Mesmo com dificuldade de tempo e pouco retorno, sigo destacando algumas coisas do final de semana do futebol europeu. Nesta rodada, sobraram bons jogos.
Massacre incontestável
Em ótima exibição, Jesús Navas marcou o primeiro doblete da carreira, após 443 partidas oficiais (Manchester City)
Algumas exibições do Manchester City em 2013-14 fazem, sem dúvida nenhuma, parte do grupo das melhores partidas da temporada. O 6 a 0 frente ao Tottenham deste domingo foi uma delas. No 4-4-2, os citzens contaram com a dupla Agüero e Negredo se mexendo muito no ataque e com as constantes chegadas dos meias, Nasri, que cresceu muito com Pellegrini, e Jesús Navas, quase um ponta pela direita. Além disso, a dupla de volantes Fernandinho e Yaya Toure novamente combinou bem: atacando e defendendo. Como é costume quando jogam em casa, os sky blues jogaram muito avançados e sempre marcando pressão a saída de bola dos rivais.
Aos 13 segundos de jogo, Jesús Navas abriu o placar para o City, em jogada que ficou clara a importância da marcação no ataque do time – oito bolas ganhas no campo ofensivo durante o jogo. A partir daí, o massacre só foi se concretizando, pois os spurs não reagiam ao massacre ofensivo imposto pelos citzens. Uma ótima finalização de Negredo provocou um gol contra de Sandro e Navas fez assistência para Agüero marcar, 3 a 0 no primeiro tempo. O Tottenham teve mais posse de bola, mas produziu pouco e só acertou uma vez a baliza defendida por Pantilimon.
Como dito acima, os volantes participaram bem do jogo e os dois primeiros gols da segunda etapa tiveram a participação deles. Primeiro, Yaya Toure começou a jogada no campo defensivo e só terminou fazendo a assistência dentro da área para Agüero marcar. Foi o décimo gol do argentino que se tornou o artilheiro da Premier League. Depois, um passe de Fernandinho proporcionou o quinto de Negredo na competição, um golaço que contou com drible impressionante em Dawson (gols no primeiro vídeo deste link). Já nos acréscimos, Navas fez o segundo dele na partida e o sexto do City, decretando o desmoralizante 6 a 0.
Mais uma goleada em casa mostra a dualidade da campanha dos citzens, pois, no Etihad Stadium, são seis jogos, seis vitória, 26 gols marcados e apenas dois sofridos. Longe de casa, o desempenho é completamente diferente: uma vitória, um empate, quatro derrotas, oito gols marcados e dez sofridos. Conseguir um nível de futebol semelhante ao apresentado em Manchester colocará o City ainda mais próximo da liderança da Premier League. Hoje, o clube ocupa a quarta colocação a seis pontos do líder Arsenal.
O jogo do personagem
Götze parece estar se acertando no Bayern e aproveitou o jogo frente ao Dortmund para brilhar, mas, apesar do recebimento hostil, ele não comemorou o gol que marcou (Agência Reuters)
Sem o habitual protagonista, Ribéry, o Bayern manteve o 4-1-4-1, com
Lahm de volante, Thomas Müller ocupando a ponta-direita e Robben na
função de Ribéry pelo lado esquerdo. Mas o verdadeiro protagonista do
jogo viu do banco os primeiros 55 minutos da partida. Götze, que, pela
primeira vez, enfrentava o ex-clube e logo no Signal Iduna Park, viu o
Bayern dominando o jogo, com mais posse de bola, domínio territorial e
mais chegadas com perigo. Porém, os bávaros não foram absolutos e
sofreram com ataques dos aurinegros, que paravam em Neuer. O goleiro era
outro grande personagem da partida, afinal, é cria do maior rival do
Dortmund, o Schalke e, por isso, nunca deixa de receber vaias quando
encontra o antigo adversário.
Como dito acima, Götze assistiu a 55 minutos do jogo no banco, nos
outros 35 minutos, o camisa 19 bávaro esteve em campo como falso nove e
atuou sempre sob vaias. Porém, houve um grande momento em que as vaias
cessaram em direção ao ex-ídolo, onze minutos após ele entrar em campo.
Neste instante, Lahm abriu o jogo na ponta-direita com Müller, que
cruzou rasteiro para a entrada da área, onde Götze apareceu, dominou de
esquerda, por décimos de segundo ouvi vaias e, de três dedos, finalizou
com a perna direita no canto esquerdo de Weidenfeller, que até tocou na
bola, mas não conseguiu evitar o gol. O ex-borussiano não comemorou, mas
nem precisava, pois já havia ferido de morte o ex-clube. O silêncio
aumentou quando, em contra-ataque iniciado por Götze e Tiago, Robben fez
o segundo dos bávaros. Müller ainda fechou o placar em assistência de
Lahm.
