segunda-feira, 16 de junho de 2014

Copa do Mundo – Dia 5

Massacre alemão

 Müller marca três e conduz a Alemanha ao 4 a 0, contra Portugal (FIFA)

A Alemanha está à vontade no Brasil. Antes da bola rolar, as cenas, em Santa Cruz Cabrália, já mostravam que jogar na América do Sul não seria um desafio tão grande, com o imaginado pré-Mundial. A Nationalmannschaft também surpreendeu taticamente, adotou um 4-3-3, ao invés do habitual 4-2-3-1. Já Portugal, abriu mão do sistema de três atacantes e adotou o esquema da moda. 

Apesar de se sentirem em casa na Bahia, os alemães não começaram comandando o jogo. Portugal teve duas chances de abrir o placar. Mas aí veio a influência da arbitragem. Aos 11, Milorad Mazic assinalou pênalti, que não houve em Götze, e Thomas Müller não desperdiçou a chance bateu e marcou. A partir daí, com a movimentação do trio ofensivo, a Alemanha conseguiu chegar mais e passou a controlar melhor as ações. Além deles, os três meias – Lahm, Khedira e Kroos – também fizeram grande exibição. O camisa 18 bateu o para o segundo gol, anotado por Hummels, em um tiro de cabeça. 

Os primeiros 45 minutos reservavam mais protagonismo à Thomas Müller. Aos 37, se envolveu em confusão com Pepe, que resultou na expulsão do luso-brasileiro – segundo a ESPN Brasil, ele não era expulso desde 2011. Com 2 a 0 no placar e um a mais em campo, ficou tudo mais fácil para a Alemanha. Em mais uma jogada de Kroos, camisa 13 aproveitou uma bobeada da defesa dos lusos e fez o terceiro. 

Sem fazer muita força, no segundo tempo, a Alemanha segurou mais a bola e chegou algumas vezes ao gol português. A segurança da Nationalmannschaft ficou clara, pois Neuer teve que fazer apenas quatro defesas e, talvez, apenas uma delas com algum grau de dificuldade. O craque do jogo ainda apareceu, aos 33 minutos, com o terceiro dele na partida e o quarto da Alemanha. Portanto, com 24 anos, Thomas Müller chega ao oitavo gol em copas, tendo disputado apenas sete jogos. É bom Ronaldo parar de secar o Klose e se atentar para o camisa 13 alemão. 

Pelo lado português, não ficou apenas a derrota, pois, para a próxima partida, não contará com o principal zagueiro, Pepe suspenso e deve ficar sem Fábio Coentrão, que saiu lesionado. O ponto positivo foi Cristiano Ronaldo, que ainda com uma proteção no joelho, conseguiu jogar bem. Para se recuperar no dificílimo grupo G, a Seleção das Quinas precisará do máximo de seu craque, que sinalizou que poderá entregar coisas boas sim.

O pior jogo da Copa

O nigeriano Obi Mikel foi eleito o melhor em campo, em uma partida que o prêmio deveria receber outro nome: o menos pior em campo" (FIFA)

A Nigéria controlou a partida com o 4-2-3-1 costumeiro da equipe, porém, apesar total domínio da posse de bola (65%, no primeiro tempo), as Super Águias não criaram muito em jogadas de passes. Pois, na maioria das vezes, a dupla de volante Obi Mikel e Onazi buscava a ligação direta, com lançamentos para os laterais e pontas, que, na maior parte do tempo, jogaram bem adiantados. A seleção iraniana mais interessada em defender jogou com um 4-1-4-1, com Nekounam como 1° volante e Ghoochannejhad como centroavante. Em alguns momentos, os iranianos iam no 4-4-2, quando Dejagah deixava a linha de meia e se juntava à Gucci na frente. 

O estilo de jogo iraniano sobressaiu às ideias nigerianas e o goleiro Haghighi só foi obrigado a fazer uma defesa e as chances mais claras foram do Irã. Nesses momentos, Enyeama provou ser um dos bons camisas um da Copa. Com as dificuldades de criar no primeiro tempo e a posse de bola improdutiva, Keshi tentou mudanças importantes na equipe. Um dos jogadores mais famosos do time, Moses, do Liverpool, foi substituído e não gostou muito. O camisa 11 estava muito mal, mas a entrada de Ameobi não mudou o desempenho nigeriano. 

