O
segundo dia de competições em Polônia e Ucrânia mostrou que o grupo B é
realmente uma chave da morte.
Holanda 0x1 Dinamarca
Eficiência dinamarquesa derrota a
favorita Holanda
Sneijder: apesar da derrota holandesa, o camisa dez foi o melhor da partida, comandou as ações no meio-campo e deixou os companheiros diversas vezes na cara do gol (AFP)
O
moderno Metalist
Stadium, em Kharkiv, com um gramado composto de grama artificial e natural
parecia um tapete. Com o piso molhado, o toque de bola holandês fluiu desde o
início. Bert van Marwijk não abriu mão de jogar no 4-2-3-1, as novidades entre
os seis da frente vice-campeões mundiais era a presença de Afellay como
externo-esquerdo, no lugar outrora ocupado por Kuyt. Além disso, Huntelaar, que
liderou a equipe em gols nas Eliminatórias, ficou no banco, pois Van Persie
veio muito bem do Arsenal e manteve a forma nos amistosos antes da Euro.
A
Dinamarca de Olsen jogou no tradicional 4-2-3-1, mas com o volante pela
esquerda Zimling, muitas vezes adiantando a posição. O início da oranje foi muito bom. A execução do
esquema era quase perfeita: troca de posição entre os meias, centroavante se
mexendo muito, pressão na saída de bola adversária e arremates de fora da área.
Só a participação dos volantes que não era a ideal, pois Van Bommel e De Jong
conseguiam aparecer ofensivamente, porém, não conseguiam sucesso na função
defensiva.
Mas o
domínio holandês não trazia resultados. Van Persie falhava na hora de finalizar
e Robben também errava no último lance. O camisa 11 finalizava quando devia
tocar e optava pelo passe, quando o chute era claramente a melhor opção. Após o
início ruim, a Dinamarca foi se acertando na partida. O lado esquerdo se
mostrou forte, com a parceria entre o lateral S. Poulsen e o externo Krohn-Dehli.
E gol aos 23 minutos saiu através da dupla. O camisa cinco fez o cruzamento, a
bola explodiu na zaga e sobrou para o número nove entortar Heitinga e marcar o
1 a 0.
Com o
placar desfavorável, a Holanda se apagou um pouco na partida e com bastante
eficiência, os dinamarqueses passaram a dominar as ações. Porém, Rommedahl era
inoperante pela direita e Eriksen ficava devendo um pouco na zona central. Ao
camisa oito falta amadurecer o suficiente para conseguir segurar o a
expectativa que a Dinamarca exerce sobre ele.
No
segundo tempo, a oranje voltou mais
forte, mesmo sem nenhuma mudança no início. Os comandados de Bert van Marwijk
voltaram a controlar a partida e os ataques não pararam. Segundo o site da
UEFA, foram 28 finalizações holandesas e apenas oito foram no alvo. Muito dos
arremates da Holanda vão para conta de Sneijder, que dominou as ações do jogo:
fez passes curtos, lançamentos e deixou companheiros na frente do goleiro
várias vezes, mas as finalizações não foram corretas. Está claro que depois de
temporada inconstante e atrapalhada por lesões na Inter, o camisa dez ditará o
ritmo holandês na Euro 2012, mas precisará de apoio dos companheiros.
O
técnico holandês demorou a mexer, mas colocou Van der Vaart no lugar de De Jong
e Huntelaar no lugar de Afellay, recuando Van Persie para a criação de jogadas.
Porém, as mudanças tardias, não surtiram o efeito desejado. O atacante do
Schalke 04 não conseguiu ser mais eficiente que o titular e as chegadas de trás
do camisa 23 não foram eficientes. Ou seja, a oranje seguiu dependendo praticamente só de seu número dez.
A
impressionante disciplina tática dinamarquesa deu três pontos para a equipe no
grupo da morte, mas, de qualquer forma, a impressão é que os dinamarqueses não terão
força para alcançar a segunda fase da Eurocopa. Já a Holanda tem partida
fundamental contra a Alemanha na próxima rodada, uma vitória da oranje tem tudo para embolar o grupo,
que, desde o princípio, foi tão temido.
Alemanha 1x0 Portugal
Mario Gómez: o artilheiro que resolve
Mario Gómez fez gol de artilheiro e garante a vitória da Alemanha na estreia (Getty Images)
Joachim
Löw no 4-2-3-1 e Portugal no 4-3-3, os esquemas táticos foram os esperados para
uma partida que prometia muito. Mas, não era nenhuma possível novidade tática
que chamava a atenção para a partida. E sim, a presença de Cristiano Ronaldo,
cotado para ser o superstar desta
Eurocopa e o início da Alemanha na competição, em que chega como favorita ao
lado de Espanha e Holanda.
Mas o
jogo ficou devendo um pouco. Ronaldo apagado na marcação forte exercida por Boateng.
Do outro lado, os armadores alemães foi pouco criativo, com Özil surpreendentemente
bem marcado por Miguel Veloso, o vértice mais recuado do triângulo do
meio-campo português. Com o baixo rendimento dos jogadores da linha de três
meias e, com Reus e Götze no banco, ficou claro que Löw demorou a mudar a nationalelf. Para a sequência da
competição, é óbvio que se os titulares não se cuidarem, a dupla reserva poderá
assumir a vaga entre os 11 iniciais.
A
partida muita equilibrada seguia sem grandes chances para os dois lados. Por
Portgual, muito pelo fato de Nani exagerar no individualismo, Ronaldo seguir
sendo anulado pela defesa alemã, Postiga – depois, Nélson Oliveira – serem
centroavantes nulos e Raúl Meireles e João Moutinho não conseguirem ajudar na
criação. Pela Alemanha, a participação tímida dos meias era fundamental para o
mau desempenho.
O
zero saiu do placar por conta de Mario Gómez. Khedira cruzou e o centroavante
alemão apareceu entre os defensores para cabecear com perfeição à baliza
portuguesa. Após o 1 a 0 da nationalelf,
a “seleção das quinas” foi para o ataque, mas a defesa alemã muito bem postada
se segurou, com Hummels sendo o grande nome da partida – jogando bem na
seleção, o que tem sido pouco comum.
A
partida recheada de equilíbrio teve a igualdade refletida pelo alto número de
faltas, 33 ao todo. Largar na frente de Holanda e Portugal foi um grande passo
para a Alemanha no difícil grupo B da Eurocopa 2012. Mas o que está claro é que
a chave será disputada, portanto, Portugal está longe de ser tratada como carta
fora do baralho.
Obs:
análise mais focada na segunda etapa, quando pude acompanhar o jogo com mais
atenção.
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