segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Enfermedades Futboleras 14

Esta é a última coluna do ano e ficarei de férias por um tempo em janeiro. O blog seguirá, pois tenho um texto agendado para o final do ano. A ideia deste resumo do futebol internacional, baseada em coisas que já existem na Europa, foi muito boa para mim. Me esforcei a acompanhar mais futebol, mais jogos e, por isso, falo sem medo: hoje, sei mais de futebol do que sabia antes. Os resultados de acessos não foram maravilhosos, porém, não posso reclamar. Portanto, seguiremos ano que vem.

O óbvio grito de “é campeão”

Com gols de Dante e Thiago o Bayern cumpriu a missão cinco e fecha o ano com cinco taças (FcBayern.de)

Contra o Raja Casablanca, contra o Atlético Mineiro, contra o Monterrey, contra quem quer que seja, hoje o Bayern é favorito. Neste sábado, Pep Guardiola optou por começar com Götze no banco e com Thomas Müller como falso nove. Apesar das mudanças e de um estádio que apoiava o adversário, os bávaros não tiveram problemas para alcançarem a vitória por 2 a 0. Sem forçar, com a marcação pressão, a movimentação dos meias e com 76 % de posse de bola, o time alemão deu poucas chances aos marroquinos. 

O Raja até assustou, em momentos que o Bayern pareceu se desligar do jogo, mas o gol não saiu. Independente do zero no seu lado do placar, o que os green boys fizeram na competição é histórico, pois nunca um time do país-sede havia chegado tão longe e, sem dúvida, superaram adversários mais fortes nesta caminhada. Além do resultado em campo, os marroquinos conseguiram emocionar a todos e uniram a torcida ao redor da equipe, que apoiou muito a equipe durante toda a competição. O corredor de honra armado pelos bávaros aos green boys foi emocionante e uma justa homenagem para fechar a participação histórica no Mundial. 

Portanto, sem dificuldades, os bávaros conquistaram o quinto título deste elenco na temporada: Bundesliga, Copa da Alemanha, Liga dos Campeões, Supercopa da Uefa e, agora, o Mundial de Clubes – faltou a Supercopa local para igualar o Barcelona de Guardiola, em 2008-09. Além de voltar campeão à Alemanha, o Bayern chegará com uma distância para o segundo colocado, Bayer Leverkusen, igual à que deixou quando viajou ao Marrocos, confortáveis sete pontos, com um jogo a menos.

Um 1 a 0 enorme

O cruzamento rasteiro de Guarín, a antecipação sobre Zapata e a finalização de letra de Palacio (Inter/it)

Inter e Milan não são mais os times que foram recentemente, o futebol italiano em si não é a potência que foi capaz de colocar três semifinalistas (os rivais de Milão estavam lá) e dois finalistas na Liga dos Campeões, em 2002-03. Mas um dérbi de Milão nunca será um jogo sem importância. Ambos em momentos ruins e tendo a partida como a última antes da parada de inverno, uma vitória seria fundamental, por isso, o jogo foi tão brigado. Mazzarri manteve a Inter no 3-5-1-1, com Guarín atuando atrás do móvel centroavante Palacio. O ameaçado Allegri armou o Milan com Kaká apoiando Balotelli no ataque.

Os dois homens mais avançados de ambos os times fizeram boas partidas e se esforçaram muito para criarem na frente. Afinal, na maior parte das vezes, o sistema defensivo adversário teve superioridade numérica nas disputas. Por conta das boas participações dos jogadores mais ofensivos, rossoneri e nerazzurri tiveram inúmeras chances, mas, quando chegaram, Abiatti e Handanovic fizeram boas defesas. O interista vacilou em algumas bolas cruzadas, porém, isto não prejudicou o desempenho dele. A diferença da Inter foram as mexidas que deram certo. Kuzmanovic entrou no lugar do cansado Zanetti, Kovacic na vaga de Taider e Icardi substituiu Cambiasso. A partir daí, os nerazzurri tiveram um 3-4-1-2, com Kovacic atrás da dupla de argentinos e com Guarín na linha de quatro meias. Com um parceiro no ataque e mais gente para chegar pelo meio – Kova e Guarín –, Palacio funcionou melhor.

O gol decisivo saiu em uma jogada que mostrou claramente a importância das mudanças: Guarín invadiu a área e cruzou rasteiro para o meio, onde o camisa oito nerazzurro apareceu para marcar de letra. “Foi o gol mais importante da minha carreira. Foi uma vitória que nos dá confiança, vamos de férias feliz", a definição do goleador da noite é muito válida, pois a Inter voltará da parada de inverno com um novo ânimo, enquanto o Milan entra em férias recheado de dúvidas, a principal delas: será que Allegri iniciará 2014 empregado?

