Wilshere e Cazorla são as grandes esperanças do Arsenal para a próxima temporada. A combinação entre o inglês e o espanhol promete para 2013-14 (Arsenal.com)
O Arsenal está na Liga dos Campeões, como sempre desde que
Arsene Wenger chegou; tem um elenco de regular para bom e um time titular forte.
Porém já são oito anos sem um título e alguns setores da torcida acostumada às
conquistas não confiam como já confiaram no comandante. Posto isto, mais uma
vez, os gunners não parecem dispostos
a realizarem grandes investimentos no mercado de transferências, o que tem
relação com a filosofia adotada desde o princípio pelo técnico francês. Higuaín
está muito próximo, mas, além dele, poucos nomes de impacto são especulados, talvez
o único seja Fellaini. Muito pouco para quem quer quebrar o jejum de oito anos.
Por isso, neste ano, se Jack Wilshere tiver uma grande
temporada isto deve ser preponderante para que o Arsenal retome a caminhada de
títulos. O inglês chegou à base do clube norte-londrino em 2001 e evoluiu como
meia-atacante – chegando a ser comparado à Dennis Bergkamp. Em 2008, aos 16
anos e 256 dias estreou no Campeonato Inglês, como jogador mais jovem do clube
a atuar em uma partida do Campeonato Inglês. Porém, o inglês apareceu mesmo em
2010-11, após um empréstimo de um ano ao Bolton, quando pôde evoluir bastante.
A surpresa de todos é que Wilshere se tornou titular jogando
ao lado de Song, como meia-central, no 4-2-3-1 de Arsene Wenger. Desta forma,
o, à época camisa 19, se destacou combinando com Fàbregas para armação de
jogadas, com passes precisos e visão de jogo apurada. Aliado à isso, o inglês
apresentou o comportamento um pouco explosivo e colecionou cartões oito amarelos
e um vermelho, porém, com mais tempo no time principal, evoluiu mentalmente. O
bom desempenho deu à Wilshere o prêmio de jogador jovem do ano pela associação
de futebolistas profissionais, que também lhe deu um lugar no time da temporada
da Premier League.
Portanto, com a saída de Fàbregas para o Barcelona, 2011-12
seria o ano para o camisa 19 liderar o meio-campo dos gunners. Porém, uma lesão no tornozelo agravada posteriormente, tirou
Wilshere da temporada inteira e, além de impedir que entrasse em campo pelo
Arsenal, deixou ele fora da Olimpíada de Londres e da Euro 2012.
Na temporada passada, o meia-central vestindo a dez
conseguiu jogar, mas os 14 meses parado pesaram e o rendimento esteve longe de
ser o dos melhores dias – 34 jogos (oito vindo do banco), quatro gols e duas
assistências. Porém, Wilshere teve as melhores atuações na metade final da
temporada, quando os gunners cresceram
de produção, o que dá esperança ao Arsenal.
Portanto, após aumentar o desempenho em 2013 e com tempo
para fazer uma pré-temporada correta, o que não ocorreu nos últimos dois anos, Wilshere
terá que mostrar a evolução que promete há muito tempo. Em entrevista concedida
à David Hirsey, do espnfc.com, o jogador afirmou que está “100 por cento” e ressaltou
os problemas causados pela falta da preparação adequada para o ano: “Eu não
faço uma (pré-temporada) há dois anos e, uma vez que você não faz, você está
sempre correndo atrás do prejuízo”.
O camisa dez terá um parceiro interessante como Cazorla para
liderar a armação de jogadas, provavelmente, para Higuaín, Walcott e Podolski, o
que não deve ser nada mal. O encaixe do jogo do inglês com Santi parece ser
perfeito, pois o espanhol é mais incisivo e Wilshere é um grande passador. Sobre
isso, o camisa dez dos gunners é
cauteloso e, na mesma entrevista já citada, explicou: “nós ainda precisamos
entender como cada um de nós joga. Eu jogarei atrás e Carzola estará na minha
frente, como foi com Fàbregas, em nossa primeira temporada juntos. Mas eles são
diferentes, o meu companheiro atual prefere receber a bola mais à frente, enquanto Cesc voltava
para buscar a redonda. Porém, nós estamos desenvolvendo um bom entendimento,
que será ainda melhor nesta temporada”.
Alvos interessantes no setor ofensivo e um bom parceiro para
criar pelo centro parece ser um ótimo cenário para Wilshere deixar de ser um
bom jogador e virar o craque que prometeu no início da carreira. Os ingleses
sempre consideraram o jovem como o inglês com maior potencial futebolístico
desde o surgimento de Rooney. Este ano será crucial para o camisa dez dos gunners provar isso, garantir sua presença
na Copa do Mundo de 2014 e, quem sabe, recolocar o Arsenal na rota dos títulos.
O contexto para a explosão parece ser perfeito para o
jogador que definiu a trajetória futebolística ao EspnFC.com como “Excitante, frustrante
e promissora”.
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