segunda-feira, 14 de julho de 2014

Seleção da Copa do Mundo 2014

Com o final do Mundial é hora de escolher os onze melhores, o craque e o grande comandante. A maior parte dos 12 escolhidos vieram dos quatro semifinalistas e, entre eles, está o principal desempenho. Apesar do esquema com três zagueiros ter brilhado durante a Copa, escolhi o 4-3-3, pois foi a melhor alternativa para receber os onze escolhidos. Vale destacar que as estatísticas citadas no texto estão disponíveis no site da FIFA. 

Goleiro: Keylor Navas (Costa Rica) 

 Keylor Navas pegou pênalti, mas fez muito mais (Jeff Gross/Getty Images)

Keylor Navas chegou ao Mundial 2014 como melhor goleiro do Campeonato Espanhol 2013-14. O camisa um dos Ticos foi um dos grandes responsáveis pela classificação improvável da Costa Rica, no grupo D, que tinha Itália, Inglaterra e Uruguai. Na segunda fase, ademais de salvar com bola rolando, pegou um pênalti e classificou a equipe, contra a Grécia. Depois, nas quartas de final, o goleiro do Levante evitou que a Holanda se classificasse antes dos pênaltis, onde, desta vez, Navas não brilhou. Mesmo parando na terceira etapa da Copa, o camisa um costa-riquenho fez 21 defesas e muitas delas impostíssimas para o bom desempenho dos Ticos, no Brasil. 

Lateral-direito: Philipp Lahm (Alemanha) 

O melhor lateral do mundo e um dos melhores de todos os tempos se tornou volante, nesta temporada. Na Copa do Mundo, foi no meio-campo que começou a trajetória, por isso, se concretizou como melhor passador da competição: acertou 562 passes dos 651 que tentou (índice de 86%). Lahm foi colocado ali para dar uma saída de bola mais limpa à Alemanha e conseguiu. Porém, a Nationalelf sentiu falta de laterais puros, e Löw acabou recolocando o jogador do Bayern de Munique na posição de origem. O lateral deu ofensividade pela direita, acertou seis cruzamentos e foi uma importante saída para a Alemanha, que antes da realocação do capitão, não contava com os avanços pelos lados. Ir bem à frente não significou deixar espaço nas costas, pois correu uma média de 11,5 km por partida, o quarto maior número no Mundial.

Zagueiro: Mats Hummels (Alemanha) 

 Hummels mereceu palmas pelo desempenho, sendo decisivo na defesa e no ataque (Martin Rose/Getty Images)

O melhor zagueiro alemão chegou ao Mundial cercado por dúvidas, afinal, a temporada teve lesões e desempenho abaixo do habitual. Na Copa do Mundo, Hummels deixou isso de lado e mereceu estar na seleção. O camisa cinco foi o principal nome da linha defensiva alemã, com 47 bolas recuperadas, cinco bloqueios e cinco desarmes completos. Em alguns momentos, parecia impossível passar pelo zagueiro do Borussia Dortmund, que mostrou força, velocidade e muita técnica na defesa. Mas ofensivamente, Hummels também deixou um bom desempenho, ao marcar dois gols de cabeça, um deles garantiu a vitória da Alemanha, nas quartas de final, frente à França. 

Zagueiro: Ezequiel Garay (Argentina) 

O grande ponto de interrogação da Argentina era a defesa e foi justamente o setor que se destacou mais durante o Mundial. Um dos principais responsáveis por isso foi o zagueiro que está se transferindo do Benfica para o Zenit. Ao lado de Zabaleta, Garay foi o único titular da linha defensiva em todas jogos. Pelo alto, foi difícil vencê-lo e, pelo chão, foram 52 bolas recuperadas, segundo maior número entre os jogadores da Copa do Mundo. Portanto, o camisa dois, que não é um dos zagueiros mais técnicos do planeta, conseguiu marcar um desempenho muito bom, que foi reflexo da sua raça, evidente nos quase 11 km percorridos por partida. 

