domingo, 8 de dezembro de 2013

Enfermedades Futboleras 13

Finalmente a coluna se tornou de futebol internacional. Pela primeira vez, passo pela Europa, mas também falo do futebol aqui nas Américas. Na verdade, o jogo escolhido para estreia foi nos Estados Unidos, a final da MLS.

Rodada quase perfeita 

 Özil marcou, mas a rodada foi perfeita para o Arsenal por apenas quatro minutos (ArsenalPics.com)

O vice-líder Chelsea perdeu, o terceiro Manchester City empatou com o Southampton e o atual campeão Manchester United foi derrotado pelo Newcastle. A exceção entre os principais adversário foi o Liverpool, que ganhou e reassumiu o segundo posto. Portanto, uma vitória do Arsenal colocaria a equipe a sete pontos do primeiro perseguidor. O triunfo não veio, mas o empate contra o fortíssimo Everton, foi um bom resultado, pois agora, mais uma rodada se passou e a diferença ainda aumentou um pontinho. 

O 1 a 1 entre times de conceitos bem semelhantes foi um dos grandes jogos da temporada. Arsene Wenger e Roberto Martínez espelharam o 4-2-3-1 e suas equipes revezaram no comando da partida. Mesmo no Emirates, foram os toffees que começaram controlando o jogo (mais de 65% de posse), toque de bola, movimentação dos jogadores e marcação na saída adversária. Porém, o Arsenal resistiu à pressão com boa participação da dupla de zaga, Koscielny e Mertesacker. Ao final do primeiro tempo e após o intervalo, os gunners passaram a dominar o jogo, contando muito com a movimentação dos meio-campistas. Neste período, surgiram as melhores oportunidades do 0 a 0, que era um grande jogo. 

Mais equilibrado no segundo tempo, no melhor momento do Everton, os donos da casa abriram o placar. A jogada contou com bela inversão de Rosicky, toque de Walcott, furada de Giroud na pequena área e toque decisivo de Özil com a perna ruim, a direita. O 1 a 0 durou pouco tempo no placar, Deulofeu, que havia acabado de entrar bem, fez boa jogada dentro da área e achou um chute inimaginável, que surpreendeu Szczesny. O goleiro polonês que fazia boa partida, desta vez, falhou e viu o Everton empatar. O final ainda reservou um lance de extrema emoção, Giroud dominou um pouco atrás da entrada da área e girou batendo para acertar a junção entre a trave o travessão. O golaço poderia ter feito a rodada perfeita para o Arsenal, mas, pelo o que apresentaram as equipes, o empate fez justiça ao jogaço no Emirates Stadium.

Leverkusen mostra força

 Leverkusen, do esforço coletivo, ganha decisão pelo segundo lugar fora de casa (Reuters)

O Bayer Leverkusen foi ao hostil Signal Iduna Park na condição de principal adversário do Bayern pelo título da Bundesliga. Mas, com o histórico de fracassos da equipe, a partida contra o Dortmund era considerada o limite da permanência das aspirinas na segunda posição. Os aurinegros, jogando em casa, imaginavam retomar o posto de vice-líder da competição. Porém, em campo, o time local fez muito pouco ofensivamente e sofreu com o desfalque de toda a defesa titular: Piszczek começou no banco, pois ainda não está 100%; Subotic não deverá jogar mais na temporada; Hummels voltará apenas em 2014 e Schmelzer estava suspenso. Além disso, o principal volante da equipe, Gündogan também está machucado. 

O Bayer Leverkusen também não fez partida primorosa, porém jogo de forma correta. No 4-3-2-1 tradicional, o time contou com muita transpiração dos homens do meio-campo. O bom trabalho defensivo das aspirinas aliado ao jogo pouco inspirado do Dortmund, resultou em poucas participações decisiva do ótimo goleiro Leno. O gol decisivo veio em um erro de saída de bola dos aurinegros. Friedrich, que estava parado e só foi contratado por conta da série de lesões da equipe, falhou, Can tocou de primeira para Castro, que rolou para o bom sul-coreano Son marcar na saída de Weidenfeller. O camisa sete das aspirinas ainda teve outra boa oportunidade, mas, desta vez, o goleiro aurinegro fez a boa defesa no um contra um. 

Assim, o Leverkusen se mantém vice-líder, mas a quatro pontos do quase perfeito Bayern de Munique. Já o Dortmund fica em terceiro a dez pontos dos bávaros e empatado com o Borussia Mönchengladbach, que venceu o Schalke 04 na rodada. Para piorar as coisas, além das lesões supracitada, na partida contra o Leverkusen, Sahin e Bender saíram lesionados e Sokratis foi expulso. Portanto, Schmelzer voltará, mas o Dortmund terá outras três baixas.

