segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Enfermerdades Futboleras 5

Spurs contra Blues 

 
 Apesar do "fim da amizade", Villas-Boas cumprimentou Mourinho antes e depois da partida (Getty Images)

Além da rivalidade natural entre os dois times de Londres e da proximidade de ambos na tabela, o jogo deste domingo na capital inglesa teve um outro ingrediente especial: André Villas-Boas iniciou a carreira como auxiliar de José Mourinho e, nesta semana, afirmou que não tinha mais amizade com o antigo mestre, o comandante dos blues preferiu não polemizar. 

Em campo, os portugueses armaram os times de forma semelhante, no 4-2-3-1. As grandes novidades ficaram por conta do Chelsea, que tinha Ramires jogando mais à frente, como meia-externo pela direita. Porém, a alternativa, que já funcionou bem em outras ocasiões, desta vez, não deu certo e, no 1°T, o Tottenham mandou na partida. Saiu na frente com Sigurdsson, com assistência de Soldado, e podia ter feito mais, Paulinho, muito bem no jogo, acertou a trave. 

Mourinho mexeu no intervalo, colocando Mata no lugar de Mikel e recuando Ramires para a volância ao lado de Lampard. Com isso, os blues tomaram conta da partida e ameaçaram bastante Lloris. O ótimo goleiro francês só foi vencido por Terry de cabeça, após lançamento de Mata, em cobrança de falta. O espanhol que vem sendo deixado no banco, mostrou valor, participou muito do jogo e, segundo o técnico, será titular no meio de semana pela Liga dos Campeões, contra o Steaua Bucaresti. Portanto, o Chelsea deverá alinhar com a linha de três meias que julgo ideal: Hazard, Mata e Oscar.

Outro espanhol, que está em baixa, Fernando Torres fez bom segundo tempo. Em todo o jogo, se mexeu muito, buscou a bola e, por isso, recebeu 36 passes e acertou 17 das 22 bolas que tentou passar para os companheiros. Faltou chutar mais, pois finalizou apenas uma vez na partida. De qualquer forma, a boa exibição deve coloca-lo à frente de Eto’o e Demba Ba na briga pela titularidade no ataque do Chelsea. 

Roma segue 100%

Garcia e Gervinho comemoram o título da Ligue 1 2010-11, na Roma, retomam a boa parceria (AFP/Philippe Huguen)

Seis jogos e seis vitórias, com 17 gols marcados e apenas um sofrido, esta é a Roma na Serie A 2013-14. Neste final de semana, a equipe capitolina goleou, por 5 a 0, o Bologna, que tem o selecionável italiano, Diamanti. Um dos principais responsáveis pela boa campanha é o técnico Rudi Garcia, que foi contratado para esta temporada. Com ele, a Roma atua de forma semelhante ao Lille campeão da Ligue 1, em 2010-11, também sob o comando do treinador francês.

O esquema é o mesmo 4-3-3, mas que, muitas vezes, se torna um 4-1-4-1, com o avanço de Strootman e Pjanic, deixando De Rossi como único volante. A grande diferença é que, na França, Garcia contava com um centroavante clássico no centro do ataque (Sow), nos giallorossi, é Totti o dono desta função, alternativa que tem funcionado bem. No 5 a 0 deste domingo, “Il Capitano” não marcou, mas cedeu duas assistências.

Quem ganha jogando como Rudi Garcia é Gervinho, recém-contratado junto ao Arsenal, onde foi muito mal. O costa-marfinense conhece o treinador desde os tempos de Le Mans (2007-08), depois, atuou – com muito destaque – sob o comando do francês no Lille e, agora, voltam a estar juntos na Roma. Nos últimos dois jogos, o camisa 27 dos giallorossi marcou três gols e, ao final da partida, o treinador falou: “Gervinho é um jogador que precisava receber confiança”. A julgar pela declaração, o costa-marfinense deverá estar entre os 11 titulares do time que promete brigar pelas primeiras posições nesta Serie A.

El derbi madrileño

Os protagonistas do gol da vitória frente ao Real, Diego Costa e Koke, também são destaques na temporada colchonera (AFP)
 
A Roma não é a única equipe 100% neste início de temporada na Europa. Na Espanha, estão outros dois times que seguem vencendo todos os jogos no começo de La Liga. Um deles é o Barcelona, mas a largada do Atlético de Madrid no Campeonato é o que se destaca mais. Os colchoneros venceram sete partidas na liga e, neste final de semana, conquistaram os três pontos contra o rival Real Madrid, no Santiago Bernabéu. 

O jogo não foi dos melhores do final de semana, porém, o vencedor Atléti não tem nada a ver com isso. Ancelotti e Simeone montaram os times no 4-4-2, mas, a diferença é que os colchoneros já estão acostumados ao estilo do técnico e mudaram poucas peças do elenco. Por outro lado, o Real começou a jogar desta forma neste ano e um personagem central do time, Özil, foi embora e outro, Xabi Alonso, está machucado. Sem eles, o treinador italiano sofre para escalar e ainda conta com a dificuldade de ter a “obrigação” (pelos valores desembolsados nas compras) de colocar Bale e Isco em campo. 

