terça-feira, 6 de julho de 2010

Copa do Mundo – Dia 22 - Semifinais (1ª Parte)

Uruguai 2x3 Holanda

Não tema as cinco feras, temam os onze laranjas.

É assim que está escrito no ônibus da seleção holandesa. As cinco feras se refere aos cinco animais selvagens mais famosos da África, Leão, Rinoceronte, Leopardo, Búfalo e Elefante. Nessa Mundial disputado em terras sul-africanas, a Holanda vem provando que quem tem que ser temidos são os onze de laranja mesmo.

Na Copa de 2010, já foram seis jogos e só vitórias para os holandeses. Porém o número aumenta quando olhamos para a campanha da oranje nas Eliminatórias da Europa para o Mundial. Foram oitos jogos e oitos vitórias com 17 gols marcardos e apenas dois sofridos. Logicamente chegaram como favoritos e estão de volta à final da Copa do Mundo, isso após 32 anos. A última vez foi em 1978 quando foram derrotados na prorrogação por 3x1 pelos argentinos donos da casa.
Sneijder artilheiro do time com cinco gols, candidato ao prêmio bola de ouro de melhor do Mundial, tem Kuyt como ótimo coadjuvante - AP

Contra o Uruguai Bert van Marwijk escalou o time no esquema que tem escalado todas as vezes, o 4-2-3-1. Porém ele foi obrigado a mudar a equipe, De Jong e Van der Wiel estavam suspensos e deram lugar a De Zeeuw e Boulahrouz respectivamente. Os charrúas tinham problemas mais graves, pois o lateral-esquerdo Fucile não poderia jogar e foi substituido por Cáceres, que atuou improvisado na ala. Um dos destaques da celeste também estava suspenso, Luis Suárez. E para piorar, Lodeiro que entraria para não haver alteração tática se machucou, portanto entrou Gargano fazendo com que o time atuasse no 4-4-2 em linha.

Jogando de forma diferente o time de Oscar Tábarez não encaixou o jogo. Cavani e Forlán escalados como centroavantes voltavam para tentar criar algo, além deles, A. Pereira pela esquerda também buscava o jogo ofensivo. No lado laranja o objetivo era ficar com a bola e tentar decidir com a tradicional movimentação ou com o talento individual.

O 1x0 holandês veio em uma jogada que parecia que não resultaria em nada. A Holanda trocava passes na intermediária, Kuyt virou o lance com Van Bommel, que deixou com De Zeeuw. Sneijder recebeu passe do volante e voltou o jogo com o camisa 14, que abriu a bola na esquerda com Van Bronckhorst. O lateral-esquerdo teve espaço para dominar ajeitando a redonda e chutar. O jogador holandês acertou a trave esquerda de Muslera, que estava ligeiramente adiantado.
Diego Forlán, o cara da seleção celeste nessa Copa - AFP

O jogo seguia com o Uruguai perdido sem nenhuma organização na criação de jogadas. A Holanda tentava manter a posse de bola e se fosse possível anotar o segundo tento. Mas quem marcou foi a celeste olimpíca. A. Pereira iniciou o lance tocando com Gargano no meio-campo, o volante viu o espaço e lancou a redonda para Forlán. O camisa dez da celeste dominou, girou sobre Mathjisen, ajeitou e soltou a perna esquerda na bola. Stekelenburg resolveu sair para o lado direito da baliza, mas a redonda fez muita curva, desviou levemente em Heitinga e o surpreendeu morrendo no canto esquerdo do gol holandês.

O detalhe do gol charrúa é que o homem que deu o passe foi um volante, ou seja, as coisas não andavam muito bem. Mesmo com problemas na criação das jogadas, Tábarez preferiu manter a equipe, mas Bert van Marwijk foi audacioso. O treinador holandês tirou o volante De Zeeuw e colocou o meia-ofensivo Van der Vaart. A oranje ficou muito aberta atrás, mas como o Uruguai pouco atacava, não havia problemas em deixar apenas Van Bommel na marcação.

O gol demorou 24 minutos para aparecer, porém ele surgiu. Sneijder virou o jogo com Robben na ponta direita. O camisa onze fez boa jogada pela direita, passou para Van der Vaart, que deu para Van Persie no meio da área. O nove holandês dominou, ajeitou e passou para Sneijder, que cortou e chutou rasteiro. No meio do caminho a bola desvia em M. Pereira, Victorino e ainda toca em Van Persie, impedido, antes de entrar no canto esquerdo de Muslera.
Robben também marca de cabeça - FIFA.com

2x1 e o jogo quase resolvido, o golpe de misericórdia foi dado por Robben três minutos depois do tento anotado por Sneijder. A jogada começou na direita com Van der Vaart, Robben e Van Persie, que retornou o jogo com Van Bommel. O volante abriu o jogo com Sneijder, que dominou e passou rápido a bola para Kuyt. O camisa sete da oranje teve tempo de dominar passar a bola para a perna direita e cruzar para o meio da área. Robben antecipou Godín e cabeceou no canto direito de Muslera.

Com a vantagem de dois gols no placar a seleção holandesa tirou o pé. A celeste olimpíca ainda tentou com Abreu no lugar de A. Pereira, mas o segundo gol charrúa ocorreu muito tarde. Aos 46 Van Bommel fez falta em S. Fernádez na intermediária ofensiva da celeste. Gargano cobra a infração com M. Pereira que aguardava do lado direito de ataque. O lateral dominou cortando Elia e finalizou com a canhota no canto direito de Stekelenburg.

Os uruguaios com muita entrega ainda tentaram um empate heróico no final, mas dessa vez não conseguiram levar a partida para o tempo-extra. O lado derrotado, logicamente, sofre muito, mas essa campanha celeste merece ser exaltada. Faziam 40 anos que a celeste não alcançava às semisfinais, o futebol no país ainda está em crise, mas essa campanha pode contribuir muito para o futuro. Outro ponto importante é ver que o time com vários jogadores que devem estar no Brasil em 2014. A renovação por lá aconteceu.

A Holanda tem boas chances de conquistar o título, o time é muito forte, tem dois extra-classe e está focado na briga. Outro lema que parece dirigir esse time é: Perder jogando bonito, não apaga o fato de não ter vencido. Por isso, hoje, focam o título.

Abraço.

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