O melhor atacante do mundo

Suárez sabe o caminho do gol, na Premier League, a artilharia é dele com 19 gols (Premier League)

Talvez Ibrahimovic seja tão importante para o próprio time, como Suárez é para o Liverpool. Porém, hoje, o camisa sete está um patamar acima. Especulado para sair durante a janela de transferências e suspenso no início da boa jornada dos reds na Premier League, atualmente nada lembra este início de temporada turbulento. Desde que voltou, o uruguaio atuou em 12 partidas da competição e marcou 19 vezes – mais do que os artilheiros de 1997-98 e 1998-99 –, e, agora, está de contrato renovado, para ganhara 200 mil libras por semana. Portanto, vive o mundo ideal. Neste final de semana, Luisito ajudou a recolocar o Liverpool na liderança da Liga – a primeira vez, desde 2008, que o time chega ao natal na ponta da tabela. 

Contra o Cardiff, o 4-3-3 do Liverpool teve o estilo de Brendan Rodgers: muita posse de bola (69%) e muitos passes trocados, foram 557, enquanto os rivais passaram entre si apenas 185 vezes. No 3 a 1, Suárez fez dois e, ainda mostrou companheirismo, ao sair na frente do goleiro e preferir a assistência para Steriling empurrar a bola para o gol vazio. Os três gols dos reds saíram na primeira etapa. Além do uruguaio, destaque para o autor do outro gol, que abusou da velocidade na ponta-esquerda, e os meias Henderson e Lucas Leiva. O brasileiro foi o homem do primeiro passe, 91 passes, com 93% de acertos, e, o inglês, participou dos três gols, com duas assistências e o passe que iniciou a jogada finalizada por Sterling.

Após o intervalo, o time se descuidou um pouco da defesa, fazendo muitas faltas e dando chances ao Cardiff cruzar bolas na área. Em um desses lances, veio o gol dos bluebirds, que poderiam até ter incomodado mais a vitória do Liverpool. Mas, o que chamou a atenção pelo lado galês, foram os protestos em Anfield. Os torcedores pedem a saída do proprietário, Vincent Tan, que além de investir no time, mudou as cores tradicionais e o escudo. A relação entre o dono e a arquibancada parece ter alcançado o limite, porém, nas várias vezes que foi focalizado, o asiático, que parece muito o PSY, não se mostrou incomodado com os diversos cartazes e cânticos dos galeses.

Sem problemas 

O atual tricampeão e vice-líder da Liga de Sagres, Porto recebeu o penúltimo colocado Olhanense, no Estádio do Dragão. Um gigante vindo de três títulos e um pequeno na zona de rebaixamento, o resultado foi um domínio total portista. No 4-3-3 do técnico Paulo Fonseca, destaque para o alto índice de posse de bola, inversão dos pontas e bom aproveitamento em bolas paradas. Apesar do 4 a 0 contrário, o goleiro rubro-negro Belec, que está emprestado pela Internazionale, fez boas defesas. Mas, o ponto alto foi a atuação do desconhecido brasileiro Carlos Eduardo, meia com mais liberdade para se juntar aos atacantes no sistema tático. Foi a segunda partida como titular do camisa e o desempenho foi impressionante: duas assistências (em cobranças de escanteio) e um golaço. A goleada mantém o Porto na perseguição do líder Sporting.

Com a cara de Mourinho

 Com pragmatismo, Mourinho está podendo sorrir no Chelsea. Hoje, alcançou o décimo jogo invicto contra Wenger (AFP)

Nesta segunda, Arsenal e Chelsea se enfrentaram no Emirates Stadium e não saíram do zero – ao todo, os times acertaram o gol rival apenas seis vezes. Wenger e Mourinho repetiram o tradicional 4-2-3-1, a novidade foi pelo lado dos blues: Mikel e Lampard na volância, Willian à esquerda, Ramires no centro e Hazard à direita, que, no segundo tempo, voltou para a ponta canhota. Porém, apesar da escalação, foi o Chelsea que conseguiu as melhores oportunidades durante todo o jogo, o camisa 17 foi destaque na criação das jogadas. Nos primeiros momentos, estranhamente, não foi o Arsenal que conseguiu exercer pressão na saída de bola adversária e, sim, os comandados do Special One

No segundo tempo, o panorama mudou, os gunners aproveitaram que o Chelsea abdicou da marcação avançada e optou pelos contra-ataques, que chegaram a assustar. Mesmo melhor, o Arsenal não alcançou o gol, em duas ocasiões, Giroud falhou na finalização e, também, faltou mais de Özil, que, muitas vezes, apareceu longe da área, onde seus passes não puderam ser decisivos. Além disso, Wenger não utilizou o bom banco, que, nesta segunda, teve Podolski e Cazorla, por exemplo. Mas a vitória foi a consagração da opção de Mourinho, que, desde o princípio, destacou o sistema defensivo em detrimento do ataque. Assim foi no empate em 0 a 0, contra o United, Old Trafford, e, no 2 a 1, contra o City, em Stamford Bridge, quando a vitória só veio após falha emblemática da defensiva dos citzens. Desta forma, jogando estrategicamente, os blues estão na quarta colocação a dois pontos dos líderes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário