quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Prévia da Premier League 2014-15

O milionário Manchester City ganhou a Premier League 2013-14 e, para esta temporada, vem ainda mais forte (Getty Images)

A principal liga de futebol do mundo, a English Premier League começa no próximo final de semana e promete ser ainda mais interessante que a temporada anterior. Por isso, neste espaço, faremos uma prévia tática dos cinco principais candidatos ao título, que trazem coisas novas para a disputa de 2014-15. As possibilidades de Manchester City (1°), Liverpool (2°), Chelsea (3°), Arsenal (4°) e Manchester United (7°) serão apresentadas aqui, na ordem inversa à classificação da última temporada. 

Manchester United 

Depois do péssimo desempenho sob a batuta de David Moyes, o Manchester United entra com algumas novidade interessantes para a temporada, se desprendendo do estilo Alex Ferguson. A principal delas está no banco de reservas, o melhor técnico da Copa de 2014, Louis van Gaal. Com o holandês, os red devils devem emular o sistema da oranje no Mundial, um 3-4-1-2, com muita liberdade para o trio ofensivo. No mesmo esquema, Van Persie rendeu bem pelo seu país; Rooney costuma atuar melhor quando joga mais solto; e, desde que chegou à Inglaterra, Mata tem mostrado o máximo, quando é escalado pelo centro. Portanto, para o trio ofensivo, a mudança aparenta trazer apenas benefícios.

Manchester United - Van Gaal 2014-15 - Football tactics and formations
   
Outro setor que chama a atenção no novo desenho do United são as alas, em que devem jogar Valência pela direita e o recém-contratado Shaw pela esquerda. Dois jogadores de boa chegada e que, com a proteção de três zagueiros, deverão aparecer bastante na fase ofensiva do jogo. O equatoriano foi testado na função durante a pré-temporada e trouxe variação aos red devils, pois, com as subidas dele, muitas vezes o time ficou no 4-2-3-1, com Rooney jogando um pouco mais aberto. Mas é sempre bom lembrar que, com Ferguson, Valencia foi utilizado como lateral em linha de quatro, portanto, se adaptar na ala (principalmente, nas questões defensivas) não será tão difícil. Mesmo assim, o elenco do United dá a possibilidade de usar Rafael, lateral de origem, na função - opção mais defensiva. 

Ander Herrera terá papel central no novo Manchester United de Louis van Gaal (Manchester United)

Quem terá papel central no jogo dos red devils é o novo contratado Ander Herrera, que era alvo desde a temporada passada e chegou por 36 M €. O basco será o responsável pela saída de bola do time, alternando passes curtos e longos, e dando dinâmica à meia-cancha da equipe. A dúvida fica por conta de seu acompanhante no centro do campo, o sonho do United é Vidal, mas, por enquanto, a realidade é Carrick ou Fletcher, dois jogadores que não estão nos melhores momentos da carreira. 

Para completar, o grande problema da equipe, a defesa, que, até por isso, pode ser muito beneficiada do esquema. Pois, com três zagueiros e quatro meias, a proteção ao bom goleiro De Gea deve melhorar. Mesmo assim, com as saídas de Ferdinand e Vidic, que já não estavam no melhor nível, Van Gaal sentirá falta de um zagueiro mais experiente para liderar o novo sistema defensivo. Como o mercado ainda está aberto, há a expectativa que o Manchester United ainda possa trazer este jogador, que não existe no plantel.

Arsenal  

Nove anos depois, o Arsenal voltou a ser campeão da FA Cup e começou esta temporada com a conquista da Community Shield. Além disso, reforçou o elenco e só perdeu jogadores que não eram centrais ao time, ao contrário do que havia ocorrido em temporadas anteriores. Com mais de 77 M € investidos, Arsene Wenger surpreendeu e trouxe Alexis Sánchez, Calum Chambers, Mathieu Debuchy e David Ospina.  

Mas não foi apenas ao abrir o bolso que o técnico francês surpreendeu. Na Supercopa da Inglaterra, o 3 a 0 foi conquistado com um esquema diferente do 4-2-3-1 habitual do comandante. Wenger escalou a equipe no 4-1-4-1 e os jogadores responderam mostrando àquilo que o técnico queria: contra-ataques velozes, troca de passes e a boa chegada dos dois meias-centrais, Wilshere e Ramsey à área. Alexis Sánchez estreou muito bem pela ponta-direita e fez parceria interessante com o novo lateral-direito gunner, Debuchy. Por conta de bom desempenho pelo lado e porque Groud, mais uma vez, marcou, a possibilidade de utilizar o chileno como centroavante deve ser deixada de lado como plano inicial da temporada.  

 Arsenal - Football tactics and formations  

A boa atuação dos gunners não traz apenas soluções ao técnico Arsene Wenger, pois o 3 a 0 foi construído sem a presença da contratação mais cara da história do clube, Özil e com bom atuação do substituto, Santi Cazorla. Apesar disso, a Copa do Mundo traz alento ao treinador, pois, no Mundial, o camisa onze do Arsenal atuou bem partindo ponta-esquerda, justamente o espaço que o espanhol ocupou bem na primeira partida oficial da temporada. Mesmo sem jogar no posicionamento habitual, pelo centro, Özil mostrou que pode ser relevante jogando aberto. Se Santi Cazorla aceitar o banco de reservas, o problema que Wenger teria, pode se tornar uma ótima alternativa de jogo. O espanhol entrando durante as partidas pode mudar esquema, formando um 4-2-3-1, por exemplo, ou, em ausências de Özil, ser ótimo dublê do camisa onze alemão.  

Com o setor ofensivo bem definido, o foco do Arsenal neste final de mercado de transferências deve ser a defesa. No 4-1-4-1, Arteta, que foi recentemente convertido como capitão da equipe, deverá ser o volante mais fixo. O movimento de entregar a faixa ao espanhol mostra a confiança do técnico na situação física dele (uma grande dúvida antes do início de 2014-15), por isso, com o apoio de Ramsey e Wilshere deve dar segurança à defesa. A dupla de zaga deverá ser composta por Mertesacker e Koscielny, porém há a necessidade da contratação de um zagueiro para ser o reserva imediato da dupla, apesar de que Nacho Monreal e Chambers têm condições de atuarem por aquele setor.

Chelsea  

Nas últimas temporadas, independentemente do time que assumia, Mourinho colocava em prática um 4-2-3-1. O técnico luso ficou conhecido e consagrado como um dos grandes executores do sistema da moda. Porém, na primeira passagem pelo Chelsea, o Special One utilizava um 4-3-3, com Makelele mais fixo e Essien e, principalmente, Lampard com mais liberdade para chegar ao trio ofensivo.  

As contratações realizadas por Roman Abramovich permitem que o técnico luso volte ao esquema utilizado na temporada 2004-05. De qualquer forma, o elenco segue permitindo que os blues sejam escalados no 4-2-3-1, sem grandes mudanças nos onze iniciais de 2013-14. Uma dupla de volantes com Matic e Fàbregas, com Willian, Oscar e Hazard à frente não seria ruim e pode ser bastante viável para o decorrer da temporada. Mas, desde o início, imagino José Mourinho tentando colocar o 4-3-3 em ação.
  
Chelsea - Football tactics and formationsChelsea - Football tactics and formations  


No 4-3-3, Oscar perderia a vaga no time titular, mas os blues ganhariam defensivamente com a presença de três volantes no meio. O trio formado por Matic, Ramires e Fàbregas tem as características muito valorizadas atualmente: todos sabem marcar e atacar. O espanhol é bom passador e um perigo próximo à área, Ramires traz infiltrações e velocidade e Matic, o melhor marcador do trio, é muito forte, tem bom primeiro passe e alguma habilidade. Além do bom triângulo no meio, o 4-3-3 daria liberdade para Willian e Hazard ficarem mais focados na fase ofensiva do jogo, ao lado do centroavante Diego Costa. O recém-contratado agrega bastante ao elenco blue e deve garantir gols.  

A defesa, que já não preocupava, ainda ganhou um bom reforço na lateral-esquerda, posição que o elenco era mais frágil. Filipe Luís deve garantir boa marcação e interessantes avanços pelo flanco, uma eventual dobradinha pelo setor com Hazard promete incomodar os adversários. O restante da retaguarda deve contar com a boa dupla Terry e Cahill no centro e Azpilicueta na direita, mas, se Mourinho quiser mais proteção, Ivanovic pode assumir a lateral-direita. Na meta, a dúvida entre Cech e Courtois deve seguir nos primeiro jogos e será decidida de acordo com o desempenho dentro das quatro linhas.

