quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Os erros milionários dos reds


A torcida do Liverpool não gostou do clube na mão de norte-americanos (EPA disponível no site dailymail.co.uk)

Na mão do fundo norte-americano Fenway Sports Group (donos do Boston Red Sox, da Major League Baseball) desde outubro de 2010, dinheiro não parece ser o problema para o Liverpool. Porém, saber o que fazer com ele não tem sido fácil. Várias contratações milionárias foram feitas, mas, a maior parte delas, passou longe de dar certo em Anfield.

Logo início da trajetória no comando da tradicional equipe, o fundo norte-americano fez investimentos enormes: trouxe os atacantes Andy Carroll, do Newcastle, por 36 milhões de libras e Luis Suárez, do Ajax, por mais de 23 milhões de libras. As contratações foram uma resposta para a saída de Fernando Torres, que foi para o Chelsea por 50 milhões de libras.

No segundo ano do novo dono, contratações em massa. Os meias Henderson, do Sunderland (15 mi) e Charlie Adam, do Blackpool (7 mi); o meia-atacante/ponta Stewart Downing, do Aston Villa (20 mi); o zagueiro Sebastián Coates, do Nacional-URU (7 mi); o lateral-esquerdo José Enrique, do Newcastle (7 mi) e o goleiro Doni, da Roma, e o atacante Craig Bellamy, do Manchester City, em transferências sem custos.
Para 2012-13, muito dinheiro e, por enquanto, pouco resultado. Os nomes: o meia-central Joe Allen, do Swansea (16 mi); o atacante Fabio Borini, da Roma (quase 12 mi); o meia-atacante/ponta Oussama Assaidi, do Heerenveen (3,5 mi) e o empréstimo de Nuri Sahin, do Real Madrid (4 mi). No começo de 2013, o Liverpool ainda trouxe o atacante Daniel Sturridge, do Chelsea (13,2 mi).

Ao todo, 14 contratações para o time principal e que custaram 163,7 milhões de libras. Entre esses 14 jogadores, hoje, José Enrique e Luis Suárez são titulares no meio-campo. Os meias Sahin, Henderson e Joe Allen têm minutos no time, mas não podem ser considerados titulares absolutos dos reds, pois há muita rotação no meia-cancha de Brendan Rodgers.

O uruguaio se tornou a grande estrela da companhia e foi – e ainda é –, de fato, o investimento mais acertado do grupo norte-americano. Com a camisa sete, mesmo não sendo um centroavante tradicional, ele é o atacante centralizado no 4-3-3 ou no 4-2-3-1 do treinador norte-irlandês. Por isso, é o grande fazedor de gols do Liverpool. Na EPL, são 20 jogos, 15 gols e três assistências.

O centroavante que falta ao Liverpool

O grandalhão Andy Carroll custou caro, mas não deu certo com a nove do Liverpool (John Powell-Liverpool FC via Getty Images)

Os erros da nova diretoria do time da terra dos Beatles são claros. Mas o maior problema é a falta de um centroavante clássico no elenco, são vários atacantes, mas nenhum deles é, prioritariamente, um homem de área.. Este jogador seria Andy Carroll, porém, o ex-Newcastle não deu certo. O cabeludo chegou dos magpies após uma largada muito boa na temporada 2010-11. Eram 19 jogos, 11 gols e três assistências na English Premier League. No Liverpool, o desempenho não foi repetido. Ainda no ano em que foi contratado fez apenas nove jogos (seis como titular) e só balançou as redes duas vezes. Um jogador de 36 milhões de libras merece mais uma chance, mas, em 2011-12, também decepcionou: 29 partidas como titular, 18 vindo do banco, nove gols e quatro assistências – cinco tentos e dois passes decisivos foram dados em copas nacionais.

O desempenho para o preço que foi pago é muito fraco. Mas um homem de área como Carroll é a grande carência no elenco dos reds, talvez, a insistência com ele pudesse valer.

No 4-3-3 do técnico Brendan Rodgers, que prioriza a posse de bola, o homem centralizado do ataque é Luis Suárez. O uruguaio pode funcionar e hoje funciona como centroavante. Porém, o camisa sete também sabe jogar pelos flancos (já fez isso no Ajax e na seleção) e, no centro, não é tão forte para jogar de costas para os zagueiros. Jogando pelos lados dando apoio a um centroavante, o rendimento ofensivo do Liverpool poderia melhorar – é o sétimo melhor da EPL, com 34 gols anotados.

Sturridge chegou recentemente e já marcou na FA Cup, quando jogou como centroavante. Porém, antes de ficar de fora das escalações do Chelsea, André Villas-Boas deu espaço para o recém-contratado dos reds na ponta-direita de seus times, seja no 4-3-3 ou 4-2-3-1 ou até no 4-1-4-1. Atuando aberto pela direita o agora camisa 15 dos reds, funcionou bem. Canhoto, Sturridge tinha a boa opção do corte para o meio e o chute forte com a perna esquerda. Portanto, mais um atacante contratado sem ser exatamente o homem de área que faz falta no elenco do técnico norte-irlandês.

Um “trombador” (como Carroll) ou até um centroavante mais técnico, mas com bastante força física, poderia ser uma alternativa bastante válida para o elenco de Brendon Rodgers, mesmo que este estilo de jogador não case com a mentalidade do comandante dos reds. Se Carroll não serviu, o Liverpool deve ir atrás de outro centroavante. Ao longo do post, ficou claro que dinheiro não é problema para os mandatários do clube.

Em breve, o Liverpool e, principalmente, Brendon Rodgers serão o assunto da minha coluna sobre tática no Premier League Brasil.

*Os valores das transferências apresentadas nesta postagem são resultado do levantamento do site: http://www.transfermarkt.co.uk

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