Ao final do jogo, o protagonista Götze cumprimentou todos os
ex-companheiros e membros da comissão técnica do Borussia. Com certeza, o
camisa 19 bávaro terá sempre boas recordações deste reencontro com o
Signal Iduna Park. Por outro lado, os aurinegros não vão querer
recordar: placar elástico para o rival, sofrer gol do ex-craque e em
casa. O golpe foi duro para o Borussia Dortmund, que agora está a sete
pontos do líder Bayern, e ainda tem jogo decisivo pela Liga dos Campeões
na Itália, contra o Napoli, na terça-feira. O apoio da muralha amarela
ao final da partida pode ser o diferencial para a reação aurinegra na
LC.
Rodada representativa
Ultimamente na Espanha além de Barcelona e Real Madrid, o Atlético de
Madrid também está alguns patamares acima dos demais clubes em La Liga.
Neste final de semana, a rodada deixou isso muito claro e, o detalhe, os
principais jogadores de cada time não jogaram o tempo todo: Messi segue
lesionado no Barça, Ronaldo marcou um gol, mas saiu lesionado aos 54
minutos pelo Real e Diego Costa entrou aos 62 minutos e teve tempo de
marcar um golaço de bicicleta para o Atlético. Somados os três líderes
marcaram 16 gols e não foram vazados. Os blaugranas fizeram 4 a 0 no
Granada; os merengues foram mais cruéis com o Almería, 5 a 0; e os
colchoneros aplicaram uma goleada ainda maior, 7 a 0 no Getafe. Na
tabela, Barcelona é o primeiro com 40 pontos, o Atlético de Madrid vem
em segundo com 37 e o Real Madrid é o terceiro com 34 pontos. O próximo
na classificação é o Villarreal que está a sete pontos dos blancos,
portanto, já há uma grande diferença no campeonato.
Clássico de Liverpool
Lukaku vem deixando a marca dele com a camisa do Everton: são sete gols, em 12 rodadas (Premier League)
Não faltou emoção ao dérbi de Liverpool. O jogo dos jovens técnicos, que gostam de ter a bola com os seus times, Roberto Martínez e Brendan Rodgers, foi uma partida das bolas paradas: dos seis gols da partida, apenas um veio em jogada trabalhada. No empate em 3 a 3, o Everton foi melhor na maior parte do tempo. Os toffees apostaram na marcação pressão e, por isso, conseguiram nove desarmes no campo ofensivo – Pienaar o ponta-esquerda no 4-2-3-1 da equipe foi destaque neste trabalho. Apesar de jogar melhor, o Everton saiu atrás, logo empatou, mas também rapidamente voltou a ver o Liverpool na frente, com o nono gol de Suárez na Premier League, em bela cobrança de falta.
O 2 a 1 era injusto pelo o que havia produzido o time do Goodison Park e Martínez aproveitou a lesão do ótimo lateral-esquerdo Baines para mudar o jogo. O técnico optou por Deulofeu que foi jogar na ponta-direita, assim, Mirallas passou a ser o meia-central, Pienaar seguiu à esquerda, Barkley foi recuado para volância e Barry foi ocupar a lateral. O resultado? Domínio maior dos toffees que pararam várias vezes em Mignolet. Mas, em uma jogada de Mirallas pela esquerda, a bola sobrou com Lukaku, que, desta vez, não perdoou. O atacante emprestado pelo Chelsea virou o jogo depois, quando, de cabeça, marcou o 3 a 2, após boa cobrança de escanteio realizado pelo outro belga do time. Mas Gerrard conseguiu a segunda assistência em bola parada e Sturridge antecipou a zaga e empatou de cabeça. Agora o inglês, assim como o companheiro Luis Suárez, tem nove gols na Premier League 2013-14. O empate mantém o Liverpool em segundo, a quatro pontos do líder Arsenal, que bateu o Southampton na rodada.
Moscou contra São Petersburgo
Doumbia decidiu o dérbi frente ao Spartak e colocou o CSKA de volta na briga pelo título na Rússia (CSKA Moscou)
Sem vencer a três rodadas – com duas derrotas seguidas –, o outrora líder tranquilo da Premier League Russa, Zenit (1°, 36) já não tem mais toda esta tranquilidade, pois os moscovitas chegaram. O Lokomotiv (2°, 36) venceu o Dinamo de Moscou (7°, 29) e se igualou na ponta. O CSKA (3°, 33) também enfrentou um rival local, o Spartak (4°, 33), para se aproximar do time de São Petersburgo. Os vermelhos e azuis dominaram toda a partida na Arena Khimki e impediram que o time do povo tivesse boas chances para marcar. Porém, as oportunidades para o atual campeão russo, também foram raras, por isso, o time precisou contar muito com a inteligência de Doumbia para vencer a partida por 1 a 0. O marfinense aproveitou falha do defensor Makeyev e da inexplicável saída do gol de Rebrov, após chutão de Wernbloom. No lance, com um toquinho, o camisa 88 chapelou o goleiro e ficou sozinho para empurrar a bola para a baliza vazia. O erro possibilitou que mais um moscovita encostasse no Zenit, porém, também impediu que o Spartak empatasse na ponta. Mas, caso os Zenitchiki continuem vacilando, os clubes de Moscou mostram que assumirão o controle da Liga Russa.
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