Aos pés de Verratti
Mesmo com dois na marcação, Verratti segue com a bola. Ninguém parou o italiano no 4 a 0 do PSG (C.Gavelle/PSG)
O PSG enfrentou o Lorient recheado de reservas, pois, nesta semana, joga pela Liga dos Campeões. Ibrahimovic foi um dos poupados, por isso, Cavani foi o centroavante no 4-3-3 parisiense, que atacava o 4-4-2 de Les Merlus. Desde o início, domínio amplo do time de Blanc e, com três minutos, Lucas completou, de primeira, belo cruzamento de Digne. O lateral-esquerdo jogou bem avançado, aproveitando o corredor canhoto, que ficava aberto com a movimentação do ponta-esquerda Ménez. No segundo gol, o camisa sete recebeu a assistência de Verratti no lado direito da área, provando a importância de circular pelo campo. Cavani ainda fez o terceiro no primeiro tempo, em ótimo cruzamento de Lucas pela direita. O brasileiro, após não ser convocado por Felipão, aproveitou a chance e participou bem da partida.
O que chamou atenção no PSG foi a ótima participação dos jovens no jogo, além de Lucas, Digne e, principalmente, Verratti jogaram muito bem. O italiano deu show, e controlou o meio-campo, com 100 passes completados, entre os 107 tentados. Porém , não foram apenas toques laterais, o camisa 24 arriscou e acertou bons passes longos. O jovem volante comandou o elenco vermelho e azul, que trocou incríveis 672 passes, com índice de 91% de acerto. Por isso, os parisiense tiveram 65% da posse de bola. No final do jogo, Cavani manteve a boa fase e fechou a goleada por 4 a 0 – o uruguaio é um dos artilheiros da Ligue 1, com nove gols.
Ribéry resolve
Müller e Ribéry comemoram muito o gol que valeu os três pontos (AFP)
O Bayern, finalmente, tinha se acertado sob o comando de Guardiola e se tornaria imparável. Pelo menos, era o que todos imaginavam. Porém, a visita a Rhein-Neckar Arena para enfrentar o Hoffenheim, mostrou que nem tudo está bem para os bávaros. A vitória e o retorno à liderança da Bundesliga vieram, mas o bom futebol passou longe. No 4-1-4-1 e com Götze pela primeira vez de titular, o Bayern teve dificuldades para jogar contra o 4-3-2-1, dos donos da casa, que contavam com o forte trio de ataque formado por Volland, Firmino e Modeste – juntos somavam 18 gols marcados no Alemão. Mas os goleadores não foram bem, exceção à Volland, que assustou algumas vezes o goleiro Neuer.
Götze, que vinha melhorando, atuou mal como titular, mas o Bayern tinha Ribéry, que, mais uma vez, se destacou. Meia-esquerda no esquema de Guardiola, o francês flutuou pelo campo e apareceu até na ponta-direita. Foi o camisa sete que resolveu o jogo, após Neuer falhar e proporcionar o primeiro gol do Hoffenheim. Primeiro, foi em cobrança de falta do melhor jogador da Europa que a bola bateu em Mandzukic (mal no jogo) e entrou. Depois, no segundo tempo, apesar de mais ofensivo e com mais posse de bola, o Bayern não conseguia criar boas chances até que Javi Martínez roubou dentro da área. Aí a redonda ficou com Ribéry, que, inteligentemente, passou para Müller, livre marcar.
O francês deu importantes três pontos ao Bayern, que segue um ponto à frente do Borussia Dortmund, que será o adversário dos bávaros daqui a duas rodadas. Ribéry segue firme para brigar pelo prêmio de melhor do mundo, nesta temporada, já são oito gols e cinco assistências, que o concretizam como craque do grande time do futebol mundial hoje. Na próxima rodada, liderado pelo francês, o Bayern poderá quebrar o recorde de invencibilidade do Campeonato Alemão, que é do Hamburgo, com 36 partidas, entre as temporadas de 1981-82 e 1982-83 – anos que foi bicampeão alemão.
Cazorla e Ramsey marcaram para o Arsenal no 2 a 0 sobre o Liverpool, mas Arteta foi o destaque (Arsenal.com)
Arsenal e Liverpool ganhou ainda mais importância, por conta da derrota do Chelsea para o Newcastle. Portanto, quem vencesse, seria líder. Brendan Rodgers apostou no esquema com três zagueiros, desta vez, um 3-1-4-2, com Sturridge e Suárez soltos na frente. Por outro lado, o Arsenal manteve o 4-2-3-1, com muito muita movimentação dos três meias, que, constantemente, trocavam de posição. Jogando em casa, os gunners comandaram o jogo e só foram ameaçados pelos reds, em eventuais jogadas dos dois homens de frente, pois nem os meias, nem os alas – Cissokho fez péssima partida e saiu no intervalo – conseguiram incomodar a defesa do time de Wenger.
Apesar de ter pouco de Özil durante toda a partida, o domínio territorial do Arsenal, os 181 passes trocados no último terço do campo e os oito desarmes no ataque fizeram com que boas chances fossem criadas. O primeiro gol dos gunners saiu em cima de Cissokho, Sagna foi ao fundo e cruzou. O pequenino Cazorla cabeceou na trave e aproveitou a sobra para marcar, foi o primeiro gol do espanhol na temporada e, justamente, na melhor exibição dele. Rodgers tentou corrigir a inoperância ofensiva, mudando o esquema. Coutinho entrou, o Liverpool passou a jogar no 4-4-2 e chegou a dominar a partida. Mas o meio-campo de Wenger retomou o domínio do jogo e o panorama voltou a ser: Arsenal afogando a saída de bola dos reds, dominando a redonda e criando chances. Em uma delas, Özil passou para Ramsey marcar um belo gol de fora da área e decretar números finais. 2 a 0.
