segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Enfermedades Futboleras 7

Quando pensei em fazer a coluna semanal sobre o futebol europeu, confesso que não imaginava que ela duraria tanto, já foram sete publicações. Não posso deixar de agradecer os amigos do site Doentes Por Futebol, que tem divulgado o material através da Fanpage deles, que tem mais de 60 mil curtidas. Indico o site e a Fanpage da DPF, que era – e ainda é – uma comunidade do Orkut e, por um tempo, teve uma revista, a qual eu tive a honra de colaborar nas cinco edições. 

A imparável Roma 

A cada rodada impressiona mais o desempenho da Roma na Itália. Agora, em oito jogos na Serie A 2013-14, são oito vitórias, 22 gols marcados e apenas um sofrido – melhor ataque e melhor defesa. Nunca na história da Liga Italiana um time perdeu o scudetto, após conquistar o 100% de aproveitamento nas primeiras oito partidas de uma temporada, e existem motivos para acreditar que a Roma não quebrará esta marca, apesar da força dos concorrentes. Com mais uma vitória, os giallorossi irão igualar o melhor início da história no Italiano, a Juventus de 2005-06. 

 O 4-3-3 da Roma e de Rudi Garcia vem dando muito certo nesta Serie A (Clique na imagem para ampliar)

O ótimo desempenho tem muita relação com o técnico Rudi Garci, egresso do Lille, onde venceu a Ligue 1 2010-11. O conceito tático é semelhante, um 4-3-3, que, em muitos momentos, se torna um 4-1-4-1. O comandante francês faz o time capitolino marcar na frente e pressiona a saída de bola adversária, com o avanço dos meias, Pjanic e Strootman, deixando De Rossi preso na frente da defesa. Para exercer a pressão no ataque e conseguir recompor sem prejudicar o sistema defensivo, impressiona o desempenho físico desta equipe. 

Contra o ex-vice-líder Napoli, na sexta-feira, a vitória teve muito do físico giallorossi. O 2 a 0 foi conquistado sob os olhares de Maradona, que, pela primeira vez, desde que deixou a Itália em 1991, viu um jogo dos azzurri no estádio, não deu sorte. A Roma atuou bem, mas, no primeiro tempo, viu os partenopei terem as duas melhores chances de gol, antes de Pjanic cobrar falta – cometida por Cannavaro – no ângulo de Reina. E, antes do 2 a 0, a situação era semelhante: Napoli dominando o jogo e assustando De Sanctis. Porém, o ex-capitão napolitano cometeu pênalti, levou o segundo cartão amarelo e, na cobrança, o bósnio marcou pela segunda vez. A partir daí, o ímpeto dos azzurri foi bem reduzido e a Roma marchou tranquila para a oitava vitória consecutiva.

A grande virada

Rossi marcou três vezes na virada da Fiorentina sobre a Juventus e é o artilheiro da Serie A, com oito gols em oito jogos (AP Photo)

No Artemio Franchi, a Juventus foi ao intervalo vencendo a Fiorentina por 2 a 0, com um gol de Tévez, em pênalti que não ocorreu, e outro de Pogba. Quem via o jogo não podia imaginar o que iria ocorrer no 2°T. A Vecchia Signora se deixou levar pelo sentimento de que o jogo já estava definido, enquanto, do outro lado, a Viola tinha certeza que tudo poderia mudar. Montella sacou Aquilani e colocou Joaquín, desta forma, a dona da casa passou a ter Cuadrado na ponta-esquerda e o espanhol na ponta-direita, portanto, 4-3-2-1 tão utilizado nesta temporada.

O placar da partida começou a tomar novo rumo, quando, aos 65 minutos, o árbitro inventou um pênalti para a Fiorentina, que Giuseppe Rossi bateu e marcou. O empate veio aos 75 minutos, mais uma vez através da canhota do camisa 49, que surpreendeu Buffon com chute de fora da área – falha do goleiro da seleção italiana. Sem reação e entregue ao jogo dos donos da casa, a Juventus falhou e Borja Valero passou para Joaquín, que recebeu livre dentro da área e virou o jogo. Aos 80 minutos, após mais uma participação do ex-jogador do Villarreal, Cuadrado (decisivo para a virada) disparou pela direita e rolou para Rossi fechar a tripleta

Ao final da partida que garantiu a Fiorentina a sexta colocação da Serie A 2013-14 a nove pontos da líder Roma, as declarações dos jogadores da viola mostraram claramente a importância do resultado. “No vestiário, tivemos champanhe e festa. Por 15 anos, não havíamos derrotado a Juventus e isto era duro”, disse Joaquín. O craque do jogo, Rossi comemorou: “temos grandes elementos na equipe, no campo e no banco, e hoje vimos muito caráter e coração. Podemos jogar contra qualquer adversário”.

