segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Enfermedades Futboleras 2


Nesta segunda-feira chega a segunda edição da minha coluna sobre o futebol europeu, a “Enfermedades Futboleras” e tem bastante coisa legal.


No último minuto

 Wenger quebrou o próprio recorde e confirmou a maior transferência da história do Arsenal, superando os 20 M € investidos em José Antonio Reyes, em 2003-04 (Arsenal.com)

O mundo do futebol sabia: o Arsenal tinha mais de 100 M € para gastar em contratações nesta janela de transferências. Porém, até hoje, o clube não havia se mexido e tinha trazido apenas Sanogo e Flamini, sem custos. No fechamento do mercado, a grande notícia veio. Desde domingo, o nome de Özil circulava fortemente pelo Emirates Stadium e, nesta segunda, as primeiras horas da manhã mostraram que o negócio poderia ocorrer.

Faltando poucos minutos para o fechamento da janela, o Arsenal anunciou oficialmente a chegada do playmaker alemão, por 50 M €. Sem dúvida, umas das três melhores contratações deste mercado – talvez, a melhor. O PSG também tentou a contratação, mas, Wenger e Mertesacker (ex-companheiro de Werder) foram fundamentais para a decisão de Özil. Após a chegada, ele declarou ao site do clube: “Estou ansioso para trabalhar com Arsene Wenger”

Özil vestirá a camisa 11 e formará dupla espetacular de criação com Santi Cazorla, no 4-2-3-1 de Wenger, em que o espanhol deve ir para a ponta-esquerda, o novo contratado jogará centralizado e Walcott seguirá na ponta-direita. Nos últimos quatro anos, segundo a central de dados da ESPN, o alemão foi o jogador que mais criou chances em ligas nacionais e europeias: 422, 67 oportunidades a mais que qualquer outro – em três anos de Real Madrid, foram 86 assistências.

Outra frase na apresentação faz os torcedores gunners sonharem: “Quero ajudar este clube a finalmente voltar a conquistar títulos”.

Recital de Vidal

Vidal o dono do 4 a 1 da Juve sobre a Lazio (Claudio Villa/Getty Images Europe)

O chileno Arturo Vidal comandou a goleada da Juventus sobre a Lazio, participando muito do jogo ofensivo bianconero. O 4 a 1 teve dois gols, uma assistência e 44 passes completos em 51 tentados pelo camisa 22. Uma bela atuação, mas não é só o volante que chama a atenção no 3-5-2 da vecchia signora. Os dois alas, Asamoah e Lichtsteiner foram muito bem, Pogba está em franca ascensão, Pirlo dita o ritmo (104 passes arriscados e 99 executados com sucesso), a linha defensiva tem entrosamento perfeito e Tévez e Vucinic parece que jogam juntos há tempos.

Vencer a Lazio da forma que foi mostra que os bianconeri estão degraus acima dos rivais. Pois os biancocelesti armados no 4-4-1-1 fizeram muito pouco no jogo e só assustaram Buffon em chutes de fora da área, jogadas que tiveram Hernanes como grande protagonista. O brasileiro também fez muitas faltas e foi expulso aos 18, do segundo tempo, após tentar tocar a mão na bola.

O favoritismo na Serie A era claro, mas aquilo que era esperado com a chegada de Tévez está mesmo ocorrendo. A Juventus ganhou fantasia, que, na Itália, é a capacidade de fazer o diferente. Carlitos dribla, enfrenta as defesas, finaliza com qualquer pé e parece mesmo ser o que faltava ao time para poder voltar a brigar pelo título europeu. Além da solidez na defesa, Bonucci deu duas assistências – uma com a direita e outra com a esquerda – na partida, em lançamentos do campo defensivo direto para a área laziale. Enfrentar a Juventus em 2013-14 será difícil.


Nos embalos de Sturridge

Sturridge no Liverpool: 13 gols em 17 partidas de Premier  Liverpool, com o Chelsea foram 13 gols em 63 partidas de liga (Facebook Premier League)

Os reds estão longe do favoritismo pelo título da Premier League, o objetivo do clube é voltar à Liga dos Campeões, que não participa desde 2009-10. Neste ano a história é diferente, embalado pelos três gols de Sturridge nas três partidas iniciais do campeonato, o Liverpool alcançou nove pontos nos primeiros três jogos, sequência que não vinha desde 1994-95.

Os donos de Anfield vieram no já tradicional 4-2-3-1, onde o meia-atcante central, Aspas tem mais liberdade para encostar em Sturridge e também não precisa colaborar tanto com a marcação. O esquema não tem pelas pontas nenhum winger clássico (Coutinho à esquerda e Henderson à direito), por isso, as jogadas de linha de fundo não são tão comuns.