Lateral-esquerdo: Daley Blind (Holanda) 

Ao longo da Copa do Mundo, Blind foi ala-esquerdo, zagueiro e, até, volante. Apesar de não ficar restrito à função em que está sendo escalado, conseguiu ir bem em qualquer um dos setores. A Holanda jogou com uma linha de três zagueiros, por isso, os alas tiveram bastante espaço para atacar e o jogador do Ajax aproveitou bastante isto. Foram duas assistências, um gol e bom desempenho nos passes: arriscou 428 e acertou 351 (82%). Além disso, realizou seis desarmes, participando bem do sistema defensivo. 

Volante: Javier Mascherano (Argentina)  

 Mascherano foi o líder argentino em campo e, com este bloqueio, foi decisivo para colocar a equipe na final (Julian Finney/Getty Images)

El Jefecito abriu mão da braçadeira de capitão e entregou ela ao craque Messi, porém, dentro de campo, todos sabem quem manda. Mascherano foi a voz de Sabella nas quatro linhas e o principal protetor da tão criticada defesa albiceleste, que foi muito bem. Na parte defensiva, um monstro com destaque para os dez desarmes, as incríveis 49 bolas recuperadas e seis bloqueios, um deles que garantiu a disputa de pênalti contra a Holanda e, consequentemente, a classificação à final. Mas também teve participação na construção do jogo. Mascherano foi ótimo nos passes e terminou como terceiro melhor passador do campeonato: 626 tentados e 536 completados (86% de acertos). Ele era o responsável pela saída de bola argentina, recuando entre os zagueiros para dar o primeiro passe, seja curto ou longo, sempre teve qualidade. 

Meia-central: Toni Kroos (Alemanha) 

 No meio dos craques alemães, Kroos foi o que mais brilhou, ditando o ritmo dos jogos (Jamie McDonald-Getty Images)

Ao longo da Copa, Toni Kroos foi o craque mais destacado, no meio do elenco estrelado da Alemanha. Com Schweinsteiger crescendo aos poucos, o camisa 18 foi o responsável por ditar o ritmo do toque de bola da Nationalelf. Por isso, o jogador do Bayern de Munique foi o segundo melhor passador do Mundial, com 633 passes tentados e 537 completados (bom índice de 85%). Além de ser o meio-campista líder, nesta Copa, Kroos marcou duas vezes, ambas na goleada sobre o Brasil, quando executou um recital, no Mineirão. Por ser figura central da proposição de jogo alemã, o camisa 18 terminou o Mundial 2014 como um dos líderes em assistências, ao dar quatro passes decisivos. 

Meia-central: Bastian Schweinsteiger (Alemanha) 

A evolução de um jogador. Schweinsteiger não começou a Copa do Mundo como titular, estava se recuperando de lesão, mas, aos poucos, foi aparecendo e crescendo. O pico do camisa sete foi visto na final, quando deixou em campo uma atuação enorme, com ares épicos. Mesmo tendo atuado apenas 505 minutos, o jogador do Bayern de Munique foi o quarto a completar mais passes, com 467 tentados e 412 completados, índice de 88% de acertos, o melhor no top 8 da estatística. Schweinsteiger, assim como Kroos, é um símbolo de volante moderno e polivalente, aquele que marca e constrói desde o campo defensivo, tipo de jogador provou sua importância nesta Copa. 

