segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Enfermedades Futboleras 12

Sem forçar

 Robben aproveitou a fragilidade do Braunschweig para marcar duas vezes garantir mais uma vitória dos bávaros (FcBayern.com)

O Bayern é líder absoluto da Bundesliga 2013-14, com quatro pontos de vantagem sobre o Leverkusen e sem perder após 14 rodadas. Apesar dos desfalques – atualmente, tem jogado sem Ribéry, Lahm e Schweinsteiger –, os bávaros seguem mostrando tranquilidade absoluta nas partidas e dão a impressão de que vencerão assim que quiserem. Neste final de semana, o adversário foi o último colocado da competição, Eintracht Braunschweig, que não teve chances. Guardiola manteve o time titular armado no 4-1-4-1: sem Lahm, Thiago foi o facilitador da saída de bola; Thomas Müller assumiu a função de Ribéry pela ponta-esquerda e abriu o espaço para Javi Martínez ser um dos meias-centrais. Com a evolução de Götze, o técnico catalão pode utilizar a opção do falso nove mais constantemente. A alternativa deixa a movimentação da equipe mais livre, pois os homens ofensivos não guardam posição. 

O 2 a 0 com dois gols de Robben não refletiu o que foi o jogo, mas, outros números dão a clara visão do que foi a partida: um massacre de um time que poderia ter desejado mais gols. A marcação alta bávara é refletida nos onze desarmes no campo ofensivo e o controle do jogo é visto nos 77% de posse bola somado aos 800 passes trocados com índice de 90% de acerto, sendo que 223 deles foram no último terço do campo. A ampla imposição do Bayern resultou que o Braunschweig ficou a maior parte do tempo armado com uma linha de quatro defensores, outra composta por cinco meais e apenas Kumbela mais à frente, mas até o centroavante atuou na marcação atrás da linha média. Porém, a retranca não funcionou, pois a impressão foi de que os bávaros não golearam porque não quiseram. Com esta tranquilidade, o Bayern parece não ter adversário capaz de impedir o bicampeonato.

Igualdade em White Hart Lane

Após o 6 a 0 sofrido para o City, o técnico André Villas-Boas chegou a ter a demissão especulada. Mas o Tottenham conseguiu vencer na Liga Europa e, neste final de semana, ao menos empatou com o Manchester United. Ameaçado, AVB fez mudanças na escalação, acostumado a jogar no 4-1-4-1, tem jogado mais no 4-2-3-1 e, contra os red devils, posicionou Paulinho como meia-atacante. Mais à frente, o brasileiro até começou bem, porém teve atuação apenas regular. O centroavante Soldado, mais uma vez, não justificou os 30 M € investidos nele: tocou 12 vezes na bola e só fez uma finalização, que foi para fora. O United manteve o 4-4-1-1, com Welbeck na ponta-esquerda e Kagawa atrás do centroavante Rooney, mas, durante a partida, os três trocaram bastante de posição. 

Nenhum dos times fez exibição espetacular e, ao todo, acertaram apenas sete vezes a baliza adversária. Com isso, os gols não vieram de jogadas bem construídas. O Tottenham abriu o placar com Walker de falta, Rooney aproveitou falha da defesa para marcar, Sandro colocou os londrinos na frente em bela jogada individual e, logo depois, o camisa dez igualou novamente em cobrança de pênalti, que não deveria ter sido marcado. Pelo o que foi a partida, com dificuldade para criação dos dois lados, ninguém pode reclamar do placar final, porém, é justo que os spurs saiam mais decepcionados por terem sofrido um gol proveniente de uma penalidade inexistente.

No ritmo de Bale

 Bale começa a viver um caso de amor pelo Real Madrid (Ag. Reuters)

Quando o Real Madrid contratou Bale e abriu mão de Özil ficou a dúvida de como Ancelotti escalaria a equipe. O técnico italiano testou várias formações e os blancos sempre alternaram boas e más atuações. Porém, nos últimos jogos, os merengues encontraram a forma de jogar: o 4-3-3, com Bale na ponta-direita e Cristiano Ronaldo na ponta-esquerda. Desta forma o time reage em La Liga e sobra na Liga dos Campeões, mas e o galês como está no Real? A resposta vem sendo dada a cada semana, pois o camisa onze se mostra cada vez mais à vontade. Neste final de semana, contra o Valladolid, mais um massacre madridista, mesmo sem o lesionado Cristiano Ronaldo. No 4 a 0, Bale anotou um triplete e fez a assistência para o gol de Benzema. A crescente participação do galês (sete gols e seis assistências nos últimos sete jogos) na equipe e a estabilização do esquema tático, mantêm o Real Madrid na terceira colocação da Liga, apesar do importante desfalque do camisa sete português.

Domínio total

Feyenoord e PSV fizeram o clássico da 15ª rodada da disputada Eredivisie. Mas, ao contrário do que tem sido a competição, o De Kuip lotado assistiu ao domínio completo dos donos da casa e viu as duas equipes armadas à holandesa: no 4-3-3. Os vermelhos e brancos abriram o placar em uma das raras boas jogadas que a equipe executou na primeira etapa, mas o time de Rotterdam conseguiu o empate em momento fundamental, o final dos primeiros 45 minutos. Porém, foi no segundo tempo que o Feyenoord conseguiu traduzir o controle do jogo para o placar. Para isso, De club aan de Maas contou com o ótimo trabalho do centroavante Pellè. O italiano incomodou a defesa adversária o tempo todo, fez bom trabalho de pivô e decidiu o jogo com gols. Primeiro converteu um pênalti que ele mesmo sofreu, depois desperdiçou uma penalidade, mas se redimiu ao completar para as redes jogada vinda da esquerda. O camisa nove hoje é o vice-artilheiro da Eredivisie 2013-14, com 12 gols.

A liderança segue com o Vitesse (1°, 30), que é seguido de perto por Ajax (2°, 28) e Twente (3°, 27). O Feyenoord (4°, 24) está no grupo das equipes que estão a seis pontos do líder, ao lado de Groningen (5°, 24) e AZ Alkmaar (6°, 24). Para terminar gostaria de destacar a diferença entre dois jogadores dos líderes. Emprestado pelo Chelsea ao Vitesse, Lucas Piazon é um dos destaques da equipe, com sete gols e quatro assistências, liderando os vitas nos dois quesitos. Já Bojan, emprestado ao Ajax pelo Barcelona, não está bem e, só neste fim de semana, fez o primeiro gol pelos godenzonen. Além disso, o espanhol não se destaca nos passes decisivos.

No fim, foi tranquilo

 A alegria de Ibrahimovic: hoje, ele está entre os cinco melhores jogadores do mundo (PSG.fr)

No estádio Parque dos Príncipes, o técnico Rémi Garde armou o Lyon de forma defensiva, no 3-1-4-2, sendo que o parceiro de Lacazette no ataque foi Gourcuff, que nem atacante é e, por isso, não guardou a posição, circulando bastante. O time da casa manteve o 4-3-3, veio com Ibrahimovic, Cavani e Lucas no ataque e ainda teve Pastore no meio-campo, portanto, uma formação bastante ofensiva. A estratégia inicial dos gones deu resultado, pois, conseguiram impedir um domínio total parisiense. Com poucas chances de gol, foi justamente depois da melhor oportunidade do Lyon – um chute na trave de Lacazette – que o PSG abriu o placar. Cavani fez após escanteio cobrado por Lucas e, minutos depois, Ibra cobrou pênalti com cavadinha para decretar o 2 a 0 antes do intervalo, um prejuízo muito grande pelo jogo que os gones tinham realizado até ali.

Depois do intervalo e, com a frustração de ter sofrido dois gols, o Lyon não conseguiu repetir o que havia feito na primeira etapa. Por isso, o PSG não teve dificuldades para controlar o jogo. Sem forçar muito, os parisienses conseguiram o terceiro com Thiago Silva. Ibrahimovic fechou o placar com o segundo gol de pênalti e se isolou na artilharia do torneio, com onze – seguido pelo companheiro Cavani, que tem dez. Após onze vitórias e nenhuma derrota nas 15 rodadas já disputadas, o PSG tem cinco pontos de vantagem sobre o vice-líder Lille. 

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