O torcedor do Chelsea ficou feliz quando Roman Abramovich decidiu brincar de CM, com os blues - Getty Images
Roman Abramovich entrou no futebol sem pedir licença, a porta de entrada foi o Chelsea. Foram 37,5 milhões de euros investidos em 50,09% das ações do clube, além disso, o russo ainda assumiu quase 120 milhões de euros em dívidas. Os blues não foram escolhidos aleatoriamente, estar na Liga dos Campeões ajudaria a atrair jogadores.
À época ocupando a 49ª posição da lista de homens mais ricos do mundo, da Revista Forbes, Abramovich dizia ter vindo no futebol apenas para se divertir. Para ele, se divertir é sinônimo de gastar muito dinheiro. Aí que está o impacto causado pelo novo dono. O russo não economizou, foram nove contratações e algumas tentativas ousadas.
Roman Abramovich apostou que conseguiria trazer um trio de respeito do futebol italiano, porém ouviu três nãos. O Milan rejeitou 42 milhões de libras por Nesta; a rival Inter nem quis conversar sobre Vieri, que recebeu proposta de 34 milhões de libras; e o último não veio da capital italiana, a Roma não aceitou os 20 milhões de libras oferecidos pelo futebol do volante Emerson.
Joe Cole e Verón, dois jogadores contratados pelo russo, um deu certo e o outro não (BBC)
Mas como disse acima, mesmo com tantas respostas negativas, o russo conseguiu gastar aproximadamente 107 milhões de libras. Veja a lista completa:
Adrian Mutu (Parma-ITA) – 15,8 milhões de libras
Juan Sebastián Verón (Manchester United-ING) – 15 milhões de libras
Geremi (Real Madrid-ESP) – 6,9 milhões de libras
Glen Johnson (West Ham-ING) – 6 milhões de libras
Joe Cole (West Ham-ING) – 6,6 milhões de libras
Wayne Bridge (Southampton-ING) – 7 milhões de libras + o passe do também lateral-esquerdo, em final de carreira, Graeme Le Saux, que fez 312 partidas
Damien Duff (Blackburn-ING) – 17 milhões de libras
Hernán Jorge Crespo (Inter-ITA) – 16,8 milhões de libras
Claudio Makélélé (Real Madrid-ESP) – 16 milhões de libras
O resultado ao final da temporada pode ser considerado bom. Na Liga dos Campeões, chegaram até a final, mas foram eliminados pelo surpreendente time do Monaco, que acabou vice-campeão. Um título doméstico parecia ainda mais inalcançável. Na Fa Cup, o Arsenal eliminou os blues na quinta eliminatória e, na Carling Cup, o Aston Villa foi o algoz, nas quartas de final.
Vencer o invencíveis não foi possível no primeiro, portanto foi aceitar a festa do rival de Londres (Chris Barry)
O inalcançável colocado no parágrafo anterior, se deve ao adversário pelo título da Premier League ser o Arsenal. Sim, falo dos gunners que ficaram conhecidos como "Invencible Arsenal". Porém os blues conseguiram o segundo posto à frente do também forte Manchester United, o único problema foram os onze pontos a menos em relação ao rival campeão.
Sobre todos esses jogadores contatados por Abramovich logo de cara, a maioria não deu certo. O craque Verón e o artilheiro Crespo foram emprestados à Itália logo no ano seguinte. O romeno Mutu também voltou para a bota em 2004-05. Porém, nem todos os outros obtiveram sucesso. O trio Makélélé, Joe Cole e Duff foi o que alcançou alguma glória nos blues, inclusive participando do título da Premier League conquistado na temporada seguinte.
Logicamente, Roman Abramovich não acertou tudo logo de cara, mas, para quem entrou futebol apenas para se divertir, o russo teve um impacto extremamente positvo logo em seu primeiro ano. O engraçado foi que mesmo com tantos nomes badalados, Lampard – um “prata da casa”, recebeu o prêmio de melhor jogador dos blues na temporada.
As primeiras conquistas da “Era Abramovich” vieram no ano seguinte, quando o russo nomeou José Mourinho como treinador e ainda trouxe nomes como Robben e Drogba para qualificar o elenco. Mas a “Era Abramovich + Mourinho” é assunto para outro post, que posso fazer, ou não. Porém acho que poderá rolar em breve, algo sobre a passagem do português por Stamford Bridge.
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