domingo, 17 de junho de 2012

Voltando a falar de Eurocopa

Parei de escrever todos os dias sobre a Eurocopa 2012, não estava dando tempo: pré-projeto de TCC, trabalho e a vida atrapalharam, mas hoje volto para falar de Portugal 2x1 Holanda. Jogão para fechar o grupo da morte da competição.

Portugal 2x1 Holanda

O superstar aparece e a favorita vai embora devendo



A cara de mau de Ronaldo, mas não apenas isso, o atacante teve a melhor atuação individual da Euro 2012 até aqui (Getty Images)

Não há dúvidas, antes do início da disputa da Euro 2012, a Holanda era considerada uma das três principais candidatas aos título da competição e Cristiano Ronaldo era o europeu que havia feito a melhor temporada, portanto tinha todos os olhos do mundo voltados para ele na Ucrânia e na Polônia. Porém, não podemos negar que até esta última rodada, ambos deviam muito.

Precisando de uma vitória por mais de um gol de diferença e uma vitória da Alemanha no outro jogo, Bert van Marwijk finalmente mudou os seus 11 iniciais. No mesmo 4-2-3-1, escalou De Jong e Van der Vaart como volantes e, mais à frente, Robben à direita, Van Persie no centro e Sneijder – estranhamente – à esquerda. Huntelaar foi o centroavante e Van der Vaart, tinha mais liberdade para do que seu companheiro de volância, muitas vezes configurando um 4-1-4-1. Paulo Bento armou a “seleção das quinas” no tradicional 4-3-3, com Ronaldo aberto pela esquerda e Nani no outro lado.

Com a necessidade de fazer o resultado, a Holanda dominou o jogo, com Van der Vaart e Robben muito ativos. Sneijder, claramente, fora de posição aparecia de vez em quando. Tirar o seu melhor jogador da área que rende melhor foi mais um erro do técnico vice-campeão mundial nesta Euro. O dez da oranje tem que ter muito a bola no pé, para render bem. Jogando aberto pela esquerda, a sua partição na partida é bem menor e o desempenho caí.

Depois do golaço marcado por Van der Vaart, Portugal começou a jogar e, com CR7, acertou a trave do gol defendido por Stekelenburg. Logo, os comandados de Paulo Bento assumiram o controle da partida, com João Moutinho dominando as ações no meio campo e Ronaldo fazendo ótima partida e infernizando a vida de Vlaar e Van der Wiel. A situação da oranje piorou, quando João Pereira descobriu o camisa sete português, nas costas da defesa, onde ele não perdoou.

A instabilidade emocional do elenco holandês, que já havia sido mostrada através de palavras durante a campanha na Euro, ficou clara em campo depois do empate português. O controle do jogo da “seleção das quinas” aumentou muito e a Holanda se perdeu. Para o segundo tempo, Bert van Marwijk apostou tudo e deixou o time exposto, pela obrigação de vencer e o esperado aconteceu: o contra-ataque português decidiu a partida.

Primeiro, Ronaldo fez tudo certo e cruzou rasteiro para Nani ser displicente e ter seu chute defendido por Stekelenburg. Depois, CR7 mesmo finalizou e 2 a 1, no placar, decretando a derrota portuguesa. Ronaldo ainda colocou mais uma na trave. A exibição camisa sete luso foi espetacular, a melhor da Euro 2012 até aqui. Além disso, na partida decisiva, ele não se escondeu: chutou 12 vezes ao gol rival e chegou ao número de 22 arremates no torneio, o maior número da competição (o levantamento é de Felipe Lobo, em um ótimo texto no site Trivela). Sim, o superstar está aí.

Já a Holanda, fez péssima Eurocopa 2012: de favorita à eliminada na primeira com três derrotas. As palavras de Sneijder mostram claramente esta desilusão: “Eu vim aqui para ganhar a taça. Então é lamentável que nossa equipe deixe a competição sem o título e sem pontos”. Uma reformulação parece improvável, mas o sumiço de Van Bommel da seleção deve ser o caminho natural pelas limitações físicas que a idade já o impõe. Para saber mais sobre o futuro da oranje, que errou muito na Euro 2012, olhos voltados para a colunade Felipe dos Santos Souza, também do Trivela.

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