Mesmo com problemas no time, o Liverpool foi cirúrgico e comandou o jogo na primeira etapa: abriu o placar cedo e não deu espaços para o United. Os red devils armados no 4-4-1-1 sentiram falta de Rooney, pois sem ele, a criação para Van Persie foi bastante prejudicada. No segundo tempo, o Liverpool foi empurrado para a defesa, mas com a dificuldade de armação do United, os reds não sofreram tanto e, nas três vezes que a bola chegou no gol, Mignolet manteve o ótimo início de temporada, fazendo boas defesas.

No outro grande jogo da rodada, o Arsenal bateu o Tottenham por 1 a 0, com gol de Giroud, que participou muito bem da partida. Os gunners transpiraram muito para alcançarem a vitória e viram Lloris fazer atuação perfeita. Os spurs mostraram que vão precisar de tempo para organizar a equipe com as novas contratações, porém, o time promete.

Equilíbrio ucraniano

 Bernard recebe o abraço do capitão Srna, antes de entrar em campo e estrear pelo Shakhtar (Facebook Shakhtar)

O Shakhtar Donetsk perdeu os dois principais jogadores para esta temporada, Fernandinho foi para o City, por 40 M €, e Mkhitaryan agora joga no Borussia Dortmund, por 27,5 M €. O dinheiro foi reinvestido e os atuais tetracampeões da Premyer League trouxeram bons nomes, como Fernando (V, Grêmio), Bernard (MA, Atlético Mineiro), Wellington Nem (MA, Fluminense), Fred (M, Internacional) e outros, ao todo, os mineiros investiram 67 M € para recompor o elenco.

Porém, até a oitava rodada (são 30 ao todo), o time não repete os bons desempenhos recentes e vê a Premyer League bastante equilibrada. Os mineiros já foram derrotados pelo Dnipro e, neste final de semana, empataram com o Metalist, que lidera a disputa com 20 pontos. O desempenho do time de Dnipropetrovsk chama a atenção. O clube tem o brasileiro Giuliano, com um gol e duas assistência, mas tem como destaques o experiente meia Rotan, líder em assistências do campeonato com quatro; o vice artilheiro da competição com seis gols, Selezney e o promissor winger Konoplyanka.

Sobre o jogo dos comandados de Mirecea Lucescu, contra o Metalist, teve tudo que um jogo que vale deve ter e, o primeiro tempo, foi bem pegado, sem muitas chances de gol. No segundo tempo, os dois times foram mais para o ataque, mas os goleiros não tiveram que trabalhar tanto. Os gols saíram em cruzamentos. Primeiro, o Shakhtar, com Douglas Costa batendo falta na área e Stepanenko aparecendo entre Edmar e Moledo para marcar. Cinco minutos depois foi a vez de Sosa cruzar pela direita e o artilheiro da Premyer League, Devic ganhar no alto e marcar.

Bernard veio do banco dos mineiros e jogou 19 minutos na partida e, com a entrada dele, o time mudou um pouco, passando a jogar no 4-1-4-1. O ex-jogador do Atlético Mineiro foi o meia-externo pela esquerda do Shakhtar, mas, ainda sem ritmo, não atuou bem e participou pouco da partida. Bernard é a grande esperança do clube para a temporada, que não é maravilhosa, como no últimos anos.

A decepção fica por conta do Dynamo de Kiev. O maior campeão do país investiu mais de 40 M € em contratações nesta janela de transferências e trouxe nomes interessantes: Lens (P, PSV, 9 M €), Mbokani (A, Anderlecht, 11 M €), Belhanda (M, Montpellier, 11 M €), Trémoulinas (LE, Bordeaux, 6,5 M €) e Dragovic (Z, Basel, 9 M €). Porém, apenas o atacante Mbokani pode ser considerado um sucesso, pois é o artilheiro do clube e, com cinco gols, é o terceiro maior goleador do campeonato. Com isso, o Dynamo está a seis pontos do líder Metalist e, até aqui, fora da briga que também tem Shakhtar e Dnipro.



O melhor da Europa

 Finalmente o merecido reconhecimento (Getty Images)

O Bayern venceu na sexta-feira a Supercopa da Uefa, depois de vencer a Bundesliga, a Copa da Alemanha e a Liga dos Campeões na temporada passada. Mas não é sobre o melhor time que está nota irá falar e, sim, sobre o melhor jogador: Franck Ribéry. O camisa sete bávaro fez ótima temporada, em que marcou 16 gols e cedeu 23 assistências.

Veloz, bom chutador e de drible fácil, o scarface está no auge da carreira e, pela ponta-esquerda, fez estragos nas defesas adversárias durante todo o ano. Na quinta, foi eleito o melhor jogador da Europa, mostrando que pode sim sonhar com o título de melhor do mundo. Em julho, Ribéry havia declarado ao L’Equipe sobre a bola de ouro: “agora ou nunca”. Parece que pode ser neste ano mesmo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário