sábado, 5 de abril de 2014

Volta e futuro incertos

Apesar das dúvidas ao seu redor, Gündogan segue valorizado e tende a voltar bem aos gramados. No meio ano, ele poderá decidir onde seguirá a trajetória futebolística (Action Images) 


Ilkay Gündogan é um dos melhores jogadores da atualidade, pois consegue ser relevante no ataque e na defesa, como o futebol moderno exige. Porém uma complicada lesão nas costas (compressão espinal), o afasta dos gramados desde 14 de agosto de 2013. Na data, marcou um dos três gols da seleção alemã e foi substituído aos 27 minutos, no empate em 3 a 3 contra o Paraguai – ainda não há previsão de volta, mas recentemente, Klopp declarou que ele não jogará mais na temporada.

Desde que se lesionou, o talentoso meia-central de 23 anos vem brigando com a séria lesão, que muitas vezes não mostrou evolução. Em janeiro, voltou a treinar, mas, com uma infecção, novamente foi afastado das atividades. Na época ainda havia a possibilidade de que Gündogan voltasse a jogar nesta temporada, porém, no dia 10 de abril, em coletiva, o técnico do Borussia Dortmund, Jürgen Klopp declarou: “Ele não se recuperará a tempo. Isso é muito duro para nós, sobretudo para ele. Porém, está evoluindo e ficará bem. É preciso tempo. Temos que esperar”.

Sem uma das figuras centrais por toda a temporada e várias outras baixas por menos tempo, os aurinegros vêm sofrendo e não repete os bons desempenhos de anos anteriores. Mas, longe dos gramados há praticamente oito meses, Gündogan é o que mais sofre. Ao jornal Bild, o meia-central explicou a difícil situação: “É um período duro, o mais duro da minha carreira. Para mim, é muito importante, pois vejo a luz no fim do túnel”.

É natural que o selecionável alemão esteja sofrendo com o tempo fora de campo. Antes da lesão, o meia-central aurinegro era um dos jogadores mais procurados do mercado. Barcelona, Manchester United e Real Madrid estavam dispostos a investir muitos milhões de euros para contar com o futebol de Gündogan. Além disso, com um contrato encerrando no final da temporada 2014-15, já podendo assinar um pré-contrato em dezembro deste ano, o Borussia Dortmund também disporia de uma boa quantia para tentar ampliar o vínculo com camisa oito. E, claro, seria nome certo de Joachim Löw para a Copa de 2014.

Na teoria, esta grande demanda por Gündogan teria diminuído, porém, na prática, acontece com ele o mesmo que ocorreu com Paulo Henrique Ganso, depois da primeira lesão no joelho. A partir daquele momento, o ex-santista foi muito valorizado e chegou a ser considerado insubstituível na função de meia-atacante pelo centro na seleção brasileira. Assim como o brasileiro naquele período, hoje, o alemão é um jogador de imaginação e que não se prova no campo há quase oito meses.

Não há dúvida de que antes de se machucar, o camisa oito era um meia-central dinâmico, capaz de dar ritmo ao time, correto nas roubadas de bola, dono de ótima visão de jogo, excelente passador e bom chutador de longa distância. Ainda hoje, Barcelona, Manchester United, Real Madrid e, agora, o Bayern de Munique falam na contratação do selecionável alemão. Os quatro gigantes europeus acreditam que, após a recuperação, Gündogan será o mesmo jogador que era antes e, por ser jovem, ainda conta com bom espaço de evolução.

Gündogan já assumiu que o longo período fora das quatro linhas mexeu com o psicológico dele. Mas o meia-central também garantiu, na mesma entrevista supracitada, que voltará e, à época, mostrou que pensava em Copa do Mundo: “Eu tenho certeza que, em breve, eu estarei jogando futebol em alto nível. E depois vem o Mundial. Minha carreira está acabada? Obviamente não”. Ao contrário do que ocorreu com PH Ganso, vejo em Gündogan uma possibilidade de voltar a jogar em alto nível. Pois terá tempo de fazer uma boa pré-temporada e voltar apenas em 2014-15. O brasileiro, que sofreu outras lesões sérias depois, até hoje, não voltou a ser visto como o jogador que surgiu no Santos junto com Neymar.

Quem está mais próximo do selecionável alemão, também acredita na pronta e completa recuperação do jogador. Por isso, no último dia de março deste ano, o diretor de operações do Borussia Dortmund, Hans-Joachim Watzke informou que ofereceu uma extensão de contrato para Gündogan e espera um retorno dele. Anteriormente em 2014, o camisa oito declarou que, em meio às diversas propostas, daria prioridade ao ouvir o que os aurinegros ofereceriam para ele.

Portanto, mesmo parado há oito meses, Gündogan segue em alta e terá uma escolha a fazer depois da Copa do Mundo, que não jogará. Como o Borussia Dortmund não parece disposto a repetir com o meia-central o que ocorreu com Lewandowski (sairá de graça para o Bayern, ao final do contrato), o camisa oito terá que decidir se renova com os aurinegros ou se parte para um desafio em um gigante europeu. Apesar da séria lesão, Ilkay Gündogan parece capaz de ser ainda mais importante no futebol mundial.

*Post atualizado no dia 11/04/2014

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