Já havia acontecido muita coisa, afinal, quem não está apaixonado pela simpatia dos alemães? Ou quem não se decepcionou com algumas das estrelas ausentes, por conta de contusões? Mas a bola só rolou hoje, na Arena Corinthians, zona leste de São Paulo. A impressão para todos os apaixonados pelo futebol é que a Copa do Mundo demorou demais para chegar, portanto, agora teremos que desfrutar o máximo de cada um dos 64 jogos.
Primeiro passo complicado
Oscar brilhou na estreia, com passe, dribles, disposição e o gol, que corou a boa exibição (Getty Images)
O ambiente parecia perfeito para a vitória. Ao subirem para o aquecimento em campo, os brasileiros mostraram que queriam muito estar ali e que lutariam o máximo que fosse possível para vencer. Para completar, na hora que valia, a entrada também foi forte, emocionante e contou com o inigualável hino à capela, que já se tornou tradição por aqui. Tradicional também foi o esquema de Felipão, o 4-2-3-1 e o técnico croata também não surpreendeu e escalou a equipe com a mesma formação tática.
Seguindo o script imaginado, o Brasil iniciou apertando a saída de bola, mas não teve sucesso. A Croácia veio fechada atrás e com muita qualidade para tocar, principalmente com a dupla de volantes, Modric e Rakitic. O primeiro gol saiu em erro da pressão brasileira, pois Daniel Alves foi marcar Pletikosa na área adversária e deixou o corredor totalmente exposto. Assim, Rakitic iniciou o contra-ataque rápido, enfiou Olic no espaço aberto na lateral-direita verde e amarela e foi dali que partiu o cruzamento, que resultou no gol contra de Marcelo.
Placar contra, adversário jogando mais atrás e Brasil com dificuldade para propor o jogo. Paulinho não conseguia colaborar com a saída de bola, que ficava a cargo dos quatro defensores e Luiz Gustavo, o que resultava em muitas tentativas de ligação direita. Os samba boys conseguiram crescer no jogo, quando Neymar e Oscar (hoje à direita, tendo Hulk à esquerda, mas, muitas vezes, os três jogaram bastante próximos) recuaram para ajudar na proposição das jogadas. O empate veio com Neymar, mas com participação decisiva do camisa 11, ganhando duas vezes o lance, que parecia perdido.
Na segunda etapa, vendo o problema na saída de bola, Felipão optou por colocar Hernanes no lugar de Paulinho, buscando o que faltava – não melhorou muito. Mas foi Oscar que começou a tentar decidir o jogo, normalmente, aberto pela direita, foi para cima e tentou dribles. Em uma jogada dele, em que arriscou o corte e cruzou rasteiro na área para Fred, o árbitro viu pênalti – totalmente inexistente. Neymar ignorou o erro de Yuichi Nishimura e bateu com força, no canto direito. Pletikosa quase defendeu, mas o camisa dez alcançou o segundo gol na Copa.
A Croácia não conseguiu buscar o empate, pois o gol mudou o rumo da partida. Apesar de não estar melhor em campo, os croatas levavam o jogo no ritmo que queriam e, pelo lado direito da defesa verde e amarela, sempre assustavam. Além da saída de bola, o espaço neste setor foi o grande problema brasileiro. Com passes de Modric e Rakitic, Olic explorou muito as costas de Daniel Alves. Por isso, defensivamente, a colaboração de Oscar e, principalmente, o trabalho de Luiz Gustavo e David Luiz foi fundamental para a Croácia não conseguir um segundo gol.
No final, a pressão alta do ataque brasileiro teve resultado. Ramires pressionou e a redonda sobrou para Oscar. O camisa 11 avançou e, de bico, decretou números finais. O 3 a 1 corou a ótima atuação do jogador do Chelsea, um dos mais contestados da imprensa, durante o pré-Copa. A expectativa é que o Brasil evolua para os próximos jogos, pois há espaço para isso e os problemas ficaram bastante claros. Pelo lado croata, a impressão deixada foi muito boa e a expectativa é que a equipe seja uma adversária dura durante o Mundial, mais ainda quando puder contar com o centroavante Mandzukic.
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