Neste contexto, o Atlético foi melhor no estádio rival, longe de ser um massacre, nem exercer um amplo domínio, mas foi superior. No início, um momento de pressão na saída de bola do Real deu grande chance aos visitantes. Filipe Luís roubou a redonda de Di María, no campo de ataque, e passou para Koke, que fez assistência genial para Diego Costa. O centroavante colchonero não perdoou frente a frente com Diego López e marcou o oitavo dele em La Liga, o que o coloca ao lado de Messi na artilharia do campeonato. 

O Real Madrid após o gol até tentou algumas vezes, assumiu o controle da posse de bola, mas criavam poucas chances claras. As melhores oportunidades vieram em bolas alçadas na área por Di María. No segundo tempo, mais uma vez, as grandes chances foram do Atléti. Uma delas, um lance em que novamente Diego Costa ficou frente a frente com Diego López, mas, desta vez, melhor para o goleiro merengue. Em outro lance, Koke, meia-esquerda no esquema de Simeone e que está muito bem, acertou a trave. Bem no final da partida, o Real quase empatou em ótimo voleio de Morata, defendido com muito reflexo por Courtois. 

A segurança do Atlético na vitória contra o rival mostra que a temporada deve ser interessante e gol de Diego Costa deve aumentar o interesse de Del Bosque de tê-lo na seleção. Enquanto os colchoneros vão bem, o Real já mira o retorno de Xabi Alonso, porém, até lá (não tem data marcada para voltar), os merengues têm obrigação de se acertarem. Minha sugestão é abrir mão do 4-4-2 e voltar ao 4-2-3-1, com Khedira e Modric de volantes; Di María meia-direita, Isco meia-atacante e Bale meia-esquerda, com Ronaldo de centroavante, pois Benzema faz temporada mediana e, nos últimos jogos, vem perdendo gols incríveis.  

Craque inesperado na Bundesliga

 Kruse é o destaque, mas Raffael também largou bem a temporada no Mönchengladbach (Imago)

Nem Ribéry, nem Reus, muito menos Götze ou Schweinsteiger, até aqui, o destaque da Bundesliga é Max Kruse, do Borussia Mönchengladbach. O jogador de 25 anos tem, em sete jogos, quatro gols e cinco assistências. No 4-4-2, armado por Max Eberl, atua como atacante ao lado de Raffael – também bem neste começo de Liga, com três gols e uma assistência. Mas apesar do bom início do camisa dez, os potros não vão tão bem e estão na sétima colocação do campeonato.

A liderança é dividida por Borussia Dortmund e Bayern de Munique, com 19 pontos e, portanto, em sete jogos, seis vitórias e apenas um empate. O que coloca os aurinegros na ponta é o incrível ataque, que já anotou 21 gols. Segundo o site Who Scored, os comandados de Klopp são os que mais chutam na Europa, uma média de 23,3 finalizações por partida. Muitos dos gols e dos arremates tem um grande responsável: Lewandowski, que balançou as redes seis vezes e assistiu os companheiros em quatro oportunidade.

A liderença é do Zenit 

Na Premier League Russa os olhos estavam voltados ao Estádio Petrovsky, em São Petersburgo, onde se enfrentaram os dois líderes da competição, Zenit e Spartak Moscou, que estavam empatados na ponta, com 23 pontos. Além da igualdade na disputa, os dois times tinham a semelhança da utilização do 4-2-3-1, mas os donos da casa executavam melhor o esquema, com bastante movimentação dos meias-atcantes – principalmente, Hulk – e pressão na saída de bola moscovita. 

O grande destaque na partida foi mesmo o brasileiro Hulk, que participou muito bem, se movimentando e buscando sempre ter a bola no pé. O camisa sete do Zenit foi o jogador que mais tentou no 1 a 1 do primeiro tempo, sendo premiado com a assistência para o gol de Kerzhakov. Jurado (4 gols e 1 assistência na Liga), um dos destaques moscovitas na temporada, não foi bem e, no ataque, o artilheiro do time na Premier League Russa, com quatro gols, Movsisvan participava pouco do jogo. 

Depois do intervalo, o protagonista não mudou. Aos 68, Hulk marcou um golaço em chute de direita da entrada da área, após jogada individual. O Spartak logo empatou com o quinto de Movsisvan no campeonato. Porém a vitória ficaria mesmo com os Zenitchiki, pois Danny resolveu aparecer na partida e assistiu Shatov e, depois, recebeu o passe de Hulk e colocou números finais na partida: 4 a 2. Mais uma vez, chama a atenção a inoperância ofensiva de Arshavin pelo Zenit.

Um comentário:

  1. Só discordo no craque da Bundesliga ser o Kruse, até porque o Sam fez 5 gols e deu 4 assistências. Sem contar que tem uma média bem melhor que a do Kruse.

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