Esta foi a primeira vitória do Arsenal na temporada sem Flamini, que está lesionado. Ele foi muito bem substituído por Arteta, que facilitou a saída de bola dos gunners durante todo o jogo. Ao todo, o espanhol acertou 100 dos 106 passes que tentou (94% de acerto), fez sete desarmes, recuperou duas bolas e fez um corte de cabeça. Provavelmente, sem o francês por mais alguns jogos, o Arsenal precisará de Arteta neste nível para superar os desafios importantíssimos desta semana: na quarta, o Borussia Dortmund, e, no domingo, o Manchester United, ambos fora de casa.
Clássico moscovita
Se você frequenta este espaço, já deve saber que, na Rússia, o Zenit vem muito bem. Porém, nesta rodada, com um empate em casa contra o Amkar, os zenitchiki deram espaço para que times moscovitas encostassem nele na tabela. O CSKA embalou duas vitórias e subiu, mas os adversários mais próximos eram o Spartak e Lokomotiv, que se enfrentaram, com portões fechados, em Moscou.
Atuando no 4-2-3-1, o Lokomotiv comandou as ações do jogo durante os noventa minutos. Na maior parte do tempo, os parovozy abdicaram da posse de bola (ficaram com ela apenas 36% do tempo) e apostaram em contra-ataques que assustaram a frágil defesa do Spartak, que hoje teve o lateral Makeyev improvisado como zagueiro. O primeiro gol dos vermelhos e verdes veio com falha no centro da zaga do time do povo, o lateral Parshivlyuk até tentou cobrir o buraco, mas Maicon (ótima atuação) foi mais esperto e conseguiu o toque para N'Doye marcar. Para piorar o goleiro Pesjakov falhou em lançamento do zagueiro Durica e a bola sobrou para Samedov empurrar para o gol aberto. O Spartak conseguiu reduzir o prejuízo em falha de Corluka, que Movsisyan aproveitou. 2 a 1.
Apesar de ter finalizado muito mais que o adversário (18 a 9), faltou pontaria (4 a 5, em tiros no alvo). Além disso, o time do povo não teve criatividade no 4-2-3-1, mesmo tendo um dos volantes ajudando na criação. As mexidas de Valeri Karpin também pouco colaboraram, pois o técnico mudou apenas os nomes, a forma de jogar seguiu a mesma. No final do jogo, N’Doye aproveitou um bom lançamento de Denisov para marcar o 3 a 1. Com a vitória tranquila no confronto direto, o Lokomotiv fica a três pontos do líder Zenit e se credencia como principal adversário do time de Hulk e Danny na briga pela Premier League Russa.
A Roma parou
Cerci impediu a 11ª vitória da Roma na Serie A 2013-14 (Ansa)
“É uma vergonha, mas não dá para ganhar todas”. A frase do capitão Danielle De Rossi à Sky Sport Italia ao final do empate, em 1 a 1 com o Torino, é importantíssima para a Roma continuar brigando na frente da tabela. A série de dez vitórias consecutivas na largada na Serie A acabou, mas os giallorossi seguem na ponta da disputa e com três pontos de vantagem em relação a Napoli e Juventus, que se enfrentarão na próxima rodada. Portanto, não há motivos para perder a cabeça e é sempre bom lembrar que esta Roma não pensava em título neste ano e, sim, na classificação à Liga dos Campeões.
Os giallorossi sofreram na visita ao Torino, pois, com algumas ausências, o time não criou muito. Rudi Garci deixou o esquema com mais forma de 4-1-4-1. Por conta da falta de Gervinho para jogar na ponta-esquerda, Pjanic foi deslocado para o setor. O bósnio por não ser um atacante de lado, não era tão incisivo como o titular do setor. Somado à isso, Florenzi fez partida ruim na ponta-direita e o centroavante Boriello até brigou na frente, mas não consegue colaborar com a criação, algo que a Roma precisaria nesta partida. Ljajic, que entrou bem, pode ser uma opção no centro do ataque, enquanto Totti estiver machucado.
A falta de criação romanista ficou clara desde o início, pois o time girava a bola no meio e não conseguia finalizar – chegou a ficar com mais de 70% da posse de bola. O gol veio em uma das raras chegadas de Pjanic à linha de fundo. O bósnio cruzou para trás e Strootman marcou. O Torino tentou quando teve a bola, principalmente, com Cerci, que atuava aberto pela direita no 4-2-3-1 da equipe. Embalado pelo seu artilheiro, o Toro deu mais trabalho ao goleiro De Sanctis do que os giallorossi proporcionaram à Padelli. E foi Cerci que garantiu o empate e marcou o segundo gol sofrido pela defesa romanista na Serie A, o que quebrou a marca de 743 minutos da Roma sem sofrer gols. 1 a 1 que não pode derrubar o ânimo da líder da Serie A, o trabalho está sendo bem feito e assim deve continuar.
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