terça-feira, 24 de junho de 2014

Copa do Mundo – Dia 13

Uma despedida digna 

David Villa fechou a trajetória na Roja com esta letra e atuação memorável na Arena da Baixada (Jeff Gross/Getty Images)

Os curitibanos sofreram com o sorteio dos jogos para a cidade, porém havia grande expectativa para a partida Espanha e Austrália, que teria os campeões do mundo como protagonistas. Porém, La Roja e os Socceroos chegaram à última rodada eliminados. De qualquer forma, a Arena recebeu um público bem interessante. Mas, apesar do interesse ser mesmo pelos espanhóis, a torcida optou por vaiá-los e torcer contra. 

Como doente por futebol que sou, estava muito ansioso para ver os últimos passos de Xabi Alonso, Xavi e Villa e, provavelmente, de Casillas e Pepe Reina. Se pensarmos apenas em mundiais, com certeza, somaríamos aos cinco, Fernando Torres. Portanto, grande parte da geração supercampeã e alguns protagonistas. Logo que a Furia chegou e foi visitar o gramado fui à beira do campo e pude gritar para alguns jogadores, sempre gritando três vezes até receber o retorno. O primeiro a me cumprimentar foi Javi (Martínez), depois foi a vez de Santi (Cazorla) e, por fim, um dos meus preferidos, Xabi (Alonso), sempre procurado quando o jogo estava apertado.

Apesar de vaias, a Espanha foi para o jogo disposta a deixar uma boa impressão. No 4-3-3, que, com a avanços de Iniesta, se tornava um 4-2-3-1, La Roja controlou as ações da partida. Porém, não começou bem, era óbvio o nervosismo da equipe, pois eles se obrigavam a vencer. Aos poucos, o domínio foi sendo conquistado, Cazorla, Xabi Alonso e Don Andrés passaram a comandar o meio-campo e, pela ponta esquerda, Villa e Jordi Alba colocavam McGowan louco. 

Mas, para abrir o jogo, nada pode ser melhor que Iniesta. O camisa seis fez passe no “costado da zaga” e descobriu Juanfran livre. O lateral-direito, que estava em ótima tarde, foi ao fundo e, no momento certo, cruzou rasteiro para trás. Villa chegou e guardou de letra. O 1 a 0 aumentou o controle da partida para os espanhóis. Os socceroos, apesar da boa torcida, não tiveram forças para reagir. Com Don Andrés e Xabi Alonso dominando totalmente as ações pelo centro e com o restante do grupo se mexendo muito e sempre dando opções de passes, não havia o que temer. A Espanha faria mais gols.

Antes de anotar mais, o que mais fez isso com a camisa roja se despediu. Aos 12 do 2°T, o maior artilheiro da história da seleção espanhola, David Villa, com 59 gols em 97 partidas, deu lugar a Mata. No caminho para sair de campo, El Guaje demonstrou emoção e foi cumprimentado/consolado por vários companheiros. No banco, não foi diferente, abaixou a cabeça e recebeu o carinho por membros da equipe da Roja

Se Villa estava provavelmente se despedindo, Iniesta mostrou que ainda tem muito a dar para a seleção. Foi dele a assistência primorosa para Torres marcar o segundo. Este foi um dos 80 passes completados pelo camisa seis, o maior passador da partida, que terminou com um índice de 88% de acertos. Para o final, ficou o gol de Mata, após outra boa assistência, desta vez, de Fàbregas. 

Mesmo com o 3 a 0, os espanhóis não saíram felizes e não fizeram nenhuma festa ou agradecimento especial ao público curitibano. Em seu Facebook, Iniesta publicou um texto, que justifica isso: “A decepção por voltar tão cedo para casa é muito grande. Tínhamos muita ilusão de poder fazer um bom Mundial e não foi possível. Lhes peço desculpas e lhes asseguro que trabalharemos para voltar a colocar a seleção onde ela merece”. A Furia precisará muito de Don para voltar ao topo, o camisa seis deverá ser um dos líderes da nova geração, que transborda em qualidade.

Para a Austrália, a vinda ao Brasil valeu pelas boas exibições nas duas primeiras partidas, apesar das derrotas. Claro, o carisma dos australianos também contou. Ao final do jogo, Bresciano, que havia vindo bem do banco, pegou duas das bolas da partida, se encaminhou ao setor onde estavam os familiares dos australianos e entregou uma delas a um amigo/parente. A segunda brazuca foi rifada para a galera. Além disso, alguns dos australianos, fizeram questão de dar a volta em todo o campo, para aplaudir a torcida.

Podia até não valer nada, mas foi espetacular.

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