Parei
de escrever todos os dias sobre a Eurocopa 2012, não estava dando tempo:
pré-projeto de TCC, trabalho e a vida atrapalharam, mas hoje volto para falar
de Portugal 2x1 Holanda. Jogão para fechar o grupo da morte da competição.
Portugal 2x1 Holanda
O superstar aparece e a favorita
vai embora devendo
A cara de mau de Ronaldo, mas não apenas isso, o atacante teve a melhor atuação individual da Euro 2012 até aqui (Getty Images)
Não
há dúvidas, antes do início da disputa da Euro 2012, a Holanda era considerada
uma das três principais candidatas aos título da competição e Cristiano Ronaldo
era o europeu que havia feito a melhor temporada, portanto tinha todos os olhos
do mundo voltados para ele na Ucrânia e na Polônia. Porém, não podemos negar
que até esta última rodada, ambos deviam muito.
Precisando
de uma vitória por mais de um gol de diferença e uma vitória da Alemanha no
outro jogo, Bert van Marwijk finalmente mudou os seus 11 iniciais. No mesmo
4-2-3-1, escalou De Jong e Van der Vaart como volantes e, mais à frente, Robben
à direita, Van Persie no centro e Sneijder – estranhamente – à esquerda.
Huntelaar foi o centroavante e Van der Vaart, tinha mais liberdade para do que
seu companheiro de volância, muitas vezes configurando um 4-1-4-1. Paulo Bento
armou a “seleção das quinas” no tradicional 4-3-3, com Ronaldo aberto pela
esquerda e Nani no outro lado.
Com
a necessidade de fazer o resultado, a Holanda dominou o jogo, com Van der Vaart
e Robben muito ativos. Sneijder, claramente, fora de posição aparecia de vez em
quando. Tirar o seu melhor jogador da área que rende melhor foi mais um erro do
técnico vice-campeão mundial nesta Euro. O dez da oranje tem que ter muito a bola no pé, para render bem. Jogando
aberto pela esquerda, a sua partição na partida é bem menor e o desempenho caí.
Depois
do golaço marcado por Van der Vaart, Portugal começou a jogar e, com CR7, acertou a trave do gol defendido
por Stekelenburg. Logo, os comandados de Paulo Bento assumiram o controle da
partida, com João Moutinho dominando as ações no meio campo e Ronaldo fazendo
ótima partida e infernizando a vida de Vlaar e Van der Wiel. A situação da oranje piorou, quando João Pereira
descobriu o camisa sete português, nas costas da defesa, onde ele não perdoou.
A
instabilidade emocional do elenco holandês, que já havia sido mostrada através
de palavras durante a campanha na Euro, ficou clara em campo depois do empate
português. O controle do jogo da “seleção das quinas” aumentou muito e a
Holanda se perdeu. Para o segundo tempo, Bert van Marwijk apostou tudo e deixou
o time exposto, pela obrigação de vencer e o esperado aconteceu: o
contra-ataque português decidiu a partida.
Primeiro,
Ronaldo fez tudo certo e cruzou rasteiro para Nani ser displicente e ter seu
chute defendido por Stekelenburg. Depois, CR7
mesmo finalizou e 2 a 1, no placar, decretando a derrota portuguesa.
Ronaldo ainda colocou mais uma na trave. A exibição camisa sete luso foi
espetacular, a melhor da Euro 2012 até aqui. Além disso, na partida decisiva,
ele não se escondeu: chutou 12 vezes ao gol rival e chegou ao número de 22
arremates no torneio, o maior número da competição (o levantamento é de Felipe Lobo, em um ótimo texto no site Trivela). Sim, o superstar está aí.
Já a Holanda, fez péssima Eurocopa 2012: de favorita à eliminada na primeira com três derrotas. As palavras de Sneijder mostram claramente esta desilusão: “Eu vim aqui para ganhar a taça. Então é lamentável que nossa equipe deixe a competição sem o título e sem pontos”. Uma reformulação parece improvável, mas o sumiço de Van Bommel da seleção deve ser o caminho natural pelas limitações físicas que a idade já o impõe. Para saber mais sobre o futuro da oranje, que errou muito na Euro 2012, olhos voltados para a colunade Felipe dos Santos Souza, também do Trivela.
Portugal não é nada sem CR7
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