Acabou o 100%

Fàbregas lamentou uma das ocasiões desperdiçadas pelo Barcelona, contra o Osasuna (AFP)

Nem Atlético, nem Barcelona, La Liga 2013-14 não tem mais times com 100% de aproveitamento. Mas o prejuízo dos colchoneros foi maior, derrotado, em Barcelona, pelo Espanyol, por 1 a 0. No jogo, os rojiblancos não finalizaram nenhuma vez na baliza defendida por Kiko Casilla. Por isso, a liderança de La Liga ficou, de forma isolada, com o Barça, pelo ponto conquistado no 0 a 0, contra o Osasuna, fora de casa. Os blaugranas pouparam Messi (entrou no 2°T), Daniel Alves, Pique e Alba e não conseguiram produzir muita coisa. O Barcelona finalizou apenas três vezes no gol e não foram chances tão claras. Desta forma se encerra a maior série de jogos consecutivos marcando gol na Liga, foram 64 partidas, entre 2012 e 2013. 

O grande beneficiado foi o Real Madrid, que agora está a três pontos do líder e próximo adversário na Liga, Barcelona. Os blancos mudaram o esquema tático para desafiar o Málaga, Ancelotti armou o time no 4-3-3. No meio-campo, Illarramendi preso, Khedira saindo pela direita e Isco pela esquerda. No ataque, Cristiano Ronaldo na ponta-esquerda, Morata como centroavante e Di María aberto pela direita. O jogo não foi brilhante, mas os merengues dominaram os boquerones durante todo o tempo e acabaram com o 2 a 0. Foram 15 chutes no gol defendido por Caballero, que teve ótima exibição, fazendo defesas espetaculares. Quem perdeu chance importante foi Morata, o cantero não fez grande partida, mas, ainda assim, merece outra oportunidade entre os titulares, pois o ex-titular Benzema, que teve inúmeras oportunidades, não vinha bem.

Mudanças na Premier League

Na última rodada, Arsenal e Liverpool terminaram na primeira colocação da Premier League, mas, nesta semana, beneficiado pelo empate dos reds, os gunners retomaram a ponta da tabela isolada, após vencerem muito bem o Norwich e alcançarem os 19 pontos. O 4 a 1 no Emirates marcou a volta de Cazorla ao time e, com isso, pela primeira vez foi possível ver o espanhol e Özil jogando juntos. Wenger armou o time no 4-2-3-1, com o alemão pelo centro e o camisa 19 pela ponta-esquerda, mas, a troca de posição entre ambos foi constante, a dupla promete funcionar bem. No jogo, que exceção ao início do 2°T foi todo dominado pelo Arsenal, os londrinos marcaram dois golaços. Um deles de Wilshere, após tabela de Playstation com Giroud, e, o outro, de Ramsey, depois de fazer fila dentro da área. Özil marcou os outros dois gols. 

Chelsea, City e Tottenham também ganharam na rodada e subiram na classificação. O Chelsea (17) é o segundo; o Liverpool (17), apesar de empatar com o Newcastle, segue entre os líderes, em terceiro; Manchester City (16) é o quarto; Tottenham (16) é o quinto; os surpreendentes, Southampton (15) e Everton (15) vêm na sexta e sétima colocação respectivamente; e, por fim, a decepção, Manchester United (11) fecha o grupo de oito primeiros da equilibradíssima Premier League 2013-14.

O incrível Zenit

 Antes da partida, Hulk recebeu o prêmio de melhor jogador do Campeonato Russo, em Setembro (SpheraSports)

Impulsionado pelos ótimos desempenhos de Hulk, o Zenit segue na ponta da tabela na Premier League Russa. A vantagem é tranquila: são cinco pontos em relação ao vice-líder, Lokomotiv Moscou. Na última sexta, o desafio do líder foi enfrentar o atual campeão do campeonato e da Copa da Rússia, CSKA. Porém o momento dos moscovitas já não é o mesmo do ano passado e do Zenit é especial.

Em campo, o craque da Premier League Russa 2013-14, Hulk jogou em função diferente. Ao invés de ser ponta-direita, atuou como centroavante no 4-3-3 de Spalletti. O brasileiro se mexeu muito e foi o destaque na vitória dos zenitchiki, por 2 a 0. O primeiro gol veio com Shirokov, homem mais avançado do trio de meias. Mas foi de Hulk o lance que decidiu a partida. Próximo do intervalo, o CSKA era melhor em campo, mas esbarrava no fraco desempeno dos quatro homens mais ofensivos. Nisso, uma bola chegou ao brasileiro na entrada da área, que, com dois cortes rápidos, achou espaço para o chute de perna direita, que acertou o ângulo esquerdo de Chepchugov. O camisa sete concretiza ótimo início de Liga Russa: sete gols e quatro assistências. 

A vantagem conquistada na primeira metade do jogo deu tranquilidade ao Zenit, que controlou bem o jogo, com um pouco mais de posse de bola que o adversário. O técnico moscovita Leonid Slutsky até mudou as peças ofensivas do time, mas nenhuma alteração ousada. Portanto, não aumentou o potencial ofensivo dos vermelhos e azuis em nenhum momento e não conseguiu mudar o rumo da partida. O jovem brasileiro Vitinho foi um dos que entrou em campo e teve um bom desempenho, o que confirma a tendência de, aos poucos, ganhar espaço no time titular do CSKA.

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