Mais do mesmo no Bayern

O Bayern nem se importou com o confronto pela vice-liderança, pois, mais cedo, aplicou 7 a 0 fora de casa no Werder Bremen. Os destaques foram Ribéry, com dois gols e uma assistência, e Thomas Müller, com duas assistência e um gol. Sem os lesionados, Schweinsteiger, Lahm e Robben, os bávaros atropelaram no habitual 4-1-4-1, que teve Thiago de 1° volante, Müller ponta-direita, Ribéry à esquerda, a dupla Kroos e Götze no centro e, no ataque, Mandzukic. A exceção de Lahm, as demais ausências se repetirão no Mundial de Clubes, por isso, o time que proporcionou a maior derrota da história do Werder Bremen em casa, deve ser bem semelhante ao que veremos no Marrocos.

Não engrena

 Com David Moyes, o Manchester United não consegue engrenar, o clique após o gol do Newcastle mostra o quanto é frustrante a temporada red devil até aqui (PremierLeague)

Nos 90 minutos de futebol em Old Trafford, o United teve domínio completo por apenas 15 minutos, logo após o intervalo. Com o habitual 4-4-1-1 e a volta de Van Persie, a esperança era de um jogo melhor dos comandados de Moyes, o que não aconteceu. Ao contrário do que normalmente ocorre, o holandês não foi o jogador mais avançado e jogou atrás de Javier Hernández. Alternativa utilizada para tentar sanar a falta de criatividade no meio-campo red devil. Mas não funcionou, pois tirar o camisa 20 de locais onde pode finalizar, nunca será uma boa opção. 

Se Moyes errou, Pardew executou a estratégia correta. Armou o time no 4-3-2-1, com um dos meias, Cabaye, com bastante liberdade para encostar no ataque – o lateral-direito Debuchy também avançou bastante. Na marcação, ora esperavam, ora sufocavam o United no próprio campo. E foi em um momento de pressão na saída de bola red devil, que Evra errou, Sissoko foi ao fundo e rolou para trás, onde Cabaye chegou batendo rasteiro no canto, sem chances para De Gea, 1 a 0. O United que era melhor àquela altura não se recuperou do gol sofrido. O resultado é que o time de Manchester se afasta cada vez mais da briga pelo título e, para piorar, a distância pela vaga da Liga dos Campeões é de sete pontos. O Newcastle, que não vencia no Old Trafford há 41 anos pelo Campeonato Inglês, venceu e, ao contrário do ano passado, em que brigou contra o rebaixamento, desta vez, pode até sonhar com uma vaga na Liga Europa.

 O soccer tem um novo campeão

 O goleiro Nielsen foi o heroi improvável no segundo título do Sporting Kansas City na MLS Cup (MLSsoccer.com)

Temperatura abaixo de zero desde o primeiro minuto, e, nas arquibancadas, o soccer teve tudo que tem direito: estádio cheio e torcida apaixonada. Vantagem para o Sporting Kansas City, que teve a maior parte dos torcedores ao seu favor, pois o jogo único da decisão foi disputado no Sporting Park. Jogando em casa e com o esquema mais ofensivo, o 4-3-3, os wizards começaram em cima do Real Salt Lake, que marcava no 4-3-1-2 e apostava em contra-ataques puxados por Findley. Mas, a postura dos donos da casa deu mais resultado e, a defesa comanda pelo goleiro Rimando, foi a que mais teve que trabalhar. 

Após o intervalo, o RSL conseguiu assumir o controle da partida, por conta da melhor presença de Beckerman. O primeiro volante passou a ditar o ritmo do jogo e colaborar mais com o ataque. Foi em um passe genial do capitão que Saborío saiu livre para marcar o 1 a 0. O gol fez muito mal aos wizards, mas, após um momento de baixa, conseguiram voltar ao jogo. Em cobrança de escanteio do bom ponta-esquerda Zusi, o zagueiro Collin, que vinha muito mal na partida – já poderia ter sido expulso –, subiu mais alto que a defesa do Salt Lake e empatou o jogo. 

A igualdade no placar deu mais ânimo ao Sporting Kansas City, que retomou o controle do jogo e só não virou a partida, porque a defesa do RSL conseguiu suportar bem a pressão. Na prorrogação, a tendência do jogo seguiu: os wizards em cima e os royals tentando um contra-ataque, que não apareceu. A consistência defensiva dos visitantes impediu que os 120 minutos bastassem para decidir o título, portanto, a taça só soube seu destino nas cobranças de pênalti. 

Nem sempre justa, desta vez, as penalidades deram o título para o time que foi melhor durante toda a partida, mas o momento decisivo teve um herói improvável. O goleiro do Sporting Kansas City, Nielsen, que foi completamente inseguro durante os 120 minutos, brilhou. Nos pênaltis, o dinamarquês não largou alguns papeis e, a cada nova cobrança, recorria à eles para estudar o próximo batedor. O estudo deu certo e o capitão dos wizards fez duas defesas e ainda contou com dois erros dos rivais. Portanto, 13 anos depois do primeiro título, o time Kansas levantou pela segunda vez a MLS Cup.

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