quinta-feira, 6 de maio de 2010

Um duelo de gigantes

O palco estava pronto, a torcida estava lá, porém o Pacaembú e qualquer outro estádio ficaria pequeno para o tamanho do duelo entre Corinthians e Flamengo. A torcida corinthiana se uniu ao projeto Libertadores no centenário, quebrou as vaidades, cantou junta e formou um só coro, comandado por apenas uma bateria.
 Bruno com seu uniforme dourado ofuscou Adriano - Terra.com
 
O alvinegro de Parque São Jorge começou no ritmo de seus adeptos, o Flamengo não conseguia prender a bola. Um gol dos donos da casa era questão de tempo. Logo abriu o placar, Danilo cruzou e David – o melhor da defesa do Fla nos últimos jogos – desviou a bola para o gol. 1 X 0 para o Corinthians, Ronaldo participava bem da partida, Adriano jogava mal. Tudo levava a crer que o
exercíto corinthiano levaria a classificação.

A vantagem foi aumentada com uma jogada de Dentinho e que Ronaldo cabeceou para o fundo do gol. 2 X 0 um placar favorável ao Timão, seria hoje o nosso dia, era o que pensavam os torcedores corinthianos. Porém do outro lado estava um Flamengo abatido, sem conseguir segurar a bola e criar chances, ficava claro, aquela quarta-feira seria o dia do Corinthians.

Veio o intervalo, seria Rogério Lourenço o homem capaz de mudar a mentalidade do Flamengo? Era improvável, o time jogava mal. No banco Kléberson e Petkovic poderiam entrar em campo, pois eram os dois atletas que tinham a qualidade de prender a bola. Ambos vivem má fase técnica e fisíca. Como os rubros-negros poderiam conquistar a vitória?

Na camisa? Na torcida? No grito? Na tradição? Não, sem chances o Corinthians também é grande, a torcida no Pacaembú era alvinegra, as camisas são igualmente pesadas. Kléberson entrou em campo, incrivelmente entrou bem, seriam os deuses do futebol querendo mudar o futuro das maiores torcidas do Brasil na Libertadores?

Com quatro minutos Vágner Love surgiu e abriu o placar para o Flamengo. O gol do artilheiro do amor deixava o clube carioca perto da vaga. Mas ainda faltavam mais de 40 minutos para o apito final. Seria o Fla um clube com os predicados para segurar a pressão corinthiana? Essa é uma pergunta que ficou sem resposta. O gol pesou para os donos da casa, era um peso de 100 anos de história.

Poderia ter sido pior, os visitantes quase ampliaram o placar. Adriano seguiu apagado. A vantagem de não tomar um gol era que o time poderia acreditar até o fim. Um gol daria a classificação ao timão. Mas esse tento nunca saiu, ficou entalado na garganta dos mais de 30 mil corinthianos que estavam no Pacaembú e outros milhões no Brasil e no mundo.

A atitude da torcida da casa foi bem digna, aplaudiu o time, chorou, é claro, pois esse era o objetivo do ano. Dessa vez não houve invasão, não havia razão para isso. O time jogou bem, mostrou raça e o mais importante honrou o manto alvinegro.
Elias e Dentinho choram a eliminação no vestiário - Terra.com

Andrez Sanchez resumiu bem – “Hoje tem que chorar sim, mas amanhã é trabalhar pois no final de semana começa o Brasileirão” e garantiu que o trabalho continua “O Mano nem se discute, ele fica”. Atitude correta, talvez tenha faltado um pouco de coragem, mas não está tudo errado. Com o elenco que foi montado o alvinegro tem chances de chegar ao título brasileiro, ou pelo menos uma nova vaga a Libertadores.

Deve ser lembrado que do outro lado estava o Flamengo. O time da Gávea soube vencer o confronto. O crescimento do time no segundo tempo foi enorme, mas a virada ocorreu na vontade, na camisa e na raça. Bruno salvou uma falta cobrada por Chicão, defesa incrível. O camisa um rubro-negro afirmou “Quando o Flamengo chega é difícil segurar”.

Esse deve ser o sentimento de seus adversários a partir de agora. O Flamengo já superou o primeiro colocado no geral da primeira fase do torneio sul-americano, quem duvida que mais uma vez eles podem chegar?

Abraço a todos

Um comentário:

  1. Partidassa do Kleberson, pela primeira vez em 2010 ele mostrou por que merece ir à Copa.

    O Corinthians vaiclou feio ao relaxar no início do segundo tempo e acabou por praticamente carimbar o passaporte de Adriano e o de Kleberson para a África.

    Abraços

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