Drogba comemora o gol marcado contra o Barcelona. O marfinense é muito decisivo. (AP Photo)
Na semana
passada tive a oportunidade de assistir Chelsea 5x1 Tottenham; Bayern de
Munique 2x1 Real Madrid; Chelsea 1x0 Barcelona e Atlético de Madrid 4x2
Valencia. Um fator compartilhado por todos estes jogos é que centroavantes
excepcionais estavam dentro das quatro linhas: Drogba (11 gols na temporada),
Mario Gómez (39 gols na temporada), mais uma vez Drogba e Falcao García (32
gols na temporada), respectivamente. Estes são alguns dos melhores exemplares
de “camisas noves” disponíveis no futebol mundial atualmente. O que chama a
atenção é a diferença de gols marcados pelo marfinense em relação aos outros
dois, mas a explicação é simples: ele disputou na temporada apenas 22 partidas e,
em oito delas, entrou com o jogo em andamento.
Não são
jogadores de habilidade incrível ou donos de um repertório de dribles
desconcertantes, mas têm como caracteristíca primária a facilidade de estarem
bem colocados para fazerem gols. Falcao e Drogba ainda contam com a facilidade
de terem bons chutes de fora da área em seus repertórios, o que torna ainda
mais ingrata a missão de marcá-los. Já Mario Gómez tem seu jogo mais focado ao
trabalho dentro da área, onde atua praticamente perfeitamente.
Os três me
encantaram na semana passada, não apenas pelos gols anotados, mas pela forma
com que jogaram. Bem posicionados e sempre dando a impressão de que ao receber
uma chance em condição, eles iriam marcar. Às vezes, a oportunidade não precisa
ser tão clara, pois o trio conta com as habilidades necessárias para limpar o
lance para o arremate fatal.
O trabalho
sem a bola dos três impressiona. O destaque fica por conta de Drogba e Falcao,
pois Mario Gómez se mexe bem e está sempre bem colocado, porém, como dito
anteriormente, o jogo do alemão é realizado, em sua maior parte, dentro da
área. O camisa 11 dos blues usa toda
a força aliada à velocidade para ser praticamente fatal ao ficar no um contra
um – seja de frente ou de costas para a marcação. Contra o Tottenham pela
semifinal da FA CUP, ele mostrou exatamente isso, com um giro fatal. Frente ao
Barcelona, o marfinense muitas vezes se utilizou de seu fisíco para brigar
sozinho com diversos jogadores blaugranas.
Falcao, mesmo tendo 12 centímetros a menos que Drogba, sabe proteger a bola
como poucos. Muitas vezes, o colombiano vence no corpo adversários muito
maiores e mais fortes. Pois, com sua técnica e velocidade, o nove colchonero é dificilmente parado pelas
defesas adversárias.
Junto ao
trio existem diversos outros atacantes em grande fase na Europa, mas com esta
caracteristíca de homem mais de área e dotado dos recursos para marcar os gols.
Cavani, Soldado, Higuaín, Benzema, Llorente, Huntelaar, Luuk de Jong,
Lewandowski, Giroud e o incrível Bas Dost seriam os nomes que mais chamam
atenção pelo velho mundo. Como podemos observar, faltam os brasileiros nesta
lista.
Brasileiros em baixa
Leandro Damião: nos últimos jogos, ele tem sido o nove brasileiro (AP Photo)
Na questão
de homem gol, a ausência de brasileiros chama a atenção. Além de estarem mal
cotados nas brigas pelas principais artilharias, não há hoje disponível para
Mano Menezes este homem gol, que faz seu jogo mais ao redor da área. Hoje os
nossos compatriotas com mais gols anotados nas principais ligas da Europa não
têm a caracteristíca de ser um jogador de área. Após a rodada do final de
semana, os três homens gols brasileiros são: Lima, do Braga, 24 gols; Hulk, do
Porto, 17 gols e Nenê, do PSG, 17 gols – números somando todas as competições
que os atletas disputam pelo clube.
A baixa
europeia está refletida na seleção. Recentemente, Mano tem usado o bom Leandro Damião,
do Internacional, no centro do ataque. O camisa nove colorado tem
caracteristícas bem próximas às de Falcao e Drogba: chuta com os dois pés,
cabeceia bem, também arremata próximo da área, busca o drible já pensando na
finalização, tem velocidade e sabe usar o corpo para proteger a bola. Mas da
Europa têm vindo vestir a camisa nove do Brasil, jogadores que não são
centroavantes nos clubes, casos de Jonas e de Hulk.
Nem no Brasil
existem grandes opções para a suplência de Damião, mostrando que o problema é
global no país: não estamos produzindo centroavantes como em outros tempos.
Pela juventude do titular da seleção, não há dúvidas que ele vai passar por inconstâncias
em seu jogo – coisa natural, levando-se em conta a idade do jogador do
Internacional. Pato, que tem um estilo de jogo diferente, poderia ser o camisa
nove, mas, por culpa das intermináveis lesões, não conseguiu se firmar com a
camisa verde e amarela. Lembrando que a “Era Mano Menezes” começou com o
jogador rossonero na titularidade no
centro do ataque.
A ausência
do homem gol entre os brasileiros é clara, mas, na Europa, existem diversos
jogadores, que exercem a função com maestria. Na última semana, vi três grandes
exemplos: Didier Drogba, Falcao García e Mario Gómez. Espero mais aulas nesta
semana.
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