Anteriormente, neste ano, destaquei a Bélgica (goo.gl/ksXKAM) e a Colômbia (goo.gl/nN2Gow) como candidatas a incomodar as maiores seleções no Mundial. Tinha prometido uma seleção africana também para este especial “Olho Nelas” e, com a confirmação das classificadas no continente, decidi escrever sobre a Costa do Marfim.
Drogba, Yaya Toure e cia virão ao Brasil como última chance de marcarem os nomes na Copa do Mundo (AP Photo/Armando Franca)
Há anos vemos insucessos consecutivos daquela que é, sem dúvida, a melhor geração de futebolistas da Costa do Marfim. O grupo que tem Drogba e Yaya Toure como grandes destaques não venceu nada na seleção e perdeu as finais da Copa de Nações Africanas em 2006 e 2012. No mesmo período, os elefantes tiveram o que comemorar, pois foram aos últimos dois mundiais, mas também não tiveram sucesso. Nas Copas, caíram em grupos considerados muito difíceis para a classificação e, de fato, não alcançaram a segunda fase da disputa.
O elenco, que chegará ao Brasil, é muito experiente e deve ser muito semelhante aos grupos que estiveram presentes nas últimas grandes competições disputadas pelos marfinenses. Em 2010, nove dos 23 jogadores que foram à Copa na Alemanha também embarcaram para a África do Sul. Esta continuidade reflete em campo com o bom entrosamento e, fora das quatro linhas, pois, os jogadores mostram bastante integração e não existem grandes notícias de polêmicas ao redor da equipe. O capitão marfinense Drogba explicou o que representa este grupo de jogadores: “todas as etnias do nosso país atualmente estão representadas nesta seleção”. Além disso, o camisa 11 destacou a importância que os elefantes têm hoje para o país: “O futebol é o esporte mais popular e é o esporte que coloca do todo o país”.
Por outro lado, o técnico é inexperiente. O ex-meia da seleção francesa, Sabri Lamouchi, assumiu o comando da seleção, após o vice-campeonato da Copa Africanas de Nações de 2012. Com o francês, um ano depois na mesma competição, os marfinenses pararam nas quartas de final frente à Nigéria, que, posteriormente, seria campeã. Apesar do revés, a federação do país manteve o treinador, “demitir o técnico, após derrotas, não é uma decisão sábia”. A escolha foi correta, pois, com Lamouchi, a Costa do Marfim alcançou a terceira Copa consecutiva.
O 4-2-3-1 tem o claro objetivo de deixar Yaya Toure mais participativo no ataque (clique na imagem para ampliar)
Desde 2012 à frente da seleção, o ex-jogador é um estudioso do futebol. No final do ano de estreia na nova função, visitou José Mourinho no Real Madrid. Com Lamouchi, os elefantes deixaram o 4-3-3 e passaram a jogar no 4-2-3-1 (foi assim na volta contra Senegal). Desta forma, Yaya Toure foi fixado na função de meia-central – às vezes, joga assim na Inglaterra –, o jogador do City não deixa de colaborar com a marcação, porém joga mais à frente, participando mais do jogo ofensivo. Ter o camisa 19 mais participativo no ataque é fundamental para o sucesso marfinense, pois hoje é o melhor jogador tecnicamente do país e jogando nesta função tem mais possibilidades de finalizar de fora da área e de servir os companheiros.
Além da mudança de esquema, Lamouchi, aos poucos, dá espaço para jogadores mais jovens, que, ao contrário das referências atuais, poderão seguir na seleção por muito tempo. Manter o atual nível é difícil, mas existem bons nomes, como o centroavante gigante (2,3m), Lacina Traoré; o também homem de área Wilfried Bony, que foi artilheiro da Eredivisie 2012-13 jogando com o Vitesse, com 31 gols; e o lateral Serge Aurier, que tem boas chances de ser o titular no Brasil.
O já histórico elenco dos elefantes, com o acréscimo destes bons jogadores jovens, se concretiza como a melhor seleção africana no ranking Fifa, com a 17ª colocação. Porém, mesmo no topo do continente e com um grupo forte capaz de surpreender no Mundial, Costa do Marfim precisará da sorte, que não teve nos últimos sorteios de Copa do Mundo, para alcançar uma colocação melhor na disputa de 2014.
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