segunda-feira, 24 de junho de 2013

Todos os Balotellis em um só



Eu não comemoro gols efusivamente, pois é o meu trabalho. Alguém já viu um carteiro comemorar cada carta entregue? (Getty Images)

Faz tempo que admiro Balotelli e devia um texto mais profundo sobre o jogador. No dia seis de março de 2010, publiquei um post falando dele no blog. Mas, de lá pra cá, o negro italiano ganhou notoriedade e muitas coisas mudavam. À época, cobrava “Super Mario” na Copa do Mundo de 2010. Portanto, este texto será uma atualização daquele, com o acréscimo de muitas coisas e correções. Explicado isso vamos ao novo post:

Balotelli se tornou uma estrela mundial jogando pelo clube do coração, o Milan. SuperMario foi o principal o jogador do rossonero, que alcançou a vaga na Liga dos Campeões 2013-14. Ele chegou em janeiro do Manchester City e marcou 12 gols (seis de pênalti) em 13 aparições. Hoje, Balo é um grande centroavante, se aproveitando do bom porte físico (1,88m) é ótimo na proteção de bolas, arremata com bastante precisão e, por ter muita confiança, aposta em lances que outros jogadores não apostariam para decidir as jogadas.

Família
 Balotelli e um dos irmãos biológicos: desde cedo com a bola (Daily Mail)


Filho dos imigrantes cristãos ilegais ganeses, Thomas e Rose Barwuah, Mario Barwuah nasceu em 12 de agosto de 1990, na cidade de Palermo, no sul da Itália. Porém, a vida colocou o primeiro desafio e a grande virada de sua vida: um problema sério no intestino, que exigiria uma série de cirurgias, e a possibilidade de morte era bem real. Após isto, os ganeses deixaram Palermo e foram morar em Brescia. Primeiro, ficaram em um apartamento com outra família africana, depois, seguiram para outro local, através da ajuda prestada pelo serviço social italiano.

Os responsáveis pela mudança observando os problemas de saúde do pequeno Mario indicaram que ele deveria morar em outra casa. Assim, surgem os Balotellis na vida dele. Desde o início, os brancos italianos trataram Mario como um deles e foram conquistando o menino que, a princípio, só ficava durante a semana com a futura família adotiva. Aos poucos, isto mudou, ao jornal inglês, Daily Mail o pai Thomas Barwuah afirmou: “todas as vezes que nós íamos busca-lo, os Balotellis iam aumentando o tempo de guarda do pequeno Mario”. Na mesma entrevista, o ganês explicou que não tinha condições para bancar um advogado e brigar pela volta do hoje SuperMario à família biológica. Por isso, desde cedo, o camisa 45 rejeitou os pais e, quando visitava os três irmãos Barwuahs, evitava Rose e Thomas. Em certa altura da vida, SuperMario chegou a afirmar que os ganeses jamais voltariam a procurá-lo, caso ele não tivesse se tornado o jogador que é hoje. 

Este divórcio com os pais biológicos já não é tão radical como foi. A mãe Rose Barwuah foi morar em Manchester, enquanto Mario esteve por lá. Na cidade inglesa, ela trabalhava como emprega doméstica e começou a receber algumas visitas. Mas, em momento algum, esta mudança teve o objetivo de exigir mais atenção e dinheiro do milionário filho. Esta proximidade geográfica foi decisiva para a relação passar a outro patamar. O Daily Mail afirmou, no ano passado, que foi, em 2012, a primeira vez que Balotelli passou o natal com a sua mãe biológica.

Portanto, foi ao lado de uma família europeia de brancos judaicos, que o negro, filho de cristãos africanos, cresceu e amadureceu para o mundo. E o futebol veio cedo para ele, desde muito pequeno, tinha prazer em jogar o esporte criado pelos ingleses.

Começo da carreira

Estreia de Balotelli, aos 15 anos, pelo AC Lumezzane (Reporter/Zanardelli)

Desde os cinco anos de idade, o descendente de ganeses decidiu que seria jogador de futebol. Em Brescia, começou atuando no time da sua vizinhança e logo foi para o Parish, de Mompiano. Depois, foi jogar no AC Lumezzane levado pelo treinador e ex-jogador, Sandro Salvioni, que, nos primeiros toques na bola de SuperMario, descobriu que ele seria super. No clube, logo foi promovido ao time principal e, com 15 anos , estreou na Serie C, contra o Padova. Até hoje, Balo é o jogador mais jovem a disputar uma partida de tal divisão na Itália. Este recorde deverá morrer com Balotelli, pois,  para atuar com menos de 16 anos profissionalmente, é necessária uma autorização especial, que, à época, foi concedida ao descendente de ganeses.

Com a precocidade de seu surgimento para o futebol, ficava claro que ele seria procurado por outros clubes da Europa e isto ocorreu. Quem venceu a disputa pelo jogador de 15 anos foi a Fiorentina. Mas a falta de um passaporte italiano fez com que o negócio fosse cancelado. A Internazionale não perdeu a oportunidade e trouxe Balotelli para o seu settore giovanile (categorias de base), por um valor de 150 mil euros e, um ano depois, pagou mais 190 mil euros pelo restante do jogador.

Porém, antes de assinar com a Internazionale, passou por um estágio no Barcelona. Pelos blaugranas, jogou por cinco dias e marcou oito gols. O negócio não deu certo, pelo fato do italiano não ter passaporte italiano, o que é, no mínimo, estranho, pois Balotelli nasceu na Itália. Porém, as leis no Belpaese dizem que a cidadania não é dada a alguém que nasceu no país, se ele tiver dois pais estrangeiros. Por isso, o jogador teve grandes dificuldades para conseguir a sua cidadania, que só veio aos 18 anos, quando as normas da bota definem que um estrangeiro (ou filho de pais de outro país) pode ser considerado italiano. Balo não esteve na Olimpíada de Pequim exatamente por não ter a nacionalidade, azar da Itália, que perdeu de ver o trio com Giovinco e G. Rossi e caiu na segunda fase do torneio.

A Internazionale

No Allievi Nazionali (sub-16) da Beneamata, Balotelli chegou fazendo 19 gols em 20 jogos. A expectativa começava a se tornar realidade, Balo tinha um desempenho incrível. Logo foi promovido à equipe Primavera (sub-20) e marcou oito gols em 11 partidas. Neste nível, SuperMario ainda foi destaque no Scudetto em 2006-07 e na Coppa Viarregio 2008. A precocidade também veio ao ascender e jogar no elenco profissional. Roberto Mancini levou o garoto de 17 anos para o jogo contra o Cagliari, no final de 2007, e fez com que ele participasse de alguns minutos da partida.

Poucos dias depois voltou a jogar, mas, desta vez, atuou os 90 minutos, na partida válida pela Coppa Italia, contra o Reggina fora de casa. Mario mostrou seu talento, anotando dois gols na vitória de seu clube por 4 a 1. Com mais uma atuação de gala na Coppa, agora frente à Juventus, no Olimpico de Turim, SuperMario foi chamado de fenômeno, pois marcou dois belos gols contra a rival. Como fica claro nos vídeos, Balotelli não era o centroavante que é hoje. À época, atuava mais pelo lado do campo e fora da área, se aproveitando da velocidade e da facilidade para driblar, mas já mostrava facilidade para marcar gols de “camisa nove”. Na temporada de estreia, foram 15 jogos e sete gols, quatro na Coppa Italia, competição que terminou como artilheiro

Com a Inter, Balotelli evoluiu muitocom Mancini e, principalmente, com José Mourinho, mesmo se envolvendo em alguns problemas com o Special One. No primeiro ano sob a batuta do técnico português, foram 31 partidas, em que balançou as redes dez vezes. Quando marcou pela Liga dos Campeões um gol, no empate em 3 a 3, contra o Anorthosis Famagusta, Balo entrou na história interista. Se tornou o jogador nerazzurro mais jovem (18 anos e 85 dias) a anotar em uma partida de LC.

