sábado, 30 de agosto de 2014

Primeiras impressões Di María

 Apresantado para vestir a histórica camisa sete do United, Di María ainda não fez Louis van Gaal mudar a ideia de escalar a equipe com três zagueiros (Chris Brunskill/Getty Images)

Di María no United Na apresentação de Di María, Van Gaal deixou claro o que já havia especulado antes, o Manchester United precisava muito de um jogador do nível e estilo do argentino. “Eu comprei o Di María, pois ele pode jogar por dentro e pela ponta, o que é muito prático para o treinador”. Na estreia, contra o Burnley, o novo camisa sete dos red devils jogou pelo centro, à frente de Fletcher e ao lado de Mata. O posicionamento é bastante semelhante ao que o “Fideo” ocupava no 4-3-3 madridista, porém, na Espanha, o corredor esquerdo ficava muito para ele, neste início no United, Di María divide o espaço com o ala Young. 

A opção pela manutenção do esquema com três zagueiros – hoje um 3-1-4-2 – decepcionou a imprensa, pois muitos esperavam que, com Di María, o United passasse a jogar no 4-2-3-1 ou no 4-3-3. Sobre isso, Van Gaal também falou na apresentação do argentino: “esse é o processo. Eu não posso aclarar isso (a mudança de sistema), pois nós temos que ver no processo o que estamos fazendo. O que estou dizendo exatamente é que você não pode estalar seus dedos e mudar para outro esquema”.

 Manchester United - Football tactics and formations 
 Van Gaal não muda e sempre inicia as partidas com três zagueiros

Mesmo com a importante incorporação, o sistema tático não funcionou. O Burnley, de baixo investimento, atuou no 4-4-1-1 e, muitas vezes, exercia pressão na saída de bola dos red devils. No primeiro tempo, sem ajuda de Mata, Di María era o único que recuava para colaborar com o trio de zagueiros para iniciar a criação de jogadas. O resultado desta dificuldade para construir o jogo é que, no primeiro tempo, o United arriscou 50 lançamentos e completou apenas 23. Além disso, os Clarets assustaram De Gea. 

O técnico holandês manteve o desenho tático, mas Mata passou a auxiliar a saída de bola. A maior participação do espanhol ajudou em algumas jogadas, porém não foi constante, o Burnley seguia conseguindo evitar a melhor construção de ataques do United. Aos 69 minutos, Di María foi substituído e deixou o campo tendo criado as duas melhores oportunidades de gol dos red devils. A estreia do argentino foi boa, mas parece claro que o rendimento dele pode aumentar, principalmente, se puder ser um meia aberto e não um meia-central, como foi hoje. 

A outrora grande promessa, Anderson, entrou no lugar do camisa sete e foi executar a mesma função. O brasileiro até ajudou no início das jogadas, porém, faltando apenas 20 minutos para o final da partida, o United já optava pelo abafa. Os dois zagueiros abertos avançavam muito e os alas jogavam uma bola atrás da outra na área rival. O resultado foi ruim: ou a defesa ou o goleiro Heaton tiveram ampla superioridade nas jogadas e a insistência na alternativa aérea não produziu oportunidades claras de gol. 

As boas impressões deixadas pela estreia de Di María foram o melhor que o United ofereceu. Até aqui, em três partidas, dois pontos conquistados. Além disso, é bom destacar que Van Gaal insiste no esquema com três zagueiros, sem ter um defensor mais experiente e de nível mundial, o que faz falta. Os recém-contratados Rojo e Blind agregam ao clube, mas não são este jogador, ambos também são jovens, como aquilo que o United já tem no elenco. Pela coletiva na apresentação de Di María, o técnico holandês deixa claro que seguirá insistindo nos três zagueiros, porém, com os maus resultados se repetindo, a mudança tática pode ser necessária.

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