “apenas” 58,2 M € em contratações, os Saints devem continuar incomodando muito os grandes. Por isso, a vitória, mesmo com muitas dificuldades, mostra um Liverpool forte para a disputa da Premier League e, o melhor de tudo, Sterling já começou a temporada em nível altíssimo. 

Voltando a vestir verde e amarelo 

No Mundial Sub-20 2011, Philippe Coutinho teve algum destaque, principalmente, na primeira fase, quando marcou todos os seus três gols na disputa (Fernando Llano/AP Photo)

Nesta terça-feira, Dunga faz a primeira convocação desta nova passagem pela Canarinho e, apesar da primeira atuação na temporada ter sido ruim, Philippe Coutinho tem que estar lá. O jogador do Liverpool tem tudo para ser o meia criativo e com visão de jogo apurada, que, desde que Ganso surgiu e não conseguiu se firmar, a seleção brasileira procura. No rastro do paraense, o camisa dez dos Reds foi testado e convocado por Mano Menezes, mas não se firmou. 

A guinada na carreira ocorreu mo meio da temporada 2012-13, quando o Liverpool desembolsou 10 M € – pechincha para os valores do mercado atual – e trouxe o novo camisa dez, que, na Internazionale nunca teve o destaque merecido. Agora, Philippe Coutinho tem tudo para ser um dos importantes pilares jovens da nova trajetória dos Samba Boys. Alternando criatividade, habilidade e velocidade, com muita disposição para ajudar o time e disciplina tática, o carioca traz características de jogo, que poucos brasileiros têm atualmente, por isso, merece a oportunidade na verde e amarelo. 

Com muita confiança de Brendan Rodgers e bem adaptado na Inglaterra, Philippe Coutinho deve, mais uma vez, realizar boa temporada pelos Reds. Desta forma, deve se confirmar no elenco da equipe nacional e com boas chances de se firmar entre os onze iniciais da nova era Dunga.