Em 2009-10, Balotelli ganhou tudo junto com a Inter, porém, não teve uma participação maior (40 jogos, indo 11 vezes às redes), pois as polêmicas lhe atrapalharam. De qualquer forma, no último jogo da fase de grupos da Liga dos Campeões, contra o Rubin Kazan, no Giuseppe Meazza, a Beneamata disputava diretamente a vaga na próxima fase. Nesta partida, em que chegaram empatados, SuperMario foi super. Em campo desde o primeiro minuto, Balo executou uma assistência, de letra, para o gol de Eto’o e, no segundo tempo, fez um golaço de falta, portanto, foi decisivo.

Mas, os problemas com o técnico foram se acentuando e, por isso, muitas vezes foi afastado por José Mourinho do time principal, o que pulverizou as possibilidades de ir ao Mundial, na África do Sul. Com o potencial sendo conhecido por mais gente, as polêmicas de Balotelli também se tornaram mais notórias, porém, isto ficará para outro tópico. Ao final da temporada, a Inter ganhou tudo e SuperMario, colaborando menos do que seria capaz, foi importante ao triplete nerazzurro. Pelas dificuldades que criava fora de campo, a proposta de 29,5 milhões de euros apresentada pelo Manchester City se tornou irrecusável e, com isso, Balo terminou a passagem pela Beneamata com 86 partidas disputadas e 28 gols.

Estrela mundial em Manchester

 Balotelli, por que sempre ele? (Action Images)

Com ida à Inglaterra e para jogar naquele que talvez fosse na época o clube mais rico do mundo, Balotelli recebeu ainda mais holofotes e, finalmente, foi convocado pela seleção principal italiana – já havia sido chamado por Gana, mas negado a oportunidade. Cesare Prandelli foi o responsável pela convocação e pela estreia de Balo com a camisa da Squadra Azzurra. Porém o primeiro gol foi anotado apenas um ano depois, em 11 de novembro de 2011, na vitória por 2 a 0 frente à Polônia.

Nos Citzens, Balotelli não foi titular absoluto em nenhum momento, mas sempre foi um reserva bastante utilizado, principalmente na fase em que Tévez esteve brigado com Roberto Mancini (2011-12). No ano de estreia em Manchester City, Balo ainda venceu o troféu “Golden Boy”, que premia o melhor jogador jovem do mundo, e foi eleito o homem do jogo na final da FA Cup, a vitória por 1 a 0 contra o Stoke City – o primeiro título da nova fase milionária do clube. O bom futebol apareceu na temporada de debute na EPL, mas os problemas disciplinares também, em 27 partidas (sete como reserva) foram nove gols, dez cartões amarelos e duas expulsões.

A temporada de 2011-12 seria a da explosão de Balotelli, porém, com a chegada de Agüero, o italiano não foi titular da equipe e ficou como o principal reserva do setor ofensivo, aproveitando as ausências de Tévez. Na temporada, o auge de SuperMario ficou para o dérbi contra o United, em Old Trafford, quando marcou duas vezes e conseguiu a expulsão de Evans, fundamental para o placar de 6 a 1. A temporada foi boa mesmo para o City que levou o título da Premier League 2011-12. Balotelli colaborou bastante com os citzens no ano:  32 partidas (11 como reserva utilizado), 17 gols e duas assistências, mas, com sete cartões amarelos e dois vermelhos.

Até o antigo grande defensor de Balo, o técnico Roberto Mancini começava a perder a cabeça com o pupilo. Mas aí veio a Euro 2012, quando o jogador do Manchester City chegou como grande esperança ofensiva dos azzurri ao lado de outro polêmico homem de frente, Cassano. Antes do torneio, o italiano aproveitou e foi ao campo de concentração de Auschwitz (na Polônia, uma das sedes do torneio) com os familiares judaicos e se emocionou bastante com a visita.

A primeira fase foi inconstante e, justamente no jogo contra a Irlanda, quando começou no banco, fez o gol no final da disputa. Após esta partida, ao ser questionado se tinha algum problema com o técnico, Balotelli deu um resposta polêmica para Cesare Prandelli: “não, treinador, eu tenho problema com todos”. Na primeira fase, De Rossi, Pirlo e Cassano foram os destaques, mas, na fase final, lá estava SuperMario para se tornar o personagem da equipe na Euro 2012. Primeiro assistiu o maestro da camisa 21 ser o craque do 0 a 0, contra a Inglaterra, porém, Balo apareceu nas penalidades e, parar variar, marcou.

