quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Glória do desporto nacional

O título do post não podia ser outro, está escrito no hino colorado. E hoje o Internacional é mais uma vez o orgulho brasileiro. A semana foi tensa no lado colorado de Porto Alegre, Sandro, Tinga, Guiñazu e Alecsandro, todos foram por algum momento dúvidas para a grande decisão. No final só o centroavante não jogou, substiuido por Rafael Sóbis, titular no primeiro título do clube gaúcho.

Mais de 50 mil torcedores estiveram para apoiar o Internacional ao seu segundo título na competição continental. O time comandado por Celso Roth seguiu no seu tradicional 4-2-3-1, esquema adotado pelo técnico desde que assumiu o comando da equipe. Nele, Guiñazu marcava pela direita e Sandro pela esquerda. Na armação Taison à esquerda, Tinga no centro e D’Alessandro à direita. Rafael Sóbis era o centroavante.

José Luis Real adotou um esquema tático, no minímo, diferente. Um 4-2-3-1 diferente, com Araujo, um dos volantes, perseguindo Dale por onde ele andava. O homem da referência variava ora Bautista, ora Arellano, ora O. Bravo ocupavam o comando do ataque. Ponce o “lateral-esquerdo”, em alguns momentos era um volante-esquerdo.

Bolívar havia marcado em Guadalajara, mas hoje falhou no Beira-Rio e mesmo assim, acabou erguendo a taça - Vipcomm/Divulgação

Jogando assim o rebanho sagrado iniciava a marcação no campo ofensivo. Confundido a marcação pressão com a violência em alguns momentos. Entregue ao jogo dos mexicanos, o Internacional viu os visitantes abrirem o placar aos 42 minutos. O. Bravo ganhou de cabeça do capitão Bolívar e escorrou para o meio da área. Lá estava Fabián, que deixou a bola quicar uma vez para girar sobre Índio e marcar um golaço.

O gol em um dos minutos finais da primeira etapa, incrivelmente, fez bem aos donos da casa. Celso Roth mexeu com o time não há dúvidas disso. O Internacional voltou diferente, com mais disposição para atacar e com Guiñazu fazendo dupla função, com a bola era mais um dos meia, sem ela copunha a volância.

Rafael Sóbis se emocionou na comemoração do empate colorado - Ag. Reuters 

Rafael Sóbis mostrava que ia ser o nome do empate do colorado. Primeiro aos três minutos arriscou de fora da área e Michel defendeu com o peito. Mais tarde ivandiu a área chegou a cortar o arqueiro mexicano, que se recuperou e ficou com a redonda. O passe veio de Kléber, fundamental no jogo de ida em Guadalajara, mas ausente na primeira etapa, sua entrada no jogo fez a diferença.

Aos 17 Tinga abriu o jogo na esquerda e lá estava o lateral Kléber. O número seis recebeu e cruzou rasteiro no meio da área, onde Rafael Sóbis apareceu antecipando o goleiro para empurrar para as redes. O atacante correu sozinho e emocionado para comemorar o tento. O curioso foi que nesse momento de êxtase, Sóbis correu e festejou sozinho, sem nenhum companheiro.

19 minutos e o artilheiro colorado na Libertadores foi a campo. Giuliano entrou no lugar de Taison, que não gostou de sair, mas recebeu de Celso Roth as palavras de que havia feito bem o seu papel. Dois minutos após Bolívar já regia a torcida gaúcha, pedindo que os gritos de incentivo aumentassem.


Lembra do jogador mexicano, que tentou assustar os chilenos do Everton com a ameaça do vírus H1N1? Isso mesmo, é ele Reynoso.

Rafael Sóbis, até ali o nome do tento que valia a taça protagonizou o minuto 27 da partida. Ao levar três socos (isso mesmo socos!), na sua linha de cintura de Reynoso e ver o capitão mexicano não ser expulso. Os rojiblancos já mostravam estarem com a cabeça perdida. No final do minuto 27 o camisa 23 deixou o campo para a entrada de Leandro Damião.

Foi o estreante (não havia entrado em campo na Libertadores) da noite, que fez a torcida explodir novamente. O autor do gol Fabián errou na meia-cancha e acabou passando para Damião. O atacante jogou na frente e foi embora, só parou quando balançou as redes e praticamente garantiu o bi.

O gol de Leandro Damião praticamente acabou com as chances do Chivas - EFE

O técnico José Luis Real tentou duas mexidas, mas nenhuma delas chamou tanto a atenção como a de Tinga. O guerreiro colorado saiu aos 37 com uma toca na cabeça, pois em um choque com Leandro Damião, ele havia feito um grande corte na testa. Quem entrou foi Wilson Mathias. Na hora que deixava o campo, Tinga ouvia das arquibancadas “Ado aaado o Tinga é colorado!”. Lembrando que ele iniciou a carreira no Grêmio, mas já declarou ser torcedor do Internacional.
Dale fundamental na campanha e hoje mais uma vez decisivo - Vipcomm

Faltava uma expulsão no Chivas. D’Alessandro cortava Arellano, mas ele não perdeu a viagem e no meio do drible conseguiu parar a jogada com um carrinho criminoso. Vermelho direto ao meia mexicano. Aos 42 minutos a torcida já explodia no grito de bicampeão.

Mas faltava o tento do artilheiro colorado e do iluminado heroi do Internacional na Libertadores. O curitibano de 20 anos, passou como uma craque consagrado por Reynoso e de Luna, antes de bater por cima de Michel para marcar seu sexto tento no torneio continental.

A partida já tinha “terminado”, mas houve tempo para mais um gol do rebanho sagrado. Bautista bateu falta da entrada da área na trave, a bola desviou nas costas de Renan e sobrou limpa para Bravo marcar e vibrar no rosto goleiro do time gaúcho. Logicamente, o arqueiro colorado não deu confiança ao adversário, pois sabia, que o título já era brasileiro.

Com o apito final, um torcedor colorado manchou o começo da festa. O ilustre invadiu o campo e foi brincar com os derrotados, o clima esquentou e os times protagonizaram uma batalha campal de quatro minutos. Outra mancha foi deixada por um senhor de cabelos brancos e com uma enorme credencial, aparentando ser um dirigente colorado. Enquanto os mexicanos recebiam a medalha de prata, o homem de cabelo branco ficou zombando dos rivais, causando um clima ruim.

De resto a festa foi maravilhosa, provocações aos tricolores, “adeus Chivaaaas” e claro o canto que embalou a equipe na competição continental: “A camisa vermelha”. Quando os relógios marcavam: 00:29, Bolívar recebeu a taças das mãos de Pelé e fez a festa, merercida, da nação vermelha.

Renan, Bolívar, Índio, Fabiano Eller, Tinga e Rafael Sobis são bi com o Internacional. Fabiano Eller junta os dois títulos com o colorado com o que já tinha no Vasco. E Abbondanzieri comemora seu quarto título da competição mais importante das Américas, os outros três foram com o Boca, o arqueiro argentino ainda lembrou de Fossati.

Celso Roth mais do que ninguém merecia a conquista - Ag. Reuters

A conquista do Internacional é especialmente de Roth (havia deixado o Grêmio nas semis em 2009, onde pegou o colorado dessa vez), dos argentinos D’Alessandro e Guiñazu, do já vendido volante Sandro, Alecssandro, da forte defesa e do craque da competição mesmo sendo reserva, Giuliano.

Abraço a todos e parabéns Internacional.

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