quarta-feira, 9 de julho de 2014

Copa do Mundo – Dia 28

Massacre alemão e humilhação verde e amarela

 Kroos foi a estrela do jogo, mas foi a atuação coletiva que liderou a Alemanha ao 7 a 1 (Jamie McDonald/Getty Images)

Alemanha e Brasil seria um jogo equilibrado, provavelmente, com um ligeiro favoritismo dos europeus. Sem os dois principais jogadores verde e amarelos, Thiago Silva e Neymar, a força alemã se destacava mais. Porém, dentro das quatro linhas, o ligeiro se tornou imenso e, ao final, foi constrangedor para os Samba Boys. Para substituir o craque, Luiz Felipe Scolari surpreendeu e colocou Bernard entre os onze iniciais, como ponta-direita no 4-2-3-1. Do outro lado, de certa forma, Joachim Löw surpreendeu e colocou em campo o 4-3-3, pois colocou Klose como centroavante. O esquema da Mannschaft também pode ser visto por um 4-1-4-1, pois Schweinsteiger fica mais preso, com Kroos e Khedira tendo liberdade para apoiar à frente. 

Assim, no Mineirão, a Alemanha protagonizou um recital, um massacre mesmo. O meio-campo foi a área do massacre, os cinco europeus controlaram totalmente o quinteto verde e amarelo, que, muitas vezes, tinha apenas três jogadores, pois Hulk e Bernard não conseguiram colaborar com a marcação. Mas, o primeiro gol da Nationalelf, não veio com vitória no meio-campo. Um escanteio, conseguido após um contra-ataque foi bem batido por Kroos. Depois da falha grosseira da zaga, Thomas Müller apareceu livre e marcou. Dos 22 aos 28 minutos, um massacre completo. 

Com pressão alta, superioridade numérica em todas as disputas de bola e um jogo muito vertical (chegou a ter menos posse de bola que o Brasil), a Alemanha marcou quatro vezes, no período. Khedira era uma das chaves deste jogo, marcava muito à frente e parecia pronto para fazer a composição defensiva, caso fosse necessário. O resultado é que os Canarinhos só utilizavam a alternativa do chutão e, assim, a redonda logo voltava aos alemães, que conseguiam construir o jogo, com um jogo bem direto, diferente daquilo que havia apresentado nas partidas anteriores. 

Klose quebrou o recorde de Ronaldo, o craque de jogo e um dos melhores alemães na Copa, Kroos fez dois e Khedira marcou o quinto. O Brasil estava no chão, não havia reação, a técnica alemã venceu. A Mannschaft caminharia para a final e os Samba Boys estavam próximo da pior derrota em copas. Luiz Felipe Scolari tentou igualar o jogo: sacou Fernandinho e Hulk, ambos em dia péssimo, e colocou Ramires e Paulinho. Por outro lado, claramente os alemães desaceleraram. 

Por isso, o Brasil chegou a viver bons momentos. Mas aí, uma qualidade da Nationalelf, que ainda não havia sido necessária, apareceu. Um dos ótimos goleiros deste Mundial Neuer fez algumas boas defesas e evitou que os verde e amarelos marcassem dois gols, logo no reinício da partida. Se o ritmo dos titulares já não era o mesmo, Schürrle entrou no lugar de Klose, que deixou o campo com o recorde e sob aplausos, e veio para cravar os últimos golpes na seleção de Luiz Felipe Scolari. 

As defesas de Neuer deixaram o Brasil mais entregue. A posse passou a ser controlada pela Alemanha, que, além de ter o controle territorial, buscava mais gols. Ao final da partida, Schweinsteiger afirmou: “Mas eu gostaria de me desculpar com o Brasil. Não esperávamos um placar desses. Tentamos ser respeitosos jogando futebol e fazendo gols. Para nós essa Copa é um sonho. Estamos gostando muito do povo brasileiro, e queria dizer que a seleção brasileira fez grande papel no torneio”. O que foi falado por um dos líderes do grupo, Schürrle mostrou na prática e marcou outras duas vezes. 7 a 0. 

Oscar fez aquilo que chamamos de gol de honra, mas não trouxe nenhuma horna. 7 a 1 e nada mais a declarar. Uma grande atuação alemã frente à uma apática seleção brasileira, que precisa se reinventar, neste sentido, prometo um texto bem completo em breve. Provavelmente, após a Copa. Para a Alemanha, que não vinha massacrando, a vitória categórica na semifinal apresenta a força da equipe para ganhar o tetra, depois de 24 anos. Do outro lado, seja Holanda ou Argentina, o favoritismo será da Nationalelf, porém, mais uma vez, o jogo se apresentará como um grande desafio, que pode se tornar algo fácil, como aconteceu contra o Brasil, graças à qualidade do grupo de Löw.

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