Com a classificação, a Alemanha se colocou à frente da Squadra Azzurra. Portanto, um seleção que era considerada a segunda melhor do mundo desafiaria uma equipe ainda inconstante. Porém, a semifinal sob os olhares da mãe adotiva, Balotelli teve a sua grande atuação, marcando os dois gols da vitória por 2 a 1 frente à Nationalmannschaft. Ao final do jogo, Balo descreveu aquela noite como “a melhor noite da vida até ali” e fez questão de correr para os braços da senhora Balotelli, onde a emoção não pode ser contida.

Na final frente à Espanha, massacre da roja por 4 a 0 e SuperMario não pode conter a tristeza. A semifinal contra a mesma fúria na Copa das Confederações 2013, que será realizada nesta quinta-feira no Castelão, seria a oportunidade ideal para a revanche, porém, com uma lesão muscular, o camisa nove azzurro está, praticamente, fora do jogo. Mas outros oportunidades de coroação máxima com a seleção italiana não deverão faltar para Balotelli, pois, ainda é jovem (22 anos) e já é considerado a principal esperança dos azzurri para os próximos anos.

Portanto a Euro 2012 mostrou que Balotelli teria capacidade de evoluir ainda mais e ele terminou no time dos melhores da competição e foi um dos seis artilheiros da disputa, com três gols. Isto o credenciou para seguir no City, mesmo, com a inconstância dos anos anteriores. Em campo, a expectativa não se materializou. Com Tévez bem resolvido com Mancini e Dzeko, cada vez mais, se mostrando importante, SuperMario teve a participação bastante reduzia. Até janeiro, eram 20 jogos (12 como reserva), três gols, duas assistências e três cartões.

O grande amor e a volta à Itália

 SuperMario comemora gol de pênalti, da marca da cal, ele é perfeito: 24 cobranças, 24 gols (AP Photo)

Neste contexto, apareceu o clube do coração do atacante, o Milan com uma proposta de 20 milhões de euros – incluindo bônus. O Manchester City não teve dúvidas e negociou Balotelli. A sorte brilhou para os rossoneri, pagando um valor menor do que os ingleses haviam desembolsado, levaram o jovem de volta para a Milão, mas, desta vez, para onde ele sempre quis jogar. Isto fez diferença e o desempenho dentro de campo mostra que os 20 milhões foram bem investidos.

SuperMario chegou como titular e vestindo a tradicional camisa 45. Na estreia frente à Udinese, Balotelli marcou duas vezes na vitória por 2 a 1, incluindo um gol de pênalti no partida. Mas não foi só o início que impressionou, até o final da temporada, o diavolo não perdeu com Balo em campo (13 partidas, 9 vitórias e 4 empates) e o centroavante marcou 12 vezes e não foi expulso nenhuma vez – tomou sete cartões amarelos. Com o desempenho do seu novo principal jogador, os rossoneri chegaram à Liga dos Campeões após uma primeira parte muito ruim de Serie A.

Balotelli foi preponderante nesta mudança de rendimento milanista na temporada 2012-13. A esperança da torcida do diavolo é que o desempenho do polêmico camisa 45 siga crescendo para que o Milan volte a ter sucesso europeu.

O Balotelli um pouco brasileiro

Na Copa das Confederações, todos ficaram impressionados com o passeio “sem medo” de Balotelli por Salvador para encontrar a namorada, que estava hospedada em um outro prédio. A tranquilidade impressionou, pois ele foi o único que foi autorizado a sair do hotel da delegação, mesmo no dia de folga os azzurri não foram liberados da concentração também por questões de segurança.

SuperMario disse que foi sem medo, pois tem muita ligação com a cidade. Segundo o seu site oficial, Balotelli passou os natais de 2007 e 2008 na comunidade Mata Escura, em Salvador. O italiano teve o interesse de visitar a capital baiana por conta de seu irmão Giovanni (filho dos Balotellis), que recebeu o convite para visitar o projeto “Ponte Para o Futuro”, comandado pelas irmãs missionárias Claudia Strada e Raffaella Corvino.

