Nesta segunda-feira chega a segunda edição da minha coluna
sobre o futebol europeu, a “Enfermedades Futboleras” e tem bastante coisa legal.
No último minuto
Wenger quebrou o próprio recorde e confirmou a maior transferência da história do Arsenal, superando os 20 M € investidos em José Antonio Reyes, em 2003-04 (Arsenal.com)
O mundo do futebol
sabia: o Arsenal tinha mais de 100 M € para gastar em contratações nesta janela
de transferências. Porém, até hoje, o clube não havia se mexido e tinha trazido
apenas Sanogo e Flamini, sem custos. No fechamento do mercado, a grande notícia
veio. Desde domingo, o nome de Özil circulava fortemente pelo Emirates Stadium
e, nesta segunda, as primeiras horas da manhã mostraram que o negócio poderia
ocorrer.
Faltando poucos
minutos para o fechamento da janela, o Arsenal anunciou oficialmente a chegada
do playmaker alemão, por 50 M €. Sem
dúvida, umas das três melhores contratações deste mercado – talvez, a melhor. O
PSG também tentou a contratação, mas, Wenger e Mertesacker (ex-companheiro de
Werder) foram fundamentais para a decisão de Özil. Após a chegada, ele declarou
ao site do clube: “Estou ansioso para trabalhar com Arsene Wenger”
Özil vestirá a
camisa 11 e formará dupla espetacular de criação com Santi Cazorla, no 4-2-3-1
de Wenger, em que o espanhol deve ir para a ponta-esquerda, o novo contratado
jogará centralizado e Walcott seguirá na ponta-direita. Nos últimos quatro
anos, segundo a central de dados da ESPN, o alemão foi o jogador que mais criou
chances em ligas nacionais e europeias: 422, 67 oportunidades a mais que
qualquer outro – em três anos de Real Madrid, foram 86 assistências.
Outra frase na
apresentação faz os torcedores gunners sonharem:
“Quero ajudar este clube a finalmente voltar a conquistar títulos”.
Recital de Vidal
Vidal o dono do 4 a 1 da Juve sobre a Lazio (Claudio Villa/Getty Images Europe)
O chileno Arturo Vidal comandou a goleada da Juventus sobre
a Lazio, participando muito do jogo ofensivo bianconero. O 4 a 1 teve dois gols, uma assistência e 44 passes
completos em 51 tentados pelo camisa 22. Uma bela atuação, mas não é só o
volante que chama a atenção no 3-5-2 da vecchia
signora. Os dois alas, Asamoah e Lichtsteiner foram muito bem, Pogba está
em franca ascensão, Pirlo dita o ritmo (104 passes arriscados e 99 executados
com sucesso), a linha defensiva tem entrosamento perfeito e Tévez e Vucinic
parece que jogam juntos há tempos.
Vencer a Lazio da forma que foi mostra que os bianconeri estão degraus acima dos
rivais. Pois os biancocelesti armados
no 4-4-1-1 fizeram muito pouco no jogo e só assustaram Buffon em chutes de fora
da área, jogadas que tiveram Hernanes como grande protagonista. O brasileiro
também fez muitas faltas e foi expulso aos 18, do segundo tempo, após tentar
tocar a mão na bola.
O favoritismo na Serie A era claro, mas aquilo que era
esperado com a chegada de Tévez está mesmo ocorrendo. A Juventus ganhou
fantasia, que, na Itália, é a capacidade de fazer o diferente. Carlitos dribla, enfrenta as defesas,
finaliza com qualquer pé e parece mesmo ser o que faltava ao time para poder
voltar a brigar pelo título europeu. Além da solidez na defesa, Bonucci deu
duas assistências – uma com a direita e outra com a esquerda – na partida, em
lançamentos do campo defensivo direto para a área laziale. Enfrentar a Juventus em 2013-14 será difícil.
Nos embalos de Sturridge
Sturridge no
Liverpool: 13 gols em 17 partidas de Premier
Liverpool, com o Chelsea foram 13 gols em 63 partidas de liga (Facebook Premier League)
Os reds estão
longe do favoritismo pelo título da Premier League, o objetivo do clube é
voltar à Liga dos Campeões, que não participa desde 2009-10. Neste ano a
história é diferente, embalado pelos três gols de Sturridge nas três partidas
iniciais do campeonato, o Liverpool alcançou nove pontos nos primeiros três
jogos, sequência que não vinha desde 1994-95.
Os donos de Anfield vieram no já tradicional 4-2-3-1, onde o
meia-atcante central, Aspas tem mais liberdade para encostar em Sturridge e
também não precisa colaborar tanto com a marcação. O esquema não tem pelas
pontas nenhum winger clássico
(Coutinho à esquerda e Henderson à direito), por isso, as jogadas de linha de
fundo não são tão comuns.