Quem assustou mais mesmo foi o Irã, com contra-ataques, normalmente puxados por Dejagah. Porém, na hora do passe para a finalização, os asiáticos falhavam. Portanto, se os ajustes nigerianos não deram certo e a seleção de Calos Queiroz priorizou a defesa, o 0 a 0 foi o placar mais justo para, finalmente, uma partida ruim da Copa do Mundo de 2014. Se o Irã não imaginava se classificar à segunda fase, as Super Águias têm este objetivo, mas, com o empate na estreia, as chances caem muito.

Futebol para americanos

 Todos olhando, ninguém parecia acreditar que seria possível um virada àquela altura do jogo. Nem Brooks acreditou (AP Photo/Hassan Ammar)

Depois do pior confronto da Copa, os fãs de futebol foram recompensados com um confronto bem interessante. Durante todo o dia, o assunto em Natal não foi o jogo e, sim, a chuva, que poderia atrapalhar o segundo jogo da Arena das Dunas. Mas os problemas não chegaram às 19h e, sem água, Estados Unidos e Gana se encontraram na capital do Rio Grande do Norte, revivendo duelo de oitavas de final da Copa de 2010. 

Na preparação para o Mundial, Klinsmann pensou em ter um 4-3-1-2, dando liberdade à Bradley e Dempsey. Na prática, o Team USA jogava em um 4-4-1-1, com o camisa oito atuando atrás de Altidore e o jogador do Toronto fazia parte da linha de meias, mas, sempre que podia, se posicionava mais à frente. No lado ganês, o 4-2-3-1 se transformava em 4-4-2, quando Jordan Ayew se juntava à Gyan no centro do ataque. Mas antes que qualquer tática entrasse em ação, Jones descobriu Dempsey, que limpou o defensor, invadiu a área e marcou um golaço – o sexto mais rápido da história das copas. 

Com 1 a 0 contra, Gana começou a controlar o jogo e chegar muito à área defendida por Howard. A principal saída das Estrelas Negras era Atsu, o ponta-direita no sistema. Ao depender muito do jogador do Vitesse, a seleção ganesa ficava relativamente previsível e, por isso, não exigia tanto do goleiro norte-americano. No segundo tempo, Akwasi Appiah mudou um pouco o time e, a partir daí, passou a ter mais variação no jogo. 

A melhora ganesa não resultou em tantas chances claras de gol. Novamente, as melhores coisas de Gana saiam do lado direito do ataque, com o rápido e habilidoso Atsu. Com a entrada de Kevin-Prince Boateng, a linha de três meias atrás de Gyan ficou melhor desenhada e as Estrelas Negras definitivamente se instalaram à frente da área rival. Do outro lado, os Estados Unidos seguiam fazendo uma partida muito boa defensivamente. Jones e Beckerman marcavam demais e não davam espaço. Por isso, as bolas aéreas passaram a fazer parte do repertório ganês para buscar o empate. 

A igualdade veio a oito minutos do final. Gyan fez passe de calcanhar e Ayew entrou livre para marcar o 1 a 1. A marcação norte-americana finalmente tinha sido vazada e, naquele momento do jogo, o empate surgia como resultado mais provável. Mas, neste Mundial, o improvável tem sempre aparecido e não foi diferente em Natal. O zagueiro Brooks, que havia substituído o lesionado Besler, subiu mais alto que a defesa ganesa e recolocou o Team USA na frente. O reserva marcou e não acreditou, se atirou no chão e foi parabenizado para os companheiros. 

A vitória da forma que foi e o massacre sofrido por Portugal na estreia, mostram que os norte-americanos tem chances de alcançarem a segunda fase, no dificílimo grupo G. O confronto frente aos lusos, no dia 22 de junho, na Arena Amazônia. Para Gana, fica o sentimento de tristeza por ter tido um volume tão grande e não ter conseguido vencer: maior posse de bola (59%), 21 finalizações contra 8 e 65 ataques perigosos (definição da FIFA) frente aos 22 dos norte-americanos. Claro, as Estrelas Negras não podem abdicar de Boateng entre os onze iniciais.

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