quarta-feira, 10 de julho de 2013

A hora e a vez de Wilshere


Wilshere e Cazorla são as grandes esperanças do Arsenal para a próxima temporada. A combinação entre o inglês e o espanhol promete para 2013-14 (Arsenal.com)


O Arsenal está na Liga dos Campeões, como sempre desde que Arsene Wenger chegou; tem um elenco de regular para bom e um time titular forte. Porém já são oito anos sem um título e alguns setores da torcida acostumada às conquistas não confiam como já confiaram no comandante. Posto isto, mais uma vez, os gunners não parecem dispostos a realizarem grandes investimentos no mercado de transferências, o que tem relação com a filosofia adotada desde o princípio pelo técnico francês. Higuaín está muito próximo, mas, além dele, poucos nomes de impacto são especulados, talvez o único seja Fellaini. Muito pouco para quem quer quebrar o jejum de oito anos.

Por isso, neste ano, se Jack Wilshere tiver uma grande temporada isto deve ser preponderante para que o Arsenal retome a caminhada de títulos. O inglês chegou à base do clube norte-londrino em 2001 e evoluiu como meia-atacante – chegando a ser comparado à Dennis Bergkamp. Em 2008, aos 16 anos e 256 dias estreou no Campeonato Inglês, como jogador mais jovem do clube a atuar em uma partida do Campeonato Inglês. Porém, o inglês apareceu mesmo em 2010-11, após um empréstimo de um ano ao Bolton, quando pôde evoluir bastante.

A surpresa de todos é que Wilshere se tornou titular jogando ao lado de Song, como meia-central, no 4-2-3-1 de Arsene Wenger. Desta forma, o, à época camisa 19, se destacou combinando com Fàbregas para armação de jogadas, com passes precisos e visão de jogo apurada. Aliado à isso, o inglês apresentou o comportamento um pouco explosivo e colecionou cartões oito amarelos e um vermelho, porém, com mais tempo no time principal, evoluiu mentalmente. O bom desempenho deu à Wilshere o prêmio de jogador jovem do ano pela associação de futebolistas profissionais, que também lhe deu um lugar no time da temporada da Premier League.

Portanto, com a saída de Fàbregas para o Barcelona, 2011-12 seria o ano para o camisa 19 liderar o meio-campo dos gunners. Porém, uma lesão no tornozelo agravada posteriormente, tirou Wilshere da temporada inteira e, além de impedir que entrasse em campo pelo Arsenal, deixou ele fora da Olimpíada de Londres e da Euro 2012.

Na temporada passada, o meia-central vestindo a dez conseguiu jogar, mas os 14 meses parado pesaram e o rendimento esteve longe de ser o dos melhores dias – 34 jogos (oito vindo do banco), quatro gols e duas assistências. Porém, Wilshere teve as melhores atuações na metade final da temporada, quando os gunners cresceram de produção, o que dá esperança ao Arsenal.

Portanto, após aumentar o desempenho em 2013 e com tempo para fazer uma pré-temporada correta, o que não ocorreu nos últimos dois anos, Wilshere terá que mostrar a evolução que promete há muito tempo. Em entrevista concedida à David Hirsey, do espnfc.com, o jogador afirmou que está “100 por cento” e ressaltou os problemas causados pela falta da preparação adequada para o ano: “Eu não faço uma (pré-temporada) há dois anos e, uma vez que você não faz, você está sempre correndo atrás do prejuízo”.

O camisa dez terá um parceiro interessante como Cazorla para liderar a armação de jogadas, provavelmente, para Higuaín, Walcott e Podolski, o que não deve ser nada mal. O encaixe do jogo do inglês com Santi parece ser perfeito, pois o espanhol é mais incisivo e Wilshere é um grande passador. Sobre isso, o camisa dez dos gunners é cauteloso e, na mesma entrevista já citada, explicou: “nós ainda precisamos entender como cada um de nós joga. Eu jogarei atrás e Carzola estará na minha frente, como foi com Fàbregas, em nossa primeira temporada juntos. Mas eles são diferentes, o meu companheiro atual prefere receber a  bola mais à frente, enquanto Cesc voltava para buscar a redonda. Porém, nós estamos desenvolvendo um bom entendimento, que será ainda melhor nesta temporada”.

Alvos interessantes no setor ofensivo e um bom parceiro para criar pelo centro parece ser um ótimo cenário para Wilshere deixar de ser um bom jogador e virar o craque que prometeu no início da carreira. Os ingleses sempre consideraram o jovem como o inglês com maior potencial futebolístico desde o surgimento de Rooney. Este ano será crucial para o camisa dez dos gunners provar isso, garantir sua presença na Copa do Mundo de 2014 e, quem sabe, recolocar o Arsenal na rota dos títulos.

O contexto para a explosão parece ser perfeito para o jogador que definiu a trajetória futebolística ao EspnFC.com como “Excitante, frustrante e promissora”.

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