quinta-feira, 28 de abril de 2011

Análise tática – Schalke 04 x Manchester United

Diferente da tendência de toda a temporada, o Manchester United não venceu na inércia e sim convenceu, apresentando um volume de jogo fantástico. Mas havia Neuer no meio do caminho. Esse foi o sentimento que ficou para os red devils, na primeira etapa. O goleiro, que deve deixar o Schalke 04 no final da temporada 2010-11, fechou o gol e realizou sete defesas. E o mais importante, muitas delas dentro da área, de onde partiram as principais finalizações dos visitantes.

4-4-1-1 do Manchester United, que encurralou o confuso 4-1-3-2 armado por Ranginick (Clique na imagem para ampliar)

Como era esperado antes da partida, Ralf Rangnick teve dificuldades para armar o seu sistema denfensivo com a ausência do importante zagueiro Höwedes. A alternativa encontrada foi deslocar Matip para a zaga e prender Papadopoulos como primeiro volante. Além disso, Baumjohann e Jurado também ficaram mais presos à marcação. Farfán, meia pela direita que também apareceu na esquerda, era o homem que mais se aproximava de Raúl e Edú. O espanhol mais uma vez buscou recuar para criar mais alternativas para o meio-campo azul-real.

No Manchester, Ferguson manteve a estrutura que vem dando certo nos últimos tempos: O 4-4-1-1, com Rooney flutuando por trás do centroavante Javier Hernández e Giggs centralizado, atuando como um legitímo box-to-box. Carrick, o outro meia-central, ficava mais preso. Nas pontas, Park Ji-Sung e Valencia. O sul-coreano teve mais trabalho na marcação, pois Farfán recebia apoio constante do lateral-direito Uchida. Fábio, na direita, era o defensor que dava mais trabalho aos donos da casa.

O volume de jogo do United impressionou na primeira etapa, mas como dito no início, Neuer tratou de manter o 0 a 0, no placar da Veltins Arena. A ausência de Höwedes desmontou todo o esquema defensivo azul-real, pois na zaga, Matip não teve o mesmo rendimento que apresenta, quando joga mais à frente como volante. E Jurado, Baumjohann e Papadopoulos, os homens da marcação no meio-campo não produziram bem.

O United seguiu no esquema que deu certo e assim venceu a partida, já os azuis-reias mudaram para o 4-4-2 (Clique na imagem para ampliar)

Ferguson mostrou na segunda etapa que acreditava no esquema e manteve a estrutura tática. Já o Schalke tentou se arrumar, passando a atuar no 4-4-2, com Farfán tendo mais liberdade à direita e Raúl executando o papel de sempre, ou seja, deixando o ataque para ajudar o meio-campo.

Mas, a dupla Giggs e Rooney decidiu a partida. O detalhe do gol do galês é que quando a jogada é iniciada na ponta-esquerda, ele está no círculo central e no final aparece dentro da área para marcar, após bela assistência do camisa dez. O gol é a cara do treinador escocês, pois ele vem recuando o Shrek há alguns jogos e também fixou o camisa 11, na função de box-to-box. O galês agora é o jogador mais velho a marcar um gol em UCL, aos 37 anos e 148 dias, ele supera Inzaghi. E ao marcar na 15ª edição diferente da competição, ele iguala o rival do dia Raúl.

O segundo tento ocorre logo em seguida. Os alemães falharam na saída de bola, Van der Sar lançou buscando o lado direito e novo erro: Sarpei perdeu o tempo da cabeçada e a sobra ficou com Valencia. Javier Hernández recebeu do equatoriano no meio, com dois toques passou para Rooney, que finalizou, marcou e matou o jogo.

Para fechar o jogo, os red devils diminuíram o ritmo e se trancaram em um 4-2-3-1, a mudança deu resultado, pois o Schalke passou longe de assustar após o placar estar definido em 2 a 0. Muitos jogadores do Manchester falaram que o time esteve praticamente perfeito, o hoje lateral-direito Fábio foi um dos que descreveu a atuação como “quase perfeita”. Se nenhum absurdo ocorrer em Old Trafford, o United de Ferguson irá para a terceira final, nas últimas quatro edições da Uefa Champions League. Realmente, quase perfeito.

Abraço a todos

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