O Manchester City foi o último favorito ao título da Premier League a estrear em 2013-14. A espera para ver o time sob o novo comando de Manuel Pellegrini valeu, pois os Citizens largaram muito bem e fizeram o maior placar da abertura do Inglês, com um 4a 0 para ninguém colocar defeito.
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O técnico chileno estreou montando o time em um 4-4-2, com Jesús Navas (buscando mais a linha de fundo) e David Silva (muitas vezes, centralizando o jogo) pelas pontas e a dupla Agüero e Dzeko se movimentando muito na frente. Do outro lado, Alan Pardew optou pelo mesmo esquema, mas com a postura mais defensiva. Quando os Magpies ficavam sem a bola, o atacante Gouffran recuava para colaborar com a marcação, deixando apenas o sumido Pappis Cissé no ataque – recebeu 37 passes, apenas dois deles no último terço do campo.
A intensidade dos Sky Blues chamou a atenção desde o apito inicial, com os quatro meio-campistas chegando bem no ataque e com Zabaleta apoiando bastante também. Com seis minutos, Silva abriu o placar, aproveitando rebote de cruzamento de Dzeko, muito ativo durante todo o jogo. A pressão na saída de bola e a postura bem ofensiva chamavam a atenção. O segundo gol veio com um desarme de Kompany, que passou para o campo de ataque, onde o bósnio desviou de calcanhar e Agüero bateu o defensor para chutar no canto de Krul.
A expulsão de Taylor no final da primeira metade da partida fez o Newcastle se fechar no 4-4-1, com Papiss Cissé buscando dar opção nas duas pontas, mas o centroavante dos Magpies seguiu sendo pouco acionado. O volume de jogo do City aumentou, pois teve as linhas avançadas, volantes atacando mais e os dois laterais passaram a aparecer no ataque – Clichy não subia no primeiro tempo. Yaya Touré logo fez o terceiro da partida, em cobrança milimétrica de falta, sem chances para Krul, que fez uma boa exibição.
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Com o jogo definido, os Citzens tiraram um pouco o pé e Pellegrini mudou a forma de jogar: sacou Agüero e colocou Nasri, fazendo a equipe adotar o 4-2-3-1, esquema tão utilizado na era Mancini no clube. Desta forma, o City chegou ao 4 a 0. Zabaleta tocou da linha média, Dzeko abriu as pernas, Nasri ganhou na corrida de Debuchy e marcou. Negredo ainda faria o quinto, porém o gol posteriormente foi anulado.
A grande dupla de volantes: Yaya Touré e Fernandinho
Na pré-temporada, a contratação de Fernandinho junto ao Shakhtar Donetsk, por 40 M €, chamou a atenção e fez com que o mundo do futebol ficasse ansioso para ver como seria a parceria com Yaya Touré. Ambos marcam bem e têm boa chegada ao ataque, mas têm diferenças: o brasileiro é mais veloz e o marfinense é mais forte, ou seja, a dupla da volância sky blue é completa.
Setas azuis são passes certos, vermelhas passes errados e a cruz amarela são as bolas recuperadas (FourFourTwo Stats Zone)
A estreia mostrou como deve funcionar a dupla. O camisa 42, que chegou a atuar como meia-atacante no clube, ficou mais preso neste jogo. Na primeira etapa, quando as equipes tiveram 11 jogadores em campo, o marfinense até apareceu no ataque, mas focou sua atuação na faixa central do campo e, muitas vezes, facilitou a saída de bola, recuando para ajudar os zagueiros (imagem).
(FourFourTwo Stats Zone)
Enquanto isso, Fernandinho apareceu, principalmente, da faixa central para o ataque (imagem) dos citzens. A tendência é de que o posicionamento de ambos fique desta forma. Porém, a alternância natural da dupla, com chegadas do marfinense no setor ofensivo também irá ocorrer. No segundo tempo, com um jogador a mais, a presença dos volantes (e, no geral, de todo o time do City) foi ainda mais forte no ataque.
Depois de uma temporada decepcionante, com eliminação na primeira fase da Liga dos Campeões, derrota para o rebaixado Wigan na final da FA Cup e o vice-campeonato inglês com 11 pontos de desvantagem para o rival Manchester United algumas mudanças importantes foram realizadas. Os citzens mudaram o comando técnico e investiram 111 milhões de euros nas ótimas contratações de Fernandinho, Jovetic, Jesús Navas e Negredo.
Com as aquisições, o elenco se torna o melhor da Premier League e, pela impressão deixada na primeira partida, Manuel Pellegrini dá sinais que fará o City brigar por títulos, inclusive em âmbito europeu.
Post originalmente publicado na coluna de análise táticas, do site Premier League Brasil, também mantida por este blogueiro.
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