Ponta-direita e craque: Arjen Robben (Holanda) 

 Robben foi o melhor jogador da Copa do Mundo e impulsionou a Holanda ao terceiro lugar (Paul Gilham/Getty Images)

O esquema com três defensores da Oranje visava liberdade para Sneijder, Van Persie e Robben. O camisa onze foi o que melhor aproveitou esta tranquilidade para desequilibrar em favor da equipe. O jogador do Bayern de Munique marcou três vezes (todas na primeira fase) e cedeu uma assistência. Mas a importância dele para o esquema de Van Gaal não é refletida pelos números. Durante todo o Mundial, quando a bola chegava no carequinha, a Holanda sabia que boas coisas poderiam ocorrer, com velocidade, dribles imprevisíveis, visão de jogo privilegiada e os chutes com a canhota especial. Apesar de bons desempenhos de outros companheiros, ficou claro, se Robben não fosse bem, a Holanda não teria chegado tão próxima da final. 

Ponta-esquerda: James Rodríguez (Colômbia) 

 James quer saber: "alguém jogou mais que eu no Mundial?" (Warren Little/Getty Images)

Sem Falcao García, muitos acharam que a Colômbia havia ficado sem craque, mas, desde o princípio, o camisa dez mostrou o engano. Com apenas 22 anos, o jogador do Monaco apresentou um repertório incrivelmente profundo. O artilheiro da Copa do Mundo balançou as redes seis vezes: quatro com o pé esquerdo, uma com a destra e outra de cabeça – dois deles foram golaços. Porém não foram apenas gols, fez também duas assistências, portanto, participou diretamente de oito dos 12 gols cafeteros. Além disso, James Rodríguez mostrou ser um meia-atacante completo, bom passador, veloz, bastante habilidoso e com visão de jogo apurada. Faltou pouco para o dez colombiano ser o melhor da Copa, talvez uma campanha um pouco mais longa da seleção dele. 

Atacante: Thomas Müller (Alemanha) 

Mais uma Copa com sete jogos e cinco gols. Aos 24 anos, o camisa 13 já está empatado entre os oito maiores artilheiros da história dos mundiais. Thomas Müller alia técnica, velocidade e raça como poucos. Seja como falso centroavante ou meia-atacante, o jogador do Bayern de Munique deixou no Brasil ótimas atuações e participações decisivas pela sua seleção. Vice-artilheiro com cinco gols, também cedeu três assistências e ainda foi quem mais correu na Copa do Mundo, com média de 12 km por partida. Sem se omitir em nenhum momento e participando de vários setores do jogo, Müller foi uma das marcas da conquista da Alemanha. 

Técnico: Louis van Gaal (Holanda)  

 Van Gaal fez de tudo para que suas principais estrelas jogassem bem e deu certo (Dean Mouhtaropoulos/Getty Images)

Habituada a jogar no 4-3-3, às vesperas do início da Copa do Mundo 2014, por conta da lesão de Strootman, a Holanda mudou taticamente por iniciativa do técnico. O 3-4-1-2 entrou em ação para dar liberdade para os jogadores mais especiais, Sneijder, Robben e Van Persie. Se o camisa onze foi a estrela que brilhou mais fortemente e mais constantemente, os outros dois também tiveram momentos que tiraram bom proveito desta tranquilidade dada pelo técnico. A mudança deu resultado, pois, com uma geração mais fraca que as anteriores, a Oranje conseguiu o terceiro posto, com boas vitórias sobre Espanha (5 a 1) e Brasil (3 a 0) e faltou muito pouco para ser finalista. Além de mudar e conseguir ir longe, Van Gaal também não ficou preso ao esquema com três zagueiros e, quando foi necessário, mudou taticamente e chegou a voltar ao 4-3-3. 


Vários jogadores que tiveram bons desempenhos ficaram de fora, mas alguns deles ficaram perto de estarem entre os meus onze. A lista por ordem de posição: Neuer (Alemanha), Romero (Argentina), Howard (Estados Unidos), Fabian Johnson (Estados Unidos), Vlaar (Holanda), Giancarlo González (Costa Rica), Thiago Silva (Brasil), Marcos Rojo (Argentina), Cuadrado (Colômbia), Ángel Di María (Argentina) e Messi (Argentina). E o técnico Jorge Luis Pinto (Costa Rica).

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