Mesmo com problemas no time, o Liverpool foi cirúrgico e
comandou o jogo na primeira etapa: abriu o placar cedo e não deu espaços para o
United. Os red devils armados no
4-4-1-1 sentiram falta de Rooney, pois sem ele, a criação para Van Persie foi
bastante prejudicada. No segundo tempo, o Liverpool foi empurrado para a
defesa, mas com a dificuldade de armação do United, os reds não sofreram tanto e, nas três vezes que a bola chegou no gol,
Mignolet manteve o ótimo início de temporada, fazendo boas defesas.
No outro grande jogo da rodada, o Arsenal bateu o Tottenham
por 1 a 0, com gol de Giroud, que participou muito bem da partida. Os gunners transpiraram muito para
alcançarem a vitória e viram Lloris fazer atuação perfeita. Os spurs mostraram que vão precisar de tempo
para organizar a equipe com as novas contratações, porém, o time promete.
Equilíbrio ucraniano
Bernard recebe o abraço do capitão Srna, antes de entrar em campo e estrear pelo Shakhtar (Facebook Shakhtar)
O Shakhtar Donetsk perdeu os dois principais jogadores para
esta temporada, Fernandinho foi para o City, por 40 M €, e Mkhitaryan agora joga
no Borussia Dortmund, por 27,5 M €. O dinheiro foi reinvestido e os atuais
tetracampeões da Premyer League trouxeram bons nomes, como Fernando (V,
Grêmio), Bernard (MA, Atlético Mineiro), Wellington Nem (MA, Fluminense), Fred
(M, Internacional) e outros, ao todo, os mineiros investiram 67 M € para
recompor o elenco.
Porém, até a oitava
rodada (são 30 ao todo), o time não repete os bons desempenhos recentes e vê a
Premyer League bastante equilibrada. Os mineiros já foram derrotados pelo
Dnipro e, neste final de semana, empataram com o Metalist, que lidera a disputa
com 20 pontos. O desempenho do time de Dnipropetrovsk chama a atenção. O clube
tem o brasileiro Giuliano, com um gol e duas assistência, mas tem como
destaques o experiente meia Rotan, líder em assistências do campeonato com
quatro; o vice artilheiro da competição com seis gols, Selezney e o promissor winger Konoplyanka.
Sobre o jogo dos
comandados de Mirecea Lucescu, contra o Metalist, teve tudo que um jogo que
vale deve ter e, o primeiro tempo, foi bem pegado, sem muitas chances de gol.
No segundo tempo, os dois times foram mais para o ataque, mas os goleiros não
tiveram que trabalhar tanto. Os gols saíram em cruzamentos. Primeiro, o
Shakhtar, com Douglas Costa batendo falta na área e Stepanenko aparecendo entre
Edmar e Moledo para marcar. Cinco minutos depois foi a vez de Sosa cruzar pela
direita e o artilheiro da Premyer League, Devic ganhar no alto e marcar.
Bernard veio do
banco dos mineiros e jogou 19 minutos na partida e, com a entrada dele, o time
mudou um pouco, passando a jogar no 4-1-4-1. O ex-jogador do Atlético Mineiro
foi o meia-externo pela esquerda do Shakhtar, mas, ainda sem ritmo, não atuou
bem e participou pouco da partida. Bernard é a grande esperança do clube para a
temporada, que não é maravilhosa, como no últimos anos.
A decepção fica por
conta do Dynamo de Kiev. O maior campeão do país investiu mais de 40 M € em
contratações nesta janela de transferências e trouxe nomes interessantes: Lens
(P, PSV, 9 M €), Mbokani (A, Anderlecht, 11 M €), Belhanda (M, Montpellier, 11 M
€), Trémoulinas (LE, Bordeaux, 6,5 M €) e Dragovic (Z, Basel, 9 M €). Porém,
apenas o atacante Mbokani pode ser considerado um sucesso, pois é o artilheiro
do clube e, com cinco gols, é o terceiro maior goleador do campeonato. Com
isso, o Dynamo está a seis pontos do líder Metalist e, até aqui, fora da briga
que também tem Shakhtar e Dnipro.
O melhor da Europa
Finalmente o merecido reconhecimento (Getty Images)
O Bayern venceu na
sexta-feira a Supercopa da Uefa, depois de vencer a Bundesliga, a Copa da
Alemanha e a Liga dos Campeões na temporada passada. Mas não é sobre o melhor
time que está nota irá falar e, sim, sobre o melhor jogador: Franck Ribéry. O
camisa sete bávaro fez ótima temporada, em que marcou 16 gols e cedeu 23
assistências.
Veloz, bom chutador
e de drible fácil, o scarface está no
auge da carreira e, pela ponta-esquerda, fez estragos nas defesas adversárias
durante todo o ano. Na quinta, foi eleito o melhor jogador da Europa, mostrando
que pode sim sonhar com o título de melhor do mundo. Em julho, Ribéry havia
declarado ao L’Equipe sobre a bola de ouro: “agora ou nunca”. Parece que pode ser
neste ano mesmo.
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