segunda-feira, 28 de junho de 2010

Copa do Mundo – Dia 17

Encontro marcado entre as gigantes Alemanha e Argentina nas quartas de final no Green Point. Duelo que irá parar a Cidade do Cabo, e tem tudo para ser um dos mais interessantes dessa Copa do Mundo de 2010 na África do Sul.

Alemanha 4x1 Inglaterra

Um baile? Não foi isso que ví.

A Alemanha postada no seu tradicional 4-2-3-1 e os ingleses no 4-4-2 ortodoxo. Foi esse o desenho tático inicial no último jogo a ser realizado no Free State em Bloemfontein. A velocidade, troca de passes e a movimentação alemã apareceu desde os primeiros minutos.

A Inglaterra não entrara bem na partida, parecia entregue ao futebol da Die Natinonalef. O primeiro gol surgiu em um descuido infantil da zaga inglesa. Neuer cobrou o tiro de meta com a perna direita em direção do ataque alemão. Klose ganhou no corpo de Upson, e já desequilibrado conseguiu tocar na bola com a perna direita, antes da chegada de James. Com esse tento, o camisa onze chegou aos 12 em copas (Apenas dois em mata-matas) igualando a Pelé.

A equipe alemã impressionava no início, não dava tempo ao English team. O segundo tento não demorou a aparecer. Lahm começou a jogada com Khedira, que passou para T. Müller e de primeira a bola chegou a Özil. O camisa oito abriu o jogo com Klose, que havia saido da referência e tinha ido buscar o jogo na ponta direita. O onze alemão recebeu, e de primeira e de três dedos mandou para T. Müller na frente. O camisa 13 da Die Natinonalef mandou de primeira para Podolski, que dominou e bateu com a canhota por baixo das pernas de James.

Os defensores da rainha, que começaram a partida dispersos, acordaram. A partida cresceu em emoção. A vantagem alemã foi reduzida ainda no primeiro tempo. Uma das primeiras jogadas em que Milner apareceu pela direita. O externo-direito inglês rolou para Gerrard que cruzou onde Upson estava. O zagueiro ainda antecipou Neuer e Boateng, antes de escorar de cabeça para o gol.
Neuer vê a bola dentro do gol, mas quem precisava ver, não viu - AFP

A Inglaterra seguia melhor, chegando até a empatar a partida. Porém a bola que Lampard chutou, explodiu no travessão, bateu dentro do gol e saiu. Repito: Bateu dentro do gol e saiu. Porém nem o árbitro Jorge Larrionda, nem o auxiliar Pablo Fandino viram a redonda lá dentro. O tento que colocaria a igualdade no placar ao final da primeira etapa poderia mudar o rumo do jogo, mas não acredito nisso.

Explico, na volta do segundo tempo a partida seguiu a mesma tendência: Inglaterra mais forte, porém não conseguia fazer os gols necessários. Gerrard confirma isso também “Acho que o gol anulado teve um efeito, mas não podemos usar isso como desculpa. Não podemos ir à procura de um momento-chave do jogo. A Alemanha é uma equipa fantástica e mereceu ganhar”
Thomas Müller ele aprendeu muito bem com o professor - AP

E foi aproveitando-se do English team no ataque que os alemães mataram a partida.

Com uma aula de contra-ataque ministrada pelo professor Joachim Löw. Lampard bateu falta na barreira, a bola sobrou com Barry, que foi desarmado por Lahm. Boateng ligou com T. Müller, que já virou o jogo para Schweinsteiger no lado esquerdo. O camisa sete foi levando a redonda para o centro até tocar mais uma vez com Müller. O número 13 ajeitou e chutou com a perna direita, James ainda tocou na bola antes dela morrer em seu canto esquerdo. Lição número 1.

Joe Cole tentou cruzar a bola rasteira, mas Klose cortou já ligando o contra-ataque com Özil na ponta-esquerda. O camisa oito deixou Barry para trás, invadiu a área e rolou entre as pernas de A. Cole. T. Müller apareceu na entrada da pequena área e empurrou para as redes de primeira com o pé direito. Lição número 2 e lição final.