Liverpool  

Em 2013-14, o ótimo técnico Brendan Rodgers mostrou toda a sua capacidade e, ao longo da temporada, foi rascunhando o time ideal do Liverpool. A partir de um momento, não existiu mais dúvida, o melhor dos reds seria encontrado ou no 4-1-4-1 (4-3-3), com Gerrard mais recuado e Suárez partindo da ponta-esquerda, ou no 4-3-1-2, com Sterling sendo o um atrás da infernal dupla composta pelo uruguaio e Sturridge.  

Tendo em vista as contratações e a pré-temporada, Brendan Rodgers deve apostar no 4-1-4-1, com desenho bastante similar ao que deu certo em 2013-14. A enorme ausência de Suárez deve fazer Sterling ocupar a ponta-esquerda e, no outro lado, disputa aberta entre dois recém-contratados, Markovic e Lallana. O primeiro deve começar a temporada como titular, pois o inglês iniciará a trajetória no novo clube lesionado. No centro do ataque, Sturridge, que já teve bom rendimento de gols na última temporada, terá que elevar esta marca, pois o artilheiro do Liverpool não faz mais parte do elenco.  

Liverpool - Football tactics and formations  

Neste esquema, Coutinho deve atuar como meia-central e terá papel fundamental à estratégia do técnico norte-irlandês. Mesmo não jogando como meia-atacante, o brasileiro deve ser o principal armador da equipe e terá bastante liberdade para encostar no centroavante Sturridge. Além do camisa dez, o eterno capitão Gerrard também terá responsabilidade na armação, pois é dele que o primeiro passe deve sair. Além disso, o histórico número oito é o homem da proteção à linha defensiva.  

O sistema defensivo dos reds ganhou bons reforços. Na zaga, Lovren vem de boa temporada com o Southampton e chega para ser titular, muito provavelmente, ao lado de Sakho. Outro que chama a atenção é Alberto Moreno, que, após longa negociação, vem com a expectativa de ser o dono da lateral-esquerda, setor que deu algumas dores de cabeça ao técnico Brendan Rodgers.
 
Manchester City  

Campeão e mais reforçado, o Manchester City chega mais favorito à disputa da Premier League, mas, na verdade, quer mesmo ir mais longe na Liga dos Campeões. Os 65,5 M € foram investidos naquilo que o clube mais necessitava: um zagueiro para ser titular e um volante mais de marcação. O elenco, que já era muito bom, conseguiu ficar melhor e fornece mais variantes ao técnico Manuel Pellegrini, que colocou o City no patamar que o dinheiro investido exigia. O chileno fez isso jogando de forma simples, um 4-4-2.  

O esquema, que deu certo na temporada passada, deve ser repetido neste ano com Fernando Reges ou Fernandinho ao lado de Yaya Toure na volância e Jovetic, Dzeko ou Negredo fazendo a dupla ofensiva com Agüero. O 4-4-2 deu ao Manchester City o melhor ataque da EPL, com 102 gols, mas, em algumas partidas, principalmente, jogos grandes, o time pecou defensivamente, pois faltava um volante mais marcador. Fernando Reges traz esta alternativa ao técnico chileno, o que tiraria Fernandinho do time, que esteve muito bem em 2013-14.  

Manchester City - Football tactics and formations  

Porém, sacar Fernandinho pode não ser a melhor alternativa. Manuel Pellegrini pode colocar um esquema que chegou a testar, o 4-2-3-1. Com este outro desenho, os citzens teriam mais proteção à zaga, com Fernando Reges e Fernandinho na volância. Além disso, o Manchester City teria o seu principal jogador, Yaya Toure, com grande liberdade e ele voltaria a jogar em função que já exerceu com a camisa sky blue. O problema seria abrir mão de dois atacantes e ter só Agüero no ataque, tendo jogadores da qualidade de Jovetic, Dzeko e Negredo no elenco.

Manchester City - Football tactics and formations 

A grande evolução no time deve ser vista na defesa. Mangala vem do Porto e chega para formar uma dupla interessante com Kompany, que vem de uma temporada de altos e baixos. Com um defensor melhor ao seu lado, o belga deverá render melhor e voltar ao nível de 2012-13. Além do zagueiro portista, Sagna e Caballero chegaram e, ambos, podem pressionar os titulares, Zabaleta e Hart, que não são jogadores completamente constantes.

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