sábado, 3 de agosto de 2013

Napoli, o grande adversário


 Contratados nesta temporada, Albiol, Callejón e Higuaín tiveram a mesma origem, o Real Madrid (SSCNapoli.it)
Na temporada 2012-13, a Serie A foi mais uma vez dominada pela Juventus, que se mostrou muito à frente dos demais clubes. Porém, em alguns momentos, o Napoli impulsionado pelo artilheiro do campeonato, Cavani conseguiu como adversário bianconero. Mas, no final, os nove pontos de vantagem da Vecchia Signora em relação aos azzurri, vice-campeões, refletiu bem o que foi a Liga Italiana.
 
O Napoli perdeu seu principal jogador, Cavani, que, por 64,5 milhões de euros, foi para o PSG. Além de El Matador, o clube do Sul da Itália ficou sem o comandante, Walter Mazzarri, que treinava a equipe desde outubro de 2009 e foi responsável por recolocar os partenopei na Liga dos Campeões, após 21 anos. Apesar das perdas, o Napoli iniciará a Serie A 2013-14 como principal adversário da Juventus. Os anteriormente grande rivais da Vecchia Signora, Inter e Milan estão em fase de reconstrução, os clubes da capital ainda parecem em busca de constância e a Fiorentina perdeu seu principal jogador, Jovetic.
 
Para seguir no topo a aposta é no treinador Rafa Benítez, ex-comandante do Chelsea e vencedor da Liga Europa na última temporada com os blues. O técnico bicampeão espanhol com o Valencia e europeu com o Liverpool tem como preferência o 4-2-3-1, com a variação para o 4-4-1-1, principalmente, na fase defensiva do jogo. Esta é a primeira grande mudança do elenco partenopeo, que, com Mazzarri, estava acostumado a atuar com três zagueiros, preferencialmente, no 3-4-2-1.

Com o plantel definido para jogar com os três defensores, os azzurri atuaram fortemente no mercado para conseguir jogadores capazes de desempenhar as funções no 4-2-3-1. Por isso, o folclórico presidente Aurelio De Laurentiis investiu os 64,5 M € recebidos pelo artilheiro Cavani e outros 14,95 M € em contratações. Alguns nomes são duvidosos, mas ficou claro o objetivo de brigar com a Juventus, que sinaliza que virá ainda mais forte.

 O provável Napoli no 4-2-3-1 de Benítez (clique na imagem para ampliar)

No sistema defensivo, os partenopei abriram mão do goleiro da seleção italiana, De Sanctis, de 36 anos, para contratarem Pepe Reina (por empréstimo de um ano) e o jovem Rafael, do Santos, por 5 milhões. Na zaga, Albiol veio do Real Madrid por 12 M €, é uma opção interessante para uma linha de quatro, tanto como zagueiro e até como um lateral-direito mais defensivo. Podendo ser usado como balanço em relação ao alas-esquerdos, Armero e Zuniga, que são mais ofensivos.

A provável defesa titular com Maggio, Albiol, Cannavaro e Armero parece ter lacunas defensivas nas laterais, mas, com um elenco mais profundo do que em anos anteriores, Rafa Benítez tem peças para modificar a escalação. Esta pode ser a diferença em relação à 2012-13, quando a profundidade do plantel partenopeo não foi a ideal para disputar o scudetto até o fim.

Na proteção à defesa um trio de suíços, com ótima chegada ao ataque, foi mantido: Inler, Behrami e Dzemaili. Além disso, há o retorno de empréstimo do implacável marcador, Gargano, que deve ser um dos titulares da volância e combinar com um dos volantes com mais saída. O Napoli agora também conta com o croata Radosevic, de 19 anos, contratado junto ao Hajduk Split, uma promessa que deve aparecer como outra opção de marcação no meio-campo.

Mas os partenopei investiram mais na compra de jogadores para o setor ofensivo. O principal nome é Higuaín, que vem do Real Madrid por 37 M €. El Pipita chega para substituir o uruguaio Cavani na missão de fazer os gols napolitanos. O argentino marcou 107 gols na Liga Espanhola, nos últimos sete anos que passou no Real Madrid, número que anima os azzurri. Para a reserva do novo camisa nove, Calaiò chegou durante a temporada passada e foi mantido. O italiano é um centroavante que deve fazer alguns gols na Serie A e substituir Higuaín, quando o ex-madridista não puder atuar.

Para as pontas, vieram Callejón (9,5 M €), que joga à direita, e Mertens (9,7 M €), destro que atua pela esquerda e procura o corte para o meio, buscando o arremate. O belga tem tudo para ser titular e ótima opção para marcar gols. Do outro lado, Pandev também tem a tendência de centralizar os lances. Portanto, em teoria, os dois externos titulares atuam com os pés invertidos, sendo perigo constante nos arremates de fora da área. Os “reservas” dos dois lados também são jogadores que preferem o corte para o meio, tanto o destro ponta-direita, Callejón, e o destro ponta-esquerda, Insigne.

O macedônico tem como característica contribuir bastante na fase defensiva do jogo, atuação que ficou bastante clara durante a sua participação no triplete interista em 2009-10. Por isso, com Pandev em campo, o Napoli tem condições de atuar com um homem mais solto pela ponta esquerda, pois o camisa 19 pode compor de forma melhor na marcação. O homem para jogar desta forma seria o jovem de 19 anos, Insigne, que tem a ponta-esquerda como habitat natural, mas pode servir de reserva para Hamsik pelo centro. Por ser franzino, o número 24 não é um grande jogador defensivamente, porém dribla e finaliza muito bem, o que o transforma em ameaça constante quando joga próximo da área adversária.

A profundidade do elenco partenopeo fica clara quando mensuramos as alternativas táticas que os jogadores o proporcionam. Os alas ofensivos, Dossena, Maggio, Zuniga, Mesto e Pablo Armero podem ser utilizados na linha de três armadores, como opções para o fundo de campo, criando jogadas áreas para as finalizações de cabeça de Higuaín. Além disso, como foram formados como laterais (exceção feita à Mesto, originalmente, meia), podem ajudar bastante na fase defensiva do jogo.

O panorama encontrado é muito diferente dos dois últimos trabalhos realizados por Rafa Benítez. Na Inter, assumiu um time órfão de Mourinho e não conseguiu manter os nerazzurri na rota das conquistas, desta forma, mesmo com o título mundial, não emplacou uma temporada completa no clube. No Chelsea, mais uma vez, recebeu um time campeão europeu e que passava por uma reformulação. Criticado e com prazo definido para seguir no comando dos blues, Benítez venceu a Liga Europa, mas, sem os jogadores de sua preferência, e sem a simpatia dos torcedores do clube, a saída pré-anunciada, ocorreu mesmo.

No Napoli, Benítez teve liberdade da direção para trabalhar e, com muito dinheiro, trouxe jogadores da sua confiança. O novos napolitanos têm características bem interessantes para a construção do 4-2-3-1, esquema de confiança do técnico espanhol. Vencedor duas vezes com um improvável Valencia em La Liga (em 2001-02 e 2003-04), Benítez terá tempo e a paixão dos azzurri para trabalhar com um elenco interessante. Com a Juventus mostrando que a prioridade é a Liga dos Campeões, este novo Napoli tem a condição de brigar, de fato, pelo scudetto, que não vem desde a era Maradona e foi pela última vez erguido em 1989-90.


Um comentário:

  1. Napoli pra ser um time para ganhar uma Champions League teria que melhorar a proteção da Zaga, 2 volantes marcadores que sejam muito bons, resolveria o problema do Napoli na hora

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