O que muitos não sabem é que sete jogadores do elenco alemão já haviam sentido o gosto de aplicar quatro gols nos ingleses. Ano passado durante o Campeonato Europeu Sub-21 de seleções a final foi disputada entre Alemanha e Inglaterra, acabando com vitória alemã por 4x0. No elenco campeão estavam: Neuer, Boateng, Aogo, Khedira, Özil e Marin, todos integrantes do plantel para a disputa do Mundial na África do Sul. Do outro lado também haviam jogadores que até ontem disputavam a Copa: Milner e Hart.


Argentina 3x1 México

Não está tudo perfeito, mas já está bom

A Argentina chegou a Copa como favorita e por enquanto vem provando isso, só sabe o que é vencer nesse Mundial. Contra a seleção mexicana a alvi-celeste atuou no 4-1-3-2, com Messi livre para brilhar, mas isso ainda não aconteceu. Javier Aguirre vinha no 4-4-2 em linha, com Bautista e Javier Hernádez no comando do ataque.

Quem começou atacando foi El Tri, um chute de Salcido surpreendeu Romero, e mesmo com o desvio do goleiro argentino a bola tocou na trave. O castelo de areia mexicano começou a desmoronar, com grande contribuição de um erro de arbitragem. Burdisso executou um corte na linha média e a bola foi em direção do camisa dez alvi-celeste. Messi jogou para Tevez, que dividiu com o goleiro mexicano. No rebote a bola voltou para La Pulga, que de primeira mandou para o camisa 11. Carlitos, em impedimento, empurrou a redonda com a cabeça para as redes de cabeça.
Tevez, o impedido, mas depois ele se redimiu marcando um golaço - AP

O árbitro e o auxiliar viram pelo telão do Soccer City, que falharam no lance do gol. Trocaram palavras, mas na regra diz que o juiz não pode voltar atrás de uma deicisão após o uso de recurso eletrônico. Os mexicanos ficaram claramente abatidos quando o trio de arbitragem mesmo depois de saber que havia errado, não voltou atrás.

Com isso, o México ficou entregue aos hermanos. Sete minutos depois, E. Juárez recuou a bola para Osório, que dominou ela, mas na hora de passar para o companheiro, cometeu um erro ridículo. A redonda encontrou o pé de Higuaín, que dominou, driblou o goleiro e empurro para o gol vazio com a perna esquerda. 2x0 e já ficava claro, que mais uma vez veriamos Argentina contra Alemanha nas quartas de final assim como foi em 2006 e os alemães levaram a melhor.

Porém após a pane, a seleção tricolor retomou o rumo na partida e apresentou mudanças táticas interessantes. Agora atuva no 3-4-3, o time mais solto e mais ofensivo. Parecia que daria resultado, mas Tevez – o homem da partida – tratou de acabar com qualquer chance mexicana.

Heinze na lateral esquerda passou para Tevez na entrada da área. Carlitos matou a bola, tabelou com a perna de Osório, arrumou o corpo e soltou a bomba de perna direita. A bola alcançou o ângulo esquerdo do gol defendido por O. Pérez, um golaço de El Apache.

O México diminuiu a diferença em uma jogada que começou com Giovanni dos Santos. Ele passou para Torrado. E o volante enfiou bola para J. Hernádez que girou sobre a marcação de Demichelis, ajeitou com a perna direita e bateu forte com a canhota. A redonda entrou no canto direito superior da baliza defendida por Romero. Um belo gol.

El Tri seguia bem na partida e explorava as deficiências defensivas dos adversários. Jogando pricipalmente sobre a lentidão de Demichelis, e foi por ali que Barrera criou outras boas oportunidades. Mas não era dia de ver o México avançando às quartas de final.

Após a partida, os mais jovens do elenco como Barrera, Giovanni dos Santos e Javier Hernández discutiram muito com a arbitragem. Porém o experiente Blanco e, incrivelmente, outro jovem Vela alcamaram os companheiros e evitaram mais confusão. Imagino as palavras de Temo: “Alcamem-se garotos, no Brasil vocês brilharão”. Já Vela que deixou o campo consolando Gio deve ter dito: “Em 2014 estaremos juntos novamente, e chegaremos mais longe.”

Pelo lado argentino o sentimento é de que terão que jogar muito mais para chegar às semifinais. Além disso deverão fazer contra a Alemanha um jogo muito aberto e bastante ofensivo.

Abraço a todos

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