À época, o centroavante ainda na base da Inter dormiu no chão da casa de Marcio de Jesus Bezerra, um dos voluntários do projeto. O antigo amigo aproveitou a visita de Balo à Salvador para visita-lo e chama-lo para conhecer a iniciativa “Mata Escura Novo Rumo” dirigido pelo antigo colaborador do “Ponte Para o Futuro”. Porém, por estar confinado com Squadra Azzurra, SuperMario não pôde realizar a visita. Balotelli mantém, através do programa não-governamental italiano “aiutare i bambini”, cinco crianças, que fazem parte de um grupo de 50, em Salvador.

As polêmicas

Desde cedo, Balotelli foi acostumado a ser o único negro na turma, porém, o racismo só começou a aparecer com a profissionalização (Getty Images)

O camisa 45 mais famoso do futebol mundial não se destaca apenas pela precocidade e bom futebol. As suas declarações sempre repercutem muito na imprensa. Na época de Inter, o problema era afirmar a paixão pelo Milan, mesmo jogando pelo rival da cidade. Inclusive, em 2009-10, Balotelli foi a um jogo dos rossoneri, contra o Manchester United na Liga dos Campeões. A torcida interista levou a resposta ao jogo seguinte, a faixa escrito: “Mario, vá a Manchester também!”. Á época, o atacante explicou a um programa de televisão que não foi ver a equipe rossonera e sim a um bom jogo, porém, dias depois, em uma atração de humor, vestiu a camisa do Milan.

Em Manchester, Balotelli fez de tudo. Aquele que sempre acreditou nele, Mancini foi um rival forte. O técnico compatriota sofreu e combateu o ingovernável Balo: foi substituído, após jogada descontraída em amistoso nos Estados Unidos, e não gostou; em uma das suas diversas expulsões, na derrota por 1 a 0, contra o Arsenal, recebeu grande bronca do treinador ainda em campo e chegou a trocar empurrões em treinamento com Roberto Mancini. No meio dessas confusões, o centroavante italiano declarou à revista Time, na qual foi capa em novembro de 2012, palavras importantes sobre o técnico que o deu a primeira chance na Inter: “ele me conhece desde pequeno, ele é como um pai para mim”.

As aparições fora de campo também chamaram bastante a atenção na Inglaterra. Em Manchester, Balotelli colocou fogo no banheiro da própria casa, depois de soltar fogos de artifício pela janela do cômodo. A história mais impressionante da conturbada trajetória fora de campo do atacante ocorreu uma semana antes do natal de 2011 e mostra que falamos de um caso típico de “louco do bem”. Na data, várias pessoas relataram que viram o SuperMario vestido de papai noel, distribuindo dinheiro para quem passasse por perto. Obviamente não há nenhuma foto ou vídeo sobre o acontecido que parece fadado a ficar sempre no imaginário de todos.

Porém, o preconceito racial é o tema polêmico que acompanho Balotelli há mais tempo na carreira. Desde quando ainda não era profissional, o descendente de ganeses se destacava como o único negro dos times que defendeu na infância, mas nunca sofreu preconceito dos companheiros. Isto se tornou mais comum ao vestir a camisa da Inter, quando se tornou alvo dos insultos pela torcida da Juventus (hoje, jogando no Milan, os interistas também xingam Balo), que chegou a levar uma faixa: “não há negros italianos”. A resposta sempre foi pedindo silêncio depois de marcar.

Sobre o racismo que vem sendo vítima desde o início da trajetória futebolística, SuperMario falou na mesma entrevista à revista Time já citada na matéria: “as pessoas racistas são minoria e você não pode fazer nada para mudá-las” e completou, “você pode falar, fazer o que quiser, mas nada adiantará, pois eles são estúpidos”. E, contra este tipo de coisa, Balotelli segue levando a vida e superando cada obstáculo através dos gols e do bom futebol. Mas o camisa 45 tem um sonho e não esconde de ninguém, que a Itália, que viveu um regime fascista, mude. “Eu, pessoalmente, espero que a eu possa ajudar ao meu país a se tornar moderno como a Inglaterra ou a América”.

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